Meu nome é José Oswaldo Pereira Mousinho. Hoje sou aposentado, moro em Londrina PR.
Nestes trechos de meu livro está uma grande parte de quem eu fui e o que fiz. E como fiz
PREFACIO
Ia pedir ao meu amigo Ayrton Pedro que escrevesse um prefácio para este livro, mas achei que não havia necessidade. Estes versos abaixo, escritos por ele, chamados “Ao Vadão” , seriam feitos agora, se não tivessem sido feitos a muito tempo atrás.
Meu amigo Zé Oswaldo
Pereira Mousinho, Vadão
Toca viola, toca mansinho
na rima, na quadra e quadrão
Zé peixeiro, Zé poeta e timoneiro
Zé barqueiro, Zé violeiro e companheiro,
toca, ecoa, tumba, retumba
desde o charango à zabumba.
Bate certo o atabaque
no compasso ritmado e embalado
Paulista, Paulistano, Paulisteiro
Zé do mato, caçador e Zé mateiro
onde aponta é...pimba
È Zé do tiro certeiro.
Marcador do compasso da viola,
compositor, poeta, filho de Zola
cantador dos rios, filho de Zé Mousinho
È gente, é corpo, é menino passarinho
Igual, displicente, quase inocente
“amigos tem que ser como eu sou”
e vive abraçado, apaixonado, impunemente
ao braço do pinho que nunca calou....
Sempre quis escrever um livro. De repente surge a oportunidade... Juntado um pouco de coragem e muito de saudade, e tendo à frente um computador, a coisa se torna mais fácil.
Portanto irei escrevendo aos poucos , a medida que tiver tempo e vontade, e se Deus quiser e permitir, irá saindo aos poucos.
Voltando ao tempo....
VENERANDO
Morava lá uma professorinha recém formada, chamada Maria Isaura, que se casou com o farmacêutico do local, o José de Paula Mousinho. Conheceram-se através de cartas destinadas a ela por outra pessoa e que eram levadas por ele até a fazenda Santa Teolinda, onde ela lecionava. Casaram-se em 11 de junho 1935 e eu nasci, pouco menos de 1 ano depois. Só que eu fui nascer em S.José do Rio Pardo, a cidade que ficava bem perto e era considerada cidade grande.
Nasci na Santa Casa de lá e logo...
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Meu nome é José Oswaldo Pereira Mousinho. Hoje sou aposentado, moro em Londrina PR.
Nestes trechos de meu livro está uma grande parte de quem eu fui e o que fiz. E como fiz
PREFACIO
Ia pedir ao meu amigo Ayrton Pedro que escrevesse um prefácio para este livro, mas achei que não havia necessidade. Estes versos abaixo, escritos por ele, chamados “Ao Vadão” , seriam feitos agora, se não tivessem sido feitos a muito tempo atrás.
Meu amigo Zé Oswaldo
Pereira Mousinho, Vadão
Toca viola, toca mansinho
na rima, na quadra e quadrão
Zé peixeiro, Zé poeta e timoneiro
Zé barqueiro, Zé violeiro e companheiro,
toca, ecoa, tumba, retumba
desde o charango à zabumba.
Bate certo o atabaque
no compasso ritmado e embalado
Paulista, Paulistano, Paulisteiro
Zé do mato, caçador e Zé mateiro
onde aponta é...pimba
È Zé do tiro certeiro.
Marcador do compasso da viola,
compositor, poeta, filho de Zola
cantador dos rios, filho de Zé Mousinho
È gente, é corpo, é menino passarinho
Igual, displicente, quase inocente
“amigos tem que ser como eu sou”
e vive abraçado, apaixonado, impunemente
ao braço do pinho que nunca calou....
Sempre quis escrever um livro. De repente surge a oportunidade... Juntado um pouco de coragem e muito de saudade, e tendo à frente um computador, a coisa se torna mais fácil.
Portanto irei escrevendo aos poucos , a medida que tiver tempo e vontade, e se Deus quiser e permitir, irá saindo aos poucos.
Voltando ao tempo....
VENERANDO
Morava lá uma professorinha recém formada, chamada Maria Isaura, que se casou com o farmacêutico do local, o José de Paula Mousinho. Conheceram-se através de cartas destinadas a ela por outra pessoa e que eram levadas por ele até a fazenda Santa Teolinda, onde ela lecionava. Casaram-se em 11 de junho 1935 e eu nasci, pouco menos de 1 ano depois. Só que eu fui nascer em S.José do Rio Pardo, a cidade que ficava bem perto e era considerada cidade grande.
Nasci na Santa Casa de lá e logo depois fui para a minha casa em Venerando.
Lá, até os cinco anos de idade, eu passei parte de minha infância na total felicidade de toda criança sadia e bem cuidada.
Venerando era o nome de um lugar que não era nem vila, nem patrimônio, nem, nada. Era parte de uma fazenda, só que por esta fazenda passava uma estrada de ferro (um ramal) e por conseguinte tinha lá uma estação ferroviária.
Por ali passava o trem de passageiros e o de carga. Este ramal, ligava a cidade de Mococa a São José do Rio Pardo, o que hoje, penso, ligava o nada ao nada. Hoje em 1995 estas duas cidades são importantes e conhecidas naquela região da antiga mogiana, a velha mogiana.
Logo abaixo da estação havia uma edificação que constava de algumas casas onde moravam alguns funcionários da fazenda, um grande armazém para depósito de cargas, uma agência dos correios e finalmente a farmácia de meu pai, com a residência onde eu morava. Era tudo emendado, um linguição
Meu pai, o José de Paula Mousinho era ali o farmacêutico, o médico o enfermeiro, enfim, a farmácia era o posto de saúde local.
Minha mãe Maria Isaura, que daqui em diante será a Zola, era a professora rural em uma escola que servia as crianças do local.
A escola ficava a 7 Km de distância de casa, de forma que minha mãe usava para se locomover até lá, cavalo, trole, charrete ou coisa parecida. Só que quem pilotava estes fantásticos meios de transporte, era ela mesma. Havia mataburros e porteiras para serem transpostos e ela se virava como podia para chegar até a escola e cumprir a sua nobre missão de professora, aliás digamos: era um status invejável naquela época.
Automóvel? Havia um ou dois, dos fazendeiros. Eram os famosos Ford bigode dos anos 1927 ou 29 sei lá, Caminhão até os 5 anos, eu nunca tinha visto um. Só vim a conhece-lo quando mudamos de lá, o que contarei mais tarde.
Assim eu fui crescendo e conhecendo o socêgo a tranqüilidade, sem nunca imaginar a tristeza que minha mãe sentia por não poder estar em um lugar melhor, mais civilizado, com mais conforto, perto de gente de seu nível onde pudesse viver como se vivia numa cidade maior.
Para mim entretanto, a vida era aquilo.
Faço um parágrafo para contar que incrivelmente, minha mãe não sabe explicar como, eu tenho na memória coisas que me aconteceram quando eu tinha 3 anos de idade, como se até hoje estivessem fotografadas de forma nítida e transparente, até eu poder contar com detalhes fenomenais, cenas e fatos de 55 anos atrás.
Venerando era interior, além disso, zona rural. Estado de São Paulo, Zona Mogiana. Ano 1936 no qual eu nasci em maio, dia 26.
Meios de comunicação: Devo dizer que tínhamos telefone na farmácia, aquele trambolhão pendurado na parede, com uma manivela para chamar a telefonista .
O trem passava duas vezes por dia. Ali, o meu divertimento era ser levado na estação para ver o trem chegar e sair. Com o tempo, acabei sendo o menino que puxava a corda do apito do trem na hora da saída. Meu pai me colocava nos braços do maquinista da locomotiva, seu Ary, o chefe da estação, dava o primeiro sinal e eu apitava... outro sinal e eu apitava novamente. Aí meu pai me pegava novamente de cima da locomotiva e lá ia o trem emboca...
Em frente da referida construção onde ficava a minha casa, havia um pátio muito amplo e no fim dele passava uma estrada, paralelamente à estrada de ferro , de modo que bem da frente da minha casa, em toda a extensão, podia se ver o trem passando, com aqueles seus vagõesinhos vermelhinhos.
Como se tratava de um transporte básico da região, sempre se podia ver pelas janelinhas dos vagões, muitos passageiros.
Alternadas de distância em distância, havia as casas da sede das fazendas onde moravam os proprietários. Não me lembro de quantas fazendas eram , mas eram várias.
Recordo-me de alguns nomes de fazendeiros: Sanico, Nho Ribeiro, Dona Liquita, e muitos nomes não gravados mais hoje na minha memória
Venerando vivia portanto, em função destas fazendas que normalmente embarcavam sua produção na estação ferroviária local e usavam o trem para chegar até a cidade, São José’ ou Mococa.
Hoje, analisando aquele lugar, chego à conclusão de que aquele ramal ferroviário, aquela estação, aquelas construções, seriam uma concessão ao “coronelismo” remanescente do não distante Império, quem sabe alguma graça de algum Barão. Quem sabe?
Outras versões dizem que estes ramais foram construídos pela cotização dos próprios fazendeiros locais, uma participação do governo federal e com a mão de obra dos próprios trabalhadores das fazendas, cedidos pelos proprietários.
OBSERVAÇÃO:
ESSE RECORTE FOI ENCONTRADO EM UM SITE DA INTERNET
Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1909-1966)
VENERANDO
Município de São José do Rio Pardo
Ramal de Mococa - km 46,892
M/RM-08
Inauguração: 01.08.1909
Uso atual: moradia sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
HISTORICO DA LINHA: O ramal teve origem na Cia. Ramal Férreo do Rio Pardo, empresa particular aberta em 1884 entre Casa Branca e São José do Rio Pardo, e adquirida em junho de 1888 pela Cia. Mogiana, que a transformou no ramal de Mococa, prolongando os seus trilhos em 1890 para atingir Canoas, estação 11 km à frente de Mococa e terminal do ramal. A partir de 1903, da estação de Ribeiro do Vale passou a sair o ramal de Guaxupé, que seguia até essa cidade. Em 1961, o trecho final do ramal entre Mococa e Canoas foi extinto, e em 7/11/1966, o trecho entre Ribeiro do Vale e Mococa também o foi. O que sobrou do ramal, de Casa Branca até 1977, quando a queda de uma ponte entre S. J. Rio Pardo e Ribeiro do Valle interditaram definitivamente a linha. Em 1986 o trecho entre Casa Branca e S. J. Rio Pardo foi reativado por um curtíssimo espaço de tempo. Por volta de 1992 os trilhos foram retirados.
A ESTAÇÃO: Aberta em 1909 e fechada em 7/11/66 (*RM-1966), juntamente com a estação de Mococa, fato que encerrou as atividades do ramal de Mococa. Hoje, Venerando é um pequeno bairro de sítios, cerca de trezentos metros a leste da estrada velha que liga São José do Rio Pardo a Mococa, e a estação, em si, é uma chácara muito bem cuidada.
Restante: Vou mandando aos poucos
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