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Personagem: Raquel Barros
Por: Museu da Pessoa, 24 de julho de 2009

Mãe é quem cuida

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Mãe é quem cuida

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O meu nome é Raquel Barros e nasci aqui em Sorocaba no dia 16 de fevereiro de 1966.

Pelo fato de eu ter sido a primeira filha, meu pai foi muito ligado a mim. Ele é muito afetuoso. A minha mãe, absolutamente o contrário, tinha certa birra comigo e eu não era o padrão de filha legal: Eu não era bonita, era gordinha, usava óculos. Com oito anos, ela me levou no médico pra fazer regime. Eu tinha que atingir um padrão. Dos oito até os 16, eu emagrecia e engordava.

Quando eu tinha dez anos, resolvi que ia ser psicóloga.

Comecei a perceber o meu poder e a minha determinação na adolescência porque minha mãe falou: “Vamos todos morar na fazenda”. Eu falei: “Nem pensar. Com você, no meio do mato, nós vamos nos matar”. Ela falou: “O único jeito de você não ir, é passando no vestibular”. Fiz e passei nas três faculdades que prestei. E fui pra São Paulo estudar na USP.

Na faculdade, eu e umas amigas começamos a fazer a matéria:“Treino e Pesquisa” e ganhamos uma bolsa pra trabalhar com droga em rato. No primeiro ano, a gente já falou pra mulher que propôs a matéria: “Por que a gente não faz essa pesquisa em gente?”. Fizemos pesquisa com maconha.

Eu tinha uns namoradinhos e falava: “Eu vou nas baladas, não vou usar droga, nem bebo, fico só anotando”. Levava torta de morango e, na hora da larica, eles comiam e eu fazia a pesquisa.

Depois que me formei, existia um negócio de Centro de Medicina Social e Criminologia do Estado, que trabalhava com orientação pra pais. E tinha um cara que era pesquisador e chefe lá. A gente foi apresentar a nossa “pesquisinha” da maconha. O cara falou: “Vocês tem que vir fazer estágio aqui”. Fomos.

Aí, resolvi que tinha que ir pra Itália. Vendi meu carro, sem falar italiano, e fui. Ia ficar seis meses fazendo estágio em um lugar que era uma comunidade terapêutica.

Cheguei. Não sabia falar nada. Fui...

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imagem de: Raquel Barros
história: Mãe é quem cuida
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

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imagem de: Raquel Barros
história: Mãe é quem cuida
crédito: Acervo Pessoal
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imagem de: Raquel Barros
história: Mãe é quem cuida
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

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Projeto Histórias que Mudam o Mundo

Entrevista de Raquel Barros

Sorocaba, 24 de Julho de 2009.

Código da Entrevista: HMM_HV012

Revisão: Nataniel Torres

P/1 – Raquel, pra gente começar, você fala o seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R – O meu nome é Raquel Barros e eu nasci aqui em Sorocaba no dia 16 de fevereiro de 1966. Tenho 43 anos.

P/1 – A gente vai voltar um pouquinho na história. Você conheceu os seus avós?

R – Conheci, ainda tenho uma avó. Conheci todos os avós. Os da família da minha mãe eram mais distantes, moravam em uma outra cidade, mas tinha um avô que era muito legal, se chamava Zeca. Ele tinha tipo um armazém que vendia meio que de tudo, uma pessoa super boa gente, bacana, fazia coleção de estribos, era um cara assim. E casado com essa minha avó que era muito agitada, que queria ensinar boas maneiras pra gente quando a gente ia passar o final de semana lá. Era uma avó legal, mas não muito adorada porque só queria ensinar boas maneiras, tal. Na verdade, essa casa aqui é dela. E os outros avós são os mais próximos, os da parte do meu pai, que tem toda uma característica: São mais afetivos, sempre foram muito pobres e foram tendo dinheiro. Eles têm uma característica mais... Eu sou mais parecida com eles, meio aos trancos e barrancos. Meu avô meio que bebia, arrumava umas namoradinhas, a minha avó ficava brava. Ia na chácara, trazia ovo, abria aqui embaixo, vendia. Era uma coisa mais, assim, “bagunção”. Na verdade, eu sou muito ligada a minha avó. A minha mãe sempre foi muito chata comigo, tem toda uma história aí, então, eu me liguei muito nessa avó. Eu morava duas casas pra cima dessa e a minha avó aqui, e eu vinha para cá em todas as situações críticas e ela me acolhia. Eu fazia regime, ela me levava em lojas de estoque de doce, sabe? Então, ela era esse tipo, a transgressão. Foi ela que me ensinou a falar todos os palavrões... Ela ainda é viva, é a única viva. Sempre...

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Título: Mãe é quem cuida

Data: 24 de julho de 2009

Local de produção: Brasil / Sorocaba

Revisor: Nataniel Torres
Personagem: Raquel Barros
Autor: Museu da Pessoa

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