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Personagem: Aroldo Oliveira Rocha
Por: Museu da Pessoa, 12 de junho de 2015

Tem umas mudanças que você simplesmente deixa acontecer

Esta história contém:

Tem umas mudanças que você simplesmente deixa acontecer

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Nasci no dia 21 de março de 1958, em Itambé, Bahia. Na cidade onde a gente morava tinha um rio muito grande perto, o Rio Pardo, e a nossa vida era essa, colégio e o rio, e o trabalho também diário, ajudar em casa. Meu pai falava: “Ninguém vai pro rio”, só que quando ele ia trabalhar, a gente fugia e ia para o rio. Um dia eu fui só para o rio, aí banhei. Tinha praias de água doce, muito bonitas, aquela areia bacana. Eu, molecão, desobediente aos pais, nesse dia paguei caro, porque eu fiquei banhando e esqueci do horário de voltar pra casa. Quando lembrei, eu tinha que subir correndo, dava meio quilômetro, a distância, uma ladeira bem forte. Quando eu ia, estava saindo uma caminhonete. Falei: “Eu vou pegar uma carona nessa caminhonete”. Na traseira da caminhonete pra levar pra cidade, tinha uns três tamborzões de ferro, de 200 litros. O motorista descuidou, quando ele ligou a caminhonete, eu pulei na tampa traseira e vim agachadinho... menino é traquina mesmo, né? O motorista subiu a ladeira, quando chegou no meio da subida, a caminhonete pediu marcha e ele botou uma marcha forte; quando ele arrancou pra frente, os tambores vieram pra trás e pegaram minhas mãos. Eu quebrei os dedos tudo, machucou tudo e eu caí no meio da poeira. Quando eu acordei, eu já estava em casa, alguém me pegou lá, porque eu desmaiei, aí levaram pra casa. Quando eu cheguei em casa, a coisa foi feia. Porque, primeiro, eu desobedeci, me machuquei, me ralei todo. Antes de eu ir para o médico, ainda levei uma pisa, uma surra! Porque não tinha dessa, apanhava mesmo. Isso ficou na minha história, uma lembrança que eu nunca esqueço, de desobedecer ao meu pai.

Quando nós fomos ficando mais adolescentes, meu pai vendeu a fazenda, vendeu o gado, vendeu tudo e comprou casas na cidade [para viver de aluguel]. Comprou umas três ou quatro boas e comprou uma para nós morarmos. Os aluguéis naquela época eram mixaria, terminou ele indo...

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Projeto Votorantim

Depoimento de Aroldo Oliveira Rocha

Entrevistado por Marcia Trezza e Tereza Ferreira

Fercal, 12 de junho de 2015

VOF_HV017_Haroldo Oliveira Rocha

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Claudia Lucena

P/1 – Seu Aroldo, nós vamos começar a entrevista. Por favor, fala o seu nome completo

R – Aroldo Oliveira Rocha.

P/1 – Que data o senhor nasceu?

R – Vinte e um de março de 1958.

P/1 – Onde?

R – Itambé, Bahia.

P/1 – E o nome dos seus pais?

R – João Batista Rocha, já falecido, e a minha mãe é Ana Gonçalves de Oliveira Rocha.

P/1 – Que lembranças o senhor tem do seu pai, Seu Haroldo?

R – Ah, muitas lembranças, meu pai foi um herói, um homem de muita batalha, de muita garra, de muita fibra, um valente.

P/1 – O senhor fala que ele foi um herói, por quê?

R – Porque, desde que eu conheci ele como meu pai mesmo, assim, quando eu entendi que ele era meu pai, eu vi ele como um herói em todas as maneiras, um homem trabalhador, de muita luta, honesto, sincero com todas as suas coisas. Então, por esta razão, eu trato as pessoas sérias como herói.

P/1 – E qual a atividade dele?

R – Ele era vaqueiro, pessoa do campo mesmo, pessoa que mexia com gado, com animais assim, fazendas.

P/1 – Aroldo, que lembranças você tem dessa atividade dele?

R – Ah, as lembranças que nós temos dessa época que ele mexia, como vaqueiro, ele era uma pessoa bem de situação, porque eu acho que é uma das melhores atividades que existe pra o homem do campo, é mexer com gado, porque é abençoado por Deus mexer com gado.

P/1 – Por que você acha que é a melhor?

R – Porque a pessoa que mexe com gado, com fazenda, é bem-sucedido na vida, eu acho que é uma benção de Deus, que Deus deixou pra o homem ser assim, desta maneira. Então é uma coisa que o meu pai tinha isso como filosofia, tanto que, quando ele mudou, parou de trabalhar, mexer com fazenda, aí as coisas não foram as mesmas pra nós, a nossa...

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