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Personagem: Abel Gonçalves
Por: Museu da Pessoa,

O esforço e a tranquilidade de seu Abel, um português no Brasil

Esta história contém:

O esforço e a tranquilidade de seu Abel, um português no Brasil

Identificação

Meu nome é Abel Gonçalves, nasci em 11 de agosto de 1921, no Concelho de Lamego, Beira Alta, distrito de Viseu, norte de Portugal, numa região montanhosa. Os nomes dos meus pais são Alberto Gonçalves e Patrocínia da Conceição. Eles também são de Lamego. Toda a minha família é de Lamego.

No nosso quintal tinha um porco

Morávamos numa casinha de dois cômodos. A casa era feita de pedra e a divisão dentro da casa era de madeira. Eram dois quartos, sala, cozinha. Banheiro não se falava, porque banheiro era no mato, como diz o outro. Tinha um quintal lateral e um quintal nos fundos e uma garagem embaixo. Não era uma garagem, mas representa a garagem. De vez em quando, lá pro fim do ano, a gente botava um porquinho. A gente morava em cima e o porquinho embaixo. (risos) A casa ainda existe porque um irmão meu teve lá e visitou a casa. Nós vendemos há uns 20 e poucos anos pra trazer o resto da família. No quintal tinha uma parreirinha de uva. A gente plantava couve, alface, batatinha, plantava na horta. Não tinha luz, era lampião a querosene. Para cozinhar usávamos lenha. Era panelinha, tinha a marmitinha de vaca, a marmitinha de porca. Na cidade tinha pra vender panela de ferro fundido com quatro pezinhos. Punha no chão e aí enfiava aqueles gravetinhos. Punha no fogão. Botava o fogo e em cima tinha linguiça defumando. Depois botando cá o calorzinho embaixo pra defumar a linguiça. A gente fazia linguiça em casa. Quando matava um porco fazia a linguiça, fazia o chouriço, fazia o salpicão. O salpicão é dentro da tripa mesmo. Aqui eles tratam de paio. Lá era o salpicão. Fazíamos chouriço com o sangue do mesmo porco. Matava uma vez por ano. Matava e colocava outro no lugar. Era criado com os restinhos da comida que sobrava. A gente conservava a carne de porco salgada. Tinha uma mala apropriada, o salgador, salgava e deixava ali. Durava um ano. Quando era frio, nós crianças tomávamos uma pinga, bagaceira. Tomava uma...

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Dados de acervo

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Museu da Pessoa

Museu Aberto - Entrevista de Acervo

Depoimento de Abel Gonçalves

Entrevistado por Rosali Henriques e Neuza Guerreiro de Carvalho

São Paulo, 19/08/2000

Entrevista: MA_EA_HV001

Transcrição de Neuza Guerreiro de Carvalho

Revisado por Gustavo Kazuo

P/1 – Sr. Abel, a gente gostaria de começar a entrevista perguntando seu nome completo, o local e a data de seu nascimento?

R – Abel Gonçalves, 11/08/1921.

P/1 – E qual a sua cidade de nascimento?

R – Lamego, Beira Alta.

P/1 - Onde é essa cidade?

R – Portugal.

P/1 – Conta pra gente um pouquinho. Essa cidade, Lamego, ela é em que região lá? Conta um pouco pra gente onde é essa cidade?

R – Conselho de Lamego, distrito de Viseu.

P/1 – Mas era ao Norte, ao Sul?

R – Norte.

P/1 – É uma região de praia, de montanha?

R – Não, montanhosa.

P/1/ - Diga pra gente o nome de seus pais?

R – Alberto Gonçalves.

P/1 – E de sua mãe?

R – Patrocínia da Conceição.

P/1 – E seus pais também são dessa cidade de Lamego?

R – São da mesma cidade.

P/1 – E o senhor sabe qual a origem da família? Seus avós já eram daquela região?

R – Já eram daquela região.

P/1 – Tanto do lado do seu pai quanto do lado de sua mãe?

R – Dos mesmos lado.

P/1 – E qual a profissão de seu pai?

R – Meu pai era pedreiro.

P/1 – E o senhor se lembra muito bem de como era a casa em que o senhor morava lá em Portugal?

R – Era uma casinha de dois cômodos. Só que a casa é feita de pedra e a divisão dentro da casa é de madeira.

P/1 - Que cômodos eram esses? Eram quarto e sala, quê que era?

R – Dois quartos, sala, cozinha. Banheiro não se fala, porque banheiro era no mato como diz o outro.

P/1 – Ah. Banheiro era no mato? Mas essa casa que o senhor morava era dentro da cidade ou era na zona rural?

R – Era um bairro.

P/1 – Mas tinha um nome esse bairro?

R – Pertencia ao Douro.

P/1 – Ah. Ao Douro? O tamanho da casa. Tinha quintal, não tinha...

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