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Por: Museu da Pessoa, 9 de maio de 2018

A vida em uma imagem

Esta história contém:

A vida em uma imagem

Uma vez eu ía sair com o meu pai e saí com os sapatos trocados, quando eu voltei e minha mãe parou pra ver ela reparou que meu pé estava cheio de bolhas. Ela curiosa perguntou o porque eu não tinha reclamado... Teve uma vez que eu tive pneumonia e tive que tomar injeção, na hora que eu ia tomar injeção eu fiquei pensando o porque estaria reclamando? O que Jesus tinha passado ali na cruz, o tanto que ele tinha sofrido, sido pregado, estado com uma coroa de espinhos e eu ali reclamando de uma injeção? Que escândalo que seria. E assim ficava em silêncio na injeção, e também o que eram umas bolhas no meu pé perto de um encontro com meu pai.

Meu pai foi uma pessoa criada em hotel, ele morava num hotel, então tinha um contato com línguas, sotaques que lhe atravessavam costumes diferentes que batiam a sua porta e partiam na noite seguinte. Esse fascínio com o diferente acendeu no espírito do meu pai uma grande sede de viagem e fez ele passar por vários lugares e lugares assim diferentes, ele foi pro Irã na década de 80, pro Japão, tudo a trabalho, e aquilo me maravilhava. Ele assinava a revista National Geographic, eu nunca li nenhuma matéria que saiu lá, mas as fotos me pegavam de um jeito, aquilo pra mim era simplesmente a bíblia. Pelo lado do meu pai, a minha vó era católica e ela tinha aquela Bíblia grande assim com as bordas douradas e abria aquilo e tinham vários quadros renascentistas, tal, com as cenas bíblicas. Pra mim era como a National Geographic. Eu ficava vendo aquelas imagens, a sequência das imagens e tudo muito forte, tinha o Daniel na cova dos leões, Moisés abre o Mar Vermelho, as 10 pragas, o irmão mata irmão. O pai que vai sacrificar o filho porque Deus falou que ele tem que matar o filho e no final, era uma prova, isso sim é uma prova, não saber que o M tem quatro pernas ou tem três, como era na minha escola, aquilo me chamava muito.

E tudo o que eu sempre quis era ser bíblico, queria ser atropelado pela...

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Pessoas: Contar para Viver

Depoimento de Marco Aurélio Pinho Del Fiol

Entrevistado por Karen Worcman e Rosana Miziara

São Paulo, 09/05/2018

Realização Museu da Pessoa

PCSH_HV674_Marco Aurélio Pinho Del Fiol

Transcrito por Mariana Wolff

MW Transcrições

P/1 – Então, confesso que eu tô achando engraçado, que eu tô achando que você já vem com tudo pronto, porque tanta entrevista que você viu, que você falou: “Agora, já vou…”, falei pra Rosana isso no carro: “O Marco já deve saber tudo o que ele quer falar, porque…

P/2 – Você já veio editado…

P/1 – Eu tô um pouco nervosa com isso, mas vamos em frente.

R – Eu acho que nos últimos tempos, por conta do filme, eu tive que dar muita entrevista e também dei aulas, MasterClass, essas coisas e esse exercício acabou me fazendo olhar muito pra minha trajetória profissional e pessoal misturadas. Ao mesmo tempo, como a gente tá passando agora… a Jasmim, minha cunhada tá com câncer e ela tá com dois filhos muito novos, um tem oito anos, o Samuel, que é uma idade que pra mim, quando eu era criança, foi a idade que eu me senti… que eu me entendi vivo, de certa forma, assim, ele tá com sete anos, sete pra oito, foi bem nessa idade. E isso começou a revirar muita coisa em mim, aí eu comecei a escrever, eu tenho de sete em sete anos, eu tenho um surto assim, de escrever. E aí, eu comecei a escrever um livro sobre esse ano, 79, que é um ano que eu morei no Rio de Janeiro, que é 1979, o ano internacional da criança. Então, eu tô com muita coisa revirada, talvez não tão organizada…

P/1 – Aí que bom.

R – E eu fico um pouco nervoso, assim, antes de começar, né, às vezes, eu não durmo quando tem que fazer esse tipo de coisa, assim, que você fala: “Putz, isso aqui é importante assim”, é importante porque tem a ver com o legado, né, o que você deixa. Então, eu fico um pouco nervoso e aí, eu procuro não me planejar muito e nem… porque eu trabalho...

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