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Por: Museu da Pessoa, 18 de agosto de 2007

Brincadeiras de Roda em Lençóis

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Brincadeiras de Roda em Lençóis

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Eu nasci em 1928, fevereiro, uma quarta-feira. Eu fui nascendo e o rei foi batendo na porta. E o povo não queria cantar não, que mãe tinha parido. Mas ela disse: “Não, pode cantar!”. E assim, eu fui nascendo, o rei foi chegando e o povo foi cantando.

Mãe chamava-se Etelvina. Etelvina trabalhava na roça, que, naquele tempo, era o único lugar onde a mulher podia trabalhar, além da casa. Não é como hoje, que cada qual labuta num lugar. Pai chamava João, também era da roça, depois da pesca, e todo o tempo foi do garimpo. Pegava os diamantes e vinha, orgulhoso, mostrar em casa. Só que com muito cuidado, porque o diamante, se ele cai no chão, acha mais não: “encanta no chão mesmo”.

Eu era danada, acompanhava pai no garimpo, pescava com anzol e ainda tinha o meu serviço na roça. E, à noite, brincava de roda, ia cantar as cantigas de roda.

Uma coisa que guardei na lembrança foi a tal da palmatória. Pai não era de bater não, mas quando pegava a palmatória… Outra lembrança era a lenha que, todo dia, ia buscar pra cozinhar. E outra ainda, era a roupa que lavava lá no Serrano: mais tarde, levava a fileira de filinhos comigo e trazia as trouxas - não tinha carrinho não, era bacia na cabeça. Só que, antes, deixava quarar e secar na pedra. Depois eu casei. Quer dizer, no início, “ajuntei”. Só depois de quatro filhos é que teve o casório, oito noites de festa - trabalhava de dia e de noite ia vadiar. Vadiar quer dizer sambar, comer e beber. E a brincadeira ia longe - tinha até sanfoneiro. Eu sempre pedi a meu Deus pra casar, ou seja, “juntar na beira de um toco pra não precisar viver com a cuia na mão, pedindo a um e a outro”.

E hoje o meu orgulho são essas Caminhadas que a gente faz com o Márcio, o Mestre Griô. A gente canta, ele puxa, algumas canções são bem antigas, outras a gente aprendeu a cantar:

Ô, mulher rendeira,

ô, mulher rendá

você me ensina a fazer renda,...

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