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Personagem: Ralf Rickli
Por: Museu da Pessoa,

Por uma educação emancipadora

Esta história contém:

Por uma educação emancipadora

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Eu tinha concepções de sociedade, desde pequeno eu pensava como o mundo devia ser e não como ele era. Eu fazia cidades imaginárias com bloquinhos, com pecinhas, coisa e tal, botava o nome de cidade, criava o sistema de governo da cidade, escrevia a Constituição da cidade. É engraçado isso. Mas a minha grande preocupação sempre foi como viver no mundo de um modo menos atroz do que nós vivemos.

Eu interrompi meu curso de licenciatura em Música quando eu conheci um pessoal que foi muito enriquecedor para mim, mas também foi em parte uma pista falsa, uma pista verdadeira e em parte uma pista falsa. Conheci o pessoal da Antroposofia, que é uma filosofia de vida, digamos assim, desenvolvida por um austríaco no começo do século XX, Rudolf Steiner. Eles criaram o sistema de educação Waldorf, o sistema de agricultura biodinâmica, só isso: o fato deles trabalharem com educação, cultura e agricultura, [serviu para eu dizer]: “Olha, esse pessoal tem a mesma pista que eu”.

Eu conheci um grupo em São Paulo, fiquei fascinado com eles e falei para o meu pai: “Olha, eu quero ir para Europa estudar com esse pessoal”. Meu pai, naquele momento, tinha condições de me bancar lá e eu fui para Inglaterra em 79. Eu tinha terminado o segundo ano de faculdade, interrompi, nunca mais retornei para aquela faculdade e fui estudar na Emerson College, na Inglaterra, que era um lugar absolutamente fascinante. Eu lembro daquilo como um sonho, [mas] já de início eu comecei a perceber que poderia ser problemático é que se tratava de uma, eles diziam, ciência espiritual, uma ciência espiritual, mas é uma fé, na verdade, né? É mais uma fé, uma fé bastante sofisticada, intelectualmente sofisticada, mas que exige acreditar no que o fundador falou, quer dizer, dizem que não, que não exigem, que você é livre para se posicionar, mas se você começa a se posicionar e dizer que discorda do Rudolf Steiner, que acha...

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Depoimento de Ralf Rickli

Entrevistado por Rosana Miziara

São Paulo, 19 de junho de 2020

Programa Conte Sua História

Entrevista: PSCH_HV853

Transcrito por Fernanda Regina

P/1 – Vamos começar, qual é seu nome, local e data de nascimento?

R – Bom, meu nome é Ralf Rickli, o nome o qual eu tenho dificuldade porque pareço ser estrangeiro, quando não sou. Eu nasci na cidade de Curitiba, apesar de que me criei no interior do Paraná, só nasci em Curitiba e depois voltei a viver em Curitiba a partir dos 15 anos, mas nasci em 15 de abril de 1957.

P/1 – Seus pais são de Curitiba?

R – Meus pais são do Paraná, vou dizer assim. Meu avô materno era de Paranaguá, se mudou para Ponta Grossa, casou com uma moça de Ponta Grossa, a família viveu em várias cidades do interior do Paraná. E a família do meu pai também descendente de um imigrante suíço que desembarcou em Santa Catarina, em São Francisco do Sul, morou alguns anos na região de Joinville e depois se mudou para Curitiba, e de Curitiba a família foi se espalhando para o interior. Meu pai é nascido no fundão, no mato do interior.

P/1 – Vamos começar a falar um pouco, quer dizer, porque esse nome Ralf, esse nome alemão com suíço?

R – Pois é, os suíços falam o dialeto do alemão, na realidade, do lado do meu bisavô. A minha bisavó Roseni Weber era da parte que fala francês na Suíça. Bom, de qualquer modo, esse era o nome, o sobrenome principal, o sobrenome paterno na nossa tradição patriarcal que é ser sobrenome Rickli. Por que escolheram Ralf? Não sei, de acordo com meu pai e minha mãe eles consideraram vários nomes, meu pai tinha lido alguma coisa daquele filósofo americano Ralph Waldo Emerson e parece que aí eles ficaram na dúvida entre colocar Ralf, Waldo ou Emerson, acabaram optando por Ralf, é um nome que sempre acaba me dando trabalho para soletrar, ainda bem que é curtinho, né? Mas tem que soletrar, nome, sobrenome, repetir como é que é, F mudo, é F...

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