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Por: Museu da Pessoa,

Um acidente, uma mudança radical

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Um acidente, uma mudança radical

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Sempre gostei muito de estudar, então era aquela coisa, lá em casa a mamãe sempre dava um jeito de estar passando as coisas para nós. No primeiro dia, eu fui bela e feliz para a escola. Eu lembro até o nome da minha primeira professora, Nilza. Foi gostoso demais entrar na escola. Foi gostoso entrar na escola, foi gostoso começar a ler, porque quando nós começávamos a ler, nós ganhávamos um livro. E ganhar um livro, queria dizer que você tinha cumprido uma etapa. Foi tudo muito bom. Lembro perfeitamente da minha escola, da minha felicidade em ir para a escola e de tudo que aconteceu lá.

[Mais tarde], eu saí da escola da Vila Gustavo e fui para uma na Vila Brasil mesmo, que se chamava Escolas Agrupadas do Jardim Brasil. Qual foi o diferencial dessa escola? A minha professora negra, dona Maria Tereza. Era muito bom ver aquela professora lá. Eu ainda não tinha nem ideia do que viria a ser essa luta de empoderamento da mulher negra, mas ter a professora Maria Tereza naquela época como minha professora, fez toda diferença. Ela era uma professora muito atenciosa.

Minha irmã faleceu em um acidente. Minha mãe sempre foi uma pessoa de ajudar as outras pessoas, e não só a nossa família. A minha prima havia feito uma cirurgia, e na época morava perto da estação Ana Rosa, do metrô. Minha mãe foi lá fazer o curativo, porque ela não conseguia fazer sozinha, levou meu irmão Eli e minha irmã Dorcas, e deixou em casa eu e o Silas, porque meu pai estava fazendo Madureza nessa época (que depois se chamou de Supletivo e hoje é Educação de Adultos). Na volta, desse curativo que minha mãe foi fazer, elas foram atropeladas. Minha mãe morreu na hora do acidente, meu irmão Eli não sofreu nenhum arranhão, e minha irmã Dorcas morreu também, mas assim, um dia depois da minha mãe. Nós fizemos o sepultamento das duas no terceiro dia. Minha mãe faleceu na quarta, minha irmã na quinta, e na sexta nós fizemos o sepultamento das duas.

Nessa semana de...

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Depoimento de Damaris Germana Roberto

Entrevistada por Fernanda e Lila

São Paulo, 14/09/2020

PCSH_HV905

Projeto Mulheres empreendedoras - Zona Norte

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Fernanda Regina

P/1 – Damaris, qual é o seu nome completo, sua data de nascimento e o local em que você nasceu?

R – Meu nome é Damaris Germano Roberto, eu nasci em 10 de outubro de 1949, na cidade de São Paulo, no bairro da Lapa.

P/1 – Como era o nome dos seus pais?

R – Meu pai se chamava Elias Roberto, e minha mãe Ivalda Francisco Roberto.

P/1 – O que os seus pais faziam?

R – Meu pai era mecânico de manutenção e a minha mãe era enfermeira.

P/1 – Você tem irmãos?

R – Eu tive quatro irmãos. Tenho um irmão… Eu sou a filha mais velha do casal. Tenho um irmão que se chama Silas Roberto, tenho outro que se chama Eli Roberto, e tinha uma irmã que se chamava Dorcas Roberto.

P/1 – E como era a sua casa de infância?

R – Bom, a minha casa de infância era a mesma que moro hoje. Moro na casa que era dos meus pais. Era uma casa no Jardim Brasil, na Zona Norte de São Paulo. Hoje o bairro está bem diferente. Eu morava em uma rua de terra. Na minha casa tinha quintal, tinha jardim, pé de lima, roseira… Isso no quintal da frente. No quintal dos fundos, tinha goiabeira, figo, mandioca, ameixa, tinha criação de galinha também, e mais a casa em que nós morávamos. Tinha quarto, sala, cozinha, quintal, uma área. Naquela época, todas as casas tinham o banheiro fora de casa, então na minha também tinha o banheiro fora de casa. Era assim, não sei se respondi.

P/1 – Como era o bairro nessa época?

R – Nessa época, era um bairro bom para morar. Na verdade, sempre foi. Mesmo sendo um bairro periférico, sempre foi um bairro bom para morar, mas as coisas não eram próximas. Na década de 60 assim, as coisas não eram próximas, nós tínhamos que andar bastante para chegarmos na escola, mesmo no ponto de ônibus. Mas...

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