Entrevista:
1) Qual o seu nome, idade e profissão:
“Meu nome é Shirley Fátima, tenho 50 anos e sou técnica de enfermagem”.
2) Shirley, você já sofreu racismo na sua vida:
“Comigo não, mas infelizmente já presenciei muitas situações de racismo,
inclusive com pessoas da minha família”.
3) Você já percebeu algum gesto de discriminação com os seus filhos?
“Sim. Meu filho de 24 anos já sofreu racismo no ambiente de trabalho, uma
indústria metalúrgica grande aqui da região do Vale do Aço. Ele é negro e todos
os dias no trabalho os “colegas” ficavam falando coisas com ele do tipo: “isso é
serviço de preto”; “cabelo ruim”; “a coisa tá preta” ...ele ficava muito triste com
essas indiretas, mas eu sempre conversava com ele para não ligar para isso.
Além dessas frases ridículas, eles também ficavam olhando a
mochila dele insinuando que ele roubava...várias atitudes de
discriminação com ele simplesmente por causa da cor da pele.”
4) Você acha que a educação pode melhorar o racismo?
“Sim, com certeza, começando em casa com a família ensinando os seus filhos a
respeitarem as pessoas e que a cor da pele não define o caráter, a inteligência e a
capacidade da pessoa”.
5) O que esse feriado de Dia da Consciência Negra representa para você?
“Representa a luta pelos direitos da população negra brasileira. Essa data
rememora a trajetória do zumbi dos Palmares – que foi um líder quilombola
brasileiro que lutou pelos direitos da população negra contra os portugueses.
Zumbi foi morto após ser traído por um dos seus comandados que revelou onde
era o seu esconderijo.
Zumbi teve a cabeça cortada que ficou exposta em praça pública na cidade de
Olinda, em Pernambuco.
Uma lei federal de 2003 instituiu na data da morte de Zumbi o Dia da
Consciência Negra. Eu, Shirley, me orgulho muito de ser um quilombola”.
Shirley, é uma mulher linda, batalhadora, que participa do...
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Entrevista:
1) Qual o seu nome, idade e profissão:
“Meu nome é Shirley Fátima, tenho 50 anos e sou técnica de enfermagem”.
2) Shirley, você já sofreu racismo na sua vida:
“Comigo não, mas infelizmente já presenciei muitas situações de racismo,
inclusive com pessoas da minha família”.
3) Você já percebeu algum gesto de discriminação com os seus filhos?
“Sim. Meu filho de 24 anos já sofreu racismo no ambiente de trabalho, uma
indústria metalúrgica grande aqui da região do Vale do Aço. Ele é negro e todos
os dias no trabalho os “colegas” ficavam falando coisas com ele do tipo: “isso é
serviço de preto”; “cabelo ruim”; “a coisa tá preta” ...ele ficava muito triste com
essas indiretas, mas eu sempre conversava com ele para não ligar para isso.
Além dessas frases ridículas, eles também ficavam olhando a
mochila dele insinuando que ele roubava...várias atitudes de
discriminação com ele simplesmente por causa da cor da pele.”
4) Você acha que a educação pode melhorar o racismo?
“Sim, com certeza, começando em casa com a família ensinando os seus filhos a
respeitarem as pessoas e que a cor da pele não define o caráter, a inteligência e a
capacidade da pessoa”.
5) O que esse feriado de Dia da Consciência Negra representa para você?
“Representa a luta pelos direitos da população negra brasileira. Essa data
rememora a trajetória do zumbi dos Palmares – que foi um líder quilombola
brasileiro que lutou pelos direitos da população negra contra os portugueses.
Zumbi foi morto após ser traído por um dos seus comandados que revelou onde
era o seu esconderijo.
Zumbi teve a cabeça cortada que ficou exposta em praça pública na cidade de
Olinda, em Pernambuco.
Uma lei federal de 2003 instituiu na data da morte de Zumbi o Dia da
Consciência Negra. Eu, Shirley, me orgulho muito de ser um quilombola”.
Shirley, é uma mulher linda, batalhadora, que participa do Congado São
Sebastião de Timóteo. O congado é uma manifestação cultural e religiosa afro-
brasileira que celebra os quilombos, combina elementos das tradições africanas e
católicas que mistura dança, canto, teatro e espiritualidade.
Atualmente, Shirley é a rainha do Congado São Sebastião de Timóteo MG.
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