Edgar trabalhava desde muito cedo, aos 10 anos com seu irmão mais velho entregavam leite de casa em casa na cidade de Passo Fundo, sua condução era “aranha” (carroça), após a entrega do leite seguiam para a escola onde seu irmão estudava, enquanto ele continuava o caminho para casa. Conta que não frequentava a escola, pois era seus irmãos mais velhos que o ensinavam em casa, ele tinha muita curiosidade e vontade de estudar e sente-se triste por não ter freqüentado a escola. Mas mesmo com todas as dificuldades tinham tempo para brincar com seus 11 irmãos, sua brincadeira preferida era esconde-esconde, mesmo na simplicidade era muito feliz. O senhor Edgar veio morar em Coxilha com 16 anos, seu irmão arrumou seu primeiro emprego como cuidador de cavalos num celeiro, tinha que dormir ali para protegê-los, pois eram animais de competições, improvisava uma cama com as palhas do estábulo. Mais tarde, começa a trabalhar no açougue do seu irmão, mas teve que se afastar do trabalho por ser convocado ao serviço militar. Ao retornar a cidade de Coxilha, reencontra aquela menina que há anos atrás havia chamado sua atenção correndo com trancinhas no cabelo, agora ela tinha se tornado uma linda moça e começa a namorá-la, se casaram e tiveram três filhos. Segue trabalhando para seu irmão e anos mais tarde ele consegue montar seu próprio açougue. Senhor Edgar teve uma grande participação na emancipação do município de Coxilha, foi o primeiro presidente da Câmara de Vereadores, mas após esse mandato não continuou sua vida política, foi autor do projeto do nome da Escola Pantaleão Thomaz, nome esse em homenagem a um ilustre morador. Hoje é aposentado e reside no município com sua esposa, lê muito jornais e revistas e todo dia levanta cedo para cuidar de sua horta.

Açougue