Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Museu da Pessoa,

A Mulher que Viu as Vidas

Esta história contém:

A Mulher que Viu as Vidas

Vídeo

R - ...cedo também né, com vinte e quatro anos eu tive dois filhos, e eu tinha uma amiga que ela acabou tendo uma outra amiga dela que tirava carta para ela, via na revista e começou a ensiná-la e uma tirava da outra para ver se dava certo, acabaram me ensinando para eu tirar para elas. Eu já era casada, tinha os filhos, não tinha muito tempo também. E outra que depois ficou madrinha da minha filha, eu fui madrinha de casamento dela, ela já faleceu também, era um ano mais nova do que eu, ela falava assim: “Você acerta tudo, ela não acerta”. Eu falava: “Sei lá, acho que é dom que a gente tem, precisa ter dom. Senão, não vai”. E tirava para ela, ela trabalhava em escritório: “Tira para uma amiga minha?” Eu falei: “Meu marido não gosta que eu fico...”, mas eu tirava escondida. Eu não cobrava nada dela. Agora delas eu comecei a cobrar alguma coisa, porque eu falei: “Também eu vou ficar minhas tardes aqui sem fazer nada, trabalhado à toa?” e acertava. “Posso trazer minha prima, posso trazer minha irmã?” e comecei, mas meio escondida do meu marido. Aí ele falava assim: “Você está de sapato novo?” “Minha mãe que comprou.” Não, era eu que comprava, mas eu falava que era minha mãe, para ele não ficar sabendo muito. E foi assim. Depois a mãe dessa minha comadre, o marido dela foi policial, ele era policial, eles iam na casa de macumbeiro naqueles tempos, não podia ter, hoje está meio aberto, mas antigamente não tinha, e eles pegavam os livros, as coisas deles. Ele pegou um livro de São Cipriano, aí ela me emprestou o livro, então eu copiei para minhas cartas e enriqueci, aquilo que eu sabia, eu aumentei, e assim que eu aprendi. E, quando apertou mais a minha vida, que meu marido não trabalhava mais, foi isso que me salvou. Elas falavam: “Posso trazer mais?” “Não, não”. Aí: “Pode trazer quem quiser” e aí...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

PCSH_HV835_Philomena_Ricciardi

Projeto Estúdio Aberto Curso Proac

R - ...cedo também né, com vinte e quatro anos eu tive dois filhos, e eu tinha uma amiga que ela acabou tendo uma outra amiga dela que tirava carta para ela, via na revista e começou a ensiná-la e uma tirava da outra para ver se dava certo, acabaram me ensinando para eu tirar para elas. Eu já era casada, tinha os filhos, não tinha muito tempo também. E outra que depois ficou madrinha da minha filha, eu fui madrinha de casamento dela, ela já faleceu também, era um ano mais nova do que eu, ela falava assim: “Você acerta tudo, ela não acerta”. Eu falava: “Sei lá, acho que é dom que a gente tem, precisa ter dom. Senão, não vai”. E tirava para ela, ela trabalhava em escritório: “Tira para uma amiga minha?” Eu falei: “Meu marido não gosta que eu fico...”, mas eu tirava escondida. Eu não cobrava nada dela. Agora delas eu comecei a cobrar alguma coisa, porque eu falei: “Também eu vou ficar minhas tardes aqui sem fazer nada, trabalhado à toa?” e acertava. “Posso trazer minha prima, posso trazer minha irmã?” e comecei, mas meio escondida do meu marido. Aí ele falava assim: “Você está de sapato novo?” “Minha mãe que comprou.” Não, era eu que comprava, mas eu falava que era minha mãe, para ele não ficar sabendo muito. E foi assim. Depois a mãe dessa minha comadre, o marido dela foi policial, ele era policial, eles iam na casa de macumbeiro naqueles tempos, não podia ter, hoje está meio aberto, mas antigamente não tinha, e eles pegavam os livros, as coisas deles. Ele pegou um livro de São Cipriano, aí ela me emprestou o livro, então eu copiei para minhas cartas e enriqueci, aquilo que eu sabia, eu aumentei, e assim que eu aprendi. E, quando apertou mais a minha vida, que meu marido não trabalhava mais, foi isso que me salvou. Elas falavam: “Posso trazer mais?” “Não, não”. Aí: “Pode trazer quem quiser” e aí ficou. Uma vez veio...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Eu gosto de desafiar aquilo que é impossível
Vídeo Texto
 A LINDA HISTÓRIA DE MÃE JÔ
Texto

Joana Benedita Candido

A LINDA HISTÓRIA DE MÃE JÔ
Sou persistente, quando falei que vinha, nasci
Vídeo Texto

Maria de Jesus Pereira Santana

Sou persistente, quando falei que vinha, nasci
Preta Rara além da dor
Vídeo Texto

Essa história faz parte de coleções

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.