Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: , 12 de abril de 1988

Conseguiam ficar na imobilidade porque sabiam que era a vida

Esta história contém:

Conseguiam ficar na imobilidade porque sabiam que era a vida

[FITA 1 - LADO 1]

Di - A gente podia começar, seu nome?

SW - O meu nome eu já falei, inclusive falei certo, Stefan Wohl.

Di - Data de nascimento? Onde?

SW - 04 de Fevereiro de 1934. Em Viena, mas de pais poloneses. Nasci polonês, mas nasci... Mas não por acaso, mas nasci na... Não sei qual a razão exatamente. Nós tínhamos coisas lá também. A gente morava uma parte do ano em Viena.

Di - O senhor viveu quantos anos em Viena?

SW - Em Viena eu vivi... On and off. A gente morava na Polônia, às vezes passava algum tempo na Áustria. Mas até o começo da guerra. No começo da guerra, quando teve o Anschluss, a gente estava numa estação de esqui, na Áustria, e o filho de um sócio do meu pai, da Suíça, veio buscar a gente e levou a gente pra Suíça. Depois, infelizmente, mandou a gente de volta pra Polônia. Acho que nem dava pra ficar na Suíça. E aí, nós voltamos e ficamos na Polônia até começar a guerra.

Di - E começada a guerra, vocês...

SW - Começando a ocupação alemã, a gente começou a fugir. Terminamos em Woff Lemberg, né, e em Lander a gente teve a ocupação russa. E de lá, uma noite, levaram a... Não. De lá eu tentei, com meu pai, fugir para a Romênia. Era uma cadeia toda que tinha. Então, primeiro ia meu pai e eu. E se a gente atravessasse bem, minha irmã mais velha, do primeiro casamento do meu pai, já tinha ido, já tinha atravessado, e a gente, depois, se desse tudo certo, ia minha mãe com a minha irmã. Mas nós fomos pegos pelos russos lá. Meu pai... Me seguraram junto com meu pai na cadeia durante uma semana, me devolveram pra minha mãe em Lemberg, e meu pai foi para a cadeia, em Moscou. Onde ficou. Depois, uma noite, eles pegaram todos os judeus que moravam em Woffe, todos que podiam e botaram num trem e foi todo mundo pra Sibéria. Da minha família só escapou meu tio que não estava lá naquele momento, mas a família dele foi toda...Foram catorze pessoas da minha família para...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Heranças e Lembranças

Entrevista com Stefan Wohl (SW) Geise Wohl (Ge)

Entrevistadoras: Paula (Pa) e Diane (Di)

Rio de Janeiro, 12/04/1988

Código da Entrevista: HL_HV023

Revisão: Nataniel Torres

.

[FITA 1 - LADO 1]

Di - A gente podia começar, seu nome?

SW - O meu nome eu já falei, inclusive falei certo, Stefan Wohl.

Di - Data de nascimento? Onde?

SW - 04 de Fevereiro de 1934. Em Viena, mas de pais poloneses. Nasci polonês, mas nasci... Mas não por acaso, mas nasci na... Não sei qual a razão exatamente. Nós tínhamos coisas lá também. A gente morava uma parte do ano em Viena.

Di - O senhor viveu quantos anos em Viena?

SW - Em Viena eu vivi... On and off. A gente morava na Polônia, às vezes passava algum tempo na Áustria. Mas até o começo da guerra. No começo da guerra, quando teve o Anschluss, a gente estava numa estação de esqui, na Áustria, e o filho de um sócio do meu pai, da Suíça, veio buscar a gente e levou a gente pra Suíça. Depois, infelizmente, mandou a gente de volta pra Polônia. Acho que nem dava pra ficar na Suíça. E aí, nós voltamos e ficamos na Polônia até começar a guerra.

Di - E começada a guerra, vocês...

SW - Começando a ocupação alemã, a gente começou a fugir. Terminamos em Woff Lemberg, né, e em Lander a gente teve a ocupação russa. E de lá, uma noite, levaram a... Não. De lá eu tentei, com meu pai, fugir para a Romênia. Era uma cadeia toda que tinha. Então, primeiro ia meu pai e eu. E se a gente atravessasse bem, minha irmã mais velha, do primeiro casamento do meu pai, já tinha ido, já tinha atravessado, e a gente, depois, se desse tudo certo, ia minha mãe com a minha irmã. Mas nós fomos pegos pelos russos lá. Meu pai... Me seguraram junto com meu pai na cadeia durante uma semana, me devolveram pra minha mãe em Lemberg, e meu pai foi para a cadeia, em Moscou. Onde ficou. Depois, uma noite, eles pegaram todos os judeus que moravam em Woffe, todos que podiam e botaram num trem e...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Uma judia guerreira
Texto

Krystyna Drozdowicz

Uma judia guerreira
Da paleta de cores ao azul
Texto

Toimi Juhani Letho

Da paleta de cores ao azul
Através dos danos
Vídeo Texto

Francisco de Paula Machado de Campos

Através dos danos
Texto
fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.