Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa, 9 de maio de 2012

Rua!

Esta história contém:

Rua!

Vídeo

“Depois de rodar o mundo, eu vim trabalhar com meu pai no escritório de corretagem, e aí aconteceu um fato interessante. O João, meu filho, veio trabalhar lá também com a gente e ele fazia mercado de futuros. Na época, na Bolsa, tinha soja, café, algodão, óbvio, e boi, e o João era fiador, quer dizer, ele ficava no pit da bolsa apregoando. Eu recebia ou o pessoal do escritório recebia as ordens e passava pra ele executar lá embaixo. Aí um dia ele me liga: ‘Papai, o mercado de café vai explodir. É por isso, por isso e por isso. Vamos comprar? Vamos comprar uns contratinhos pra nós?’ E eu disse: ‘Mas o seu avô não quer, o seu avô vai criar problema.’ Não, pai, mas olha, é bater em morto, nós temos que comprar.’ Ele tanto insistiu que, para o estimular, para deixá-lo brincar, eu falei: ‘Então compra. Compra dois contratos aí e vamos ver o que acontece.’ Comprou e começamos a ganhar dinheiro. Um dia ele entra no escritório assim: ‘Pai, olha, estamos ganhando tanto que não sei o quê. É uma beleza. Que boa compra que nós fizemos!’ E o meu pai ali só prestando atenção, né? A coisa foi indo, foi indo até que ele não aguentou e entrou na conversa: ‘Que negócio é esse que vocês estão falando aí?’ Não é nada, não, pai, é que o João quis brincar um pouco e comprou dois contratos de café lá embaixo para a gente especular.’ Ele fechou a cara na hora: ‘Vocês são corretores ou vocês são especuladores?’ Eu falei: ‘Nós? Nós somos corretores. Que negócio é esse?’ Meu pai, então, veio com a bomba: ‘Então desfaça dessa posição já! Senão vocês dois estão na rua.’ Nós dois na rua, você imagina: o filho e o neto dele. ‘Mas, pai, está dando certo. Olha a geada. Teve uma baita geada, o café vai subir.’ Não, de jeito nenhum. Você não pode ter uma posição porque, se amanhã o mercado...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Projeto: Memórias do Comércio de São Paulo

Entrevistado por: David Sampaio e Daniela Baraúna

Depoimento de Roberto Eduardo Lefrefe

São Paulo, 09 de Maio de 2012

Realização Museu da Pessoa

Depoimento MCNO_HV051

Transcrito por Cristiana Sousa / MW Transcrições (Mariana Wolff)

P/1 – Então, senhor Roberto, primeiramente eu gostaria de agradecer muito a sua participação no projeto. Pra começar a nossa entrevista eu gostaria que o senhor dissesse pra gente o seu nome completo, o local e data de nascimento.

R – Roberto Eduardo Lefèvre, nasci em São Paulo no dia sete de julho de 1936.

P/1 – E o nome dos seus pais?

R – Carlos Eugênio Lefèvre e Maria Helena Sardinha Lefèvre.

P/1 – O senhor tem irmãos também?

R – Não, não tenho irmãos, sou filho único.

P/1 – E o senhor se lembra um pouquinho de como é que eram os seus pais, tem como contar pra gente rapidamente como é que eles agiam com o senhor quando o senhor era criança?

R – Eles, eu acho, que eram ótimos pais porque eram severos, amigos e carinhosos quando necessário, companheiro, o meu pai sempre foi um grande companheiro. A gente na época da guerra não tinha gasolina, a gente saia pra passear de bicicleta juntos aos domingos, era uma delícia. Aí a gente conversava, ele contava das histórias do dia - a- dia dele comercial. Então, era uma época muito boa, sempre foi uma época muito boa.

P/1 – Em qual bairro o senhor nasceu?

R – Eu nasci na Rua Padre João Manoel, lá em baixo perto da Rua Estados Unidos, lá é quase Jardim América. Mas a minha juventude maior foi no Pacaembu, eu morava perto do Estádio do Pacaembu, na Rua Itápolis, durante a minha juventude toda foi lá.

P/1 – E nessa época em que o senhor morou no Pacaembu o Estádio já estava construído, já tinham jogos ali?

R – Já, já tinham. Do meu quarto eu via o Pacaembu inteiro, era uma vista bonita lá no Pacaembu; mais acima, uns três, quatro blocos acima, terrenos pra cima, tinha o que...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Um filósofo do Sertão
Vídeo Texto

Manoel Inácio do Nascimento

Um filósofo do Sertão
Costurando a história
Vídeo Texto

Eva Alves Machado Luiz

Costurando a história
Um menino chamado Innocente
Texto

Celso Aparecido Innocente

Um menino chamado Innocente
Ananias Mendes de Farias,
Vídeo Texto

Ananias Mendes de Farias, "Manuel do Antão"

Ananias Mendes de Farias, "Manuel do Antão"

Essa história faz parte de coleções

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.