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Por: Comunidade Cultural Quilombaque, 6 de abril de 2017

Constante transformação

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Constante transformação

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Meu nome é José de Souza Queiroz. Eu nasci em 26 de março de 1964, numa cidade chamada Itaporã, que fica no Mato Grosso do Sul. Ganhei o apelido Soró quando eu tinha uns 18 anos. Eu usava um black power e era muito magrelo, e tinha um personagem assim de novela chamado Soró! Foi um pessoal do serviço público de onde eu trabalhava que me deu o apelido. A associação era bem preconceituosa, me chamavam de baiano, e como o personagem era nordestino, colou.

Meu pai faleceu quando eu tinha 11 anos, mas tenho ainda muitas lembranças dele. Ele era trabalhador rural e vivia pegando o que eles chamavam de empreitadas. Então todo mundo tinha que mudar sempre: a gente morou em muitos lugares, muitas fazendas. E, óbvio, vivendo na roça desde criança você já trabalha também, então tinha muito essa relação com os lugares e com o trabalho dele e com ele. Tinha muito essa coisa de levar almoço. Levava almoço, às vezes outras coisas, às vezes pegava também trabalho, fazia tarefas... Buscar leite na outra fazenda, porque não tinha leite na nossa. Isso quando eu já tinha uns seis anos, sete anos, já fazia isso.

Tenho mais cinco irmãos: quatro irmãs e um irmão. Minha mãe é uma super guerreira. Lembro vagamente que se tinha um sonho e um plano dos meus pais de virem embora pra São Paulo. Mas quando as coisas estavam meio que em preparativo, ele morreu. Ele teve um infarto, tinha um negócio chamado doença de Chagas. Foi um baque danado porque minha mãe não trabalhava fora, não tinha outras habilidades, e a gente era meia dúzia de escadinha. Foi uma paulada. Ela sofreu muito, porque gostava demais dele. Meu pai era um cara muito legal. Ele sempre foi afetuoso, carinhoso, não batia na gente. Eu era muito abusado, ia buscar leite numa fazenda, que era longe, e lá tinha um menino, a gente começava a brincar e se esquecia da tarefa, aí atrasava tudo. Quando eu chegava à roça, já eram horas com ele me esperando. Então um dia ele arrancou um...

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A solidariedade nos fez sobreviver

Dados da imagem Chegada em Perus na Rua Antônio de Pádua Dias.  Da direita para esquerda: Ana, Maria, mãe Cacilda com a Elizete, Socó, Brasilino e Aparecida. Na época, era o sonho vir para São Paulo.

Período:
Ano 1978

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Tipo:
Fotografia

Chegada em Perus na Rua Antônio de Pádua Dias. Da direita para esquerda: Ana, Maria, mãe Cacilda com a Elizete, Socó, Brasilino e Aparecida. Na época, era o sonho vir para São Paulo.

A revolução dos bagrinhos

Dados da imagem Primeira vitória histórica que os movimentos populares de base elegeram uma mulher, nordestina. Luiza representa o rompimento disso tudo. Soró estava neste dia. Curo de Verão, organizado por um Centro Ecumênico de Serviço à Evangelização Popular (Cesep)

Período:
Ano 1989

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Tipo:
Fotografia

Primeira vitória histórica que os movimentos populares de base elegeram uma mulher, nordestina. Luiza representa o rompimento disso tudo. Soró estava neste dia. Curo de Verão, organizado por um Centro Ecumênico de Serviço à Evangelização Popular (Cesep)

Experiência bárbara da Teologia da Libertação

Dados da imagem Congresso Mundial das experiências de igrejas libertárias. Aguinaldo (boné branco), José (boné vermelho), Padre José Phelps (canto esquerda). Universidade Notre Dame.

Período:
Ano 1990

Local:
Estados Unidos / Chicago

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Crédito:
freira Brígida

Tipo:
Fotografia

Congresso Mundial das experiências de igrejas libertárias. Aguinaldo (boné branco), José (boné vermelho), Padre José Phelps (canto esquerda). Universidade Notre Dame.

Prêmio de Tecnologia Social em Educação Inclusiva

Dados da imagem Entrega do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais. José foi reconhecido como criador da tecnologia da FBB, Unesco e Petrobrás. (esquerda para direita: __________, José, Márcia Dias)

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Tipo:
Fotografia

Entrega do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais. José foi reconhecido como criador da tecnologia da FBB, Unesco e Petrobrás. (esquerda para direita: __________, José, Márcia Dias)

Meu norte de vida

Dados da imagem Momento família: Pedro, Valéria, Mateus, Ana Clara

Período:
Ano 2007

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Crédito:
Soró

Tipo:
Fotografia

Momento família: Pedro, Valéria, Mateus, Ana Clara

Um mestre, um sonho, uma luta eterna

Dados da imagem A cor parecida com cimento, o olhar de expectativa, de projetar, tramar o que quer fazer com a fábrica de cimento. Da esquerda para a direita: Sirleine, Thaís, José, Patrícia.

Período:
Ano 2014

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Crédito:
Nelson de Souza

Tipo:
Fotografia

A cor parecida com cimento, o olhar de expectativa, de projetar, tramar o que quer fazer com a fábrica de cimento. Da esquerda para a direita: Sirleine, Thaís, José, Patrícia.

Viva periferia viva!

Dados da imagem Razão, inspiração, perspectiva, instrumento de luta!

Período:
Ano 2016

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Tipo:
Fotografia

Razão, inspiração, perspectiva, instrumento de luta!

A solidariedade nos fez sobreviver

Dados da imagem Chegada em Perus, a importância do nosso tio materno Gervásio na vida da família. Na foto estão tio Gervásio e tia Beth na Rua Antônio de Pádua Dias.

Local:
Brasil / São Paulo / São Paulo

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Tipo:
Fotografia

Chegada em Perus, a importância do nosso tio materno Gervásio na vida da família. Na foto estão tio Gervásio e tia Beth na Rua Antônio de Pádua Dias.

Um mestre, um sonho, uma luta eterna

Dados da imagem Mestre Tião Queixada: inspiração, compromisso e lealdade.

Imagem de:
José de Souza Queiroz

História:
Constante transformação

Tipo:
Fotografia

Mestre Tião Queixada: inspiração, compromisso e lealdade.

Dados de acervo

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P/1 – Soró, a gente vai começar a entrevista, fale seu nome completo.

R – Meu nome é José de Souza Queiroz.

P/1 – Quando você nasceu?

R – Eu nasci em 26 de março de 1964.

P/1 – E onde?

R – Nasci numa cidade chamada Itaporã, que fica no Mato Grosso do Sul.

P/1 – E esse apelido Soró, de onde vem?

R – Ah, esse eu ganhei quando eu tinha acho que uns 18 anos. Sei lá, eu usava um black power e era muito magrelo, e tinha uma novela que tinha um personagem chamado Soró e também tinha muito parecido. Quer dizer, mas a associação foi um pessoal do serviço público, quando eu trabalhava, que me deu o apelido. A associação era bem preconceituosa, me chamavam de baiano, e como o cara era nordestino, então colou.

P/1 – Entendi.

R – Mas não foi nada grave. E eu nunca briguei por... Acabou ficando o apelido.

P/1 – Você se identifica com o apelido? Você gosta?

R – Tranquilo. Tranquilo.

P/1 – Soró, e que lembranças você tem do seu pai e da sua mãe quando você era criança?

R – Do meu pai, eu tenho poucas, porque ele faleceu quando eu tinha 11 anos, mas tenho ainda muitas lembranças dele. Ele era trabalhador rural e vivia pegando o que eles chamavam de empreitadas, e às vezes eram longas, então você tinha que mudar, mudar todo mundo, então a gente morou em muitos lugares, muitas fazendas. E, óbvio, na roça desde criança você já trabalha também, então tinha muito essa relação com os lugares e com o trabalho dele e com ele.

P/1 – Você ia trabalhar com ele?

R – Ia. Não trabalhava tanto quanto... Mas já algumas coisas eu fazia, levar almoço. Tinha muito essa coisa de levar almoço. Levava almoço, às vezes outras coisas, às vezes pegava também trabalho, fazia tarefas... Buscar leite na outra fazenda, porque não tinha leite na nossa, então essas tarefas. Isso quando eu já tinha uns seis anos, sete anos, já fazia isso.

P/1 – E qual o nome dele?

R – Chamava Geraldo.

P/1 – Geraldo do...

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