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Por: Museu da Pessoa, 29 de junho de 2018

Somos muito mais que um corpo

Esta história contém:

Somos muito mais que um corpo

Vídeo

Eu só tive o diagnóstico da dermatite atópica mesmo em 2014, depois que eu sofri um acidente de carro. Nós morávamos aqui no Mato Grosso. Estávamos voltando para a nossa fazenda e fomos fazer uma ultrapassagem. Mas o caminhão não permitia que fizéssemos. O meu marido ficou contendo o carro ali e não quis fazer. Quando chegou um momento lá que tinha um reto na estrada, ele falou assim: ‘‘dá para fazer a ultrapassagem”.

O caminhão dava seta de que a pista estava livre e dava para fazer, só que nós suspeitamos que tinha alguma coisa estranha naquele caminhão. Não tinha buracos na pista, não tinha uma pista ruim para que ele ficasse a toda hora fazendo ziguezague. Falei para o meu marido: ‘‘segura, segura. Tenta evitar. Não se aproxima muito desse caminhão porque ele deve ter tomado alguma coisa e está estranho’‘, só que meu marido falou: “eu estou muito perto. Vamos fazer a ultrapassagem e já nos livramos dele’‘.

Nisso, chegou um momento propício para fazer a ultrapassagem. Meu marido fez. E eu me lembro só dos carros que estavam vindo. Era um carro branco e um caminhão branco atrás do carro, assim. Só que deu tempo de fazermos a ultrapassagem e entramos na frente desse caminhão. Os outros veículos passaram por nós e assim que eles passaram, o caminhão que nós ultrapassamos, entrou nos ultrapassando de volta e bateu na traseira do nosso carro. Nos jogou contra o barranco, capotamos o carro e deu perda total no carro. Total.

O caminhão bateu bem onde meu filho estava com a cadeirinha dele. Mas a cadeirinha deslizou. Ela deslizou e encaixou no meio do meu banco e do meu esposo. Foi um milagre aquilo lá, não sei.

Meu banco ficou totalmente destruído também, quebrou os vidros e eu não ouvi barulho nenhum, de ninguém, do meu marido, do meu filho. Só aquele movimento do carro indo para lá e pra cá e do capim, porque ele foi para a beira do mato. E, de repente,...

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No colo dos pais

Mais tarde, os conflitos familiares fizeram com que Márcia saísse da casa dos pais para morar com os avós. Na foto, Márcia está no colo dos pais.

período: Ano 1991
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Adolescência

Márcia aos 12 anos na festa de aniversário de 84 do avô.

período: Década 2000
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Mudança

Quando estava de mudança para Mato Grosso com o esposo e o filho.

período: Ano 2012
local: Brasil / Mato Grosso Do Sul
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Acidente

O dia mais aterrorizante para Márcia: após sofrer acidente de carro, Marcia foi diagnosticada com dermatite atópica. "Meu emocional ficou extremamente abalado", recorda.

período: Ano 2014
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Família reunida

Após oito anos sem falar com a mãe, Marcia recebe os pais em casa. "Foi uma honra para mim!"

período: Ano 2015
local: Brasil / Mato Grosso
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Tatuagem

Primeira tatuagem de Márcia, em homenagem ao filho. Ela destaca que, por causa das crises de dermatite, a tatuagem infeccionou bastante.

crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Meu pai

Um ano após o reencontro com os pais, o pai foi diagnosticado com câncer no fígado.

crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Despedida

Uma grande mudança para Márcia: após o falecimento do pai, o relacionamento com a mãe se estreitou. "Passamos a viver mais juntas e esquecer os problemas do passado", diz.

crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Unidas novamente

Comemorando o natal, no mesmo ano em que o pai faleceu.

período: Ano 2016
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Crises

As crises de dermatite atópica afetam a autoestima de Marcia. As mais fortes atingem inclusive o rosto.

crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Dados de acervo

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Programa Conte Sua História

Depoimento de Márcia da Silva Moreno

Entrevistada por Denise Cooke

Primavera do Leste, 29 de junho de 2018

Entrevista de número PCSH_HV653

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Márcia, muito obrigada por estar aqui contando a sua história para nós. Seja bem-vinda. Vamos falar de que dia, ano e onde você nasceu.

R - Eu nasci no dia dois de outubro de 1991 na cidade de Janiópolis, Paraná, 22h40 para ser mais precisa e passei a minha infância toda lá. Até os 17 anos eu morei nessa cidade e depois eu fui para outra cidade, maior: Arapongas, no Paraná.

P/1 - E você sabe alguma coisa sobre o dia do seu nascimento? Seus pais te contaram?

R - Na verdade, assim, minha família teve muita turbulência. Foi um momento de muitos conflitos. Eu não vou dizer para você que o meu aniversário foi um momento de celebração, aquela coisa de acolhimento, realmente. Minha mãe e meu pai tiveram muitos conflitos familiares. Minha mãe é de uma origem muito humilde. Ela é neta de indígenas e o meu pai é italiano. A família do meu pai nunca aceitou a minha mãe, mas eles se casaram e em pouco menos de um ano ela engravidou de mim. E, para a minha família, aquilo foi uma bomba, porque eles ainda lutavam e queriam que eles se separassem, que não ficassem juntos. Aí então, com a minha chegada, meio que ficou aquela coisa de ‘‘vamos ter de aceitar esse relacionamento e engolir essa criança’‘. Então, eu não vou dizer que a minha chegada foi uma coisa celebrada. Até para a minha mãe, talvez, e para o meu pai, principalmente, que foi muito carinhoso, muito parceiro, muito paizão mesmo, sim, mas por grande parte da minha família eu não vou dizer que foi uma coisa muito celebrada, assim.

P/1 - E eles sendo de mundos tão diferentes, como eles se conheceram? Como esse amor surgiu?

R - Meu pai morava em uma cidade perto de Maringá, no Paraná. Meu avô é fundador de Maringá. É o João Moreno (Guilhem) [00:03:13] e...

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Título: Somos muito mais que um corpo

Data: 29 de junho de 2018

Local de produção: Brasil / Mato Grosso / Primavera Do Leste

Revisor: Bruno Pinho
Editor: Bruno Pinho
Entrevistador: Denise Cooke
Autor: Museu da Pessoa

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