IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Ismael Quirino Trindade Neto. Nasci em Andaraí, na Bahia, no dia 20 de dezembro de 1964. FAMÍLIA Meu pai se chama Ruy Dias Trindade. Meus avós paternos se chamavam Ismael Quirino Trindade e Maria Dias Trindade. Minha mãe se chamava Valda Rabelo Dias...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Ismael Quirino Trindade Neto. Nasci em Andaraí, na Bahia, no dia 20 de dezembro de 1964.
FAMÍLIA Meu pai se chama Ruy Dias Trindade. Meus avós paternos se chamavam Ismael Quirino Trindade e Maria Dias Trindade. Minha mãe se chamava Valda Rabelo Dias Trindade. Meus avós maternos eram Otacília Rabelo Dias e Deocleciano Fraga Dias.
Meu pai foi juiz no interior e depois na capital. Em seguida, se tornou desembargador e, hoje, está aposentado. Minha mãe foi dentista, já é falecida. Meu avô Deocleciano, pai da minha mãe, era comerciante de tecidos no interior, em Paripiranga, onde meus pais nasceram. Minha avó, mãe de minha mãe, era dona-de-casa. Meu avô Ismael, do qual herdei o nome, teve várias profissões. Foi sapateiro, depois se tornou pecuarista, foi político, prefeito da cidade e, até morrer, tinha fazenda, cuidava de gado no interior. Sua esposa, minha avó, era dona de casa.
INFÂNCIA Tenho três irmãos. Sou o único da família que nasceu em Andaraí. Todos os outros nasceram em Paripiranga, região nordeste da Bahia, fronteira com o Estado de Sergipe. Nasci em Andaraí porque, na ocasião, meu pai estava trabalhando lá como juiz. Era tradição voltar para Paripiranga, cidade dos meus avós, cidade em que meus pais nasceram, sempre que um filho fosse nascer. Meu pai conta que ele se preparou com o carro para viajar, era época do Natal, quando já estava saindo da cidade, minha mãe sentiu as dores e tiveram que voltar. Nasci em Andaraí, Chapada Diamantina, uma região belíssima. Não cresci nessa região. Não lembro de nada da infância lá porque saí com um ano e meio, dois anos de idade. Minha infância foi em Alagoinhas, uma cidade do Recôncavo Baiano, região do agreste da Bahia. Meu pai havia sido transferido para lá, onde foi juiz da cidade por 10 anos, de 1966 a 1976. Minha infância foi toda lá. Nas férias, sempre íamos para Paripiranga. Havia essas duas cidades de referência, além de Salvador, eventualmente, quando íamos visitar uma tia e passear. Morei em Alagoinhas até os 12 anos.
Morei na rua Luís Viana. A primeira casa em que morei era em frente à base da Petrobras de Alagoinhas. Nessa época, tinham descoberto os campos de petróleo dessa região, o Campo de Araçás. Meu pai tinha comprado uma terra que tinha poços de petróleo. Havia toda uma relação com a Petrobras desde minha infância. Lembro de estar brincando no jardim de casa, onde tinha um pé de tomates pequenos. Coloquei um tomate dentro do ouvido e não conseguia tirar. Fiquei desesperado e minha mãe veio me socorrer, mas não conseguiu tirar também. Atravessamos a rua e ela me levou ao ambulatório da Petrobras. O médico tirou o tomate com uma pinça, como num passe de mágica. Foi aquele alívio. Posso dizer que estou ligado a Petrobras desde a infância, embora ainda não tivesse uma imagem da Empresa. No interior, em Alagoinhas, era muito forte a presença da Petrobras, porque muitas pessoas eram suas empregadas. Na segunda casa em que fui morar, onde morei por mais tempo, na rua Treze de Maio, tinham vizinhos que trabalhavam na Petrobras. Eram vigilantes, operadores. Seus filhos eram meus amigos. A Petrobras sempre esteve presente como pano de fundo da minha vida.
ENSINO FUNDAMENTAL A primeira escola em que estudei também era em frente à minha primeira casa, vizinha ao prédio da Petrobras. Era uma escola muito interessante, muito arborizada, mas fiquei pouco tempo lá, porque houve um desentendimento entre a professora e meu pai. A professora bateu na minha irmã, meu pai foi tomar satisfação, acabou brigando com a diretora e tirou todo mundo da escola. Ficamos um ano sem estudar por isso. Não tinha só essa escola, mas saímos no meio do ano. Achei ótimo, porque fiquei brincando. Eram brincadeiras de criança mesmo. No quintal, subia em árvores, corria. Mas, depois, fomos para uma outra escola, em outra parte da cidade, a Escola Padre Anchieta. A minha primeira escola se chamava Luluzinha e Bolinha. A segunda, depois de ter sido vendida, se transformou em Escola Rui Barbosa, porque ficava na praça Rui Barbosa. Fiquei nessa escola até a terceira série do primário. Na quarta série, mudei para um colégio estadual e, na quinta série, meu pai foi transferido para ser juiz em Salvador. Então, mudei de escola, de cidade.
INFÂNCIA Já tínhamos um contato em Salvador, porque visitávamos minha tia e primas. Foi muito bom para desenvolvermos nossos estudos. Já estava indo cursar a quinta série e a mudança ocorreu num momento interessante. Isso foi em 1976.
Meu pai vendeu a fazenda que tinha na região e comprou uma casa em Salvador. Essa fazenda tinha os poços do Campo de Araçás. Se fosse hoje, ele não venderia, porque tem o royaltie. Ele estaria recebendo uma boa renda disso. Mas, naquele tempo, a compensação era só a servidão, um aluguel do espaço que o poço ocupa. Tinham vários campos na fazenda. Eu via o cavalo de pau, os oleodutos. Inclusive, tinham uns leilões da Petrobras, em que meu pai comprou um fusca cinza que foi da Empresa. Lembro de dois fuscas e de uma pickup que ele comprou, todos cinzas, que era a cor que a Petrobras pintava os carros.
ENSINO MÉDIO Em Salvador, fiz o ginásio e, depois, durante o segundo grau, fiz Escola Técnica. Escolhi o curso de Geologia. Quando terminei, emendei direto com a faculdade, onde também fiz Geologia.
JUVENTUDE Em Salvador, fomos morar no bairro da Pituba, no loteamento Cidade da Luz, uma área nova da cidade. Continuamos naquele ritmo de interior, explorando o bairro, que ainda estava sendo construído. Tinham algumas áreas verdes, trilhas. Íamos andando para a praia. As ruas não eram calçadas, dava para andar de bicicleta com a turma. Tinha essa coisa de liberdade que, hoje em dia, talvez não seja possível ter mais. Hoje, a cidade está bastante urbanizada e a violência é crescente. A escola também era um ponto de encontro com os colegas novos. A escola era no bairro da Pituba mesmo. Era a Escola Ana Nery, uma escola pequena, porém muito interessante. Íamos a pé, passávamos pelo Colégio Militar. Íamos também pelo fim de linha da Pituba, que ainda era uma fazenda de coco. O que hoje é o bairro do Itaigara era uma fazenda de coco. Íamos até um certo trecho de rua, depois tínhamos que pegar uma trilha para chegar até a escola. Subíamos o morro do coqueiral e descíamos do outro lado. Tinha esse elemento meio rural, mas que já estava se transformando. Vimos essa transformação. Foi nessa época que surgiu o shopping Iguatemi. Não tinha nem ônibus comum, só tinha o “frescão” e, como não tínhamos grana para pagar, íamos a pé, pelo Caminho das Árvores. E tínhamos que atravessar uns morros, já que ainda não tinha ruas. Era uma verdadeira aventura dentro da cidade.
INFLUÊNCIA FAMILIAR Na minha família, havia expectativa em relação à carreira que eu seguiria. Meu avô, pai do meu pai, dizia que só existiam quatro profissões: Medicina, Engenharia, Direito e Odontologia. Meu tio era dentista. Meu pai internalizou isso e ficava repetindo. Como fez Direito, tinha essa expectativa, mas não era tão radical. Me deixava à vontade.
ESCOLA TÉCNICA DE GEOLOGIA Quando escolhi Geologia, o que me despertou para essa escolha foi uma excursão do ginásio para a Refinaria Landulpho Alves. Distribuíram um caderninho que explicava as atividades da Petrobras. Lembro muito bem do texto que falava da parte da exploração, da Geologia. Desenhava os perfis, com as rochas, as camadas, como se tirava o petróleo. E isso ficou no meu subconsciente. Quando escolhi a Escola Técnica, vi que não tinha nenhuma empatia por profissões que fossem para indústria, como Química, Eletrotécnica. A Escola também oferecia uma coisa mais de Construção Civil e Edificações, que também não me despertou muito. Quando vi o posto de Geologia, disse que era esse o que queria. Minha irmã mais velha, que estava fazendo Química, ainda disse que esse era o curso menos escolhido, o mais fraco, o que dava menos “ibope”, que oferecia menos emprego. Mas, se eu fosse fazer a Escola Técnica, só gostaria de fazer esse curso. Minha mãe sugeriu fortemente que eu fizesse a Escola Técnica porque meus irmãos mais velhos já tinham feito. Eu era o terceiro dos irmãos. Quando fui optar, escolhi uma coisa que achei que tinha a ver comigo. Então, escolhi Geologia. Gostei do curso, desse contato com a natureza, das excursões. Fazíamos pequenas viagens pela região de Salvador. No final do curso, teve uma excursão para o interior, para fazer mapeamentos em Jacobina. Tinha também uma ligação com essa coisa da minha infância de explorar os lugares, os arredores da cidade, que eu gostava muito. Eu era visto como sonso, porque sempre criava planos de ir até lugares que eram longe. Lembro de ir até Simão Dias, uma cidade vizinha, pela estrada, para comprar passarinho na feira. Chamava minha irmã mais nova e meu irmão e íamos, fugíamos. Eles eram tidos como danados, mas quem arquitetava os planos, na verdade, era eu.
ENSINO SUPERIOR DE GEOLOGIA Para a faculdade, fiquei em dúvida se continuaria na Geologia. Arquitetura também tinha me despertado atenção, mas, na hora de fazer inscrição, decidi continuar. A experiência que tive na Escola Técnica foi muito boa. Fiz Geologia na Universidade Federal da Bahia. Ao mesmo tempo, passei para Engenharia Civil na Católica. No primeiro semestre, cursei as duas, mas, depois, abandonei a Engenharia e fiquei só com a Geologia.
INGRESSO NA PETROBRAS No começo do curso de Geologia não, mas, no final, já pensava na Petrobras como uma opção de trabalho. Acabei o curso em 1988 e, em 1989, abriu um concurso para a Petrobras. Houve dois concursos. Me formei em setembro e fui fazer estágio no interior. Em dezembro de 1988, já havia notícia do concurso e me inscrevi. No início de 1989, teve o concurso, que foi anulado, porque parece que teve uma fraude na UFRJ, onde roubaram os gabaritos. O concurso foi repetido e passei. Foi meu primeiro trabalho.
Fiz concurso como bolsista. Não éramos ainda empregados da Petrobras. A contratação direta estava fechada, por causa do período da eleição. O artifício usado foi que seríamos bolsistas da UFRJ, estudantes fazendo curso de pós-graduação. Por isso, temos o título de especialização em Geologia de Petróleo pela UFRJ. Depois desse curso, fomos contratados. Em dois de maio de 1990, assinei meu contrato de trabalho com a Petrobras. Fui trabalhar na área de acompanhamento geológico de perfuração de poços, já como geólogo. No segundo semestre de 1989, fiquei no Rio de Janeiro como bolsista fazendo o curso, no edifício Serrador, na Cinelândia. Várias turmas de engenheiros, de geólogos, de analistas de sistema entraram. Terminamos o curso em dezembro. Em janeiro e fevereiro de 1990, fizemos o curso na Bahia como estágio, no campo, na área do recôncavo. Em março e abril, fizemos os exames médicos e fomos contratados.
MESTRADO EM GEOLOGIA AMBIENTAL – UFRJ Nos apresentaríamos em junho. Só que não cheguei a me apresentar, porque, nesse tempo, houve aquela célebre demissão em massa que o Presidente Fernando Collor fez para caçar os marajás. Mas ele só demitiu o pessoal que, pelo menos no nosso caso, era recém-contratado. Nós fomos “número” nessa coisa de demissão de funcionários públicos. Nem cheguei a assumir. Estava com passagem e tudo para ir até Aracaju me apresentar, quando chegou o telegrama informando que eu estava demitido. Fui até a sede da Petrobras na Bahia e assinei minha demissão. Fui tocar minha vida para frente. Um colega informou que a UFRJ estava abrindo concurso para mestrado em Geologia Ambiental. Fui para o Rio de Janeiro, me inscrevi em junho, passei e comecei a cursar. O que me atraiu nesse curso é que sempre tive um “pézinho” na área da ecologia e do meio ambiente. Durante a faculdade, tínhamos um grupo informal, que chamávamos de Grupo da Filosofia da Geologia. Discutíamos a relação da Geologia com o meio ambiente, com a ecologia. Tínhamos um professor que nos dava suporte e fui criando essa abertura para trabalhar com a perspectiva do meio ambiente. Depois que fui demitido por Fernando Collor, fui para o Rio de Janeiro feliz da vida, como bolsista, o que era um pouco apertado, mas estava super contente. Então, veio a notícia de que, por conta de uma guerra entre Irã e Iraque, os preços do petróleo se elevaram e a Petrobras precisava reinvestir em pessoal e contratar pessoas. Todos os demitidos foram convocados para serem readmitidos. Só tinha três semanas de curso e fui chamado. Pensei bem, vi que era novo, que viver como bolsista não era fácil, que teria que alugar apartamento, pagar alimentação, transporte, que não tinha família no Rio de Janeiro. Pensando que os sonhos nunca envelhecem, como dizia o pessoal do Clube da Esquina, adiei esse sonho de me tornar geólogo de meio ambiente.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Voltei para a Petrobras, fui para Aracaju. Trabalhei do segundo semestre de 1990 até o início de 1992 como geólogo de acompanhamento de perfuração de poços, como geólogo de exploração.
Em 1992, surgiu a oportunidade de trabalhar como assistente regional de meio ambiente na exploração, na Geologia. Era um cargo para lidar com as questões ambientais que estavam sendo demandadas em todos os setores da Empresa. Na Geologia não era diferente. Se havia uma pesquisa sísmica, essa pesquisa tinha que obter uma licença ambiental no órgão estadual. Era necessário alguém para agilizar isso, para ver toda a documentação necessária, as informações, os cuidados ambientais que a pesquisa deveria ter. Já havia um colega nesta atividade, mas quando ele foi fazer mestrado, me candidatei. A princípio, o superintendente me questionou dizendo que era muito jovem e que não tinha me desenvolvido na área da Geologia, que era a maior da Empresa. Mas falei que queria, porque já tinha contato com a área ambiental. Estou até hoje na área ambiental, depois de uma rápida passagem na exploração, no acompanhamento de poços. Ficou para trás o sonho de fazer mestrado, nem pensava mais nisso. Me casei em 1993 e o trabalho começou a me absorver bastante. Houve uma reestruturação na Empresa e foi criada uma Assessoria de Meio Ambiente. Fui convidado para ser seu gerente. Não trabalhava mais sozinho, me tornei gerente dessa Assessoria de 1995 a 1998. Eram muitas demandas e para dar conta de tudo nem pensava mais em fazer pós-graduação.
Em 1999, houve outra reestruturação da Empresa e a Assessoria de Meio Ambiente se juntou com a de Segurança e Saúde. Deixei o cargo de gerente e fui para a gerência de SMS, que significa Meio Ambiente, Saúde e Segurança.
MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO DE MEIO AMBIENTE No final de 2000, soube do mestrado em Desenvolvimento de Meio Ambiente oferecido pela Universidade Federal de Sergipe. Argumentei com meu gerente que gostaria muito de fazer, porque já estava há algum tempo na área e precisava de uma coisa a mais, para me dar um novo desenvolvimento. Batalhei, argumentei, pedi ao gerente geral e escrevi o pré-projeto. Fiz a seleção, passei e mostrei que tinha passado. No primeiro ano, em 2001, como cursava as disciplinas do mestrado e fazia os trabalhos, só obtive licença para assistir às aulas. Trabalhava meio expediente e estudava na outra metade. Em casa, à noite, também estudava, fazia como era possível. Eu e uma colega do SMS, a Mara Régia, conseguimos fazer o curso. Ela desenvolveu uma pesquisa sobre a incorporação de resíduos oleosos da indústria de petróleo na indústria cerâmica, fazendo uma reciclagem.
O meu projeto era sobre uma área da Petrobras, o campo de Carmópolis, que produz petróleo há mais de 40 anos. Fiz uma análise de toda a área em relação à questão florestal. O que as leis determinam, como está a situação florestal no campo, o que precisa ser revitalizado. Meu objetivo era não só atender a legislação, mas trazer benefícios ao meio ambiente que só os espaços florestados trazem. No ano de 2002, estava com um trabalho, mas minha pesquisa tornou-se um tema da Empresa e consegui ficar voltado só para ela. Estudei a área do campo que pertence a Petrobras, porque nem toda área do campo é da Petrobras, tem partes que são de fazendeiros, de pequenos produtores. Foi na fazenda Oiteirinhos, de propriedade da Petrobras, que foquei minha pesquisa. Passei todo o ano de 2002 com a pesquisa, para ver como estava a situação da cobertura florestal, vendo o que as pessoas que compartilhavam esse espaço estavam fazendo. A área da Petrobras é aberta, não tem cercas impedindo que a comunidade transite. E a comunidade usa a área, pequenos sitiantes fazem plantações, criam gado, utilizam os rios pescando. Queria conhecer a percepção que a comunidade tem da presença da Empresa, da questão florestal, das matas. Entrevistei pessoas para saber o que pensavam disso, o que achavam de um projeto de recuperação da mata de reserva legal que toda propriedade tem que ter. Não tinha idéia do que ia dar o resultado da pesquisa, achava que ia resultar em um projeto de reflorestamento com educação ambiental para que as pessoas ajudassem a preservar a mata, a floresta. Imaginava um resultado prático, com projeto de reflorestamento, com educação ambiental, com conscientização ambiental da população para cuidar desse espaço. Mas percebi que a questão de criar espaços reflorestados era uma ameaça para a comunidade, porque ela ficaria sem ter onde plantar. O subtexto por trás de tudo era essa questão. Eles achavam interessante a criação de uma reserva, mas achavam também que tinha que ter lugar para plantar alguma coisa que servisse para comer. Pensando que iria apresentar uma solução, acabei criando um problema. Pesquisei e me detive com o tema dos sistemas agroflorestais.
SISTEMAS AGROFLORESTAIS Está escrita nos documentos do Ministério do Meio Ambiente, para a Agenda 21, a experiência de sistemas agroflorestais como alternativa sustentável para o meio ambiente. Sistema agroflorestal é plantar culturas agrícolas junto com árvores. O tempo que as árvores demoram a crescer é o tempo que as culturas agrícolas se desenvolvem e dão os seus frutos. Você planta milho, feijão, mandioca, maxixe, abóbora, quiabo, mas planta também toda uma série de sementes de árvores, que vão demorar quatro anos para atingir, talvez, um metro, um metro e meio. As árvores têm crescimento mais lento. Enquanto isso, você já produziu milho e feijão no primeiro ano. No segundo ano, você vai ter a macaxeira, o maracujá, que cresce um pouquinho mais rápido. Em todo o tempo, você vai tendo produção agrícola. Quando as árvores tomarem conta, você já botou algumas árvores frutíferas, o cupuaçu, caju, jaca, banana e, no segundo, terceiro, quarto, quinto ano, vai ter bastante fruta. A idéia era introduzir essa cultura da permanência, de que não precisa ter toda a terra parada para produzir culturas agrícolas ou para ter o espaço só da mata. Você vai ter tudo junto. Essa é a idéia dos sistemas agroflorestais. Para mim, era novidade.
Fui conversar com o pioneiro dos sistemas agroflorestais na Bahia, o suíço Ernst Götsch, radicado há mais de vinte anos na Bahia, que desenvolveu um sistema próprio para o Brasil, um sistema bastante diversificado e que se assemelha à Mata Atlântica original. Ele recuperou pastagens, áreas que eram degradadas, onde não tinha mais nenhuma mata e as nascentes tinham secado. Hoje há uma mata exuberante, produtora de cacau, de frutíferas. Ele está sempre produzindo cultivos anuais, o milho, o feijão. E esse trabalho não é só dele. Já existe uma série de associações e grupos no Brasil inteiro. Ele dá consultoria desde a Amazônia ao Rio Grande do Sul. Fui visitá-lo e percebi que era isso o que eu tinha que propor: a integração entre a necessidade ambiental e a social para essa região, para a comunidade de Carmópolis e Japaratuba, que é onde o Campo de Carmópolis está localizado.
Carmópolis e Japaratuba são comunidades pobres. As cidades têm, obviamente, um desenvolvimento por conta da indústria do petróleo, mas não deixam de ser cidades com muitas pessoas de nível social baixo. Muitos dependem da agricultura, não tem terras, são diaristas, vendem o trabalho para fazendeiros. Por conta da Petrobras não proibir atividades no Campo de Carmópolis, muitos têm pequenas roças lá. Essas pessoas entravam no Campo informalmente, mas a Empresa formalizou com a prefeitura um contrato de comodato, cedendo a terra para plantação. Na área de Japaratuba, isso havia sido prometido, mas nunca tinha se concretizado. Com a minha proposta, começamos um projeto piloto de comodato com a prefeitura de Japaratuba, onde 12 famílias implantariam atividades agrícolas na forma de sistemas agroflorestais.
PROJETO AGROFLORESTA: SUSTENTO DA VIDA Tinha defendido minha dissertação em março e, em abril, a apresentei para o gerente geral, que gostou da idéia e me colocou como coordenador do Projeto. Fui até a prefeitura, fizemos contatos, selecionamos 12 agricultores da região que fossem destituídos de terras. Em junho, começamos com dois lotes, que batizamos de lote-escola. Começamos com uma prática coletiva, onde ninguém tinha lote individual. Foram selecionados agricultores moradores do município que tinham interesse em desenvolver agricultura. Quem não tivesse terras podia se inscrever.
PATROCÍNIO PETROBRAS Minha dissertação de mestrado foi uma reflexão, concluindo sobre a revitalização daquele território. Para que a mata voltasse a compor o espaço de forma mais efetiva, deveriam ser feitos os sistemas agroflorestais. Deixei encaminhada uma série de requisitos para isso. Quando terminei, tudo foi tão fluido, tão orgânico que parei para pensar e vi que seria um caminho natural a Petrobras aceitar patrociná-lo. Já havia uma demanda no Ministério Público para que houvesse ações de revitalização da Mata Atlântica junto a Petrobras. O Projeto foi apresentado e aceito. Uma série de fatores também foi favorável para que houvesse essa continuidade natural da dissertação de mestrado para a implantação do Projeto.
PROJETO AGROFLORESTA: SUSTENTO DA VIDA Meu papel na implantação foi organizar o grupo de agricultores, sua relação com a prefeitura, delimitar essa área. Trouxe o Ernst Götsch para ser nosso consultor e ensinar a prática do sistema. Colocamos dois técnicos agrícolas estagiários da Escola Agrotécnica. Foi um trabalho pioneiro para todo mundo, nesse primeiro ano, em 2003.
Começamos um pouco tarde, em junho, porque as chuvas começam em meados de março. Mesmo assim, houve muita produção de milho, de feijão, de maxixe, de abóbora. E foram plantadas árvores com as poucas sementes que tínhamos, porque não tivemos tempo de colher sementes nessa região no verão, que é a época em que as árvores frutificam e produzem sementes. Mas conseguimos algumas sementes, e, logo no primeiro ano, tivemos um bom resultado em termos agrícolas. Só que, em termos das florestas, nossos resultados foram tímidos. Ao mesmo tempo, revitalizamos o viveiro de mudas que já existia na área da Petrobras.
No segundo ano, fizemos uns curativos, ou seja, onde tinha pouca semente de árvore, onde não vingou muita árvore, colocamos as mudas. E temos o viveiro produzindo para fazer esse reparo onde não nascem muitas árvores por algum motivo, seja por formiga, seja porque a semente não está muito boa.
Temos os campos de produção, os lotes-escola e, no ano passado, entramos com lotes individuais ao redor desses dois lotes-escola. Temos 12 lotes individuais de meio hectare cada um, onde cada família começou sua produção individualizada. Além desse lote individual, trabalham também no lote-escola, ainda no sistema comunitário. E temos uma equipe de técnicos agrícolas, de dois estagiários que foram contratados, que dão assistência técnica a eles. Vou lá toda semana lá para acompanhar o Projeto. Temos também o engenheiro agrônomo que é nosso consultor e vem de dois em dois meses acompanhar o Projeto. Ele foi aluno do Ernst Götsch. Seu nome é Henrique Souza e foi seu aluno mais antigo. Já fez um trabalho no semi-árido e na área do litoral baiano, no Instituto de Permacultura, do qual faz parte, que foi premiado. Ele já foi entrevistado pelo Globo Rural. O sistema agroflorestal mostrou que é eficiente na caatinga, no litoral, na Amazônia, apesar de ser ainda um sistema pioneiro e que demanda muito conhecimento, mudanças culturais.
Temos uma série de práticas que são as agroecológicas. É possível fazer uma agricultura orgânica que se assemelha nas práticas de não fazer queimadas, não arar a terra, não usar defensivos químicos. Além disso, inserimos também elementos florestais que, na roça tradicional, não são usados.
Um agricultor, no início do Projeto, disse que nunca tinha visto “plantar dentro do mato”, mas está aí, hoje, mostrando que é possível. É um choque cultural para todo mundo. Inclusive, porque simplifica muita coisa e nem com a simplificação as pessoas estão acostumadas. Estão acostumadas a fazer as coisas pesadamente, arando a terra e vivendo do suor do rosto, como dizia o Gênesis. Quando a agrofloresta se desenvolve, gera um sombreado, parece que estamos em um ar refrigerado natural. As coisas ficam tão leves que é até difícil se acostumar com essa leveza. O mato não cresce. Os agricultores resistem a adotar essas práticas, porque isso gera uma mudança cultural muito forte. Mas, na medida em que os resultados vão aparecendo, vão ficando cada vez mais entusiasmados, principalmente os mais jovens. Os mais antigos são mais céticos, mas também têm o papel de criticar, de questionar. Os lotes foram cedidos para os 12 agricultores que já estavam no Projeto. Com exceção de dois que saíram e foram substituídos, os demais estão no Projeto até hoje. Um saiu por questões médicas, teve uma lombalgia e está sendo acompanhado pelo INSS. O outro pediu para sair, não se adaptou ao trabalho, o que é normal. Talvez ele tenha entrado sem muita perspectiva de se tornar agricultor. Apenas viu o chamado da prefeitura, mas não tinha gosto pelo ofício de agricultor. Naturalmente, ele se desentendia com as pessoas e pediu para sair.
PROJETO AGROFLORESTA: SUSTENTO DA VIDA Perceber resultados na comunidade fica difícil, mas na vida dos agricultores é possível. Eles estão muito entusiasmados, já têm conhecimento de práticas agroecológicas. E o conhecimento é construído com o que sabem, com o que trazemos das consultorias. E muita coisa da consultoria é corrigida com a experiência prática dos próprios agricultores. É um aprendizado construído em duas vias. Não tem isso do doutor chegar e dizer o que sabe. Pelo contrário, aprendemos cada vez mais. Tem muitas coisas que são os agricultores que dizem em qual direção seguir. A pedagoga acompanha a construção do conhecimento. Ela se baseia na pedagogia de Paulo Freire. Quando a convidei, ela era mestranda e desenvolveu sua dissertação de mestrado nesse Projeto. Pesquisou como a construção do conhecimento mudou do início para o meio e até o final do Projeto. Mostrou como os agricultores vão apreendendo e construindo os conceitos da agrofloresta, saindo da limitação de poucos cultivos para algo rico, diversificado, mais próximo da natureza em seu estágio primitivo, que é a floresta, a Mata Atlântica, só que com o homem inserido nela. Quando o homem entra com conhecimento harmonizado com o processo natural, a coisa se acelera. É isso o que Ernst Götsch provou. A recuperação da Mata Atlântica é possível de forma acelerada e com vantagens para as sociedades. É possível ter espaços preservados com a sociedade coexistindo, o homem inserido na natureza e não aquela coisa estanque em que o homem vai fazer seus desmatamentos e a reserva florestal fica cada vez mais pressionada, porque precisa de mais de espaço. Foi isso o que defendi em minha dissertação. No Brasil, é preciso combinar essas duas instâncias, sociedade e natureza. Não dá para focar só numa coisa, porque as duas entram em conflito. O nome desta pedagoga é Ana Paula Fraga Bolfe.
PROJETO AGROFLORESTA: SUSTENTO DA VIDA - DESAFIOS As expectativas são grandes para que tudo dê certo e vejo que é uma construção. No primeiro ano, a expectativa era tão grande que queríamos já estar fazendo as coisas do jeito que o consultor fazia. Mas éramos pessoas novas em uma metodologia nova. As árvores não cresceram tanto quanto esperávamos e, no segundo ano, tivemos que fazer os curativos. Alguns lotes individuais já tiveram bons resultados, outros nem tanto, porque variam de pessoa para pessoa. Mas cerca de mais da metade dos lotes tiveram bons resultados. Lidando com pessoas sempre surgem problemas. O manejo destas questões, a relação com a Empresa, tudo é novo. Estamos negociando, buscando recursos, disponibilizando tempo junto com outras demandas, já que a Empresa também tem outros projetos.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Esse Projeto faz parte das minhas funções na Petrobras. Trabalho na Gerência de Meio Ambiente e o Projeto está sendo desenvolvido pela Gerência de Meio Ambiente da SMS. Mas, junto desse trabalho, tenho outras demandas de licenciamento ambiental, de projetos da Petrobras. Estou sempre acompanhando e tem a equipe que dá o suporte.
VIVEIRO DE MUDAS / CASA AGROFLORESTAL PETROBRAS O viveiro de mudas é uma área que a Petrobras, desde a década de 90, desenvolveu para tentar fazer um projeto de revitalização da Mata Atlântica, mas que não foi muito para frente, talvez pela tentativa de criar uma reserva florestal intocada. Houve um boicote da comunidade, que cortou as cercas, de modo que o gado entrou e comeu as mudas. O viveiro ficou abandonado e nós o revitalizamos. Pensei que, em uma área tão bonita, com bosque, horto, com a nascente do
Diogo, poderíamos criar uma base do Projeto, um espaço para cursos, aulas, reuniões. Em 2003, tive contato com um arquiteto que estava ingressando no mesmo mestrado que eu tinha feito. Sua pesquisa era sobre bambu e sugeri que fizéssemos uma construção com bambus. Ficou um projeto ecológico, bastante agradável dentro do ambiente do bosque. Esse espaço foi batizado de Casa Agroflorestal Petrobras. Esta casa de bambu serve também de escritório ao Projeto. É o nosso Centro de Educação Ambiental. Ao lado, fizemos uma trilha ecológica que vai até a nascente do Diogo. Escolas da região já estão visitando para conhecer o Projeto.
PROJETO AGROFLORESTA: SUSTENTO DA VIDA - EXPANSÂO Não paro de pensar em novas atividades. Ontem mesmo, um professor da Universidade de Tiradentes me procurou com um vereador de Carmópolis. Ele é biólogo especializado em fauna e está com um projeto de proteção e preservação do guigó, um primata da região. Lá tem uma espécie que foi descrita em 1999 e que, até então, era desconhecida. Ela ocorre nas áreas litorâneas de Sergipe, em Carmópolis e no norte da Bahia. Ele me procurou para saber se a Petrobras poderia ajudar. Então, vai escrever um projeto das ações de conscientização da preservação desse macaco, já que ele é muito caçado ainda hoje. E as matas, que são as casas dos animais, também estão desaparecendo. Isso vai se somar ao Projeto Agrofloresta, que vai desenvolver novas florestas, com a preservação dos remanescentes de matas que existem nas fazendas. Ele vai fazer um trabalho com os fazendeiros para transformar reservas particulares em patrimônio natural. É mais uma atividade que vamos somando a este Projeto maior, que acredito que vai desenvolver mais a questão da melhoria da qualidade ambiental de uma região produtora de petróleo.
INTEGRAÇÃO COM A COMUNIDADE É sempre uma surpresa para a comunidade e, pela novidade, todos querem participar. Os professores querem desenvolver projetos junto aos alunos e estamos nos abrindo para essa perspectiva. Esses passeios de escolas servem não só para conhecer o Projeto, mas para conhecer as atividades do petróleo no campo de Carmópolis, seus poços produtores, as estações. Mostrando que, além de produzir petróleo, a Empresa está preocupada com a conservação do meio ambiente, com a inclusão social de agricultores.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Não tenho do que me queixar, porque, desde o momento em que a Petrobras me proporcionou fazer o mestrado, tenho recebido todo o seu apoio. Isso me traz muita satisfação pessoal e profissional. Estou no lugar certo, fazendo o que quero, o que acho que tenho de melhor para dar e sendo acolhido nessa vontade de contribuir.
RESPONSABILIDADE SOCIAL Isso é algo que está cada vez mais na pauta diária da Empresa. Muitos projetos têm começado de forma cada vez mais responsável. Instituições procuram a Empresa através de projetos. E estas instituições têm respondido a esse apoio. Estão criando uma responsabilidade das instituições, que devem propor soluções para determinadas questões das comunidades carentes, por exemplo. Está sendo muito legal ver o quanto as comunidades estão ganhando e o quanto a Empresa está podendo proporcionar com esse apoio. Não só aquele apoio paternalista de “dar o peixe”, mas sim de “ensinar a pescar”. Acho muito interessante a questão da autonomia. Por exemplo, para o Projeto, vislumbro que a Empresa vai se afastar e que os agricultores poderão ser os próprios instrutores de outras comunidades. Espero e estamos trabalhando para isso.
Nesse momento, o Projeto está restrito aos 12 agricultores. Fomos procurados pelo Programa Agrícola da TV Sergipe, que fez duas matérias e temos recebido visitas de órgãos públicos ligados à agricultura. A Embrapa sempre nos deu apoio, já que meu orientador é de lá. Já realizamos três simpósios conjuntos entre a Petrobras, a Embrapa e o Incra sobre sistemas agroflorestais. Nos dois primeiros simpósios, trouxemos pessoas de outros estados para falar ao público de técnicos. O terceiro ocorreu na área do Projeto, no espaço florestal do Centro de Educação Ambiental, onde colocamos os agricultores de assentamentos e os agricultores do Projeto junto com os técnicos dos órgãos públicos. Foi muito interessante porque, no segundo dia, fizemos plantios por equipes. Vimos essa troca do agricultor, que tem um conhecimento, com o técnico, que tem outro. Os dois se complementam. Dentro de um novo conhecimento, isso deve ser cada vez mais considerado. Não existe isso de que o letrado é o que vai pra universidade. Temos que ouvir cada vez mais as pessoas que têm a experiência empírica, prática e considerá-la tão importante quanto aquela que foi para a universidade. Devemos valorizá-los, porque têm muito conhecimento. Sinto isso como um resultado prático do trabalho.
LAZER / FAMÍLIA Esse trabalho me toma bastante tempo. Mas, fora da Empresa, tem coisas que gosto de fazer. Gosto de desenvolver trabalhos manuais, fazer dobradura de papel, recortes. Nas minhas horas vagas, faço isso como uma terapia. Recentemente, também tenho praticado esporte, tenho nadado bastante. Minha nova proposta é remar. Me matriculei nesta semana. E, fora isso, tem o lazer com a minha família. Sou casado e tenho dois filhos, um casal. Flora, que tem oito anos, e Miguel com 10 anos de idade. Moro em Aracaju, essa cidade maravilhosa. Lucília é o nome da minha esposa. Viajamos muito para Salvador, porque nossa família está lá. Nos finais de semana mais prolongados, nos feriados e férias, vamos para lá.
PROJETOS FUTUROS Para este ano, também estou com um projeto pessoal, estou construindo minha casa num terreno próximo à Aracaju. São mil metros quadrados em que pretendo fazer a minha agrofloresta. Além de construir a casa, que já comecei e é o meu refúgio, vou botar em prática todas as coisas todas que tenho aprendido com os agricultores.
RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL É da maior importância essa atuação, cada vez mais presente, da Petrobras inserir em sua agenda a questão ambiental e social. É natural uma empresa que obtenha seu produto da natureza ter esta responsabilidade com a natureza. É uma forma de gratidão por tudo o que temos conseguido. Aliás, não só a Petrobras, mas qualquer pessoa, entidade ou empresa deveria ter isso em mente, essa responsabilidade com as pessoas, porque são as pessoas que fazem as empresas. A empresa só existe porque as pessoas estão trabalhando, criando e desenvolvendo. E as comunidades do entorno estão dando suporte, na medida em que fornecem seus trabalhadores. Responsabilidade, reconhecimento e gratidão por tudo o que temos recebido da natureza. Esse petróleo faz a energia que move o Brasil até hoje e cada vez mais. Temos essa responsabilidade com o ambiente e com as pessoas.
PROJETO MEMÓRIA PETROBRAS Foi uma satisfação muito grande estar aqui participando do Projeto Memória Petrobras. Desde o primeiro momento em que soube do Projeto, gostei bastante. Faz sentido, para mim, estar nesse Projeto, porque minha memória, desde criança, tem ligação com a Petrobras. Falei do episódio em que fui socorrido no ambulatório da Petrobras, que andava nos campos de Araçás. Para mim, isso faz muito sentido. Estava escrito nas estrelas que eu estaria aqui fazendo isso, porque meu destino estava, desde cedo, entrelaçado intimamente com a Petrobras. Esse Projeto veio em boa hora, porque a Empresa completou 50 anos. Está na hora de escrever sua história e de forma cada vez mais marcante, senão as histórias se perdem e se perde toda uma cultura. E a história da Petrobras está intimamente ligada com o desenvolvimento do Brasil. A Petrobras é um dos seus pilares. Não é à toa que é a maior empresa do país. O que o Brasil tem hoje é, em grande parte, por conta da história da Petrobras, das pessoas que construíram e constroem esse país. Esse Projeto é realmente muito importante.Recolher