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Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 29 de janeiro de 2019

Meu expresso do oriente

Esta história contém:

Meu expresso do oriente

MEU EXPRESSO DO ORIENTE

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Calcei sapatos engraxáveis e fui à Estação da Luz. Era um dia raro, não apenas por conta do céu azul de São Paulo, nem por usar sapatos de couro em plenas férias. Desejei realizar um sonho tão antigo, quanto a existência daquele terminal de trens: sentar-me num daqueles bancos altos dos engraxates, ler displicentemente um jornal e observar as estruturas de ferro daquela bela estação. Projeto do arquiteto britânico, Charles Henry Driver, concluído em 1867.

Foi uma sensação de volta ao passado, ou melhor, de congelamento do tempo, considerando que os engraxates tradicionais e seus bancos altos estão quase extintos, em decorrência, talvez, do uso indiscriminado de tênis e seus congêneres. O senhor que me atendeu engraxava sapatos há mais de 40 anos naquele local. Tarde memorável.

Tenho fascínio por trens e estações ferroviárias, desde a primeira viagem que fiz, do Recife a Pesqueira, com 11 anos, pelas mãos de tio Walter. Devo a ele essa experiência inesquecível. Se vejo um trem, desejo embarcar nele. Viajei no Prata, de São Paulo ao Rio; no húngaro-gaúcho, que cruzava o Rio Grande do Sul até a capital; de Curitiba a Paranaguá; da Santa Apolónia a Paris...

Pera, maçã ou uva? – Trens.

Um dia, na Gare de l’Est, vi o Expresso do Oriente. Pedi aos deuses, piedosamente, para, num futuro, passar pelo tapete vermelho e subir naquele trem azul-marinho, com monogramas dourados. Mas sem assassinatos, por favor! Desculpem-me os leitores de Agatha Christie pela intromissão na obra.

Enquanto eles analisam meu pedido, embarco no trem Belo Horizonte-Vitória, único a operar no Brasil com passageiros, em longas distâncias interestaduais. São mais de 50 vagões, produzidos na Romênia, com ar-condicionado, comida sofrível, assentos já desgastados e paisagens belíssimas.

São 13 longas horas de viagem, serpenteando serras mineiras até alcançar os morros de pedras...

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Serras de Minas - Aquarela de Angelo Brás Fernandes

Dados da imagem Serras de Minas - Aquarela de Angelo Brás Fernandes

Período:
Ano 2018

Imagem de:
Angelo Brás Fernandes Callou

História:
Meu expresso do oriente

Crédito:
Angelo Brás Fernandes CAllou

Tipo:
Ilustração

Serras de Minas - Aquarela de Angelo Brás Fernande

Dados da imagem Serras de Minas - Aquarela de Angelo Brás Fernande

Imagem de:
Angelo Brás Fernandes Callou

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Meu expresso do oriente

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Ilustração

Serras de Minas - Aquarela de Angelo Brás Fernande

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História:
Meu expresso do oriente

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Angelo Brás Fernandes Callou

Tipo:
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