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Personagem: Claudia Dragonetti
Por: Museu da Pessoa, 13 de outubro de 2011

Abridor Gourmet

Esta história contém:

Abridor Gourmet

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“Meu pai comprou o Bazar Priscila em 1965 e fomos morar no fundo da loja. Depois, já um pouco maior, quando a gente ia à casa de amigas, a gente achava estranho essa coisa de que, pra entrar na nossa casa, tinha que passar pela loja. Foi um tempo feliz: a Vila Nova Conceição era cheia de chácaras, você brincava de bicicleta na Avenida Santo Amaro. Mas eu e a minha irmã sempre fomos péssimas para queimada, para vôlei, então nós gostávamos de ficar fuçando, brincando de loja no balcão. Tinha aquelas caixas registradoras de brinquedo. A gente brincava de contar dinheirinho de mentira. Era uma coisa bem parecida com o dia a dia dos nossos pais e ali eu me criei. Mais tarde nós pegamos aquela fase nos anos 80, que foi a construção do corredor da Santo Amaro. Ficou um barro só. Todas aquelas casas, as nossas freguesas antigas mudaram dali. Teve toda uma mudança no entorno, no público e, também, uma mudança no varejo. Antes você botava um balcão, o cliente chegava e parecia até que você estava fazendo favor em vender para ele. Hoje não, hoje o cliente entra na sua loja e ele é a principal visita. Você não pode mais ser aquela loja que o cliente chega e: ‘Quero um abridor de lata.’ Aí você pegava três abridores e colocava em cima do balcão: ‘Vou levar este.’ Hoje eu devo ter uns 20 modelos de abridores de lata. Então o abridor de latas combina com o espremedor de alho, que combina com o cortador de pizza, que faz parte da linha que tem a grife x; e tem o outro que tem a grife y. Você vende conceitos, marcas. O utensílio, que antes podia ser aquele da feira mesmo, agora as pessoas falam: ‘Que é isso? Que horror!’ Porque as cozinhas tomaram um lugar nobre dentro da casa. Nos anos 80, quando você ia ver uma planta de apartamento, a cozinha era um corredor. A moça que ia casar dizia: ‘Eu nem sei fritar um ovo.’ Cozinhar era coisa para a ‘nona’, para aquela mulher... Agora,...

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P/1 – Claudia, boa tarde. Primeiro eu gostaria de agradecer a tua presença aqui, de ter aceitado o nosso convite. E pra começar eu queria pedir pra você falar pra gente o seu nome completo, local e data do nascimento.

R – Claudia Dragonetti, nasci aqui em São Paulo mesmo, na capital, dia primeiro de maio de 1965.

P/1 – Qual o nome dos seus pais?

R – Maurílio Dragonetti e Ivani Dragonetti.

P/1 – E dos seus avós?

R – Meus avós maternos, Alfredo ___ e minha avó Rosina ___. A minha avó nasceu na Sérvia e meu avô na Alemanha. Vieram pro Brasil e se conheceram aqui. E meus avós paternos, a minha avó se chamava Maria Antonia, ela casou pela segunda vez, então de Maria Antonia Dragonetti ela ficou Maria Antonio dos Santos Pereira. E o meu avô faleceu quando meu pai era criança, o nome dele era Antonio Dragonetti; italiano, veio criança pra São Paulo.

P/1 – E o que você sabe da origem da família?

R – A gente acha que o meu avô paterno veio clandestino. Eu fui procurar alguma coisa no Museu da Imigração, mas não achei. A família é muito numerosa, aquelas histórias bem comuns. Tem aquelas fotos enormes do meu bisavô com aquele monte de crianças, e tinha meu avô lá, criancinha. Mas documentos mesmo a gente não conseguiu resgatar nada. Ele foi morar em São João da Boa Vista. Ele era pintor, nós temos alguns quadros que a gente conseguiu recuperar, que ele fez. Mas na verdade ele pintava igrejas. Ele pintava também parede, mas ele tinha essa veia artística. Temos quadros de todo tipo, até pintado em Eucatex, não era Eucatex que chamava, mas tipo papelãozinho, restinho de caixote. Ele amava pintar. Tem pinturas de paisagem, tem um cristo muito bonito na pedra. E a notícia que a gente tem, que minha avó contava, é que ele adoeceu com 30 anos e dai saíram de São João da Boa Vista e vieram pra São Paulo em busca de tratamento. Mas ele faleceu aos 33, bem debilitado, cego. Isto foi muito marcante na vida do meu...

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