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Personagem: Irene Uehara
Por: Museu da Pessoa, 23 de maio de 2013

Aumentando as raízes da família

Esta história contém:

Aumentando as raízes da família

É tudo muito longínquo porque todos os meus avós vieram na primeira imigração japonesa para o Brasil, em 1908. Somos então a terceira geração da família desde a vinda para cá e, praticamente, já estamos total aclimatados. Os meus antepassados vieram para Santos de navio, provavelmente indo trabalhar no interior do São Paulo, mas logo o meu avô descobriu que a realidade do trabalho não era como aquilo que havia sido prometido e eles se mudaram para Santos, onde toda a família foi se instalando. Como o meu pai foi criado sem o pai, ele era o homem da casa. Era o filho mais novo e tinha duas irmãs mais velhas. A minha avó tinha uma vendinha, onde o meu pai sempre ajudou. Trabalhou também num mercado e passado um tempo, se formou e acabou virando líder da comunidade japonesa em Santos. Ele teve uma projeção política até que importante. A minha mãe ajudou bastante neste processo e também coordenava toda a casa. Nós éramos em sete irmãos, mais a minha avó, que morava com a gente. Lá em Santos a gente convivia apenas com Okinawanos, praticamente. Nunca estudamos em escola japonesa, até porque elas foram todas fechadas na época da guerra, o que impactou muito na continuidade da cultura japonesa. Eu mesmo não me lembro de ter amigos japoneses na infância e adolescência que não fossem japoneses. Mesmo no clube Japoneses, eram quase todos de Okinawa. É uma coisa engraçada porque o meu marido é judeu, onde a mãe judia, assim como a italiana, é muito conhecida por ser super apegada aos filhos, que é totalmente oposto à japonesa, então a gente acha que chegou em um equilíbrio. Uma peculiaridade da maternidade japonesa é que não se vangloria o filho na frente dos outros. Você não aplaude o seu filho porque ele ganhou uma medalhinha. Se diz “muito bem, é isso que você tem que fazer” e tal. Então isso me marcou porque eu também sou um pouco assim. Já levei até umas reprimidas das minhas amigas, dizendo...

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P/1 – Irene, gostaria de agradecer a sua presença aqui conosco e pedir para você começar contando o seu nome completo, local e data de nascimento.

R – O meu nome é Irene Uehara, eu nasci em Santos, São Pualo, em 1963.

P/1 – Qual era o nome dos seus pais?

R – Meu pai era Matsutaro Uehara, mais conhecido como Tarô, e minha mãe Isaltina Uehara.

P/1 – E os seus avôs?

R – Ai vai ser complicado! . A gente trabalha muito os apelidos. A gente chamava o meu avô materno de Bongorô Naka e a minha avó nós chamávamos ela de vovó, apenas. Mesmo porque, a avó que eu conheci foi a madrasta da minha mãe. A minha avó paterna morou conosco e foi uma presença constante na família. Ela enviuvou muito cedo e criou o meu pai e tias sozinha. Então o meu avô paterno eu não conheci.

P/1 – Conta um pouquinho pra gente a história da sua família.

R – É tudo muito longínquo porque todos os meus avós vieram na primeira imigração japonesa para o Brasil, em 1908. Somos então a terceira geração da família desde a vinda para cá e, praticamente, já estamos total aclimatados. Os meus antepassados vieram para Santos de navio, provavelmente indo trabalhar no interior do São Paulo, mas logo o meu avô descobriu que a realidade do trabalho não era como aquilo que havia sido prometido e eles se mudaram para Santos, onde toda a família foi se instalando.

P/1 – De qual região do Japão eles são?

R – As duas famílias são de Okinawa.

P/1 – Você tem alguma história da Okinawa que lhe foi passada pela família?

R – Lá em Santos os meus pais e avós fizeram parte da Associação de Okinawa de Santos, onde o meu pai foi um dos fundadores. Ele também foi vereador em Santos por muitos anos, então tem uma participação muito grande na comunidade. Nós tentamos resgatar algumas coisas da família indo até Okinawa. Um primo meu morou no Japão muito tempo, mas as lembranças ficaram só na lembrança, não temos mais nenhum registro da família...

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