O entrevistado de hoje e também homenageado para o projeto Museu da Pessoa do Colégio Católica é Welington Ademir dos Santos, de 44 anos. Casado, pai de três filhos, Welington é natural de São Domingos do Prata, mas mora em Timóteo desde os 17 anos. Foi nesta época que ele começou a trabalhar como cuidador, antes mesmo de completar a maioridade. Já são mais de 20 anos de profissão, desempenhada com muita dedicação e zelo. Atualmente, Welington é cuidador do meu avô materno, ajudando não somente nos cuidados pessoais, mas também incentivando nas atividades de vida diária. Graças ao seu trabalho, meu avô consegue andar com auxílio e também realizar os exercícios propostos por outros profissionais, como fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.
Depois de conhecer um pouco mais sobre o Welington, vamos agora saber sua opinião sobre o dia da Consciência Negra, racismo e igualdade racial:
1) O dia da Consciência Negra é sempre celebrado no dia 20 de novembro, mas este ano terá um grande diferencial, pois pela primeira vez na história do Brasil será feriado nacional. Qual a importância desta data para você?
Esta data é importante para colocar em evidência o problema do racismo e trazer à tona as práticas de violência contra a população negra em nosso país. Vivemos em uma sociedade onde a população negra tem que provar seu valor sempre, tem que trabalhar mais e mesmo assim receber menos, além de conviver diariamente com olhares diferentes e preconceituosos.
2) Todos os dias, presenciamos no nosso cotidiano situações de preconceito racial e racismo, seja através das mídias sociais ou por relatos de pessoas próximas. Você já vivenciou alguma situação assim?
Já sim. Vou dar dois exemplos: O primeiro foi quando acertei por telefone um serviço de acabamento em gesso na residência de uma senhora, gerente de loja em nossa cidade. Combinamos tudo por telefone, inclusive recebi um adiantamento de 50%...
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O entrevistado de hoje e também homenageado para o projeto Museu da Pessoa do Colégio Católica é Welington Ademir dos Santos, de 44 anos. Casado, pai de três filhos, Welington é natural de São Domingos do Prata, mas mora em Timóteo desde os 17 anos. Foi nesta época que ele começou a trabalhar como cuidador, antes mesmo de completar a maioridade. Já são mais de 20 anos de profissão, desempenhada com muita dedicação e zelo. Atualmente, Welington é cuidador do meu avô materno, ajudando não somente nos cuidados pessoais, mas também incentivando nas atividades de vida diária. Graças ao seu trabalho, meu avô consegue andar com auxílio e também realizar os exercícios propostos por outros profissionais, como fisioterapeuta, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional.
Depois de conhecer um pouco mais sobre o Welington, vamos agora saber sua opinião sobre o dia da Consciência Negra, racismo e igualdade racial:
1) O dia da Consciência Negra é sempre celebrado no dia 20 de novembro, mas este ano terá um grande diferencial, pois pela primeira vez na história do Brasil será feriado nacional. Qual a importância desta data para você?
Esta data é importante para colocar em evidência o problema do racismo e trazer à tona as práticas de violência contra a população negra em nosso país. Vivemos em uma sociedade onde a população negra tem que provar seu valor sempre, tem que trabalhar mais e mesmo assim receber menos, além de conviver diariamente com olhares diferentes e preconceituosos.
2) Todos os dias, presenciamos no nosso cotidiano situações de preconceito racial e racismo, seja através das mídias sociais ou por relatos de pessoas próximas. Você já vivenciou alguma situação assim?
Já sim. Vou dar dois exemplos: O primeiro foi quando acertei por telefone um serviço de acabamento em gesso na residência de uma senhora, gerente de loja em nossa cidade. Combinamos tudo por telefone, inclusive recebi um adiantamento de 50% pelo serviço a ser feito. Um dia antes de começar o serviço, marcamos para assinar o contrato na loja. Quando a senhora me viu, já senti uma rejeição pela minha pessoa. Assim que saí, após uns 20 minutos, ela me ligou cancelando o serviço e pedindo devolução do adiantamento, o que fiz imediatamente, sem questionar. Uns dois dias depois, fiquei sabendo por um colega de trabalho, que foi contratado, que ela não me deixou fazer o serviço em sua casa porque eu era negro. Em protesto, o colega também deixou de fazer o serviço na casa dessa senhora.
A outra situação também aconteceu em ambiente de trabalho. A cozinheira da casa, onde eu cuidava de um paciente, falou para mim que não cozinhava, nem lavava para uma pessoa de cor negra. E repetiu isso em várias ocasiões. Felizmente, uma pessoa da casa ouviu ela falando e a dispensou.
3) Na sua opinião, como a escola pode contribuir para a construção de uma sociedade menos preconceituosa e sem discriminação racial?
As escolas deveriam ter aulas sobre igualdade racial e discussão sobre temas como racismo. Os alunos também devem conhecer a importância dos negros para a construção do nosso país. E será através do
conhecimento que poderemos construir uma sociedade mais justa e menos preconceituosa.
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