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Por: Museu da Pessoa, 17 de maio de 2018

Quem manda aqui sou eu!

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Quem manda aqui sou eu!

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Meus pais foram muito felizes, tiveram muitos filhos! A minha mãe teve 16 filhos: 15 partos, um de gêmeos. Mas naquela época não tinha medicamento que tem hoje. Então, morriam as crianças com muita facilidade. Só sei que ao todo morreram 11 filhos da minha mãe. Todos morreram pequenos, crianças, e restaram cinco. Depois de algum tempo, porque já tinham nascido várias, eu nasci e consegui sobreviver! Era isso, conseguir sobreviver.

Papai não encostava a mão em filho, de jeito nenhum! Era mamãe quem batia. Tinha a história do cipozinho de marmeleiro lá no interior. É um cipozinho que se arrancava, e ele era molinho. Mamãe batia na gente com aquilo. Ia lá no quintal, pegava e pá, pá. Mamãe batia, mamãe punha de castigo. Mas como mãe, né? Naquele tempo, se educava filho apanhando. Mas papai não batia.

Um dia, papai falou: “Vou a cavalo buscar o sal que está faltando”. E ele ia pegar o sal lá na salina dos meus primos, porque cobravam bem barato. E se usava muito sal, porque não tinha geladeira. As carnes, tudo que se guardava era salgado e dependurado no sol para secar. E se punha uma banana para a mosca não sentar. E eu queria ir com papai, mas ele falou: “Você não vai, porque eu vou a cavalo”. E, no Nordeste, se usava muito rogar praga para o outro. Usava-se muito! E, em casa, não se gostava de rogar praga, mamãe não deixava ninguém rogar praga. Mas, naquele dia, eu fiquei tão nervosa que falei para papai: “Pois eu tenho fé em Deus que seu cavalo vai morrer! Vai ficar doente e vai morrer”, porque eu ouvia todo mundo rogando praga e eu também roguei. Papai tirou a cinta na hora e pá! Fui a única filha de papai que apanhou dele. Mas também não roguei mais praga depois. Nunca.

Eu tinha 12 anos quando mamãe faleceu, com 36. Quando ela teve minha irmã mais nova, que ficou com seis anos, não teve mais saúde. Ela morreu, e me lembro que papai ficou muito triste, mas passou logo...

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Onde tudo começou

Dados da imagem A casa aonde Antonia nasceu, construída pelo avô materno Antonio Fernandes de Arruda, quando chegou ao Brasil, vindo de Portugal. Ela foi feita para que a mestra da família ensinasse os seus filhos, inclusive a mãe de Antonia.

Período:
Ano 1998

Local:
Brasil / Rio Grande Do Norte / Serrinha

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
escola, imigração, professora, mestra

A casa aonde Antonia nasceu, construída pelo avô materno Antonio Fernandes de Arruda, quando chegou ao Brasil, vindo de Portugal. Ela foi feita para que a mestra da família ensinasse os seus filhos, inclusive a mãe de Antonia.

Onde tudo começou

Dados da imagem A pintada de cor branca é onde Antonia estudou

Período:
Ano 1998

Local:
Brasil / Rio Grande Do Norte / Serrinha

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
escola

A pintada de cor branca é onde Antonia estudou

Na boleia

Dados da imagem O pai de Antonia trabalhava como caminhoneiro, transportando algodão do interior para o porto de Natal. Quando tinha festas, o pai também fazia o transporte de pessoas. Na foto, a família de Antonia estava indo para um casamento. Seu pai, Luiz Bezerra Xavier, é o que está sentado em cima da boleia do caminhão.

Período:
Ano 1935

Local:
Brasil / Rio Grande Do Norte / Serrinha

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
caminhão, estrada, caminhoneiro, casamento, família

O pai de Antonia trabalhava como caminhoneiro, transportando algodão do interior para o porto de Natal. Quando tinha festas, o pai também fazia o transporte de pessoas. Na foto, a família de Antonia estava indo para um casamento. Seu pai, Luiz Bezerra Xavier, é o que está sentado em cima da boleia do caminhão.

Minha formatura de modista

Dados da imagem Retrato, quando Antonia se formou como modista aos 22 anos. Naquela época, Antonia diz, mulher não podia sorrir pra foto. Eu já estava casada e com duas filhas.

Período:
Ano 1952

Local:
Brasil / Rio Grande Do Norte / Parnamirim

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
machismo, maternidade, sorriso, formatura, modista

Retrato, quando Antonia se formou como modista aos 22 anos. Naquela época, Antonia diz, mulher não podia sorrir pra foto. Eu já estava casada e com duas filhas.

O início

Dados da imagem A foto foi tirada assim que Antonia e a família chegaram em São Paulo, na Praça da Luz. Nesta época, ela já tinha três filhas, mas na foto só estamos com a Ana Maria.

Período:
Ano 1954

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
maternidade, migração, família, praça da luz

A foto foi tirada assim que Antonia e a família chegaram em São Paulo, na Praça da Luz. Nesta época, ela já tinha três filhas, mas na foto só estamos com a Ana Maria.

Nossos filhos

Dados da imagem Com os filhos (da esquerda para a direita): Ester, Ana Maria, Paulo de Tarso e a Narlinda.

Período:
Década 1960

Local:
Brasil / São Paulo / Santo André

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
paternidade, maternidade, família

Com os filhos (da esquerda para a direita): Ester, Ana Maria, Paulo de Tarso e a Narlinda.

O vestido que fiz

Dados da imagem A irmã Antonia Judite, com o vestido de casamento que Antonia costurou. Ela ressalta que levava tanto tempo para costurar um vestido de noiva: em torno de dois ou três dias era possível costurar um. Na Vila Carioca, Ipiranga.

Período:
Ano 1956

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
costureira, noiva, vestido de noiva, casamento, roupa

A irmã Antonia Judite, com o vestido de casamento que Antonia costurou. Ela ressalta que levava tanto tempo para costurar um vestido de noiva: em torno de dois ou três dias era possível costurar um. Na Vila Carioca, Ipiranga.

Passeio na chácara

Dados da imagem Passeio na chácara do dono de uma oficina de costura onde Antonia trabalhou.

Período:
Ano 1970

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
equipe, chácara, confraternização, costura

Passeio na chácara do dono de uma oficina de costura onde Antonia trabalhou.

Quase atual

Dados da imagem Numa festa da terceira idade do Sesi de Santo André. Antonia lembra-se que tinha uma professora, a Lindalva, que ficou muitos anos trabalhando apoiando o grupo, fazendo bailes e realizando viagens.

Período:
Ano 2002

Local:
Brasil / São Paulo / Santo André

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
baile, festa, terceira idade, sesi

Numa festa da terceira idade do Sesi de Santo André. Antonia lembra-se que tinha uma professora, a Lindalva, que ficou muitos anos trabalhando apoiando o grupo, fazendo bailes e realizando viagens.

Primeira carteira de identidade

Dados da imagem A primeira carteira de identidade de Antonia que, na época, já estava casada.

Período:
Ano 1954

Local:
Brasil / Rio Grande Do Norte / Parnamirim

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Documento

Palavras-chave:
documento, mulher, carteira de identidade

A primeira carteira de identidade de Antonia que, na época, já estava casada.

Obra em destaque

Dados da imagem O quadro é um desenho original elaborado e pintura feita pela Antonia. Ela fez especialmente para o cunhado Benedito hoje falecido e a irmã Judith, muito querida. Hoje esta obra está em destaque na sala de estar da Judith.

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
quadro, pintura, arte, homenagem

O quadro é um desenho original elaborado e pintura feita pela Antonia. Ela fez especialmente para o cunhado Benedito hoje falecido e a irmã Judith, muito querida. Hoje esta obra está em destaque na sala de estar da Judith.

Maternidade

Dados da imagem Os filhos mais novos: Débora, caçula, e Lincoln. Foi uma foto tirada na casa do Parque Novo Oratório em Santo André. Esta foto faz parte de um álbum que antigamente ofereciam na porta.

Período:
Ano 1975

Local:
Brasil / São Paulo / Santo André

Imagem de:
Antonia Bezerra de Oliveira

História:
Quem manda aqui sou eu!

Crédito:
Acervo pessoal

Palavras-chave:
filhos, maternidade, fotografia

Os filhos mais novos: Débora, caçula, e Lincoln. Foi uma foto tirada na casa do Parque Novo Oratório em Santo André. Esta foto faz parte de um álbum que antigamente ofereciam na porta.

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