Quando eu comecei na secretaria eu fiquei assim, na casa de uma paroquiana, que ela emprestou uma sala. Depois eu fui lá para a capela, lá pro fundo da capela que tinha uma sala e a gente fez uma sacristia, depois eu vim para aqui. Com o padre Bernard eu vim para aqui. Contra a vontade, brigando com ele, mas... Porque aquela área era uma área muito vulnerável né, era não, é uma área muito vulnerável. Porque tem muito ladrão né, eles roubam mesmo, andam armados, usam drogas. Então eu tinha muito medo deles irem assaltar as pessoas na secretaria. A gente trabalha com dinheiro né. E também as pessoas que subiam as escadas eles iam assaltar, eu tinha muito medo. Então enquanto eu pude lutar pra não ir... Mas ele fez a sala, fez aquilo tudo bonito! Ele dizia: "- Minha filha, lá fica melhor porque você fica perto de mim, eu fico perto de você", e aqui não, como é que fica? Mesmo assim eu: “- Não!” No dia da mudança, ai Cesar foi buscar a mudança né. Ele tinha uma Kombi, ai eu trabalhava muito com Márcia, Márcia trabalhava comigo e um outro rapaz. Ai eu arrumei as caixas tudo, botei na Kombi de Cesar e Márcia veio. Veio Marcia com outro menino e Cesar. E o padre já estava aqui. Quando eles chegaram aqui, entraram, botaram as coisas dentro do novo escritório e eu fiquei lá para esperar outra viagem deles. E nada desse povo chegar, meu Deus o que aconteceu? Quando chegaram lá, não sei quanto tempo depois. Todo mundo quieto, e eu: “- Eta que vocês demoraram tanto! Já arrumaram a sala toda é?” “- Eu não lhe conto o que foi, nós fomos assaltados”. “- Assaltado?” Sabe o que eles fizeram? Botou a arma em Cesar e no outro rapaz e obrigou eles a bater, a abrir o portão do salão, lá da secretaria pra assaltar porque queria dinheiro, queria dinheiro. E o padre Bernard estava lá. Eles botaram todo mundo de joelhos né. Botaram Márcia, Cesar, o outro menino de joelho, querendo dinheiro,...
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Quando eu comecei na secretaria eu fiquei assim, na casa de uma paroquiana, que ela emprestou uma sala. Depois eu fui lá para a capela, lá pro fundo da capela que tinha uma sala e a gente fez uma sacristia, depois eu vim para aqui. Com o padre Bernard eu vim para aqui. Contra a vontade, brigando com ele, mas... Porque aquela área era uma área muito vulnerável né, era não, é uma área muito vulnerável. Porque tem muito ladrão né, eles roubam mesmo, andam armados, usam drogas. Então eu tinha muito medo deles irem assaltar as pessoas na secretaria. A gente trabalha com dinheiro né. E também as pessoas que subiam as escadas eles iam assaltar, eu tinha muito medo. Então enquanto eu pude lutar pra não ir... Mas ele fez a sala, fez aquilo tudo bonito! Ele dizia: "- Minha filha, lá fica melhor porque você fica perto de mim, eu fico perto de você", e aqui não, como é que fica? Mesmo assim eu: “- Não!” No dia da mudança, ai Cesar foi buscar a mudança né. Ele tinha uma Kombi, ai eu trabalhava muito com Márcia, Márcia trabalhava comigo e um outro rapaz. Ai eu arrumei as caixas tudo, botei na Kombi de Cesar e Márcia veio. Veio Marcia com outro menino e Cesar. E o padre já estava aqui. Quando eles chegaram aqui, entraram, botaram as coisas dentro do novo escritório e eu fiquei lá para esperar outra viagem deles. E nada desse povo chegar, meu Deus o que aconteceu? Quando chegaram lá, não sei quanto tempo depois. Todo mundo quieto, e eu: “- Eta que vocês demoraram tanto! Já arrumaram a sala toda é?” “- Eu não lhe conto o que foi, nós fomos assaltados”. “- Assaltado?” Sabe o que eles fizeram? Botou a arma em Cesar e no outro rapaz e obrigou eles a bater, a abrir o portão do salão, lá da secretaria pra assaltar porque queria dinheiro, queria dinheiro. E o padre Bernard estava lá. Eles botaram todo mundo de joelhos né. Botaram Márcia, Cesar, o outro menino de joelho, querendo dinheiro, querendo dinheiro. O padre quando desceu chegou lá: “- O que é isso aqui?” Todo mundo de joelho (risos). E ele com a arma na mão, e ele [padre]: “- Seu moleque eu lhe conheço e conheço a sua mãe, abaixe essa arma!”. E ele: “- Não oh padre eu quero dinheiro, oh padre o senhor vai chamar a polícia, você vai chamar a polícia padre?” Ele disse: “- Não, eu não vou chamar a polícia não, mas você vai...Vai embora agora.” “- Padre me dê um dinheiro aqui, eu só quero um dinheiro”. Ali a gente já enfrentou muitas coisas assim. Muuuuitas coisas! E o padre, padre Bernard enfrentou muitas coisas! De assalto, de roubo, de ficar preso lá dentro sem poder sair, ele teve que chamar a polícia para poder tirar ele de lá. Não é a toa que ele botou os cachorros, aquela coisa toda ali né. Então no primeiro dia da mudança (risos) aconteceu isso. Na inauguração. O menino foi embora. Quando chegaram lá eles me contando né. Aí eu fiquei assim, está vendo porque eu não queria ir? Mas graças a Deus para honra e glória do Senhor eu tenho lá o que: desde 2005... 2006... 2005, 2006 eu acho, que eu trabalho ali em cima. Melhorou, melhorou porque a própria polícia, muitos morreram né, que eram mais violentos. Muitos morreram. E depois a própria polícia marca assim, acho que já conhece os que rouba. Graças a Deus, roubo e assalto diminuiu bastante.
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