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Personagem: Severino Ferreira
Por: Museu da Pessoa, 7 de maio de 2015

A festa que vinha até a gente

Esta história contém:

A festa que vinha até a gente

Vídeo

Nasci próximo a Serra Talhada, em 12 de março de 1969. Quando eu dei a me entender que era uma pessoa, meu pai já não vivia com a minha mãe, aí cada um dos filhos tomou um destino. Eu nunca brinquei com criança; no tempo que era para eu brincar, minha madrasta me botava pra trabalhar. Eu via os meninos brincando de ciranda de roda, ficava muito doido pra brincar, mas ela não deixava. Por não ser filho dela, descarregava tudo em cima de mim, me batia muito.

Quando convivia com meu pai, eu devo ter estudado no máximo dois anos. Ele era tipo andarilho, era carpinteiro e fazia móveis, quando uma pessoa morria ele fazia o caixão. Ajudei muito a fazer caixão, era uma coisa que me fazia ter medo. Acho que aquilo me afastou um pouco da profissão dele.

Em Petrolina, no bairro Areia Branca, comecei a trabalhar com frutas, isso antes de fugir. A feira começava no sábado 3 horas da tarde, no domingo 11 horas acabava. No decorrer de seis meses, um ano, eu já tinha várias bancas. Eu não tinha dinheiro pra comprar, mas os donos das bancas me vendiam o que sobrava pra pagar com apuro, que seria com o dinheiro da própria mercadoria.

Nesse dia minha madrasta tinha me batido, o que me levou a fugir dos meus pais, de ver o que ela me forçava a fazer. Tinha em torno de 11 a 12 anos. Pra fugir eu tive que ir pra rodoviária e chegando lá não tinha dinheiro, estava de short, chinelo havaiana, camisa simples. Pedi ajuda aos passageiros no sentido de passar como filho, foi a ideia que Deus me deu. Não consegui porque eu não tinha documento, ninguém queria me levar. Teve passageiros que me fizeram a proposta: “Olha, se você conseguir entrar no ônibus, tudo o que precisar no decorrer da viagem a gente banca pra você”. Eu consegui, e nesses ônibus de viagem costuma entrar um guarda pra vistoriar. O cidadão estava vindo na minha direção, o que eu fiz? Eu me abaixei debaixo daquela última cadeira. Ele chegou até mais ou menos a...

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Concurso de dança

Dados da imagem Severino de sobretudo claro entregando o prêmio de 1º lugar do concurso de dança do Arraiá do Severino a uma participante da comunidade.

Período:
Ano 2009

Local:
Brasil / Distrito Federal / Fercal

Imagem de:
Severino Ferreira

História:
A festa que vinha até a gente

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
concurso, comunidade, dança, premiação, arraiá

Severino de sobretudo claro entregando o prêmio de 1º lugar do concurso de dança do Arraiá do Severino a uma participante da comunidade.

Peça teatral José e Maria

Dados da imagem Severino no papel de José em peça teatral encenada durante o terceiro ano do primário no Colégio Queima Lençol na Fercal.

Período:
Ano 1982

Local:
Brasil / Distrito Federal / Fercal

Imagem de:
Severino Ferreira

História:
A festa que vinha até a gente

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
escola, infância, teatro, colégio queima lençol, educação

Severino no papel de José em peça teatral encenada durante o terceiro ano do primário no Colégio Queima Lençol na Fercal.

Arraiá do Severino

Dados da imagem Festa Junina no Arraiá do Severino. Crianças e adultos dançando juntos. Presença do primeiro cinegrafista de Fercal, Lizael, está de azul, preto e amarelo no lado direito da foto.

Período:
Ano 1990

Local:
Brasil / Distrito Federal / Fercal

Imagem de:
Severino Ferreira

História:
A festa que vinha até a gente

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
cinegrafista, crianças, dança, queima lençol, arraiá, adultos, festa junina

Festa Junina no Arraiá do Severino. Crianças e adultos dançando juntos. Presença do primeiro cinegrafista de Fercal, Lizael, está de azul, preto e amarelo no lado direito da foto.

Arraiá do Severino

Dados da imagem Severino dançando quadrilha no Arraiá do Severino junto com a noiva. O Arraiá do Severino durou por volta de 23 anos. A sua última edição ocorreu em 2011.

Período:
Ano 1992

Local:
Brasil / Distrito Federal / Fercal

Imagem de:
Severino Ferreira

História:
A festa que vinha até a gente

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
noiva, quadrilha, dança, arraial, arraiá do severino, festa junina

Severino dançando quadrilha no Arraiá do Severino junto com a noiva. O Arraiá do Severino durou por volta de 23 anos. A sua última edição ocorreu em 2011.

Dados de acervo

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Votorantim Fercal

Depoimento de Severino Ferreira

Entrevistado por Alexandre Gomes e Marcia Trezza

Fercal, 07/05/2015

Realização Museu da Pessoa

VOF_HV005_Severino Ferreira

Transcrito por Karina Medici Barrella

P/1 – Fala o seu nome pra gente, o local e a data de nascimento.

R – Severino Ferreira. Onde eu nasci? Nasci próximo a Serra Talhada, em 12 de março de 1969.

P/1 – E os seus pais, Severino, como eles se chamavam?

R – O nome do meu pai é Benedito e da minha mãe, Maria Ester Ferreira.

P/1 – Uma lembrança que o senhor tem dos seus pais, marcante?

R – Eles juntos?

P/1 – É, sua infância com eles, como é que era?

R – Não tenho.

P/1 – Não tem?

R – Não tenho.

P/2 – Por que você não tem?

R – Porque quando eu dei a me entender que era uma pessoa, meu pai já não vivia com a minha mãe, eu não lembro de nenhum momento dele com ela.

P/2 – E da sua mãe, que lembranças você tem?

R – Até meus 12 anos praticamente nenhuma também.

P/2 – Por quê?

R – Porque quando meu pai se separou da minha mãe, aí cada um dos filhos, a maioria tomou um certo destino. Então eu fui viver com um tio meu e os outros dois foram viver com a minha mãe, o restante, ficamos espalhados.

P/1 – Então você não teve esse convívio?

R – Não tive nenhuma convivência com os meus irmãos.

P/1 – Você tem alguma lembrança deles, alguma brincadeira, ou vocês não ficaram juntos mesmo? Mas na infância, como eram as brincadeiras.

R – Eu não tive infância. Eu não tive infância, então eu não fui criança, já fui de criança já se tornando adulto, não tive tempo pra brincar.

P/2 – Severino, você contou sobre o seu nome, sobre uma situação que você viveu de mudança de lugar com a sua mãe, da certidão de nascimento. Conta pra gente de novo o que aconteceu.

R – Referente ao primeiro nome? O primeiro nome eu não sei completo, sei que era mais ou menos Severino Evanildo, o resto certo eu não sei....

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