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Por: Museu da Pessoa, 15 de agosto de 2013

65 pesos e 5 crianças

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65 pesos e 5 crianças

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Eu tive a sorte de ter pais que nos deixavam pintar o sete em todo lugar. Era um cercado, não sei como se chamaria aqui, um quintal muito grande, com duas adegas, cada uma com um lagar onde se pisa as uvas. As uvas não eram pisadas com os pés, eram com máquinas porque a produção de vinho era muito grande. Então, lá no lagar tinha uma máquina que chamava pinchadora e tinha só um homem que com uma pá ia colocando as uvas na máquina. Depois o mosto saía por umas canaletas e ia nas piletas porque era como um poço no centro da adega, onde ficava depositado o mosto que depois, com mangueiras, ou seja, uns depósitos de dez mil litros de barro. E aí com as mangueiras subia o mosto e depois seguia o curso, tinha a fermentação, tudo isso eu não sabia porque naquela época só ficávamos brincando fora. Tinha o orujo, que é o desperdício da uva moída, se punha como em umas cisternas e se punha nas prensas. Juntava com um monte de 10 ou 12 e a prensa vai rodando até comprimir o mosto que saía e ia também para a adega. E depois, esse desperdício se colocava em poços artificiais, chamava latilancos, eram cimentados e depois era vendido para as fábricas de álcool. Lá naquela cidade tinha duas fábricas de álcool, álcool vínico. A gente brincava lá. Eu era muito pequena, eu tinha sete anos quando começou a Guerra Civil Espanhola começou. Meu pai perdeu todo o dinheiro na guerra. O dinheiro que tinha só valia 500 pesetas, o resto estava no banco, perdeu tudo. Porque Franco desvalorizou o dinheiro a partir de 1920, porque em 22 foi a ditadura de Primo de Rivera até 29. E em 31, 14 de abril de 31 entrou a República e o rei da Espanha abdicou e foi viver em Roma. Então, só o dinheiro que tinha sido emitido pelo rei valia, quem tinha dinheiro de 1920. Como meu pai tinha todo o dinheiro no banco, nós ficamos na zona da república o tempo todo. As tropas de Franco entraram na cidade que eu nasci desfilando em quatro de abril de 39. Eu estava lá...

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