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Por: Museu da Pessoa, 6 de setembro de 2011

Cibermães

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Cibermães

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“Minha primeira escolinha ainda existe, só que agora cheia de muro. Ela tinha um viveiro maravilhoso de pássaros, a casinha de bonecas, o travesseirinho. Eu amava aquele ambiente. Toda vez que eu vou a São Bernardo faço um ritual pra passar ali em frente. Quando minha mãe vinha do mercado e me buscava, à tarde, eu ainda ia brincar com os amigos que também estavam saindo da escola. O estudo sempre foi uma coisa boa na minha vida. Depois, mais tarde, eu fiz computação, Época do cartão, daquele disquete grande que hoje é uma relíquia. E nesse vaivém eu comecei a demonstrar, tipo uma inquietação, um desejo de fazer algo maior na vida. Eu devia falar disso nas conversas quando fiz estágio na Caixa, na Prodesp e, mais tarde, quando me tornei gerente de uma empresa de informática. Eu digo isso porque várias pessoas começaram a falar a mesma coisa: ‘Pô, se você quer tanto esse lado social, o que você está fazendo aqui?’ Eu sei que um dia eu resolvi largar tudo e me dei um ano sabático. E um dia, andando a pé, passei por uma banca de jornal e vi lá falando de uma ONG. E eu pensei: ‘Nossa, isso pode ser um trabalho?’ E aí fui parar na Casa do Zezinho, que é a entidade na qual, há muitos anos, sou voluntária. Ela fica na Zona Sul. E fui acompanhando, comecei indo dois dias, depois passei a três dias, e depois virou sete dias e, quando você vê, já está entrando naquele mundo difícil, mas de possibilidades reais de transformação. E lá, com o tempo, eu me envolvi num projeto de economia solidária. É um projeto com um grupo de mães que começou numa simples oficina. Hoje o carro-chefe é a produção de bolsas e sacolas com reaproveitamento. Isso e mais aquele garfo japonês, que é o hashi, a garrafa PET, o saco de cebola, tecidos, banners. Da minha parte, eu ajudo com as planilhas, ensinando a mexer no Excel. Até e-mail as mães da comunidade têm agora. E eu lá imaginava que um dia ia fazer...

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Dados de acervo

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P/1 – Luzia, bom dia.

R – Bom dia.

P/1 – Primeiro, eu gostaria de agradecer por você ter vindo ao Museu e aceitado o nosso convite. E queria começar pedindo pra você falar pra gente o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Meu nome é Luzia Rodrigues de Dios, eu nasci no dia seis de dezembro de 61, quer dizer, daqui a três meses faço aniversario de novo, em São Bernardo do Campo.

P/1 – E qual o nome dos seus pais?

R – Meus pais são espanhóis, Angela de Dios Rivera e Jesus Rodrigues de Dios.

P/1 – Eles são espanhóis e vieram pra cá?

R – Sim, vieram na década de 50, como um monte de imigrantes, acreditando no sucesso do Brasil. Um chegou no Rio, outro em Santos, se conheceram em uma das indústrias Matarazzo em São Bernardo, e aí começou uma história e depois eu cheguei.

P/1 – Você tem irmãos?

R – Não, não tenho irmãos. Eu brinco dizendo que, na verdade, meu sangue é 100% espanhol, meu sentimento 100% brasileiro e acho que esse mix que ao mesmo tempo que eu tenho rigor e tenho sentimento mais amigável, afável, que o brasileiro tem.

P/1 – E seus pais são de onde na Espanha?

R – Eles são da Galícia, do interior. E a gente vê hoje todo mundo falando em reaproveitamento e um monte de termos, que eles faziam pela própria guerra e pela própria necessidade, eu fui criada assim. Apagar a luz, não gastar água, não desperdiçar alimento, sempre fez parte da gente. E hoje o mundo está tão... Os valores sem valores, que esse resgate tá sendo importante olhando com o modo 2011, vamos dizer assim.

P/1 – E você chegou a conhecer seus avós?

R – Conheci. Conheci um avô em 74, quando eu fui pra Espanha. Porque eles, como todo jovem disseram: "Ah, eu vou até aquele país, depois volto". Eu também! Quando eu saí pra estudar, falei a mesma coisa e não entendia porque minha mãe chorava: "Ah, daqui quatro anos eu to aqui". Ela falou: "Eu falei a mesma coisa". Eu falei: "Ah, tá...

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