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Por: Museu da Pessoa, 14 de julho de 2016

Pescadora e artesã

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Pescadora e artesã

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Benedita Aparecida Leite Costa, eu nasci na Ilha de Búzios, em sete de julho de 1962. Meu pai pescava, trabalhava com peixe seco, que a pessoa não sabia o que era vender peixe fresco, gelo, naquela época não tinha. Então, ele pescava e secava o peixe no sol para trazer aqui para a cidade para vender. E a minha mãe, artesanato, fazia cestaria com taquaruçu, bambu. Cesto para roupa, luminária, fruteira, cestinho de banheiro, muita coisa… A gente aprendeu mil coisas com aquilo ali, sabe, você faz luminárias em vários formatos, fruteira, suporte de prato, porta-guardanapo, muita coisa você faz com aquilo ali, com o bambu, a taquaruçu.

Nós éramos em dez irmãos. Eu sou a mais velha (risos). Na época, era tudo escadinha, né, na verdade. E eu era a mais velha, eu tinha que cuidar do segundo, do terceiro… E pescar também. Eu estudei até a quarta série, né, e tinha que pescar, sair com o meu pai, vir para a cidade para trazer peixe, depois que secava e [eu tinha que] pegar o bambu, já começar a também a aprender a fazer as peças e a cuidar também dos meus irmãos, trabalhava na roça, sabe? Cedo, eu comecei a trabalhar na roça, plantar e, na época, a gente não tinha forno a gás, era lenha e tinha que buscar as lenhas. Como eu era a mais velha, era tudo isso.

A gente tinha uma casa de madeira, na época, que tinha dois cômodos, que era um da minha mãe e do meu pai e um era pra nós, a gente não tinha cama, né? A gente dormia tudo ali, tinha esteira, [a gente] fazia muita esteira de taboa, uma planta. Tinha uma cozinha, não tinha banheiro. Antigamente, ninguém usava banheiro [dentro], tinha um banheiro bem fora, na cobertura, para fora da casa. E a casa era de madeira bem assim, simplesinha, de sapê, ninguém sabia o que era telha, também.

[A gente] Plantava mandioca, tinha que limpar, plantar, depois que nasce a mandioca, capinar, tirar os matos, então tinha época, de manhã, à tarde, você ia fazer isso. De manhã,...

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Dados de acervo

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P/1 – Dona Ditinha, boa tarde.

R – Boa tarde.

P/1 – Primeiro, eu gostaria de agradecer de a senhora ter aceitado o convite para essa entrevista.

R – Eu agradeço.

P/1 – E agora, pra gente começar, eu gostaria que a senhora falasse o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Benedita Aparecida Leite Costa, eu nasci na Ilha de Búzios, em sete de julho de 62.

P/1 – Tá certo. E qual que é o nome dos seus pais?

R – Severiano Teixeira Leite e Maria Aparecida Ferreira.

P/1 – E você sabe da origem da sua família? Da história dos seus avós? Da onde que eles vieram, como que eles foram parar em Búzios?

R – Então, o meu vô por parte de pai, ele veio da Ilha da Vitória, que é uma ilha vizinha, e eles assim, o comentário é que eram descendentes um fala que é de índio, outro fala que é de pirata, era o que eu ouvia eles falarem. Mas uma coisa concreta assim, de descendência, a gente não sabe como que a gente se achou lá, né? Sei que o pai do meu pai veio da Ilha da Vitória para Búzios.

P/1 – E os pais da sua mãe, você sabe de alguma coisa?

R – Também. São… Também vieram… O pai da minha mãe já era de Búzios, né, agora o que eles falam é esse comentário, que a descendência, não tem uma coisa concreta, né, nunca eles ficaram sabendo de que ascendência são.

P/1 – E conta. A senhora sabe como seus pais se conheceram? Lá na Ilha de Búzios?

R – Minha mãe fala que se conheceram lá mesmo. Minha mãe morava na ponta leste da Ilha de Búzios e o meu pai no meio, que é o bairro Porto do Meio, bem no meio da ilha, tem um bairro que chama Porto do Meio e o meu pai era morador do Porto do Meio e conheceu ela na ponta leste da ilha, eles foram morar juntos, ela tinha 13 anos.

P/1 – E o que eles faziam, os seus pais?

R – Pescador. Meu pai pescava na época, trabalhava com peixe seco, que a pessoa não sabia o que era vender peixe fresco, gelo, naquela época não tinha. Então, ele...

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