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Por: Museu da Pessoa, 18 de março de 2010

O portuguesinho do navio

Esta história contém:

O portuguesinho do navio

Vídeo

Aos sete anos o meu pai veio para o Brasil, eu entrei na escola, fiz lá todo o primário, saía da escola e tinha que ir pra terra, pra ajudar os mais velhos. E isso foi acontecendo até os dez anos, quando o meu irmão mais velho mais próximo a mim, o Antonio, veio para o Brasil, ele tinha 16 e eu tinha dez, e aí, com dez anos eu me senti o homem da casa. E eu tinha que fazer serviço pesado, não é como hoje que se fala aqui de trabalho escravo. Não, fazia aquilo porque eu queria fazer, tinha vontade de fazer, queria ser o homem da casa. Era uma coisa minha, uma inspiração natural, eu sentia que tinha que ajudar a minha família. E a gente fez isso durante dois anos, trabalhando muito duro, muito difícil, carregando pinheiro no ombro pra cortar lenha, aquela coisa toda, até que com 12 anos o meu pai finalmente, já com ajuda dos irmãos, mandaram passagem pra que todos nós pudéssemos estar juntos novamente. E aí, foi aquela passagem no navio, dez dias, saímos de Lisboa, passando por Ilha de Madeira, chegando em Salvador, passando pelo Rio, depois vindo até chegar em Santos. Foram dez dias muito interessantes, eu tocava gaita no navio porque desde pequenininho, o único brinquedo que eu ganhei foi uma gaita de boca, lá chama-se realejo. E os adultos lá, às vezes, me pegavam, me sentavam em um lugar alto e eu ficava lá tocando, como diz em Portugal, o fado, e eles dançando. Chegava a machucar o lábio de tanto tocar. Foi muito interessante, pela primeira vez conheci italianos falando uma língua diferente. Tinha um garoto italiano no navio, nós fomos jogar pebolim, eu nunca tinha visto uma mesa de pebolim na minha frente, o único brinquedo que eu ganhei foi um apito e essa gaitinha que eu ganhei depois. Não tinha brinquedo, tinha que fazer meus próprios brinquedos, pegava casca de melancia, cortava com canivete, fazia um carrinho. Porque não tinha, lá a vida era diferente. Imagina uma mesa de pebolim, né? E eu e o italianinho fomos jogar,...

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Soldado português

Dados da imagem Firmino dos Santos Rodrigues (pai de Cesário) com o uniforme do exército em Portugal. Trabalhava na cidade de Lamego, vizinha à cidade onde moravam, que era muito pequena para ter exército.

Local:
Portugal / Lamego

Imagem de:
Cesário dos Santos Rodrigues

História:
O portuguesinho do navio

Crédito:
Acervo Pessoal

Tipo:
Fotografia

Palavras-chave:
uniforme, exército, retrato, soldado, portugal, lamego

Firmino dos Santos Rodrigues (pai de Cesário) com o uniforme do exército em Portugal. Trabalhava na cidade de Lamego, vizinha à cidade onde moravam, que era muito pequena para ter exército.

Dados de acervo

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