Ir direto ao conteúdo
Personagem: Helomar de Assis Gama
Por: Museu da Pessoa, 29 de julho de 2013

Uma biblioteca no Jari

Esta história contém:

Uma biblioteca no Jari

Vídeo

Eu nasci em Monte Dourado, município de Almeirim, em 22 de junho de 1965.

O nome do meu pai é Miguel Augusto da Gama e da minha mãe, Terezinha de Assis Gama.

O meu pai me deu esse nome porque tinha um cantor chamado Elomar.

Nossa origem é nordestina, do Piauí.

O meu pai vivia em Porto de Moz, a minha avó, mãe da minha mãe, é boliviana, de La Paz.

O meu pai é de Porto de Moz, próximo de Altamira.

A nossa família veio aqui por influência da questão do extrativismo da borracha.

No tempo da guerra as pessoas eram convocadas, aqueles que tinham uma habilidade maior iam para o front, para guerra e, como eles queriam aumentar a economia do país, aquelas pessoas que eram trabalhadores rurais vinham para extrair a borracha, o látex da seringueira.

Eram chamados de soldado da borracha.

Tem uma curiosidade muito grande que eu gostaria de ressaltar, que o meu pai é o caçula dos irmãos, ele é diferente, ele me acha diferente, mas ele é diferente de todos os irmãos.

Porque o meu pai, ele foi ajudante de padre, os padres vinham do estrangeiro.

Ele ajudava a rezar missa e preparava as coisas do padre, o vinho.

O meu pai aprendeu a ler com eles e a minha mãe também.

Meu pai é muito admirador da pessoa culta, meu pai sempre teve o hábito pela leitura.

Meu pai mora aqui na frente, tem 78 anos.

Minha mãe me alfabetizou, me ensinou as quatro operação de contas.

Meu pai vinha para cidade, para os outros filhos ele trazia carro, ele trazia bola, para mim ele trazia livros.

Isso foi me dando uma capacidade de interpretar as coisas, sem professor.

O meu pai era muito eclético e trazia de tudo, eu li de fotonovela, eu lia a Revista Cruzeiro, eu lia a Revista Capricho, Carícia, aquela Sabrina, eu lia os gibis de Walt Disney, eu lia aqueles bolsilivros de faroeste, comprava literatura de cordel.

Inclusive foi a literatura... Continuar leitura

fechar

Trabalho na Cadan

Foto tirada durante o trabalho do depoente no Porto da Cadan - Munguba/PA, no ano de 1995. Helomar trabalhou duas vezes no porto, nos anos de 1986 e 1995.

período: Ano 1995
local: Brasil / Pará / Munguba
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Soldado

Foto tirada durante o trabalho no Exército. Ficou de fevereiro de 1984 a março de 1985 trabalhando como soldado no 3º Batalhão Especial de Fronteira. Está na foto com a madrinha (D Benedita) e padrinho (Sr Olavo) de boina, que é uma cerimônia quando passa de recruta para soldado.

período: Ano 1984
local: Brasil / Amapá / Macapá
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Piloto de Voadeira

Trabalho do depoente na Catraia (fazendo a travessia do Rio Jari entre os estados do Pará e Amapá. Na foto, o depoente com os colegas de trabalho.

período: Ano 1987
local: Brasil / Pará / Monte Dourado
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Família Completa

Depoente com os filhos na beira do Rio Jari.

período: Ano 1997
local: Brasil / Pará / Laranjal Do Jari
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Família

Foto tirada na festa de 14 anos da filha Thamara Macayra com a esposa Maria José Moura Ferreira.

período: Ano 2010
local: Brasil / Pará / Laranjal Do Jari
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Curso de Artes Plásticas

Fotos do curso de Artes Plásticas ministrado pelo depoente que é oferecido para crianças que frequentam a Academia para estudar. Eles aproveitam o lixo deixado na comunidade. "A arte não é lixo, mas o lixo vira arte".

período: Ano 2007
local: Brasil / Pará / Laranjal Do Jari
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Documento

Curso de Artes Plásticas

Fotos do curso de Artes Plásticas ministrado pelo depoente que é oferecido para crianças que frequentam a Academia para estudar. Eles aproveitam o lixo deixado na comunidade. "A arte não é lixo, mas o lixo vira arte".

período: Ano 2007
local: Brasil / Pará / Laranjal Do Jari
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

2ª Bienal de Arte e Cultura

Fotos da 2ª Bienal de Arte e Cultura da Academia Laranjalense de Letras, realizana no prédio do Sebrae em Laranjal do Jari. Atividades: Entregas de comendas para personalidades da comunidade, exposição e saraus de poesia.

período: Ano 2007
local: Brasil / Pará / Laranjal Do Jari
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF
Correios – 350 anos aproximando pessoasDepoimento de Helomar de Assis GamaEntrevistado por Karen WorcmanLaranjal do Jari, 29 de julho de 2013HVC068_Helomar de Assis GamaRealização Museu da PessoaTranscrito por Claudia LucenaMW TranscriçõesHistória de vidaP/1 – Helomar, eu vou começar, vou te pedir de novo seu nome e o lugar que você nasceu.R – Meu nome é Helomar de Assis Gama, eu nasci em Monte Dourado, município de Almeirim.P/1 – Você nasceu quando?R – Eu nasci em 22 de junho de 1965.P/1 – E o nome do seu pai?R – O nome do meu pai é Miguel Augusto da Gama.P/1 – E da sua mãe?R –Terezinha de Assis Gama.P/1 – Você sabe a origem do seu nome?R – Eu não sei, eu descobri que o meu pai, ele me deu esse nome porque tinha um cantor chamado Elomar, da MPB, e aí ele botou o meu nome de Helomar, só que quando foi me registrar a gente colocou com ‘h’, que o Elomar na MPB, o cantor, é com ‘e’, e eu acho que deve ter sido isso.P/1 – Me conta um pouco sobre o seu pai e a sua mãe, de onde eles vieram, o que eles faziam.R – Nossa origem é nordestina, do Piauí.P/1 – Piauí?R – É, mas o meu pai vivia em Porto de Moz, a minha avó, mãe da minha mãe, é boliviana, de La Paz, e é uma miscigenação muito grande, que eu ainda não sei te falar direito.P/1 – Quer dizer que a sua mãe nasceu na Bolívia?R – Não, minha avó, e a minha mãe nasceu em Almeirim.P/1 – E o seu pai nasceu no Piauí?R – O meu pai, ele é de Porto de Moz.P/1 – Ah, ele é de Porto de Moz.R – Meu avô que nasceu lá, aí vieram, aí o meu pai já nasceu em Porto de Moz.P/1 – O que é Porto de Moz? Me explica.R – Porto de Moz é uma cidade do Pará, próximo de Altamira.P/1 – Você sabe porque que o seu avô foi parar nessa cidade, o que eles faziam lá?R – A nossa família, ela veio aqui em influência da questão do extrativismo da borracha.P/1 – Eles vieram atraídos por isso?R – No tempo da guerra as pessoas eram convocadas,... Continuar leitura

Título: Uma biblioteca no Jari

Data: 29 de julho de 2013

Local de produção: Brasil / Pará / Laranjal Do Jari

Personagem: Helomar de Assis Gama
Transcritor: Claudia Lucena
Entrevistador: Karen Worcman
Autor: Museu da Pessoa

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Essa história faz parte de coleções

voltar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

    voltar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

      voltar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      voltar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.

      Receba novidades por e-mail:

      *Campos obrigatórios