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Personagem: Mieczyslaw Dymetman
Por: Museu da Pessoa,

Um fuga para a vida

Esta história contém:

Um fuga para a vida

Bom, meu primeiro nome e Mieczyslaw, sobrenome Dymetman, que significa na verdade ‘homem de diamantes’. Então provavelmente um ancestral meu deve ter sido comerciante de diamantes. E o lugar de nascimento é Varsóvia, que é a capital da Polônia, poucos anos atrás, em 1924, portanto, eu estou com 88 anos de idade e aguardando mais uns 22 para fazer 120 anos. Eu fui só, filho único, portanto, eu tinha pais muito presentes, muito amorosos, e eu acho que a partir de como foi com todo mundo repete, eu acho que a ligação de um filho com uma mãe é muito mais forte do que a ligação de um filho com o pai. Isto também se deu no meu caso. Tinha uma ligação bem mais afetiva com a minha mãe. E a minha história de vida ficou muito marcada por esta preferência. Eu vou pular, se vocês permitirem, pelo tempo, que eu perdi minha mãe no campo de concentração e eu me culpei de ela ter morrido e eu sobrevivido, embora racionalmente, eu não tinha nenhuma condição de salvar minha mãe, mas tinha uma coisa, a minha mãe foi deportada na minha frente e até hoje, eu fiz 20 anos de terapia pra poder falar um pouco a respeito, e até hoje eu tenho dificuldade. Porque é o seguinte: eu cheguei com meu pai no campo de concentração, num determinado dia, pelas 11 da noite, e talvez mais tarde eu vou dar mais detalhes, eu me encontrei com a minha mãe lá, no mesmo campo. E minha mãe me disse: “Olha, amanhã de manhã eu vou ser deportada. Eu tentei fazer o que era possível para retardar, eu dei um dinheiro que eu tinha para o hospital, para uma enfermeira, que atestou que estou grávida, o que não é verdade, mas depois de uma semana passou para um médico que não dá para corromper e eu fui reprovada e amanhã de manhã vou ser deportada”, o que aconteceu na minha frente. Dois meses depois eu consegui ficar no campo sem ser deportado, porque todos os judeus... O campo se chama Rivesaltes é no sul da França, era um campo onde todos os...

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P/1 – Primeiro gostaria de agradecer a presença do senhor aqui, de estar dando o seu depoimento e pra começar queria que o senhor falasse seu nome, local e data de nascimento.

R – Bom, meu primeiro nome e Mieczyslaw, sobrenome Dymetman, que significa na verdade ‘homem de diamantes’. Então provavelmente um ancestral meu deve ter sido comerciante de diamantes. E o lugar de nascimento é Varsóvia, que é a capital da Polônia, poucos anos atrás, em 1924, portanto, eu estou com 88 anos de idade e aguardando mais uns 22 para fazer 120 anos. Que mais?

P/1 – Qual o nome dos seus pais?

R – O nome do meu pai e Jacob, da minha mãe é Rana, Shana ou Ana, mas é a versão brasileira.

P/1 – Conta um pouquinho deles, da origem deles, de onde eles vieram.

R – Bom, toda a minha família, inclusive ancestrais, até onde eu tenho conhecimento, eram todos nascidos em Varsóvia. Agora vou aproveitar e contar uma historinha muita curta sobre Varsóvia. Como Varsóvia é a capital, os que nasceram e viviam em Varsóvia se achavam superior aos poloneses que moravam nas cidades menores, no interior, que a Polônia também é país de agricultura. E essa ideia de supremacia dos varsovianos, se a gente pode usar este termo, acaba existindo até hoje. Que não Brasil não tem, né, capital não se acha superior, talvez haja diferenças em regiões, mas não de capital para cidades de segunda linha.

P/1 – Conta um pouquinho da sua mãe, seu pai, como eles eram?

R – Como?

P/1 – Seus pais, sua mãe e seu pai, como eles eram?

R – Bom, eu fui só, filho único, portanto, eu tinha pais muito presentes, muito amorosos, e eu acho que a partir de como foi com todo mundo repete, eu acho que a ligação de um filho com uma mãe é muito mais forte do que a ligação de um filho com o pai. Isto também se deu no meu caso. Tinha uma ligação bem mais afetiva com a minha mãe. E a minha história de vida ficou muito marcada por esta preferência. Eu vou pular, se vocês...

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