Angustiada em poder dar sequência aos projetos de trabalho sonhei que estava acontecendo uma guerra em frente à praça Maurício Cardoso. Muita gente na rua, bombas, correria. Eu corria do inimigo desconhecido até que comecei a subir por uma rua íngreme e fui sentindo as pernas cansadas. Pensei que não conseguiria escapar e sobreviver. Até que apareceu uma colega de formação, que me incentivou a seguir subindo, ela dizia que eu ia conseguir, ia dispersando o inimigo com bombas até que chegássemos à nossa base, que era a instituição onde eu faço formação psicanalítica. Interpretei que estava muito angustiada com as perdas no trabalho, eventuais pacientes que não quiseram seguir com o atendimento virtual, outros que perderam emprego neste meio tempo, e não estava enxergando nenhuma perspectiva de melhora financeira para os próximos dias e meses. Estava realmente muito mal, pensando que teria que interromper a formação que recém iniciei é que tanto invisto libidinalmente. No dia que antecedeu o sonho conversei com minha supervisora sobre a interrupção das supervisões. Disse isso a ela muito assustada e chateada, até que ela me disse palavras de conforto e incentivo e disse para que eu primeiro me acalmasse para então poder pensar. A colega que aparece no sonho me incentivando a subir a rua íngreme era uma amiga e colega de instituição, mas talvez também um deslocamento para a minha supervisora, que naquele momento me deu apoio e palavras de conforto.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
Já relatei junto ao sonho. Mas acrescento que a pandemia me deixou muito assustada, com muito medo das perdas e com muito sofrimento pelo adiamento de projetos profissionais. Pensei que tivesse que interromper a minha formação, na qual invisto tanto, até conseguir me acalmar e pensar nas saídas possíveis para não precisar tomar essa decisão.