Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa, 28 de outubro de 2020

Os Bailes da vida

Esta história contém:

Os Bailes da vida

Vídeo

Nasci em 1940 em São Paulo, pertinho da Avenida Paulista em uma maternidade que existia naquela época, a minha mãe tava vendo o filme O Vento Levou no cinema quando deu o sinal de que eu tinha que nascer! Então eu fui criada mais com a minha vó, meu pai e minha mãe eram muito presentes, mas eu ficava na casa minha vó. Minha vó se apropriou de mim, assim de uma certa forma. Ah, eu me lembro de um bailinho na casa pequena, a sala não era grande, assim, e não sei como apareceu um rapaz mais velho, não como ele apareceu lá, e ele me tirou pra dançar. Gente, eu me senti poderosa. No fim eu vim saber que ele era bailarino, no teatro, nas peças, musicais, ele ensaiava os artistas. Gente, eu me senti a rainha da dança, porque como é importante um cara que sabe conduzir a mulher. Era só com um toque, ele me fazia rodopiar que era uma... – isso aconteceu isso e depois aos 52 anos outra vez, que eu tive duas oportunidades assim – mas eu fiz coisas que eu nunca pensei que eu saberia fazer, porque eu era um pouco inibida, eu era molequinha nas atividades, mas eu nunca fui assim... engraçado, eu sou muito saliente em algumas coisas, em falar, me expor, mas eu não... eu, eu, eu, sou tímida no fundo, não gosto de certas exposições. É curioso, eu mesma acho engraçado, que eu sei que eu tenho uma fase de timidez, assim, ou de me expor em certas situações, pra outras não. Se tiver que falar com o presidente da república – Deus me livre, esse eu não quero (risos) – eu não tenho. Mas eu, pessoalmente, tenho um certo acanhamento, assim, né. E ele me fez... foi um bailinho excepcional, sabe, foi assim uma coisa que eu voltei rindo, né. E a gente nem tinha paquera, paquera porque nós éramos todos os amigos da rua. Tive, tive um namorico com 11 anos, o rapaz tinha 16, nossa senhora foi uma coisa... ah que sofrimento quando ele foi embora porque os tios eram embaixadores e ele foi pra África do Sul com o...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Projeto Medley

Depoimento de Cecília Furia

Entrevistada por

Local

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Camila Inês Schmitt Rossi

[00:00:13]

P/1 – Você favor, podia falar o seu nome completo, data e local de nascimento

[00:00:15]

R – Maria Cecília Rios Furia, 21/09/1940. Nasci aqui em São Paulo, pertinho da Avenida Paulista em uma maternidade que existia naquela época, a minha mãe tava vendo o filme O Vento Levou no cinema quando deu o sinal de que eu tinha que nascer! Então nasci em setembro de 40, e morei... diz que quando eu nasci meus pais moravam na Turiassu, quase esquininha com a atual Sumaré, que era um córrego e tinha criação de cabras, se comprava leite de cabra ali porque era tudo um matagal. Depois eu fui morar no Paraíso, na rua Tutóia em frente ao quartel que tem até hoje. Era muito gostoso, era um sobrado que existe até hoje (eu to pra passar lá pra ver se ainda não derrubaram). E aí era muito gostoso que naquele tempo você não tinha geladeira como a gente tem hoje. As geladeiras eram umas caixas de metal por dentro, e a e a companhia de gelo uma vez por semana jogava um gelo de um metro, um metro e vinte, na porta da casa, que aí a pessoa pegava, quebrava – meu pai quebrava com machadinha - punha na parte de cima (na de baixo, alias), e a de cima você guardava as coisas. E era gostoso, eu e minhas duas amiguinhas nós adorávamos pegar o gelo, sorvete de gelo; e tinha um furo na cerca do quartel e era um bosque de eucaliptos naquela época (hoje tem construções) e a gente ia chupar gelo lá na no quartel. Eu fui sempre uma criança muito saudável, bem sapequinha, bem animada. E aí a gente se divertia muito naquela época, brincávamos, tudo isso. Naquela época também, foi o tempo da guerra. Eu me lembro do meu pai em 44 fazendo blecaute, você tinha que fazer as cortinas, comprar pano preto e fechar todas as janelas, porque era pra treinar caso se eu tivesse bombardeio aqui em São Paulo. Me lembro do meu...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Essa história faz parte de coleções

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.