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Personagem: Paulo Ohira
Por: Museu da Pessoa, 28 de agosto de 2007

O amante do cinema

Esta história contém:

O amante do cinema

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Meu pai queria vir pro Brasil, onde todo mundo vinha naquele tempo, antes da guerra. Ele pediu uma candidata: “Qual é a jovem que quer casar comigo e ir pro Brasil?” E a minha mãe se candidatou, contra a vontade dos pais dela, e veio pro Brasil em 1937, com a minha mãe grávida de mim, antes de embarcar no navio. Meu pai estava com 22 anos e a minha mãe, 20. Eles vieram já contratados por agricultores. Meu pai trabalhou na lavoura de café e algodão. Eu sou Paulo Ohira, nasci em Mirandópolis, bairro Oriente, no dia 6 de fevereiro de 1938, um pouco antes da Segunda Guerra Mundial.

O bairro Oriente era tudo mata virgem. No interior, toda a japonesada faz sistema do Japão, lá não tem cama, não tem mesa, não tem nada. Põe o tatame, depois, põe um futon, uma almofada, mas feita de algodão. Forra aquilo e dorme, depois cobre com o mesmo. De manhã, as crianças iam pra escola pra ter aula japonesa e à tarde ia pro grupo escolar, que é a escola do Brasil. Não existia luz, água encanada, e nem telefone.

Em 1946, mais ou menos, depois da guerra, vieram os primeiros cinemas ambulantes. No caminhão tinha um dínamo pra produzir a força, vinha projetor, vinha tudo e, depois, vinha o pessoal. O filme, quando era mudo, tinha um historiador! Quando vinha aquele caminhão, a gente corria pra ver: o que será? Qual é a novidade? Todos nós corríamos! Depois, ia num tipo de depósito, um lugar bem grande, e o pessoal, durante a tarde, começava a colocar a maquinária, colocava o pano branco, que era a tela. A gente perguntava: “Tio, o que vai fazer com esse pano branco?” “Aqui, anda avião; aqui, anda carro; aqui, anda gente; aqui, os animais lutam, né?” “Mas que Diabo, como é que vai lutar nisso aí, né? Quando é que vai andar?” “De noite!” “De noite?” “É, quando está escuro!” “Que Diabo, de noite!”. Cada um ia pra sua casa, chegava em casa, a minha mãe dizia: “Bom, toma banho logo, janta e vai reservar o...

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Família Ohira

Dados da imagem Esq. Dir: Koitchi Ohira (pai), Paulo Ohira, Ayako Ohira (mãe) e Yohane Ohira (irmão)

Período:
Ano 1940

Local:
Brasil / São Paulo / Mirandópolis

Imagem de:
Paulo Ohira

História:
O amante do cinema

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
japão, imigrantes, tradição, nipônico

Esq. Dir: Koitchi Ohira (pai), Paulo Ohira, Ayako Ohira (mãe) e Yohane Ohira (irmão)

Dados de acervo

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