IDENTIFICAÇÃO Wellington Jorge Alves Tinoco nasceu no dia 7 de fevereiro de 1959, em Natal, no Rio Grande do Norte. INGRESSO NA PETROBRAS No início de 1984, trabalhava em uma prestadora de serviço para a Petrobras. Havia enviado meu currículo na Empresa quando fui convocado para fazer uma seleção para Instrumentista. Minha formação técnica é em Eletrotécnica e tinha feito um Curso de Instrumentação no SENAI. Havia somente uma vaga. Fiz o concurso e fiquei em segundo lugar. Como a pessoa que havia ficado em primeiro lugar estava em situação irregular no país, por questão de passaporte, fui chamado. Em dezembro de 1984, iniciei minha história com a Empresa. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Fui trabalhar na Área de Instrumentação, na PUB - 2 [Plataforma de Ubarana], no mar do Rio Grande do Norte. Dávamos manutenção aos equipamentos de controle. Era uma instrumentação pneumática, um processo antigo. Hoje é outra realidade. A instrumentação está mais moderna em todas as plataformas que existem em nossa área. Também participei desse processo. Alguns anos depois, fui trabalhar no Setor de Projetos. Saí do mar, depois de dez anos como instrumentista, e fui trabalhar no Setor de Compras. Depois, retornei para o Setor de Projetos, para a Área de Automação. Ajudei a projetar essas automações que mudaram toda a filosofia existente nas plataformas. Saímos do processo antigo de instrumentação e nos modernizamos. A UN-RNCE foi pioneira e modernizou as plataformas, campos terrestres e as estações. Elaboramos equipamentos microprocessados. Em setembro do ano passado, a Engenharia do Ativo de Mossoró, me convidou para assumir a Gerência de Serviços Gerais do Ativo de Produção de Mossoró, tendo em vista minha experiência como Diretor Administrativo e como Presidente do CEPE [Clube dos Empregados da Petrobras] e pelos envolvimentos que tinha na Cooperativa Educacional, em Natal. Trabalho na sede,...
Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Wellington Jorge Alves Tinoco nasceu no dia 7 de fevereiro de 1959, em Natal, no Rio Grande do Norte. INGRESSO NA PETROBRAS No início de 1984, trabalhava em uma prestadora de serviço para a Petrobras. Havia enviado meu currículo na Empresa quando fui convocado para fazer uma seleção para Instrumentista. Minha formação técnica é em Eletrotécnica e tinha feito um Curso de Instrumentação no SENAI. Havia somente uma vaga. Fiz o concurso e fiquei em segundo lugar. Como a pessoa que havia ficado em primeiro lugar estava em situação irregular no país, por questão de passaporte, fui chamado. Em dezembro de 1984, iniciei minha história com a Empresa. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Fui trabalhar na Área de Instrumentação, na PUB - 2 [Plataforma de Ubarana], no mar do Rio Grande do Norte. Dávamos manutenção aos equipamentos de controle. Era uma instrumentação pneumática, um processo antigo. Hoje é outra realidade. A instrumentação está mais moderna em todas as plataformas que existem em nossa área. Também participei desse processo. Alguns anos depois, fui trabalhar no Setor de Projetos. Saí do mar, depois de dez anos como instrumentista, e fui trabalhar no Setor de Compras. Depois, retornei para o Setor de Projetos, para a Área de Automação. Ajudei a projetar essas automações que mudaram toda a filosofia existente nas plataformas. Saímos do processo antigo de instrumentação e nos modernizamos. A UN-RNCE foi pioneira e modernizou as plataformas, campos terrestres e as estações. Elaboramos equipamentos microprocessados. Em setembro do ano passado, a Engenharia do Ativo de Mossoró, me convidou para assumir a Gerência de Serviços Gerais do Ativo de Produção de Mossoró, tendo em vista minha experiência como Diretor Administrativo e como Presidente do CEPE [Clube dos Empregados da Petrobras] e pelos envolvimentos que tinha na Cooperativa Educacional, em Natal. Trabalho na sede, mas cubro todo o campo. COTIDIANO DE TRABALHO Gerência Setorial de Serviços Gerais É um trabalho bem pesado, porque temos, em nosso setor, 26 funcionários da Petrobras e, em média, 600 funcionários contratados. Isso envolve toda a área de segurança patrimonial, liberação de terras, alimentação dos funcionários, limpeza e manutenção predial. Recentemente, assumimos 60 projetos de obras civis. Tudo isso dá muito trabalho, mas estamos satisfeitos e motivados para prestar esses serviços para nossos clientes. HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS Tenho muitas lembranças, principalmente da época do mar. Tivemos eventos felizes, que marcaram, eventos tristes como acidentes com helicóptero, lembranças de companheiros que faleceram. Tenho bons momentos vividos no mar. Às vezes, precisava passar mais do que a jornada de 15 dias embarcado e tenho muitas histórias desse período. Abirão Lembro do Abirão, um colega que tinha dificuldade em entender uma palavra que tivesse um nível maior de complexidade. Um dia, um colega chamou-o de poliglota. O Abirão nos procurou para saber o que era poliglota. Brinquei que nosso amigo havia chamado o Abirão de todos os palavrões. Que ele havia sido chamado de “corno”, de “boiola” e tudo o mais. O Abirão “partiu para cima” do outro colega para agredi-lo Essa é uma das histórias que achei bem interessante. Depois tivemos que conversar com ele para desfazer a brincadeira COTIDIANO DE TRABALHO Não senti diferença ao sair do mar para vir trabalhar em terra, até porque foi uma decisão minha. Bem antes de um processo de enxugamento por que passou todo o efetivo do mar, me antecipei a isso. Já estava saturado. Após dez anos, achei que já era meu tempo e fui trabalhar em Natal. SINDICATO Sou filiado ao Sindipetro, já fui delegado sindical, representando o mar, há uns 16 anos atrás. Participei de vários movimentos, principalmente, do enfrentamento com o Governo Collor. Fizemos nossa primeira greve na região em que as plataformas deixaram de produzir. Esse período era bom, porque tinha um desenvolvimento forte, mas era muito desgastante também. Confesso que prefiro esse momento que vivemos hoje, com a mudança do governo. RELAÇÃO PETROBRAS E SINDICATO A relação do Sindicato com a Petrobras mudou. Tenho acompanhado, em Natal e em Mossoró, o relacionamento dos dirigentes sindicais com a Gerência de Ativos. Essa relação melhorou consideravelmente. Foi interessante o momento desta greve que fizemos. Na hora que fechamos todos os poços do campo, ninguém tinha coragem de chegar lá e apertar o painel. Os líderes tiveram a idéia de todo mundo, de mãos dadas, ir lá e desarmar o painel. Esse foi um momento bem emocionante. Passamos por um período de vários dias de greve. Quando fechamos o acordo, ficamos sabendo que teríamos que passar mais três dias para retomar todo o Campo. Depois de mais de 15 dias embarcado, com tanta tensão, ainda tivemos que passar mais três dias. Vi que era necessário naquele momento. A greve tinha acabado e tínhamos que produzir o tempo todo. Se fosse necessário, a pedido da nossa Chefia, ficaria sem problema algum. Os outros companheiros também concordaram. Foi um momento importante nessa decisão. Na hora de fazer a greve, fizemos. Na hora de retomar, voltamos. Foi um momento de responsabilidade e senso profissional. Essa greve ocorreu no início do Governo Collor. HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS “Toninho” Em terra, os momentos mais marcantes são as histórias dos colegas. Em Natal, lembro de um colega que chamávamos de Toninho. Sempre que saía para farrear, chegava tarde e sua esposa reclamava muito. Em uma das últimas farras que fizemos, chegou em casa com caranguejos e explicou para a mulher: “Olha, não dá para chegar da feira até aqui em dois dias Gasto três dias para chegar” PROJETO MEMÓRIA PETROBRAS Estava “maluco” para participar disso. Vi o livro do Projeto anterior e achei muito bons os depoimentos e as histórias dos colegas. Acho muito importante um Projeto como esse. Ter uma memória para ficar guardada e retratada reflete essa mudança que está ocorrendo na Petrobras com a mudança do Governo. Isso é um ponto positivo para ser percebido, para acompanhar. Temos acompanhado, em alguns empregados da Empresa, uma certa cobrança em relação ao relacionamento do empregado com a própria Empresa, com as Gerências, com a Direção. A mudança salta aos olhos. Estou sinceramente feliz. Era isso o que esperava com a mudança do Governo. Estou muito feliz de estar dentro dessa Empresa. Enquanto dirigente sindical, isso não atrapalha em nada o trabalho que venho fazendo hoje. Pelo contrário, tem me ajudado. Tenho um relacionamento bom com os dirigentes sindicais. Estou muito feliz, não só na Empresa, mas com o contexto que se passa, hoje, no nosso país.
Recolher