Meu nome é Clarice de Araujo Oliveira, tenho 45 anos, sou professora do Ensino Fundamental I na rede pública há quase19 anos, atualmente trabalho como Professora Orientadora de Informática Educativa na EMEF “Senador Miltom Campos”, localizada na periferia do Estado de São Paulo, perto da minha casa.
As crianças desta comunidade são muito carentes, e eu gosto muito de trabalhar lá.
Bem, agora voltando a falar de mim, vou contar um trecho marcante na minha vida, que ocorreu em 2006.
Era carnaval, mês de fevereiro, estava tudo bem comigo, pelo menos eu achava. Quando anoiteceu, comecei a sentir uma dor abdominal terrível, eu não conseguia ficar em pé nem deitada de tanta dor, ficava ajoelhada. Liguei para o meu marido que, justamente naquela noite, tinha ido ao mercado. Expliquei o que estava acontecendo e ele voltou rápido para casa, já com um monte de remédios. Os remédios não fizeram efeito nenhum, e ele teve que realmente me lever a um pronto-socorro.
Chegando lá, o médico me examinou e disse que eu estava com infecção intestinal, fui medicada, por volta de umas 4 horas da manhã não obtendo quase nenhuma melhora. Acabei voltando para casa. Depois de tanta medicação, comecei a melhorar e dormi. No dia seguinte, continuei com medicação e repouso, pois vomitava muito ainda, os dias foram passando e eu melhorei. Entretanto, numa bela quinta-feira, depois de ter trabalhado, fui para casa almoçar e tive outra crise, tomei os remédios e fiz repouso.
Com o decorrer do tempo, eu comia quase nada e meu estômago parecia que ia explodir, até que resolvi ir a um gastrointerologista, fiz outros exames e constatou-se que eu estava com pangastrite (uma gastrite leve), tomei a medicação adequada, fiz regime alimentar, apesar de ser magra, emagreci mais uns quilos, aí comecei a sentir um caroço do lado esquerdo na região abdominal. Não conseguia mais usar sapato alto, porque sentia dor e inchava, então fui à ginecologista, sendo examinada...
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Meu nome é Clarice de Araujo Oliveira, tenho 45 anos, sou professora do Ensino Fundamental I na rede pública há quase19 anos, atualmente trabalho como Professora Orientadora de Informática Educativa na EMEF “Senador Miltom Campos”, localizada na periferia do Estado de São Paulo, perto da minha casa.
As crianças desta comunidade são muito carentes, e eu gosto muito de trabalhar lá.
Bem, agora voltando a falar de mim, vou contar um trecho marcante na minha vida, que ocorreu em 2006.
Era carnaval, mês de fevereiro, estava tudo bem comigo, pelo menos eu achava. Quando anoiteceu, comecei a sentir uma dor abdominal terrível, eu não conseguia ficar em pé nem deitada de tanta dor, ficava ajoelhada. Liguei para o meu marido que, justamente naquela noite, tinha ido ao mercado. Expliquei o que estava acontecendo e ele voltou rápido para casa, já com um monte de remédios. Os remédios não fizeram efeito nenhum, e ele teve que realmente me lever a um pronto-socorro.
Chegando lá, o médico me examinou e disse que eu estava com infecção intestinal, fui medicada, por volta de umas 4 horas da manhã não obtendo quase nenhuma melhora. Acabei voltando para casa. Depois de tanta medicação, comecei a melhorar e dormi. No dia seguinte, continuei com medicação e repouso, pois vomitava muito ainda, os dias foram passando e eu melhorei. Entretanto, numa bela quinta-feira, depois de ter trabalhado, fui para casa almoçar e tive outra crise, tomei os remédios e fiz repouso.
Com o decorrer do tempo, eu comia quase nada e meu estômago parecia que ia explodir, até que resolvi ir a um gastrointerologista, fiz outros exames e constatou-se que eu estava com pangastrite (uma gastrite leve), tomei a medicação adequada, fiz regime alimentar, apesar de ser magra, emagreci mais uns quilos, aí comecei a sentir um caroço do lado esquerdo na região abdominal. Não conseguia mais usar sapato alto, porque sentia dor e inchava, então fui à ginecologista, sendo examinada pela médica. Ela ficou assustada, pois eu estava com duas massas nesta região. Imediatamente fui encaminhada para fazer um eletrocardiograma e, posteriormente, a um oncologista. E fui, o primeiro médico oncologista me pediu vários exames e fiz todos. Isso durou quase cinco meses, de tanto exames que ele me pediu, eu ia e voltava e o médico não dizia nada a respeito do meu problema, até que chegou o momento, após ter feito uma biópsia, que ele nem quis me ver, falou comigo por telefone e me encaminhou para outro oncologista, dizendo que ele faria a minha cirurgia, e que eu pegasse todos os exames na portaria para levar a este outro oncologista, que me encaminhou a outro.
Enfim, com o terceiro oncologista, eu já estava aborrecida porque eu sabia que tinha algo errado, mas ninguém me dizia a gravidade do problema. Foi assim que eu entrei no consultório do meu médico, já em 24 de julho de 2006 contei a ele a minha trajetória e diante de todos os meus exames ele disse que eu estava com câncer malígno, que era preciso urgência e o processo era cirurgico, não tinha tratamento. Na mesma hora ele me explicou todos os riscos possíveis e marcou a cirurgia para 02/08/2006, e disse que faria de tudo para me trazer de volta.
Depois ter feito a 1ª cirurgia, que demorou quase 8h, tive outros problemas em decorrência do tumor, fiquei internada durante um mês, depois tive alta, precisei fazer outra cirurgia, em função do rim direito que foi afetado pelo tumor, fiz quimioterapia, fiquei careca, inchada, emagreci mais 8 quilos, mas estava firme, para ajudar a minha família novamente. Tive que fazer a terceira cirurgia, pois meu rim parara de funcionar e teve que ser retirado. Enfim, num espaço de 7 meses, fiz três cirurgias, mais uma microcirurgia em que colocaram um aparelho em meu peito para poder ser medicada com a quimio.
Em março de 2007, retornei ao médico para saber do resultado da última cirurgia que tinha sido realizada no dia 07/02/2007, outro carnaval. Para alegria de todos o médico disse que eu estava curada e que tinha acontecido um milagre na minha vida.
Fiquei 10 meses afastada da escola, recebendo o carinho dos meus amigos de trabalho e da minha família. Quando retornei ao trabalho em 28/05/07, foi uma festa. Hoje, agradeço a DEUS todos os dias por ter me dado esta chance de contar a vocês um pedaço da minha história. Beijos.
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