Quando há datas comemorativas como o dia dos pais, chovem mensagens, textos, fotos e propagandas, mas sempre pensei: e quem não tem pai? e os pais ausentes? e os pais que não foram tão legais com os filhos? E o meu pai? Meu pai era bravo, exigente, dominador e até parecia que não me amava, mas não era isso, ele não me amava como eu gostaria de ser amada. Não sei muito sobre o passado dele, mas sei que era o caçula, assim como eu sou. Parece que a infância não foi muito fácil, não conseguiu fazer faculdade, mesmo porque não era muito comum na época e trabalhou sempre como contador. Teve um infarto ainda jovem e parece que foi aí que a vida dele mudou. Minha mãe, dizia que ele não era nervoso quando era jovem, mas se tornou depois de alguns "tombos" na vida e foi assim que eu o conheci. Teve que parar de fumar e começou a praticar esportes como parte do tratamento para o coração. para não me alongar na história da família, eu diria que ele viveu da maneira como ele queria e me cobrava um amor que eu também não sabia dar e passamos a vida nos desentendendo, até o dia em que levei um padre ao hospital onde ele foi internado, para finalmente abençoa-lo. Dizem que sou parecida com ele, talvez na teimosia, por ser brava também e na vontade de viver, mas eu diria que sou uma versão melhorada, afinal são anos de terapia... Enfim, dedico esta historinha, para quem se identifica comigo e para um amigo que acaba de perder seu pai, numa data tão próxima à do dia dos pais.