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Personagem: Casé Angatu
Por: Casé Angatu, Museu da Pessoa, 30 de abril de 2019

O sangue Tupi não abaixa a cabeça pra dizer amém

Esta história contém:

O sangue Tupi não abaixa a cabeça pra dizer amém

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Muitos nordestinos indígenas são forçados a sair da sua terra por expulsão. Então, a gente é expulso das nossas terras e meu nascimento espiritual se dá então em Palmeiras dos Índios. Meu pai migra, junto com vários Xukurus, quase 80 Xukurus, vem pro interior de São Paulo, onde conhece a minha mãe, que é uma Kaingang, casa com a minha mãe, tem uma passagem pela Bahia onde eu nasço, nasci lá na Bahia, mas não teve o registro, demorou-se a registrar, foi parto caseiro, quem fez o parto foi minha avó e aí eu fui registrado aqui em São Paulo. Nessa migração, forçada novamente, veio morar aqui no bairro da Penha de França, na zona leste, perto do rio Tiquatira. Esta história que eu estou narrando é a história de vários povos indígenas, nordestinos, do interior de São Paulo, do interior do Paraná, de Minas Gerais, que vai ter que morar em Recife, Salvador, nas grandes capitais. Aqui a gente morou em uma colônia indígena. Nós mantivemos a nossa tradição, a nossa língua, a nossa fala. A gente fala tupi, a gente é da tradição tupi, nós temos a cultura tupi. Nossa religiosidade se manteve, fumamos o cachimbo, fazemos a roda, a cantoria e ainda tinha muito da língua. A língua que a gente falava, ainda é, né? É muito nasal, não bate muito a língua no céu da boca. Então, essa história é a história de um povo. São Paulo, pelos dados estatísticos, é a quarta maior cidade do Brasil, indígena e quase 70%, 80% desses indígenas de São Paulo são índios nordestinos, expulsos de suas terras. Garrincha era um índio Fulni-ô, também vem dessa trajetória, expulso da terra. Aqui a gente manteve a cultura e manteve a tradição e eu me lembro que quando a minha mãe me colocou na escola não indígena, na cidade de São Paulo, a professora me colocou na sala de alunos especiais, por conta que ela cortava meu cabelo tigelinha e como eu não falava muito com a língua batendo na boca, eu só podia falar com um pregador...

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