sobre a coleção

criada em: 27/01/2020

Em dado momento de sua entrevista, o cineasta Rafael Conde conta como “A Hora Vagabunda”, um de seus filmes mais famosos, trabalha com uma curiosa questão acerca da cidade de Belo Horizonte. Nos anos 1990 era notável que muitos saíam da cidade para tocar em frente suas vidas: “São Paulo para trabalhar, Rio para viajar e Belo Horizonte para descansar”. Dentre essas pessoas, havia grandes cabeças artísticas, ótimos profissionais. Disso, vinha a ideia de explodir (no filme) o viaduto Santa Tereza. Subindo Bahia e descendo Floresta, era por lá que as pessoas tinham de passar.
O projeto de memória que deu origem a essa coleção prova que muito mudou: não é necessário mais recorrer a métodos tão urgentes.
Esta cidade já basta para os seus - até transborda. O que podemos ver aqui, entre linhas e fotos, é uma pluralidade imensa de projetos, muitos finalizados e outros em pleno movimento. Assim, dinamismo é o que define Belo Horizonte: o Carnaval, o samba, o coral, a gastronomia, o boteco, a rádio, os livros, a dança, o erudito e as artes plásticas, entre tantas outras alegrias... Conversamos com gente que inova, cria, reinventa o espaço urbano - e também com quem faz uma pausa, medita e reflete sobre tudo isso. Percebemos como essa cidade acolheu pessoas de origens tão diferentes, desde os interiores de Minas até os cantos do país. Esse livro também narra a história de pessoas que se tornam belorizontinas de coração.
Todo recorte é, por definição, incompleto.
O material que segue foi produzido no segundo semestre de 2019 e, em vinte entrevistas, buscamos ao máximo a pluralidade de gênero, etnia, ocupação e localidade que pôde-se ter, considerando o curto espaço de produção. Acreditamos que, como num mosaico, olhar esta coleção com uma pequena distância nos dará uma ideia do estado de coisas de Belo Horizonte.
Uma cidade é o conjunto de suas pessoas e, portanto, deve ser representada com uma narrativa de carne e osso, cheia do cotidiano.
Buscamos no “comum”, na vida corriqueira - que todos nós levamos - o drama, a virada, o milagre. Quisemos fazer desfilar os momentos decisivos, engraçados, trágicos e sublimes. Só podemos desejar que vocês também se fascinem com essas personagens. Belo Horizonte: apenas 122 anos e já tanta história pra contar. Feliz aniversário!Esta coleção foi realizada através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (PRONAC 18.3727) com patrocínio da UBER


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