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Por: Museu da Pessoa,

O contrário de mim virou eu própria

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O contrário de mim virou eu própria

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Esta é a nossa casa matriz e são trinta anos dela. A construção desta casa é fato curioso porque nós nascemos em uma cidade barroca, os sobrados são antigos, então nós crescemos nessas casas. Quando meu irmão achou esta casa para alugar, ela era extremamente moderna: teto de gesso rebaixado, iluminação dicroica, laguinho de peixe na porta, e nós que morávamos sempre em prédios mais velhos, de assoalho, de esteira, achamos a casa a coisa mais linda do mundo. A mamãe falou: “A casa está ótima, só que assim não me serve”. Chamou o mestre de obras, marceneiro: “Eu quero dormente, esteira...”. Então, tudo que era moderno ela tirou... Olha só, que visão, você já pensou ela trazer uma cozinha tão de raiz, em um ambiente que não tinha nada a ver com ela? Então, o lago de peixes foram armários de demolição; as janelas da casa tudo em dormentes, tirou tudo e mandou tecer esteiras de taquara. Então é muito moderno que ela fez isso, de trinta anos atrás o que hoje é um templo, hoje é um templo de cultura mineira, de gosto colonial, de decoração. Ela deu ambiente à cozinha. Era o contexto da cozinha em que ela ia cozinhar, o que ela fez muito bem porque ia ficar uma desconexão absurda, mas para nós, a gente queria aquele ambiente novo, lindo. Mas, enfim, ela estava certa e, curiosamente, virou história. Porque não havia esse gosto, na época, de dormentes rústicos, por exemplo. Nós temos uma peça na varanda, que ela faz um arco, ela chegou, os marceneiros estavam aplanando, ela falou: “Não, pelo amor de Deus não faz isso”. Eles falaram assim: “Dona Lucinha, depois que a gente fizer a sua casa nós não vamos ter mais trabalho na cidade, que eles vão achar que a gente é sem capricho”. Então tudo dela tinha história, ela falou: “Não, é isso que eu quero. Vocês vão conseguir sim, é que eu preciso dessa casa rústica”. Ficou a casa até hoje, graças a Deus, são...

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Dados de acervo

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Projeto Belo Horizonte Surpreendente

Depoimento de Márcia Clementino Nunes

Entrevistada por Lucas Torigoe

Belo Horizonte, 18 de setembro de 2019

Código: PCSH_HV821 _ rev.

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Fernanda Regina

Revisado por Paulo Rodrigues Ferreira

P/1 — Qual é o seu nome inteiro, Márcia? Onde você nasceu e em que data?

R — Márcia Clementino Nunes, nasci na cidade do Serro, Minas Gerais, em 29/10/1959.

P/1 — Você sabe ou lhe contaram qual foi o hospital em que você nasceu, como é que foi esse dia?

R — Sim, nasci na Santa Casa do Serro. Todos nós nascemos nesse hospital, embora morássemos em fazenda. Nasci lá e...

P/1 — Sua mãe lhe contou como é que foi... Seu pai...?

R — Não, a data, o momento do meu nascimento, não, mas eu tenho dois irmãos acima de mim, então eu sou a primeira menina, não é? Isso sempre muda um pouco no contexto familiar, assim. Então, decerto, foi comemorado, eu creio, de modo especial por ter sido uma menina. E o meu nome, Márcia, faz, inclusive, uma homenagem: parte do meu nome - “Mar” - vem de Marcílio, meu pai, e “Cia”, de Lúcia, minha mãe. Eu achei isso em um diário dela, ela nunca, de fato... Acho que ela não se lembrou de me contar isso, mas eu achei curioso como meu nome foi composto. Isso me honrou muito.

P/1 ─ Não sabia que era composto?

R ─ Não, não sabia que era composto para essa homenagem. Eu achei que, como é um nome comum, eu imaginava que esse nome tivesse sido por pura simpatia ao nome, mas foi pensado em juntar esses dois fragmentos de nome que, como eu falei há pouco, me honrou, porque eu me sinto muito… Fortaleceu muito meu elo ainda, até no nome, no modo como meu nome… Não é? Então aí... Bom, nós somos de uma família muito grande, somos 11 filhos, eu sou a terceira deles. E, na sequência, muitas crianças sempre chegando e a mamãe sempre muito intensa, muito afetuosa, muito atuante, ela era muito...

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Título: O contrário de mim virou eu própria

Local de produção: Brasil / Belo Horizonte

Autor: Museu da Pessoa

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