Sonhei que um casal de amigas da minha companheira R. chegavam em casa e me parabenizavam pela minha tranquilidade em aceitar o que estava por vir. Eu fiquei sem graça e sem entender, esperei a conversa seguir para saber do que se tratava. Uma delas disse que sabia que eu aceitaria o casamento da R. com outra mulher por que reconheceria que não havia o que fazer e seria uma mera formalidade. Foi neste momento que fiquei sabendo que naquele dia iriamos ao cartório para assinar os papéis do casamento da R. com uma outra pessoa e eu seria testemunha. As amigas vieram de Belem para o evento e depois faríamos um almoço em casa. Eu fiquei em choque por que R. não tinha me contado que isso aconteceria e a partir daí fiquei sem atônita. Ela começou a explicar os benefícios em termos de proteção para a nossa família como consequência do casamento arranjado, mas aquelas associações não tinham lógica para mim, então era como se eu não ouvisse ou entendesse o que estava sendo dito. Fomos ao cartório eu assinei como testemunha e todos tratavam como se nós duas estivéssemos assinando como cônjuges. E eu pensava: isso é uma mentira, tá todo mundo louco. Na volta viemos para casa e todos tinham que deixar os pertences e sapatos no hall de entrada, mas não cabia e ficou uma bagunça. Depois não tínhamos mesa, cadeiras, talheres para todos então tínhamos que nos revezar para comer e não podíamos conversar enquanto almoçavamos. Minha chateação foi aumentando: a falta de espaço com muitas pessoas em casa, a bagunça e a situação de ter que ser testemunha do casamento da minha companheira com outra pessoa foi me deixando chateada. Saí de casa correndo e em uma ladeira encontrei um amigo que me contou que seu companheiro tinha morrido de COVID e na mesma hora o corpo do companheiro morto apareceu na beira de uma praia perto de nós, com vários ferimentos. Ficamos juntos chorando e quando eu voltei para casa a R. estava lá sozinha para se...
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Sonhei que um casal de amigas da minha companheira R. chegavam em casa e me parabenizavam pela minha tranquilidade em aceitar o que estava por vir. Eu fiquei sem graça e sem entender, esperei a conversa seguir para saber do que se tratava. Uma delas disse que sabia que eu aceitaria o casamento da R. com outra mulher por que reconheceria que não havia o que fazer e seria uma mera formalidade. Foi neste momento que fiquei sabendo que naquele dia iriamos ao cartório para assinar os papéis do casamento da R. com uma outra pessoa e eu seria testemunha. As amigas vieram de Belem para o evento e depois faríamos um almoço em casa. Eu fiquei em choque por que R. não tinha me contado que isso aconteceria e a partir daí fiquei sem atônita. Ela começou a explicar os benefícios em termos de proteção para a nossa família como consequência do casamento arranjado, mas aquelas associações não tinham lógica para mim, então era como se eu não ouvisse ou entendesse o que estava sendo dito. Fomos ao cartório eu assinei como testemunha e todos tratavam como se nós duas estivéssemos assinando como cônjuges. E eu pensava: isso é uma mentira, tá todo mundo louco. Na volta viemos para casa e todos tinham que deixar os pertences e sapatos no hall de entrada, mas não cabia e ficou uma bagunça. Depois não tínhamos mesa, cadeiras, talheres para todos então tínhamos que nos revezar para comer e não podíamos conversar enquanto almoçavamos. Minha chateação foi aumentando: a falta de espaço com muitas pessoas em casa, a bagunça e a situação de ter que ser testemunha do casamento da minha companheira com outra pessoa foi me deixando chateada. Saí de casa correndo e em uma ladeira encontrei um amigo que me contou que seu companheiro tinha morrido de COVID e na mesma hora o corpo do companheiro morto apareceu na beira de uma praia perto de nós, com vários ferimentos. Ficamos juntos chorando e quando eu voltei para casa a R. estava lá sozinha para se desculpar, chorando e quando foi me abraçar ela me pegou pelo pescoço bem fortemente, a expressão dela era de um abraço e a minha era de dor e sufocamento, falta de ar. Assim ela ficou por alguns minutos e quando ela me soltou eu senta minha garganta entupida e disse para ela que não aceitaria me casar com ela em fevereiro de 2021 como combinado. Voltamos para a ladeira e ela me seguia tentando me convencer e eu mantinha minha opinião que isso não aconteceria. De repente eu estava em uma reunião de trabalho com a minha ex-chefe e ela estava me dizendo que havia feito um teste de COVID que tinha dado negativo e que o teste era de mentira, ela tinha comprado um teste falso e se lamentava por ter sido enganada. Eu disse a ela que não tinha feito o teste por que estou em isolamento então não gastaria o teste que profissionais de saúde poderiam fazer e tinham mais necessidade que eu. Começamos a fazer os cálculos de quantos porcento da população já entrou em contato com o vírus e chegamos a 6 %. Ficamos nos perguntando quanto tempo levaria para o vírus chegar até a gente e nessa conta não conseguimos chegar a nenhum resultado.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
No dia 26 minha companheira que é profissional de saúde fez um teste de COVID e deu negativo. Eu decidi não fazer por que tenho trabalhado em casa e imaginei que se ela tivesse positivado, teria me passado e eu poderia me testar tb, mas como ela deu negativo então eu decidi não me testar. Ela ficou frustrada por não ter anticorpos e se sentiu mais exposta do que estava se sentindo antes. Achamos que tinha uma possibilidade de já termos sido infectadas e estarmos imunes agora. Ela conhece e convive com pessoas que estão positivas e morreram. Hoje 27 é meu aniversário, adoro festejar. Sempre faço várias festas com familia, com amigos, jantares amorosos...queria dar uma festa em casa e no sonho a festa acontece mas não é boa, fico pensando se o que entendiamos como festa voltará a acontecer. Na quarentena o que sinto mais falta é de me reunir com amigos, e durante o dia um casal de amigos nos enviou fotos da ultima viagem que fizemos juntos e ficamos lembrando e pensando quanto tempo levaria para podermos fazer isso de novo. A associação que faço são os medos das mudanças de planos que a quarentena traz, com o resultado negativo, talvez a gente volte a pensar na possibillidade de R. ter que não voltar para casa após o trabalho, para não colocar eu e nosso filho em risco. No sonho, volto a me relacionar com a minha ex-chefe com quem não falo a anos e com a minha companheira não falamos de uma decisão importante tomada por ela. Parece uma inversão, um mundo de cabeça para baixo, onde o abraço que é uma demonstração de afeto vira o risco de pegar uma doença que tira seu ar.
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