Mudar de escola foi para mim como se mudasse de vida, uma transformação inigualável. Melhorei em todos os aspectos, como pessoa, como ser humano.
A Mirian do Pedrão era rebelde, masculinizada, vestia-me como um menino, agia como um menino, falava na gíria, estava pronta para bater ou apanhar, era desleixada, não estudava, e não levava a vida a serio.
Por isso a adptação na nova escola foi muito difícil. Alem do que só me sentia a poderosa no Pedrão porque conquistei isso ao longos dos anos, e mesmo assim tinha minhas inseguranças, Agora na Industrial não conhecia ninguém, e imaginei que no fundão encontraria minhas caras metades. Encontrei foi o Thales Eduardo Cintra um rapazinho metido a besta cheio de si, e o Fransergio, o fundão ali não fazia muito sucesso, no mais uma classe cheio de patrícianhas e CDLs.
Então ficava perdida, e perdia a maioria das aulas, Descrevia a sala todo na fisionomia de uma das alunas que considerava a pior. Uma cdl que usava óculos fundos de garrafa, e não sai nem no intervalo, nunca olhava para os lados, e até o meio do ano eu nunca tinha ouvido sua voz.
E para piorar a situação masoquista como sou, não poderia ser diferente, tive uma grande queda por nada mais, nada menos que o “Thales”, e ele não deixava por menos, falava que eu era pobre, que ele só comprava em loja de griffe. E coisas do gênero. Mas foi curto este período, eu posso até ser masoquista, mas burra já é de mais.
“Se achar”, era o forte da turma, Marilisa a patricinha-mor, era a pior, expelia todo o seu veneno nos menos favorecidos, nem por isso menos inteligentes.
Tinha uma dupla de CDFs, que era de origem humilde, e ela não deixava por menos sempre os atacava. E eu claro acabei comprando a briga, um dia ela teve a coragem de dizer que eles fediam, não era verdade, eles transpiravam muito, mas por timidês, e ai eu não agüentei, falei que se eles fediam poderia até ser por falta de um ante-transpirante, o pior era ela,...
Continuar leituraMudar de escola foi para mim como se mudasse de vida, uma transformação inigualável. Melhorei em todos os aspectos, como pessoa, como ser humano.
A Mirian do Pedrão era rebelde, masculinizada, vestia-me como um menino, agia como um menino, falava na gíria, estava pronta para bater ou apanhar, era desleixada, não estudava, e não levava a vida a serio.
Por isso a adptação na nova escola foi muito difícil. Alem do que só me sentia a poderosa no Pedrão porque conquistei isso ao longos dos anos, e mesmo assim tinha minhas inseguranças, Agora na Industrial não conhecia ninguém, e imaginei que no fundão encontraria minhas caras metades. Encontrei foi o Thales Eduardo Cintra um rapazinho metido a besta cheio de si, e o Fransergio, o fundão ali não fazia muito sucesso, no mais uma classe cheio de patrícianhas e CDLs.
Então ficava perdida, e perdia a maioria das aulas, Descrevia a sala todo na fisionomia de uma das alunas que considerava a pior. Uma cdl que usava óculos fundos de garrafa, e não sai nem no intervalo, nunca olhava para os lados, e até o meio do ano eu nunca tinha ouvido sua voz.
E para piorar a situação masoquista como sou, não poderia ser diferente, tive uma grande queda por nada mais, nada menos que o “Thales”, e ele não deixava por menos, falava que eu era pobre, que ele só comprava em loja de griffe. E coisas do gênero. Mas foi curto este período, eu posso até ser masoquista, mas burra já é de mais.
“Se achar”, era o forte da turma, Marilisa a patricinha-mor, era a pior, expelia todo o seu veneno nos menos favorecidos, nem por isso menos inteligentes.
Tinha uma dupla de CDFs, que era de origem humilde, e ela não deixava por menos sempre os atacava. E eu claro acabei comprando a briga, um dia ela teve a coragem de dizer que eles fediam, não era verdade, eles transpiravam muito, mas por timidês, e ai eu não agüentei, falei que se eles fediam poderia até ser por falta de um ante-transpirante, o pior era ela, que usava um litro de perfume importado para disfarçar o cheiro podre por falta de banho.
Brigamos, e eu tinha uma língua tão ferina quanto os pensamentos dela e acabamos empatadas.
E só para variar a Solange acabou tendo um caso com o Fransergio, e para possibilitar que os dois saísse, eu fui obrigada a sair com o amigo dele, Luiz, e pior marcamos numa bolota afastada, a Solange ficou no meu carro com o Fransergio e eu fui para o carro do Luiz, claro fiquei muito constrangida, mas o Luiz era um cara bacana, falamos de futilidades, e não ficamos juntos, apenas conversamos, e ficamos ali, sem saber o que fazer segurando vela, quando o casalsinho resolveu nos liberar para irmos embora, agradeci a Deus, já não tínhamos mais nada para falar, e nenhuma afinidade, só não foi pior porque ele não tentou nada, ficou na dele, e foi muito educado.
No inicio não teve muito mudança, continuava agressiva, masculinizada, e sempre na defensiva, e pior, nada inturmada, como conseqüência quase não assistia as aulas, ia embora sempre que queria, nada e ninguém me segurava ali.
A transformação veio mesmo no mês de agosto, quando a escola disponibilizou o teatro que tinha para um grupo de teatro aberto ao grande publico.
Comentei com a Márcia e Solange, e elas ficaram loucas para ir, mas queria a minha companhia já que eu estudava na escola.
Acredite se quiser, mas eu era muito tímida, não tinha jeito nenhum para isso, sempre que tinha que falar em publico eu travava. Mas elas insistiu que eu fosse de companhia, e eu topei.
No dia da inscrição todos tinham que se apresentar, eu disse que não participaria, mas a professora insistiu e eu fui, e apaixonei. Acabou que eu fiquei e as meninas pararam. No grupo conheci dois vizinhos, o Cristian, e a Daniela, sabe aquela menina dos óculos fundos de garrava na minha sala, ela mesma, era minha vizinha de bairro, e todo aquele seu jeito era pura timidez. O teatro também mudou a sua vida, ela passou a olhar para os lados, e sorrir, ria atoa, e para ajudar a se soltar ainda mais, ela conheceu a mau elemento Mirian, assim falou o diretor para sua mãe, ‘ Depois que a sua filha se juntou com aquela negrinha mal encarada, ela só tem feito desandar”
Mas a Jane não deixou por menos, me defendeu, disse que agora que a filha dela estava começando a viver, pois tinha me conhecido.
Era verdade, comigo a Dane passou a sair quase todos os dias, conhecer pessoas, e arrumar paqueras, deu o primeiro beijo e tudo mais.
Mas foi uma troca, com ela eu aprendi a estudar, a ser mais concentrada nas aulas, a brigar menos.
Fazer amizade com ela, acabou trazendo outras meninas da sala para próximo de mim. Luciana, e outras, e ainda acabei arrumando paqueras na escola, tipo o Serginho rebelde, um menino muito magro, alto, que acredito de boa família, muito educado, tímido, de sorriso radiante, ele as vezes sorria para mim, e cumprimentava, e eu ficava toda empolgada, perdia a maioria das aulas só para ficar olhando no corredor.
Com o teatro e os passeios com a Dane me tornaram mais vaidosa, íamos em lugares que as pessoas se vestiam melhor, falava melhor, então eu tive que me adaptar, e fiz isso muito bem.
A Sola minha companheira da época, se recusava a sair comigo, dizendo que as pessoas estava lhe chamando de gasolina, eu ficava uma fera, afinal nós já saímos juntas antes, só porque eu tinha um carro ela não poderia continuar a sair comigo? Mas ela não quis ceder, e acabamos nos afastando. E a Dane se transformou em minha nova companheira de balada.
Barzinho era os nossos pointes. Neste período também chegava em Franca um primo o Dinho veio morar em minha casa, Minha tia logo o alertou, cuidado com a Mirian Ela seduz e depois diz que foi atacada.
Irmão de Osni, não sei se ele me irritava, por isso, ou por que queria saber mais do que eu até de meus sentimentos, dizia que queria me desvendar, me desafiava o tempo todo.
Teve um dia que ele estava lá em baixo e atendeu ao telefone e era a Dane, e ele veio me chamar, não sei como ele ficou ouvindo na extensão, e ouviu eu falar para Dane que eu o odiava.
Ficamos um bom tempo sem nos falar direito, até que ele começou a sair com minha amiga Solange, ai não teve jeito, voltamos as pazes, e melhor ele conquistou minha confiança, falando sobre o assunto que até então todos fingiam que não tinha acontecido. E o pior, com o irmão dele.
“Teve um dia aqui, que ouve algo entre você e meu irmão, que a Tala,, falou para eu tomar cuidado com você, pois costumava seduzir os rapazes e depois dizer que eles te atacou.
Foi isso que ela disse?
Foi, mas o que aconteceu exatamente naquela noite?
Ninguém nunca tinha me perguntado isso, todos julgavam, mas ele quis saber.
Contei-lhe a minha versão, e complementei, sei que ele é seu irmão, mas eu não acredito que ele seja sonâmbulo, e eu e ele sempre vamos saber a verdade.
Tudo bem, eu não sei o que aconteceu, mas ele é sonâmbulo mesmo.
E morreu ai o assunto, ele não julgou, não me condenou. E entendi ele querer defender, afinal estávamos falando de seu irmão. Eu no seu lugar também defenderia.
No teatro peguei um papel de figurante, dava um grito, e chorava, só, mas foi o suficiente para a professora e a direção em geral, achar que eu era uma boa atris, e me deu o papel pricinpal da próxima peça.
Um texto super pesado, que falava de ads, e drogas, em um momento que pouco se conhecia do assunto, era mais uma peça educativa, até ensinar colocar camisinha a peça ensinava.
Eu era Angélica uma garota grávida que pegou ads do namorado que contraiu a doença através de doação de sangue. Sangue esse doado pela cunhada casada com irmão viciado em drogas injetáveis.
Texto pesadíssimo, eu chorava do inicio ao fim, mas chorar era o meu ponto forte, todos acreditava que eu estava chorando quando representava, lagrimas escorriam livremente, foram apenas 2 apresentações, e logo decidi mudar de grupo, fui para um grupo mais serio, o do teatro da cut.
Fomos eu e a Dane, nós passamos mos a sair sempre juntos, eu no teatro virei boemia, saia todas as noites quase, e chegava altas horas. No sindicato fazíamos vários cursos, teatro com tudo o que engloba, dança, interpretação, mímica, musica etc. e aulas de formação social, onde aprendíamos um pouco da história política do pais.
Eu já tinha um pouco de interesse por este assunto, mas não entendia muito, Durante o período de eleição do Tancredo Neves eu já acompanhei a eleição e fazia torcida por ele, mas porque o meu pai disse que torcia por ele, e ainda tenho duvidas, lembro-me de que o pai disse que votou no Tancredo, mas pelo o que conta a história ainda não acontecia eleição nestes período. E até hoje eu ainda não entendi muito bem, sei que acompanhei todo o desfecho da morte de Tancredo como se o futuro de todos estivesse dependendo dele viver, pois foi essa a imagem que a televisão me passou, mas foi tudo o que me ligava a política, até conhecer o curso de formação, com a Neide, uma petista de difícil convivência, mas ótima professora, ela me fez apaixonar-me por política, passei a querer mudar o mundo, apesar de sempre ter tido esse sentimento, agora eu achava que era possível.
A primeira atitute que tive quando completei dezesseis anos foi tirar o titulo de eleitor, sentia-me importante, eu tinha em minhas mãos o poder de decidir o futuro do pais, mas para contrariar os ensinamentos petista que recebi na cut, o meu primeiro voto a presidente da republica, foi direcionado ao Caçador de Marajás.
Muitos dizem que Fernando Collor ganhou porque era bonito, que a mulherada votou nele porque ele era simpático e esportista, mas eu não, eu votei nele, porque ele era o caçador de marajás, porque ele iria colocar a os corruptos na cadeia, e daria oportunidade aos menos favorecidos, os descamisado como ele dizia.
Quando ele criou o plano que bloqueou o dinheiro de todos os brasileiros, eu ainda acreditava nele, e não entendia porque as pessoas não lhe dava um voto de confiança.
Quando surgiu as noticias sobre sua corrupção, de inicio eu não quis acreditar, eu achava que era intrigas da opsição, mas não deu, as evidencias eram tamanhas, que eu não poderia ficar calada. Eu coloquei ele lá dentro, então era minha obrigação tira-lo.
Ouvir falar de impenctiman, até hoje tenho duvidas de como se escreve, mas pesquisei para saber o que era, e estava certa que poderíamos tira-lo do governo. Quando aos estudos tradicionais, eu não queria nem saber, mas sobre impitimam, eu queria saber de tudo.
Neste período passava na tv, claro merchandaisse da globo, a minissérie Anos rebeldes, o maior meio de comunicação do pais, estava insatisfeito com o governo, então porque não dar uma forcinha a sociedade e mostrar algo que lhe aguçasse o patriotismo.
Deu certo, vários jovens saiu a rua em todo o pais, e em Franca, lá estava eu e a Dane, no meio da multidão cantando titãs, para tirar o presidente do pais.
Hoje eu sei que minha atitude foi fruto de uma manipulação do meio de comunicação, eu comprei o produto da indústria cultural, mas não tenho vergonha disso, ao contrario, quem não comprou?
Continuei patriota, sempre fui, achei um meio político que dizia exatamento o que eu acreditava, que política começa em casa, no quarto, quando fazemos algo muito bom na vida da gente, chamamos a atenção de familiares, que resolve seguir o exemplo, a família passa a estar em evidencia e chama atenção do vizinho, que resolve seguir o exemplo, que passa para a rua, que passa para o bairro, a cidade, o estado o país e o mundo.
Ou seja, comecei entender o que o pt dizia, sobre comunismo, mas o problema é que eles queriam impor isso de cima para baixo, e não acontece assim, tem que ser da massa para o núcleo.
Mas eu ainda teria muito que aprender sobre política, e continuei no teatro, nos cursos, e na vida boemia, conhecia todos os bares das noites francanca, e paquerava todos os rapazes possíveis, distribuía olhares e sorriso para todos, do porteiro ao cozinheiro, não faltava ninguém.
Cantava letras de musicas picantes para rapazes galantes, mas tudo era só a distancia, sem nunca ficar com ninguém.
Apaixonava por vários rapazes, dependendo do dia e da hora. Everton de Paula Merlindo, Pepinho- Ramom, , Parish, Marcelo, trocava de amor, igual trocar de roupa, mas não ficava com nenhum, só olhava. Muitos nem sabia que eu existia, e os que sabiam também nunca acontecia, eu era muito tímida para isso. O meu negocio era namorar de dedinho, e falar no microfone, nada alem.
Divertia-me ao maximo, e muitas vezes, encontrava pessoas que poderiam jurar de pés juntos que eu estava alcoolizada ou drogada na noite anterior, mas na verdade tudo o que fazia, a zoeira habitual, lagrimas e risos, eram todos conscientes, sem um único pingo de álcool ou droga.
As festanças diferentes do que a turma do bairro estava acostumada, foi me afastando do pessoal, e eu fui me apegando cada vez mais na Daniela. Viramos um grude só. Onde estava uma estava a outra. Radicalizei, não dizia nenhuma única palavra de baixo calão. “Vai cagar” tornou se proibido no vocabulário.
Passei a inventar palavras para expressar minha fúria, bruxo, era o mais forte e conhecido de meu vocabulário. Foram dois anos, e foi natural, não era forçado, era como se eu tivesse criado um bloqueio, algumas vezes até queria chingar, mas não conseguia. Não saia. E eu não estava mais preocupada com isso.
Nesta época fazia natação no sesi, e tinha o gato do Valmer de Souza, com quem eu já tinha trocado uns beijos no passado, continuava com uma queda por ele, mas descobri que ele ia se casar, e cai fora.
Outra hora, estava caída pelo Demetrios, mas ele me tratou como fã e perdeu a moral comigo. E eu era assim instável, mas feliz. A zoeira da turma, as pessoas não podia olhar para mim, que eu estava hora chorando teatralmente apesar das lagrimas correrem, hora entrevistando uma vitima, era a banbam da bagunça, a palhaça do circo.
No teatro, me dava muito bem, adorava os curso de formação, e me adaptava bem ao personagens, teve uma pecinha que não combinamos, mas nada que não desse pára tirar de letra.
O personagem mais querido eu apresentei apenas uma vez, e ele me deixou com uma seqüela pra o resto da vida.
Uma cicatriz no rosto, pouco antes da apresentação acertei uma porta em cheio e cortei o olho, foram treze pontos, mas nada que me impedisse a apresentar o sapeca do sardento. Na greve da vilazinha. Adorei.
E por causa do teatro entendi que já era dona de meu nariz. O meu pai sempre foi autoritário, vivia prometendo tomar o carro devido os longos períodos de farras, eu sai 3h para o happy-hour, volta as 18h para o banho, saia meia hora depois e voltava de madrugada, quantas vezes cheguei em casa com o dia amanhecendo, nas pontas dos dedos para eles não verem que estava chegando.
Mas ainda conhecia plenamente o “não“ pode ir, que o meu pai dizia, e o “não” não insista, você não vai. Por causa do acidente com a porta, combinei com todos que iria comigo de não comentar com o meu pai, o acidente, coloquei um óculos escuro maior que o meu rosto, mas antes mesmo dele parar a Daniela gritou, “Seu Irineu, Seu Irineu,olha o olho da Mirian, ela machucou”. Levei um grande sermão, poderia ter ficado cega. E poderia mesmo, o medico disse isso. Chegamos em casa foi mais um discurso, e eu fui tomar banho me arrumar para o happy-hour, ele disse que eu não sairia, pois estava machucada, e que a partir daquele momento eu nunca mais iria ao teatro.
Meu coração despedaçou, era aquele não, nunca mais, que o meu pai sabia fazer tão bem. Eu nunca mais voltaria ao teatro. Mas não me rendi, disse que não estava doente, e que sairia. Não questionei o teatro naquela hora, pois sairia perdendo.
Fui para o vivenda, me divertir a noite toda, não voltei nem para o banho das 18h emendei tudo, cheguei em casa já era tarde da noite, deitei-me e no outro dia no horário habitual levantei para o trabalho, agi normalmente como se não tivesse nada de mais. Mas sobre o teatro nem uma palavra.
Pensei o meu pai sai todos os dias antes de eu ir para o teatro, vou sair escondido, quando ele ver eu já estarei lá. Deu cinco horas e nada de meu pai sair, seis horas, e o teatro começava as 07 da noite, seis e meia, resolvi enfrentar, sairia de fininho as vezes ele nem veria.
Troquei de roupa e desci, abri a porta, e ele perguntou. Aonde vai? Meu coração parou, não adiantava mentir, teria que enfrentá-lo, respondi pronta para a briga, ao Teatro. Ele levantou e pegou a chave do carro e disse, vou te levar.
Não disse uma única palavra, saímos. Eu grata, e numa felicidade, que ele nem imagina o que me proporcionou. Neste momento entendi, que estava colhendo o que plantei, eu estava indo ao teatro, porque não agi como uma doente, não faltei as minhas responsabilidades, não agi como uma criança mimada, que de fato eu era. Agi como adulta, e fui tratada como tal.
Descobri minha independência. E isso foi mais uma vitória, no entanto o meu pai sempre foi muito firme conosco quanto a isto, e não foi poucas as vezes, que deixei de ir ao teatro, a natação, ao karate, ou qualquer atividade extracurricular que tivesse por conta de meu serviço. Ele sempre dizia, primeiro o serviço, então época de entregar cobrança eu ficava até tarde na guarda fazendo os meus afazeres.
Mas foi bom isso também, crio senso de responsabilidade, não acho que eles eraram comigo por isso, ao contrario, sou grata, pois sei que se um dia parar de trabalhar com ele, e for trabalhar em qualquer outro lugar, sei de minhas responsabilidades, e nunca ninguém vai me cobrar por não cumprir com os meus compromissos.
Continuei no teatro, continuei boemia, e apaixonada por vários. Um em especial rendeu algumas conversas diferente, Ramom, o Pepinho, no inicio eu só o via uma vez por ano, nas festa da Espoagro, até que um dia, ele comprou o vivenda e abril o Bufallos bar, passei a vê-lo todos os dias quase, ia e observava, ele ria, as vezes nem era para mim, e eu fica toda cheia, eu o observava tanto que conhecia seu estado de espírito, ora eu chegava e via como estava dizia, o Ramom ta com problemas, ora dizia hoje ele ta feliz, tudo suposição, ninguém nunca me provou que eu estava certa, mas também que estava errada.
Eu o admirava a distancia. Claro paquerava outros caras também, mas ele era especial, e acho que ele sabia disso. Brincávamos com tudo, e eu e a Dane tinha o costume de darmos as mãos e fazer uma vibração para descobrir se alguém que queríamos ira aparecer ou não, coisa boba, brincadeira. E claro um dia comecei a sentir uma coisa boa, e disse ”Fulano vai vir, to sentindo” e adivinha, ele veio, depois deste dia, todas as vezes dava certo, se eu não sentisse nada, quem estávamos invocando não viria, se sentisse ele viria.
Tudo bem até ai, estava ótimo, tudo festa. E continuou a festa o dia que eu encanei que queria comprar um cartão para dar para o Ramom, comprei fomos para o barzinho, e quando chegamos lá entreguei, não deu meia hora, chegou vários amigos dele, com um bolo, era o seu aniversario, eu não sabia, fiquei pasma, pensei eu senti. Ele muito educado agradeceu, ofereceu um pedaço de bolo, as meninas nos apresentou para ele, e eu ...
Exatamente isso, não falei uma única palavra, perdi a voz, fiquei muda, depois disso vi ele se envolver com uma mocinha, e não pense que fiquei com ciúmes não, a menina era bonita, e tinha um jeito bacana, e eu torci para dar certo. Eles se casaram.
Eu continuei admirando, e acertando coisas, outro dia estávamos com uns amigos músicos, que eu gostava muito, claro paquerava um dos rapazes, Marcelo, e o seu parceiro disse que agora eles não voltariam tão cedo em Franca. No final de semana seguinte, nós no Noite nossa, e eu dei a loca, que queria ir para o Tropicália ver o Marcelo e o André, as meninas ficaram quase louca, disse que eu estava delirando, que eles não estariam lá, que disse que só voltariam em fevereiro, e que não fazia nem uma semana que eles estiveram em franca. E coisa do gênero, nada me convenceu, eu bati o pe e disse, vamos vê-los, eles estão lá eu estou sentindo.
E eles estavam. Mas era só mais uma paquera, eu paquerava todo mundo, mas nunca ficava com ninguém, até que com a turma do Batuque, eu paquerava o Everton, mas quem me deu bola foi o Chiquinho, gatinho também, e acabei ficando com ele, muitas vezes, mas continuava de olho do Everton que namorava a Adriana, que eu achava linda, e que ele não poderia terminar, mesmo eu paquerando ele, e olha que a Adriana deve me odiar, pois nós mexíamos com o Everton, e eles se casaram.
Mas tudo fatos corriqueiros, era mais festa, eu continuava, curtindo e fazendo teatro, nadando, nos cursos de formação, mas não deixava de fazer minhas artes.Paquerando todo mundo, brigando com o meu primo Osvaldo, curtindo.
Em um dos cursos surgiu um rapaz boa pinta, ou melhor lindo de matar, e todas as meninas ficaram assanhadas.
Ele não era de Franca, vinha de Brasília, mas tinha jeito de mauricinho, então pensei esse cara deve ser um mala, mauricinho e está perdido aqui.
Mas era bonito, e eu não tinha preconceito, então resolvi me aproximar, no intervalo do curso, cheguei chorando, dizendo que as meninas não queria deixar eu comer, se ele poderia me ajudar. Coisa de ator iniciante, que fica o tempo todo atuando. Eu chorava de lagrima corrida, e ele na maior simpatia, entrando na brincadeira, foi colocar comida para mim.
Vi que estava errada, passamos o dia todo juntos, saímos do curso e fomos para a praça, brincamos o tempo todo, vi uns moveis miniatura e disse, são de minha casa, e ele respondeu, só de casar comigo, pois eu já comprei, estávamos em uma turma, e ele parecia já fazer parte do grupo, super enturmado, depois disso não desgrudamos mais, e claro aconteceu o obvio, me apaixonei. Não foi assim no primeiro dia, mas já neste instante eu o achei especial, e resolvi convida-lo para sair.
Alexander, era super gente boa, e muito extrovertido, e galante, e fez eu viver o primeiro amor platônico de minha vida que passei a dividi-la entre antes de antes e depois do Alex.
Mas o durante foi curtíssimo, começamos a ficar do nada, brincando, uma direta, uma indireta, ai fomos para minha casa, no primeiro dia mesmo, Eu, ele, a Elaine Cruz, o Fabio, e a Dane, jogamos baralho, e dama, e combinamos, eu e o fabiam que quem perdesse, pagaria a passagem do Alex para ele ir embora, já que ele não tinha mais dinheiro.
Eu ganhei, mas combinei com ele de lhe pegar a noite para sair, já que estaria de carro mais tarde.
Fomos para um barzinho muito simpático, e ele pediu uma musica para mim,”leãozinho”, adivinhou, pois eu amo esta musica, todos saíram da mesa, e nos deixou sozinhos, eu estava quase devorando o meu chaveiro de tanto morder, ansiedade, timidez, e ele veio segurou na minha mão e comentou
Deve estar gostoso esse pé (formato do chaveiro)
Eu adoro, com sal então nem se fala. Respondi.
Posso experimentar?
Eu estendi para ele em sinal de positivo, e ele veio e me beijou. E mais uma vez eu gostei.
No final de semana seguinte lá estava ele, no teatro, e eu fui me apegando, ele era romântico, delicado, lindo, educado, até hoje ele faz qualquer mulher suspirar.
E eu fui me apegando. Mas não fiquei cega, saímos durante o dia. Fazíamos passeios diferentes, brincar na chuva de amarelinha, fazer show em frente do teatro vazio, com direito a dança e tudo.
Ele tentava sempre me agradar, na época o livro Brida tinha sido cabado de lançar e todos queriam ler, na biblioteca tinha fila, e uma irmã dele que morava em Brasília comprou o livro, mas também tinha fila para lê-lo, ele ligou para ela, e insistiu para que ela cortasse a fila pra me emprestar. Então no clube do sindicato, ele veio me contar, sabe o que eu consegui para você, e eu disse não, uma coisa que você queria muito, disse.
Não faço idéia;
E ele insistiu,mas eu não acertei e ele falou o Livro Brida, eu fiquei toda empolgada, pedi que que o pegasse, e ele foi, sentei-me na toalha longe do movimento para ler, e ele veio, certo que receberia um agrado por ter conseguido o livro, e honestamente eu também preferiria agrada-lo, mas fui seca, acho, pois ele logo saiu, dizendo, “vou deixa-la lendo, e saiu.
Na virada do ano ele em Brasília, ligou para me parabenizar. E Assim foi me conquistando. Mas apesar de não dizer, eu sou ciumenta no ultimo, e olhares, sorrisos, um deslize, é o suficiente para me deixar na duvida. E na duvida, eu prefiro ficar só.
Saímos sempre em grupo, eu ele, a Dane, a Elaine cruz, e o Fabiam, de vez em quanto a trupe do treatro.
Eu estava babando, mas não gostava de dar o braço a torcer, chegava ao teatro, e não conseguia me concentrar enquanto ele não chegava.
Ele não estava brincado comigo, quando voltou de Brasília, conversamos, e ele achou de bom tom me dizer que não queria namorar ninguém agora. E eu mais que depressa respondi, deixa rolar, o que tiver que ser será, amizade à mesma. E a resposta dele foi, quanto mais te conheço mais gosto de você. Mas o meu coração não deixou rolar, e se apaixonou.
Certa vez eu na maior ansiedade lhe aguardando, não conseguia me concentrar, todos que entrava na sala, eu parava para ver se era ele. Então ouvi sua voz, meu coração disparou, eu mais que depressa levantei o texto para fingir esta concentrada na leitura, mas nem enxergue que o texto estava de cabeça para baixo. Ele entrou comprimentou todos, veio me deu um beijo no rosto, e eu continuei fingindo que lia, E ele disse concentrada em, e eu apenas respondi, estudando para a prova. Ele saiu, não sei se viu que o texto estava de cabeça para baixo, sei que só percebi depois que ele saiu. Horas depois sai da salinha e fui onde o pessoal estava fazendo, aula de corpo sentei-me sobre varias cadeiras e ele veio e sentou na parte de baixo e disse, você esta bonita hoje, esse elogio pagou o meu dia.
Quando estávamos saindo, ele se despediu de todos, e ficou fazendo cera para se despedir de mim, a Dane fez algum comentário bobo, sobre beija logo, e eu respondi nada haver, só amizade e lhe beijei o rosto e sai.
Pura burrice estava louca para beijá-lo, então apesar de continuarmos saindo, e ficando as vezes eu sempre via junto a Elaine, tudo ele perguntava, ela vai estar, o que você acha Elaine?, e mais Elaine... Elaine....
E eu fui desconfiando que ele estava apaixonado pela Elaine Cruz, e resolvi me afastar. Estávamos sempre juntos, e nós ficávamos juntos as vezes, mas era só.
Eu quando me apaixono ficou louca de ciúmes, e super romântica, mas sempre com medo de demonstrar, e vou me queimando por isso.
Sou tão boba que em uma festa na casa do Ricardo, eu fiquei a noite toda segurando um papelzinho de bala amarrado para lhe dar. Sem coragem, e quase no fim da festa, ele veio segurar em minha mão e eu deixei o papel roçar na mão dele.
Ele perguntou: Quem te deu?
Ninguém. Foi a resposta,
Então para quem vai dar?
Para você, respondi, quase sem ar, no papel estava escrito, senti sua falta, mas ele não abril, apenas me beijou, e guardou o papelzinho.
Mas e Elaine ainda estava lá, e eu ainda tinha ciúmes.
Continuávamos no fica ou não fica, e para mim, o dia mais especial talvez o ultimo dia que ficamos, não tenho certeza. E soube que o Marcelo e André estariam tocando em Franca, e eu era fã deles, e o convidei para ir comigo vê-los, mas era aniversario de sua irmã e ele não poderia ir, entendi, e fui com os amigos, eu paquerava o Marcelo, e como estava triste com a ausência do Alex, estava dando a maior moral para o Cantor. E eu fazendo caras e bocas, alguém chega por trás e tampa meus olhos, e antes que eu pudesse reagir, beijou minha boca, fiquei radiante, “ele veio”.
Curti aquela noite como nunca, amei, mas acho que foi a ultima, logo seria a formatura, eu cada vez mais enciumada afastava cada vez mais, e ele ali, lindo sorrindo, ora para mim, ora para Elaine, e ainda surgiu a Silvana, e era mais um sorriso a distribuir.
Eu cada vez mais distante, no dia da formatura, eu resolvi ter atitude, estava feliz de mais, era a formatura do teatro, os meus pais iriam, e eu estava muito feliz, sabia que tocaria uma seleção de musicas lentas de época, e comecei fantasiar na minha cabeça, eu e ele dançando, tirando fotos juntos, conto de fadas, estava decidida a assumir o meu amor.
Só que esbarrei em um coisa simples, ao chegar no salão o Alex veio em minha direção todo animado, dizendo que queria me apresentar um amigo que viera de Brasília, até ai tudo bem, mas ele tinha uma travessa no pescoço, e a travessa pertencia a Silvana, na hora eu entendi, eles vão ficar juntos, e daí para frente eu fiz tudo para que isso acontecesse.
O amigo dele, falou que o Alex falou super bem de mim, em Brasília, e um tanto de coisas mais, mas isso não diminuiu minha decepção, apesar do brilho nos meus olhos, e o sorriso nos lábios, vidente em todas as fotos que tiramos, meu coração estava arrasado, triste, o dia de contos de fada, se transformara em um pesadelo, mas eu era boa atris, e sorri o tempo todo, brinquei, e fingi estar apaixonada por um amigo que fez teatro com a minha irmã, e eu o admirava como ator, fiz até cena, do tipo, na hora que ele entrou parece por alguns segundos tudo parou em volta de nós, foi o que disse para as meninas. Representei muito bem, acredito, estava destruída, mas todos que me olhassem, viria uma pessoa super feliz, e de bem com a vida.
Depois disso fiz todos acreditarem que eu era apaixonada pelo João Mamede, todos acreditaram, inclusive ele, e até eu. Éramos muito diferentes, não falávamos a mesma língua, então para não dar ratas, eu me anulava, ficava uma boba perto dele, não sei como nem porque acabamos ficando juntos algumas vezes.
Eu o admirava muito como ator, mas como pessoa. Era difícil. Mas ninguém percebia isso, o Alex estava namorando a Silvana e seu namoro ia bem, então eu voltei a fase de paquerar todos, rir para todos, e fingir ser apaixonada pelo João Mamede, e quando não dava mais, parti para as paqueras e acabei me envolvendo com o meu primo, Osvaldo Santana, Dinho como lhe chamava, ficávamos sempre juntos, mas ninguém sabia, ninguém mesmo, o eu saia com ele antes de sair com as meninas, ou sai depois, muitas vezes ele ia junto, mas nunca falávamos nada. Começou com uma brincadeira, na noite nossa, começamos escrever alguma coisa no papel, eu perguntava ele respondia, e visse versa, a Dane sentada não dava nem atenção para o nosso dialogo escrito, então começou a surgir uma conversa mais comprometedora, não me recordo o que ao certo, sei que certo momento, disse acho melhor pararmos por aqui, o meu rosto já esta queimando, então ele disse, só se continuarmos depois la na vista, só eu e você. E foi o que aconteceu, fomos para vista, ficamos juntos, e ele tem um beijo maravilhoso, adorava ficar, mas não parava de falar do Alex. O Dinho era galante, romântico, se ia para um rio qualquer trazia nem que se fosse uma pedrinha para mim, de recordação. Era uma gracinha, mas eu estava apaixonada pelo Alex, e não queria assumir nada com ninguém. Então ficávamos a escondida de todos.
Ele estava apostando neste relacionamento, andava num perfume só, implicava com o Alex, ficava bravo com a forma que eu era submissa em casa, queria me defender de tudo e de todos. E tocávamos olhares em casa, que até hoje eu nunca mais troquei com ninguém, aqueles olhares que faz a gente arrepiar da cabeça aos pés, maravilhoso, eu gostava de ficar com ele, era bom. Mas era só isso, bom.
Nesta fase eu já estava com 20 anos, continuava vivendo um amor platônico pelo Alex, paquerando Franca inteira, saindo com o Dinho. Ele então me levou para conhecer seus amigos, apaixonei, um pessoal super cabeça, muito bacana mesmo. Fazíamos programas diferentes, agradabilíssimos, mas só as escondidas, outro dia ele me levou a um barzinho no noemia, o dono veio nos receber, um bar super agitado, ele me cumprimentou como se me conhecesse, e eu também senti como se já tivesse visto, mas ao mesmo tempo sabia que aquela era a primeira vez que estávamos nos vendo. Pensei devemos estar nos confundindo. Eu apresentei o Dinho como um primo, sentamos, e curtimos a noite, com uma conversa super agradável, típica do Dinho. Dançamos, também, e ele me levava ao céu, quando dançávamos, era muito bom. Mas o Dono do bar, estava ali, um conhecido desconhecido, que me intrigou, hoje diria que foi um reencontro de vidas passadas.
O Dinho era muito atencioso, falávamos de tudo, eu desabafava com ele como nunca me desabafei com ninguém. Confiava nele, tinha ali um amigo confidente que beijava bem.
Apesar da afinidade, eu continuava saindo com o pessoal do teatro como se não tivesse namorando comecei paquerar o Alexandre, e numa festa junina do teatro, sai com o Dinho, voltei deixei ele em casa, me fantasiei e fui a festa junina, estava dando a maior bola para o Alexandre quando o Dinho entrou, a caráter. Perdi o rebolado, respirei fundo, e continuei como se ele não estivesse lá.
Ele claro ficou mordido, mas não disse uma única palavra, e durante muito tempo achou que eu tinha ficado com o Alexandre. Mas não fazia cobranças, deixava as coisas como estavam. Mas o relacionamento começou a esfriar.
Eu voltei no bazinho do noemia sem o Dinho muitas vezes, e a aproximação com o Vero, dono do bar foi inevitável, ele era simpático, alegre, galante, mas também não era o meu gênero. Naquele momento o meu gênero estava resumido em uma única pessoa, Alex. O barzinho era movimentado, e era freqüentado por muitos paqueras meus, foi lá também que conheci o Moaciar, “moa”, estava na maior paquera, mas a Elaine também se interessou, e ele acabou na nossa mesa comendo nosso frango, e nosso amigo por muito tempo ainda, e Lindo. Com o Vero pintou uma paquera, e ele pegou o microfone, combinou com os músicos e cantou uma musica para mim. Não sei mais que musica foi, sei que fiquei muito sem graça, devo ter ficado azul de vergonha, mas gostei, e acabamos ficando juntos.
Depois disso, ele me apresentava a todos, inclusive para os meus paqueras, como sua namorada; E eu respondia, eu não to sabendo disso, mas tudo bem. E Continuei saindo com ele e com o Dinho, e ai o marabalismo era maior ainda, eu saia com o Dinho, levava ele embora, e ai para o Vero, ficava com ele.
Até o dia que resolvi parar de ficar com o Vero, pois ele tava levando muito a serio, chamei para conversarmos, ele falou que estava com problemas no bar, super nervoso, mas não adiei, falei que seria o fim, e que seriamos amigos. Ele deu um beijo de despedida, e o Dinho passou. Sem querer terminei com os dois, pois claro o Dinho não quis mais saber de mim. E eu fiquei livre para continuar o meu amor platônico pelo Alex.
Até ai ainda estava tranqüilo, ele tava bem com a Silvana, estava feliz, e eu ficava feliz por ele. Só que um dia a Silvana veio falar mal do Alex para mim. Foi quando acordei, ela dizia coisas que não condizia com a realidade, não com o Alex que eu conhecia, de imediato tive raiva, mas controlei, e falei com ela aberta e calmamente.
“Olha Silvana, isso que você esta dizendo não é verdade, eu não posso concordar com você, eu gosto muito dele, na verdade sou apaixonada apesar de dar a maior força para os dois ficarem juntos, faz um favor para mim, não inventa nada não, pois eu o conheço melhor que você, e não vou aceitar isso “.
Não conhecia, mas era apaixonada, e deixei isso claro para ela, depois disso, eles brigavam, e ela ligava para mim, e eu dizia, volta, era sempre assim, eu passei a ser sua amiga confidente, claro, ela tinha que se abrir comigo, não sei porque, as vezes acho que para garantir que eu ficaria a distancia. Até sobre sua vida sexual ela me falava, e eu ouvia.
Entendi que eu sempre fui apaixonada por ele, e enquanto ele estava bem, eu também estava, e quando o namoro dele começo a desmoronar, e passei a desmoronar junto.
Toda vez que saiba que eles tinham brigado eu ficava na maior chateação, sofri, crente que ele estava sofrendo.
No entanto eu continuava curtindo, saindo paquerando muito, curtindo a vida, o vero acabou fechando o seu bar, e num sábado nos encontramos por acaso próximo a Presidente Vargas, ele estava num seis cilindro, lindo o carro, e brincou comigo, deu umas aceleradas, me chamando pro racha, ao invez disso parei, desci, e ficamos conversando um pouco, danei com ele, mandei ele tomar juízo que isso mata, mas na verdade eu bem que gostava de alta velocidade, mas já não saia aceitando tirar racha assim, ainda mais com ele, com seis cilindros. Nos despedimos, e ele fez um comentário, que dia do tipo “quando vai voltar para mim”, levei na brincadeira e fui embora. No segunda feira pela manhã recebi um telefonema, e fiquei chocada, o Vero teria morrido, no primeiro instante pensei, bateu o carro. Mas sua amiga que me ligou disse que não, morreu dormindo, derrame celebral.
Fui ao velório, a família me tratou como a viúva, quando cheguei todos disseram a namorada dele, mas não éramos namorados, os amigos vinha dar-me os pêsames, e dizia “Se você soubesse não teria feito tanto jogo duro com ele”. Eu não tinha palavras, não sabia o que fazer, o que dizer.
A noite na escola conversando com os amigos, uma jovem que também freqüentava o barzinho dele veio me cumprimentar, e falou que esperava me ver mais abatida, falei que gostava do Vero, mas era só meu amigo, não tínhamos nada alem. O pessoal de minha sala começou combinar um rancho para o fim de semana, íamos muito para ranchos, e eu fiquei ali, sentada no carro, pensando, meu Deus o que é á vida afinal, um minuto e estamos mortos. Elivelton percebeu que estava triste e veio falar comigo, me abraçou e me consolou, brincou comigo, fez eu dançar na porta da escola sem musica, e acabei me distraindo, por ironia do destina naquele ano, ele descobriu que tinha leucemia, e lutou contra a doença por mais dois anos, não resistindo e vindo a falecer.
Fiquei muito abalada com os acontecimentos, mas continuei a vida, não tive mais contato com os familiares do Vero, e só restou as lembranças, e um pesar, talvez eu deveria tê-lo namorado, se eu soubesse que seria tão curta sua estadia, aqui, até hoje me surpreendo como senti que já o conhecia, realmente acredito que foi um reencontro de almas afins.
Quanto ao Alex e a Silvana, eles continuaram tendo problemas, e as meninas resolveram boicotar o seu relacionamento, três anos de namoro, dizia para ele largar, que não daria certo, e para mim a Elaine dizia, ele foi feito para você, mas no fundo acho que ela queria dizer assim, ele fica perto de mim, e eu aproveito, meu irmão viu eles se beijando na sala de minha casa em uma festinha, neste dia, A Elaine e a Dane caíram matando, dizendo” larga” o tempo todo.
O que acabou gerando mais uma briga entre os dois, e eu fui leva-los em casa, a Silvana queria que ele posasse em sua casa, mas ele se recusou, e voltou para casa comigo, mais tarde soube que ele combinou de posar na Elaine, quando lhe deixei em sua casa, ela insistiu para que ele fosse comigo, levar o restante do pessoal, e depois eu o traria de volta, falei que não precisava, mas ela insistiu, e ele foi, ela para se garantir, falou, com ar autoritário e decidido, trago-o aqui. Neste dia eu tinha intenção de ficar com o Alexandre a quem a tempos vinha paquerando, mas fiquei na vontade, com o Alex junto de nós é que dificultava ainda mais as coisas, mas foi bom, pois aproveitamos para conversarmos um pouco.
Lex,- disse a ele- não acho certo o que as meninas estão fazendo, acho que você é quem tem que decidir se fica com a Silvana ou não, são três anos de namoro, não dá para simplesmente jogar tudo para o alto. Não são três dias, ou três semanas, são três anos.
Eu sei, mas acho que estou com ela por pena. Nos brigamos muito, mas eu não consigo terminar.
Ai também não, pensa bem no que você quer, e olha, traí-la não vai resolver nada.
Eu sei, é por isso que gosto de conversar com você, meu docinho de coco.
Eu o deixei na frente da casa da Elaine, ele se despediu de mim com um beijo e uma caricia no rosto, e um aperto no coração.
E fui acordada no outro dia, pela Silvana perguntando o que eu achava, já que eu conhecia-o melhor que ela, se ele teria lhe traído com a Elaine, afinal ele dormiu na casa dela, menti, disse que era impossível. Que os dois eram apenas bons amigos, e que mesmo que não fosse, a Elaine não faria isso em consideração a mim, já que sabia que eu gostava dele, e que ela deveria conversar com ele, e ver que não passou de mal entendido. Que eles deveriam sentar ver o que estava acontecendo ou se acertar de vez, ou terminar este martírio.
Ela ainda reforçou, tem certeza? Eu confirmei que sim, eles não fariam isso comigo.
Como na noite anterior não tinha dado nada certo com o Alexandre, combinamos de sair, ir num barzinho qualquer, me produzi toda, passei na casa das meninas, e por fim na casa do Alexandre.
Fomos para avenida champanhat, e eu tinha o costume de estacionar no posto do Celso, onde tínhamos guarda, cumprimentei o seu Antonio que veio me contar que teria ocorrido um novo acidente com funcionários nossos, a uma semana um guarda teria batido a moto, e morrido na hora, e segundo o seu Antonio teria acontecido um novo acidente, e o rapaz que estava na garupa do Ronda falecera na hora.
Achei que ele estaria confundindo, mas mesmo assim resolvi ligar na guarda para saber o que estava acontecendo. Entrei no Picanha para usar o orelhão, liguei e o Justino apenas falou, Você não esta sabendo?
Não, o que?
O Rodolfo e o Flavio bateu a moto.
Meu coração parou, o Rodolfo tinha então 15 anos, então o mínimo ele estaria a na garupa, se o rapaz da garupa morreu na hora, entrei em um estado de choque, não conseguia falar, não sei por quanto tempo fiquei assim, sei que não conseguia parar de chorar, e perguntei como ele estava, o Justino disse que estava tudo bem, que eles não se machucou, mas eu não conseguia acreditar, e fui direto para a Guarda, pois ele disse que nem para o Hospital ele teria ido, e que o tio Vardo estaria trazendo eles para a guarda.
Tremia tanto que não conseguiria dirigir, o Alexandre que levou o carro para mim, na guarda as coisas se esclareceram, realmente eles não teriam se machucado, mas porque Deus teria lhe protegido, dizem que o Rodolfo voou sobre os carro, e que a moto acabou, e eles graças a Deus, não teve um único ferimento, uns ralados, nada alem.
Aliviada, pude respirar mas tranqüila, mas mesmo assim não tinha mais clima para sair, ou qualquer coisa, fomos embora, e o Alexandre ficou só no querer ficar.
Pouco tempo depois o relacionamento do Alex desmoronou de vez, e eu me enchi de esperança, pensei, agora é minha vez, vou confessar o meu amor, e ficaremos juntos.
Ele iria para Brasília passar uns dias, e me fez um convite informal, eu já comecei mexer os meus pauzinhos para ir com ele, até vestido de veludo vermelho eu mandei fazer, só para ficar com ele, novamente fiz planos, sonhos, idealizei.
Tinha um carinho imenso pela família dele, Marcos e Wilian, era super amigos meus, e insistia em dizer que o Alex nunca fora fiel, mas eu preferi acreditar que na verdade foi pelo problemas com a Silvana que ele passou a ser galinha, e que mudaria quando começasse a namorar comigo, um dia o Willian chegou a dizer que teve o Alex como ídolo durante muito tempo, e que ele tava muito mudado, e que ele não sabia mais valorizar as pessoas, que ele não sabia dar o valor que eu merecia.
Discordei, e apesar de tudo, estava decidida, iria com ele para Brasília, mas sem explicação aparente ele simplesmente deu uma sumida, e quando apareceu, já teria ido para Brasília e voltado, e eu fiquei, a decepção foi tamanha que não pude me conter, resolvi que abriria o jogo, e daria 2 semanas para ele me procurar, depois disso partiria para outro.
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