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Personagem: Inês Tavares
Por: Museu da Pessoa,

Os prazeres da vida e os percalços da saúde

Esta história contém:

Os prazeres da vida e os percalços da saúde

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Nasci em Campina Grande, em 4 de abril de 1959, fui fruto da reconciliação dos meus pais durante a Copa do Mundo de 58. Meu pai era jornalista, poeta, não tinha formação escolar e era super intelectual, e minha mãe veio de uma fazenda, agricultura, era uma família enorme. Ela ajudava o pai na fazenda, foi criada em fazenda, cabeça aberta, completamente diferente. Sorte minha! não tive pais com muito juízo. Na minha casa havia muita boemia, farras, festas. Tinha uma pessoa muito importante: uma tia solteira, fiquei muito tempo com ela, era a queridinha dela, assim como meu irmão. Na infância, ficava um pouco na tia, na casa da mãe. A casa da tia era do lado da penitenciária, e tinha uma escola perto. Minha tia me ensinava muita coisa e comprou todo o material para a primeira escola, quando eu cheguei falei para algumas meninas: “eu sei todo o analfabeto todinho”, as amigas riram e eu não quis mais voltar na escola. Ela perdeu o investimento todinho. Brincava brincadeiras de rua. “Eu era sempre a bobona”, porque era superprotegida pela tia. Nunca soube subir à árvore, eu era a bestona. A vida era difícil, eu cheguei numa fase melhor, mas era uma batalha. Sempre tive educação e alimentação, mas não ganhava presente de natal, a gente não tinha grana. Eu vestia a minha roupa melhor no natal, mas não era nova, e minha mãe me dizia: “você está linda”, o vestido não é o mais importante. Ali começou o meu treinamento de autoestima. No dia que ganhei uma boneca suzy, foi a glória Saía com meus irmãos na juventude, fazia teatro... fui para Fazenda Nova - tinha um grande festival, não é toda mãe que deixava. Fui para Ouro preto com o grupo de teatro. Eu tive muito liberdade, eu ia pra boteco com os meus irmãos. Eu era amiga dos meninos, as meninas da escola me olhavam atravessado. Minha adolescência era muito rica de vivências e curtições, ia para festival de teatro e dormiam na porta do...

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Dados de acervo

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[00:11:24]

P/1 – Inês, bom dia!

[00:11:26]

R – Bom dia.

[00:11:28]

P/1 – Por favor, você podia começar falando seu nome completo, data e local de nascimento?

[00:11:34]

R – Eu sou Inês Santa Cruz Tavares, nasci em Campina Grande, em 4 de abril de 1959.

[00:11:45]

P/1 – E como é o nome dos teus pais?

[00:11:48]

R – Meus pais é Nilo Tavares e Cleuza Santa Cruz Tavares.

[00:11:55]

P/1 – E você sabe qual a origem da família?

[00:11:57]

R – Sim, minha mãe era do... nasceu numa cidade com um nome curioso, Cochichola, é uma cidadezinha no Cariri paraibano. Então, é um lugar que ela tinha muita raiva porque as pessoas quando quer dizer assim “ah, lá onde Judas perdeu a bota”, aí dizia, lá em Cochichola, entendeu? Tanto é que na cidade colocaram: “Cochichola existe e é aqui”. Eu fui lá visitar uma vez, sabe. Então ela nasceu lá e meu pai nasceu em Maceió, mas a família, a maior parte, é de Recife. Tanto é que ele dizia que era de Recife. Então, mas entre família Tavares, entre Alagoas e Pernambuco, né. Mas minha vó morava em Recife, a família dele toda sempre morava em Recife. Então, aí depois minha mãe veio para Campina Grande, se conheceram e tal, e tem 4 filhos, né. Eu sou a mais nova de 4 irmãos, que nós temos os nomes dos nossos avós, é Bráulio e Clotilde, que é a mais velha, e Bráulio, que é o nome dos meus avós paternos, e Pedro e Inês, dos avós maternos. Aí eu nasci em Campina Grande, fui gerada, eu sei que dia eu fui gerada, por conta da minha irmã mais véia, eu fui gerada com meus pais assim se reconciliando de uma fase de briga, bêbados, comemorando a Copa do Mundo de 58. Se fizer as contas do dia do jogo final pra o dia que eu nasci dá exatos 9 meses, entendeu? Então, minha irmã conta que eles tavam meio brigados, aí depois começou a coisa da Copa, e não sei o quê, aí depois foram pro quarto, sabe-se lá em que condições etílicas e me fizeram (risos). Entendeu?...

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