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Por: Museu da Pessoa,

Com quem Jesus estaria?

Esta história contém:

Com quem Jesus estaria?

Tenho a lembrança do meu avô numa tapera, uma casa de barro muito pobre, de chão de barro . A minha vó materna é de origem indígena, ela estava deitada em um colchão que era feito com o próprio mato mesmo. Essa minha avó que depois trabalhou na casa dos padres, como domésticas tanto que eu tenho até hoje um terço que foi deixado de herança. Esse meu vô que era um negro tão alto que não passava da porta e essa minha vó que me deixou o terço tiveram a minha mãe, mas por poucos recursos que tinham pra criar doaram ela pruma família italiana. Então a minha nessa família italiana ela era a única mulher no meio de 5 homens, então ela teve que passar, cozinhar, preparar, tudo dobrado pra família.

Eu cresci em São Vicente, que é meio uma periferia de Santos, meu primeiro trabalho foi uma coisa na escola. Eu reparei que as pessoas não eram muito boas de matemática. então eu comecei a dar aulas de reforço pros meus colegas, e com isso comecei a tirar um troco, Era uma mixaria, mas já era algo que ajudava, a condição da minha família era algo muito batalhadora, meu pai que sendo ferroviário quase perdeu a mão num acidente, e os diretitos trabalhistas eram tão ruins na época que sugeriram pra ele amputar a mão pra poder receber benefício, mas ele não aceitou de jeito nenhum, conseguiu salvar uma parte da mão e foi realocado de posto.

Eu com 15 anos já estava querendo ser padre, mas não contava muito pra família, foi mais no momento de ter que escolher o vestibular e um irmão meu já tinha passado numa boa universidade e havia aquela expectativa para que eu estudasse medicina, mas então veio a bomba de que eu iria ser padre, minha mãe até a última hora veio com um concurso do Banco do Brasil, mas eu estava decidido. Hoje, ela super apoia os padres, mas nem sempre foi assim

Eu então recebi a carta de que havia sido admitido no seminário, mas logo vinha o aviso de que era pra eu aprender a datilografia porque vindo pra estudar...

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Entrevista de Jalmir

Entrevistado por Jonas Samauma e Wini Calaça

São Paulo, 14 de outubro de 2020

Projeto Conte sua História Vidas Negras

PCSH_HV909

Transcrita por Selma Paiva

Observação: Entrevista com o áudio extremamente danificado.

P1: Então, Padre Jalmir, muito agradecido a você , à Carol e todo comitê por o senhor estar dando essa entrevista. E eu queria começar com uma pergunta, pra você falar qual que é a sua lembrança mais antiga.

R1: Isso está me parecendo um plágio do programa do... me ajudem aí, por favor.

P1: Não, a gente não está plagiando ninguém. A gente só está querendo ouvir a sua vida, mesmo. Como é que foi?

R1: Me conte sua história, não é? Eu estava esses dias vendo Conte Sua História, que tem essa pergunta sempre, eu estava tentando recordar um pouquinho sobre isso. Eu lembro apanhando, né? Com uma vara, uma régua atrás de mim, porque eu fui pra escola com cinco anos e eu não entendia o que era ir pra escola. Não é? Aquelas coisas todas que dá. E eu era muito apegado a minha mãe e tudo mais, então eu chorava pra ir à escola. E tinha um caminho não muito longo, né? "Não, tem que ir pra escola”. Lá vinha a minha mãe atrás, pra eu ir pra escola, não é? E era muito raro ter criança com cinco anos na escola, naquela época. Lá você ia pra escola com sete anos, era a idade certa pra você iniciar. Não tinha esse negócio da pré-escola, que hoje tem e tudo mais. Então, era raríssimo. Então, tinha um professor que era amigo do meu pai, que permitiu que começasse o ensino com essa idade. Então, eu não queria, não era a idade. Então eu chorava pra ir à escola. Chorei muitos anos na escola, o primeiro ano, eu nem sei como o professor suportava. Ficava chorando, um bom tempo. Mas depois, eu estava também recordando um pouco outras lembranças. Lembro dos brinquedos que a gente tinha em casa. E, pensando um pouco, mesmo que numa família pobre, nós tínhamos uns brinquedos muito bons,...

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