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Por: Museu da Pessoa, 27 de setembro de 2006

Uma temporada com os Saterés-Mawés

Esta história contém:

Uma temporada com os Saterés-Mawés

Meu nome é Sônia da Silva Lorenz, eu nasci no dia 18 de novembro de 1953, no Rio de Janeiro, na Gávea. O meu pai, que já faleceu, ele era gaúcho. E ele é de uma família já nascida no Rio Grande do Sul, mas de origem alemã. Os bisavós do meu pai. O bisavô do meu pai fugiu do alistamento na Primeira Guerra Mundial. E a primeira geração dessa família que foi para a universidade é a geração do meu pai, que foi estudar Agronomia em Viçosa. O avô da minha mãe é português, veio de Borba, do Norte de Portugal. E era fazendeiro, tinha sete fazendas no interior do Estado do Rio, trabalhava com cachaça, com rapadura, com cana, numa fazenda que tinha senzala. E os meus pais se conheceram em Niterói. Meu pai se formou em Viçosa, ele arrumou um emprego na Secretaria de Agricultura do Estado do Rio e veio morar em Niterói. E tinha amigos que eram amigos da minha mãe, da praia. E aí, eles se conheceram através desses amigos comuns e se apaixonaram. E eles viveram juntos 49 anos, até o meu pai falecer em 2002.

A minha mãe, ela se formou professora. E ela trabalhou como professora em escolas públicas na Baixada Fluminense. E ela achava importantíssimo as pessoas estudarem. E o meu pai é a primeira geração de uma família de imigrantes que chegou à universidade. Então, meu pai achava que a gente tinha que estudar tudo. Então, dentro da minha casa tinha um ambiente muito propício à gente ler, estudar, ir à escola. Era bastante propício o ambiente familiar.

Eu vim para São Paulo com 11 anos. Eu acho que, quando chegou no que a gente chama hoje de colegial, eu acho que aí eu comecei a tomar muito contato com essa questão da gente estar vivendo um regime de exceção, repressivo. E, aí, eu fiquei sabendo que as pessoas eram mortas, que as pessoas eram torturadas, que tinham unidades clandestinas. Enfim, eu acho que aí que eu entrei em contato mesmo com essa parte dark. Essa coisa horrível que foi a ditadura no Brasil.

Depois, eu entrei na...

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Retrato de Sônia da Silva Lorenz

Dados da imagem Mulher loira, cerca de meia idade, com roupas claras e em pé. Se encontra em uma escada na entrada de uma casa.

Período:
Ano 2007

Local:
Brasil / Rio De Janeiro

Imagem de:
Sônia da Silva Lorenz

História:
Uma temporada com os Saterés-Mawés

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
casa, janela, sorriso, alegria, mulher, escada, sol

Mulher loira, cerca de meia idade, com roupas claras e em pé. Se encontra em uma escada na entrada de uma casa.

Dados de acervo

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Projeto Memória dos Brasileiros Maués

Depoimento de Sônia da Silva Lorenz

Entrevistada por André Machado e Marília Fróis

São Paulo, 27/09/2006

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista número MBMaués_HV001

Transcrito por Anabela Almeida Costa e Santos

Revisado por Viviane Aguiar

Publicado em 18/02/2008

P1 – Professora Sônia, para começar, eu gostaria que a senhora nos dissesse seu nome completo, a data e o local de nascimento.

R1 – É Sônia da Silva Lorenz, eu nasci no dia 18 de novembro de 1953, no Rio de Janeiro, na Gávea.

P1 – Eu queria que a senhora falasse um pouco sobre a sua família. Qual era o ano dos seus pais, qual era a origem deles, o que eles faziam? A senhora sabe como eles se conheceram? Como eles se casaram?

R1 – O meu pai, que já faleceu, ele era gaúcho. E ele é de uma família já nascida no Rio Grande do Sul, mas de origem alemã. Os bisavós do meu pai. O bisavô do meu pai fugiu do alistamento na Primeira Guerra Mundial. Era um jovem que morava em Berlim, aí tinha o alistamento para a Primeira Guerra. E ele com o irmão, que também era um rapaz, fugiram de casa, foram para o porto de Hamburgo, pegaram um navio. Um desceu em Nova York, nunca mais ninguém soube. E o outro desceu em Buenos Aires, depois veio para Porto Alegre. Casou-se com... E, aí, a família morava no interior do Rio Grande do Sul e na cidade. Portanto, a família do meu pai é uma família de imigrantes alemães. Eles eram comerciantes, eram caixeiros viajantes. A primeira geração que mora em Porto Alegre é o meu avô, que era construtor. E a primeira geração dessa família que foi para a universidade é a geração do meu pai, que foi estudar Agronomia em Viçosa. Bem, a minha mãe, ela é de uma família de... O avô da minha mãe é português, veio de Borba, do Norte de Portugal. E era fazendeiro, tinha sete fazendas no interior do Estado do Rio, trabalhava com cachaça, com rapadura, com cana, numa fazenda que tinha senzala. E a...

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