P/1 – Por favor, gostaria que o senhor começasse falando nome completo, local e data de nascimento.
R – Bom, Eduardo Fernandes, nascido em São Paulo, em doze de setembro de 1958.
P/1 – E qual a sua atividade atual?
R – Bom, eu sou administrador de empresas, hoje sou diretor de contact center, que envolve a parte de relacionamento com o campo, consumidores e Internet.
P/1 – E qual o nome dos seus pais?
R – Jorge Fernandes e Vera Fernandes.
P/1 – E qual era a atividade profissional deles?
R – Bom, meu pai, comerciante, teve toda uma carreira de comerciante, trabalhou com marcenaria, depois trabalhou com madeireira, depois trabalhou com construtora, teve uma carreira aí de comerciante bem longa. Minha mãe é do lar, sempre apoiando bastante e cuidando dos filhos.
P/1 – E qual a origem da sua família?
R – Somos paulistas, paulistanos. Descendência da minha mãe é descendência italiana, e do meu pai descendência portuguesa.
P/1 – Tem irmãos?
R – Tenho uma irmã com dois anos a mais que eu, né, uma pessoa maravilhosa que eu me dou muito bem, me encanto dela.
P/1 – E pensando um pouquinho na sua infância, onde morava?
R – Bom, onde morava. Eu morei na Zona Sul de São Paulo, eu morei em Santo Amaro. Engraçado que quando a gente não tem a memória tão longa, né, mas algumas fotos do casamento dos meus pais e tudo mais... Eu morava na Washington Luís, na Avenida Washington Luís, só que antigamente era autoestrada Washington Luís. Em frente a nossa casa, tinha um posto de pedágio, então eu acho uma pena, né, porque se hoje nós tivéssemos um posto de pedágio em frente seria assim bastante rico pra família passar na frente da rua e pagar pedágio (risos). Então, mas é Santo Amaro e era uma autoestrada que se desemboca lá perto de Santo Amaro, na marginal de Pinheiros, aquele lado.
P/1 – E como era a casa e o cotidiano?
R –...
Continuar leituraP/1 – Por favor, gostaria que o senhor começasse falando nome completo, local e data de nascimento.
R – Bom, Eduardo Fernandes, nascido em São Paulo, em doze de setembro de 1958.
P/1 – E qual a sua atividade atual?
R – Bom, eu sou administrador de empresas, hoje sou diretor de contact center, que envolve a parte de relacionamento com o campo, consumidores e Internet.
P/1 – E qual o nome dos seus pais?
R – Jorge Fernandes e Vera Fernandes.
P/1 – E qual era a atividade profissional deles?
R – Bom, meu pai, comerciante, teve toda uma carreira de comerciante, trabalhou com marcenaria, depois trabalhou com madeireira, depois trabalhou com construtora, teve uma carreira aí de comerciante bem longa. Minha mãe é do lar, sempre apoiando bastante e cuidando dos filhos.
P/1 – E qual a origem da sua família?
R – Somos paulistas, paulistanos. Descendência da minha mãe é descendência italiana, e do meu pai descendência portuguesa.
P/1 – Tem irmãos?
R – Tenho uma irmã com dois anos a mais que eu, né, uma pessoa maravilhosa que eu me dou muito bem, me encanto dela.
P/1 – E pensando um pouquinho na sua infância, onde morava?
R – Bom, onde morava. Eu morei na Zona Sul de São Paulo, eu morei em Santo Amaro. Engraçado que quando a gente não tem a memória tão longa, né, mas algumas fotos do casamento dos meus pais e tudo mais... Eu morava na Washington Luís, na Avenida Washington Luís, só que antigamente era autoestrada Washington Luís. Em frente a nossa casa, tinha um posto de pedágio, então eu acho uma pena, né, porque se hoje nós tivéssemos um posto de pedágio em frente seria assim bastante rico pra família passar na frente da rua e pagar pedágio (risos). Então, mas é Santo Amaro e era uma autoestrada que se desemboca lá perto de Santo Amaro, na marginal de Pinheiros, aquele lado.
P/1 – E como era a casa e o cotidiano?
R – Ah, era uma casa bem espaçosa, uma casa que tinha um belo terreno, tinha árvores frutíferas, nós tínhamos espaço para brincar, jogar bola, tinha bons vizinhos, eu tinha tio que morava do lado, os meus primos que moravam na mesma redondeza, e era muito gostoso, porque eu era, sempre fui, muito fanático assim pelo esporte, gostei muito de praticar esporte e era futebol, handebol, bicicleta, acho que tem... O tanto de quilometragem rodada de carro eu acho que eu tenho com a bicicleta também, que é uma coisa que eu gosto muito, de bicicleta, e andei muito de bicicleta, aprontei muito, andei todo esse, São Paulo era muito fácil, o trânsito era muito pouco. Então você tinha facilidade de se buscar, descobrir lugares de bicicleta, então era assim super gostoso, super bom, bem tranquilo.
P/1 – Quais eram as brincadeiras preferidas?
R – Ah, queimada era uma brincadeira preferida, pega-pega era outra brincadeira preferida, acrobacias na bicicleta eram outras atividades assim bem gostosas. Bem, quem inventasse mais e tomasse menos tombo era aquele que se sobressaía, né, então era uma diversão. A gente brincava, se divertia muito. Uma família em casa, nós somos em quatro, né, e uma família teoricamente pequena, mas a família dos meus primos, meus tios e tudo mais, eram vários, então a gente tinha muita interatividade familiar, né, além de amigos, vizinhos e tudo mais. Então tava sempre unido com outras crianças, com outras pessoas, assim. Eu tinha um tratorzinho que andava, pedalava bastante também, que ficam marcas. Todo mundo tem um animal de estimação, eu tive uma galinha de estimação (risos), algo assim muito interessante, muito, mas nós tivemos criação, meu pai foi criador também de… Teve granja e tudo mais e sempre tem aquela personagem que se destaca, né? E eu tive uma galinha de criação assim, foi muito gostoso, muito interessante, pontos marcantes na vida da gente.
P/1 – E como foi o começo dos estudos?
R – Bom, eu comecei estudando em colégio público, naquela época o colégio público era o colégio que sobressaía, tinha melhores estudos, tinham melhores professores. Eu comecei estudando em Santo Amaro, num colégio próximo da minha casa, próximo, a um quilômetro da minha casa e estudava, sempre gostei de estudar de manhã, estudei de manhã toda a minha vida acho que tenho mais energia na parte da manhã, mais disposição, e me diverti bastante. Acho que o estudo era um prazer assim, gostava de estudar, era bastante peralta, aprontava muito, mas gostava de estudar, nunca fui um aluno assim exemplar, né, aqueles alunos que nunca deram preocupação. Aprontava bastante no que diz respeito aos amigos, a fazer brincadeiras e tudo mais e foi muito acolhedor assim, um período de estudo de primário, ginásio e depois colegial. Quando eu cheguei no colegial, eu não fiz colegial, eu acabei decidindo por fazer um curso técnico, daí eu saí do colégio público e fui pra um colégio particular. Nesse momento, tenho uma história pra contar interessante: meus pais, meu pai sempre teve oportunidade de dar o bom e o melhor pra família, porém a família quebrou, nós tivemos uma situação bastante crítica de legislação no Brasil e tudo mais e nós acabamos tendo uma dificuldade financeira muito grande. Minha mãe precisou ir trabalhar, eu precisei ir trabalhar e decidi fazer técnico de contabilidade, que foi o meu primeiro curso técnico, ao invés de fazer o colegial. E gostava da contabilidade, me atraía trabalhar em contabilidade, arrumei um escritório de contabilidade, onde eu comecei o meu trabalho, em 1974. Foi uma oportunidade muito rica, aprendi muito e fiz técnico de contabilidade. Me formei como técnico, tirei o título para poder exercer a atividade de contador, isso foi no Colégio Doze de Outubro, um colégio também tradicional de Santo Amaro e valeu muito a pena, um colégio muito bom, aprendi bastante, isso me deu uma abertura profissional muito interessante.
P/1 – E realizou mais alguns cursos?
R – Bom, você nunca para, né, até hoje eu continuo estudando, acho que sempre tem espaço pra aprender mais, gosto muito de buscar novidade, buscar o novo, entender a prática com a teoria, porque as coisas não acontecem por acaso, tem sempre uma teoria, tem sempre um estudo, tem sempre uma tese defendida por alguma coisa, seja lá com um estilo comportamental, seja lá por uma atividade profissional sendo exercida e gostei de descobrir isso. Terminei o técnico de contabilidade e queria fazer Engenharia. Essa era a minha paixão, fazer Engenharia. Engenharia, por que fazer Engenharia? Gostei muito de velocidade, automobilismo, coisas super interessantes, né, o som, a gasolina, o arco motor, sempre me deu assim uma paixão muito grande, né, tive oportunidades interessantes aí de estar muito próximo do automobilismo, me deu essa oportunidade. Então queria fazer Engenharia, e queria fazer Engenharia Automobilística, eram cursos muito raros nos anos 1970, muito difícil de entrar, eram vinte vagas para ‘n’ elementos que desejavam fazê-la. E sair do técnico de contabilidade para entrar na faculdade não era muito fácil, porque eu vinha fazendo humanas e queria um curso de exatas, então era difícil você ter esse ingresso fácil, mas eu tentei e não consegui. Primeira vez que eu fiz vestibular não fui bem sucedido, mas não perdi o desejo de fazer, então falei: “Bom, não faz mal, vou fazer cursinho e, fazendo cursinho, um ano de cursinho, eu vou conseguir entrar na faculdade.” Porém aí aconteceram algumas coisas, né, nós tínhamos o exército pra fazer. E eu tinha todo biotipo pra pessoa que pudesse pegar o exército, fui um dos escolhidos para continuar até a seleção final, mas eu não queria fazer o exército, porque exército sempre foi aquela punição, né? Poxa vida, é uma disciplina, é uma coisa muito difícil. Então acabei falando: “Bom, vou fazer o seguinte, eu tenho condição de fazer um vestibular numa faculdade de administração, entrar em Administração.” Porque o curso que eu tinha feito dava uma boa base para Administração e, a partir daí, eu posso continuar tentando fazer o curso de... Cursinho para poder entrar na faculdade, né? Mas o exército querendo me pegar, então o que eu decidi: “Não, eu vou fazer Administração.” E me inscrevi e comecei a fazer, entrei na faculdade. Entrei na faculdade de Administração e comecei a fazer. Os primeiros seis meses, poxa vida, eu estava fora do... Quando eu entrei na faculdade, fui dispensado do exército, que era o que eu mais queria. Parei o primeiro semestre, não era isso que eu queria, Administração. Estava livre do exército e fui fazer vestibular pra Engenharia. E terminou o ano, não passei. Fiz o vestibular, não passei. Eu falei: “Poxa vida, eu acho que eu vou voltar pra Administração, porque eu não vou ficar perdendo tempo aqui em fazer Engenharia e eu, talvez, não tenha essa habilidade.” Voltei pra Administração, comecei a gostar, uma turma super entusiasmada, uma turma que te empurrava pra frente, comecei a fazer, me entrosei muito bem com o pessoal e fiz Administração. Quando entrei na faculdade de Administração, tive a oportunidade de ingressar ao mercado de trabalho, então trabalhei em escritório de contabilidade, trabalhei numa outra atividade também com contabilidade, e daí, naquela época, você tinha muitas oportunidades de trabalho, você mudava de emprego, de trabalho rapidamente, ganhando bem mais e era muito gostoso, porque era um desafio novo. E surgiu uma oportunidade de trabalhar num laboratório farmacêutico e trabalhar na Avon, e fiquei na fase derradeira lá pra entrar nas duas empresas. Eu falei: “Ah, eu vou trabalhar é com beleza. Embora beleza, mas aí é que só tem mulher, tem muita mulher aqui dentro dessa empresa. Não, eu vou trabalhar numa empresa com esse DNA feminino, que eu me identifico.” Acho minha irmã, minhas primas, alguma coisa assim, muito acolhedor, muito aconchegante. Trabalhar com mulheres é algo que tem um toque maravilhoso e, felizmente, eu torci pra entrar na Avon e fui escolhido na Avon e fui escolhido para trabalhar no laboratório. Na mesma semana tinha que decidir. E decidi pela Avon. Comecei então a minha carreira na Avon e aí foi uma oportunidade muito interessante começar na Avon.
P/1 – E com quantos anos começou a trabalhar?
R – Comecei a trabalhar com catorze anos. De catorze até os dezoito, trabalhei em escritórios de contabilidade, departamento pessoal, esse tipo de coisa, e depois eu dei uma parada de um ano e meio pra fazer cursinho e tentar essa carreira de engenheiro frustrado. Depois a carreira de administrador acabou me abrindo uma oportunidade muito interessante.
P/1 – Como foi que ficou sabendo da Avon e em que ano foi que entrou lá?
R – Bom, naquele momento, os maiores empregos, as maiores oportunidades saíam no jornal, então O Estado de São Paulo era o jornal que saíam todas as oportunidades de emprego e eu vi lá como auxiliar de contabilidade de uma multinacional, de uma empresa perfumada, e eu falei: “Vou tentar aqui, trabalhar com…” Tinha oportunidade. Nesse anúncio, tinha auxiliar de contabilidade e auxiliar de folha de pagamento, tudo a ver comigo, porque a minha experiência já tinha sido assim, bem interessante na área de contabilidade, de departamento pessoal. Eu falei: “Ah, então acho que encontrei a oportunidade.” E comecei a trabalhar, em 1978, na Avon. Fui entrevistado pelas duas áreas. Uma, pela área de folha de pagamento, e outra, pela contabilidade, e na contabilidade surgiu aí um desvio que não era só contabilidade, era contabilidade de custos, e eu me atraía pela contabilidade pelos custos, né, tinha uma formação já de humanas e me dava essa oportunidade, né? Então comecei lá a trabalhar, surgiu a Avon, me chamou, foi por anúncio de jornal. Não só pelo anúncio de jornal, mas eu tinha alguns entes queridos que trabalhavam na Avon, uma prima e tinha um primo também que trabalhavam na Avon e gostavam muito da empresa, manifestavam uma empresa encantadora para se trabalhar. Então eu achei bom: “É essa empresa mesmo que é o meu caminho de futuro, né, é aí que eu posso construir a minha carreira, é aí que eu tenho a oportunidade.” Comecei na Avon, não vou me esquecer do momento que eu comecei na Avon, sentei para trabalhar no primeiro, segundo dia, primeira semana, não me recordo muito bem, mas muito interessante, sentei ao lado de uma pessoa que já tinha quinze anos de Avon, e como a oportunidade de emprego naquele momento era muito grande, você ficar numa empresa muito tempo não agregava muito valor, era uma coisa que as pessoas mudavam pra ganhar outras experiências, ganhar mais e tudo mais. E esse colega de Avon já contava assim: “Pô, essa empresa é maravilhosa! Essa empresa é muito gostosa de se trabalhar, de ter oportunidade aqui, eu estou há quinze anos aqui, porque ela é realmente uma empresa que vale a pena!” Eu falava pra ele assim: “Mumu, Moacir...”, que era o nome dele, né, falei: “...jamais eu vou ficar numa empresa quinze anos, não dá pra ficar numa empresa quinze anos, né?” Aí é que o peixe morre pela boca, né? Porque ele falou assim: “Você vai ver, essa empresa aqui dá muitas oportunidades e vale a pena você continuar aqui, você vai ver, você sai da contabilidade, depois você vai pra área de pessoal, a empresa está crescendo.” Nós saímos recentemente do prédio antigo, que era Avenida João Dias, e fomos pra Interlagos em 1978, 1979, e estava construindo o prédio novo e tudo muito bonito, então valia a pena lá, então ele falava: “Ah, fica aqui nessa empresa, que tem tudo a ver com você, você vai ver que você vai crescer.” E me incentivou muito isso. E daí surgiram outras oportunidades na área financeira, saí da área da contabilidade de custos, fui pra área de contabilidade, tive uma oportunidade na área de contabilidade, depois rodei pela área de planejamento, também financeiro. Nos anos 1980, 1981, estava começando o advento computação, então uma pessoa que se interessava de fuçar e tudo mais, então comecei a estudar um pouco computação e achei que o trabalho que eu fazia dava pra colocar no computador, só que o computador naquele momento era super explorado, né? Isso é, você precisava marcar hora pra trabalhar no computador, porque todo mundo queria fazer uma atividade lá. Então eu comecei a marcar alguns horários, ficar nos horários extraordinários para poder desenvolver o meu trabalho no computador. E começou a aparecer um trabalho bonito, um trabalho muito prático, muito fácil de fazer e fui me desenvolvendo aí, passei bons anos na área de contabilidade, fiquei cerca de sete, oito anos na área de contabilidade, na área financeira, eu diria, muito interessante. Daí eu saí da área financeira, fui convidado para trabalhar na área de controle e produção de inventário, hoje chamado no mercado como área de Supply Chain. Tive uma oportunidade muito interessante lá pra trabalhar com critério de faturamento. Então comecei a trabalhar, que é quem controla e avalia se a disponibilidade de produtos existe para que você possa fazer o faturamento, e comecei nessa área, uma área muito gostosa também, muito dinâmica. Todo dia tinha bons desafios para serem descascados e foi muito bom, aprendi bastante nessa área. Daí, nessa mesma área, surgiu a oportunidade de trabalhar na área de controle de inventário, com controle de inventário físico, então tínhamos contagens físicas, trabalhávamos com um material. Os materiais, os insumos de produtos começaram a ter um sistema computadorizado, os planejamentos de material, follow up de material, então eu trabalhei bastante nessa época na área de materiais. Tive boas oportunidades, trabalhei com profissionais maravilhosos de grande capacidade e fui seguindo esses profissionais, o que eles faziam de bom, o que ele tinha de melhor, eu fui tentando tirar. E à medida em que você vai vendo que as pessoas têm de bom, e você pode copiar um pouco mais e incrementar alguma coisa a mais, você vai crescendo, e tive oportunidade de chegar também a supervisão da área de controle de produção e controle de inventário. Essa área fazia planejamento da produção, fazia controle do inventário, planejava o trabalho da fábrica, assegurava que os materiais iam chegar no tempo correto para poder ter todos os elementos para produção de um determinado produto, então foi uma área, uma época muito gostosa, de muito aprendizado. Desse período, saí da área de controle e inventário, porque surgiu uma oportunidade para trabalhar, no ano de 1985, 1986, na área de marketing, que era, conhecendo bem os produtos, trabalhar na área de merchandising, de marketing, e também tinha muita afinidade com números, gostava muito de trabalhar assim com budget, gostava muito de trabalhar com lucratividade, de ir vendo as melhores oportunidades. Então eu comecei a trabalhar na área de marketing, trabalhei na área de marketing cerca de um ano, um ano e pouco, e daí surgiu uma oportunidade para voltar num outro cargo, na área de controle e produção e inventário, porque foi uma época que a companhia teve uma reestruturação, uma grande reestruturação. E tive a oportunidade de voltar pra área de controle e produção e inventário, voltei numa posição diferenciada, onde eu continuei aprendendo e ganhando um pouco mais de experiência. E daí fui até o ano de 1990, quando tive uma oportunidade para a área de vendas. Eu não pensava em trabalhar na área de vendas inicialmente, era uma área diferenciada, de muitos contatos, muito acolhedora. Mas daí começou a me despertar algum interesse e fui convidado para trabalhar como gerente de vendas em treinamento em 1990, na área de vendas. Comecei a trabalhar, surgiu uma oportunidade lá interessante e daí, já na área de vendas, fui trabalhar na área do Rio Grande do Sul, fui pra divisão Farroupilha, foi minha primeira divisão de vendas no Rio Grande do Sul. Marinheiro de primeira viagem em vendas, mas gostava de bons relacionamentos, gostava muito das pessoas, gostava muito de trabalhar com mulheres, com pessoas assim, super valorizadas. Tinha uma divisão, era uma divisão muito pesada, o Rio Grande do Sul era muito próspero nas vendas, tinha oportunidades interessantes e fui muito bem acolhido no Rio Grande do Sul. Evidentemente, você vai tendo alguns tropeços, né, e tive alguns tropeços no início da minha carreira, mas tive bons conselheiros que me falaram: “Olha, aqui não é o caminho correto.” Trabalhar com pessoas, desenvolver pessoas requer algumas habilidades como, olha, conversar muito, ouvir o que ela tem pra falar, respeitar o ser humano é algo assim, em primeiro lugar. Não faça as coisas única e simplesmente da sua cabeça, faça as coisas compartilhadas e tudo mais. Foram ensinamentos de bons profissionais que tive naquele momento, que valeu muito a pena. E daí fui muito bem sucedido na divisão Farroupilha, onde comecei na área de vendas, uma área encantadora. Conheci todos os municípios do Rio Grande do Sul, visitava revendedora, gostava disso, e gosto disso até hoje. Eu acho enriquecedor você estar no campo e no contato com pessoas, sabendo as necessidades de cada um, podendo levar o melhor, trazendo a oportunidade pra dentro de casa, essa combinação é fantástica. Tive boas conquistas, ganhei uma campanha de reconhecimento, que são algumas campanhas que a Avon tem de reconhecimento pela área de vendas. Primeiro trimestre no Rio Grande do Sul era algo muito desafiante, porque mês de janeiro e fevereiro todo mundo sai de férias e é um abandono do trabalho imenso e pra você manter a atividade profissional da revendedora ativa nesse período era muito difícil, e eu conquistei um prêmio maravilhoso de primeiro trimestre lá na região Sul e isso me deu força pra ser convidado para outras divisões. E daí lembro que na conferência de Natal de 1993, fui convidado pra ir pra região de Minas, para ser gerente de vendas da divisão Ouro Preto, em Minas Gerais. Uma divisão que estava com mil desafios, tinha tido uma gestão complicada no passado, tinha tido problemas de relacionamento, tava com dificuldade de performance, de resultados muito difíceis, e ganhei essa divisão como... Olha, esse é um desafio imenso para sua carreira, trabalhar na divisão de Minas, né? Fui pra divisão de Minas e achei um povo extremamente acolhedor, de boa conversa, um bom mineiro sabe puxar mais um assunto e me dei muito bem lá. E na divisão Ouro Preto, tive inúmeros reconhecimentos, ganhava todos os trimestres bons prêmios, ganhava reconhecimento pessoal, profissional, interessante, tinha uma equipe maravilhosa que é nisso que eu acho que a gente se suporta muito bem. E em 1994 tive o que um gerente de vendas sonha, né, que é conquistar o (World _____ leader?), que é o prêmio máximo para um gerente de vendas, isso é, quem mais se desenvolve na área de vendas, melhor performance de resultados você tem durante um ano, você tem o reconhecimento da companhia por uma viagem, normalmente uma viagem com a (Sea___?) da companhia, uma viagem internacional. E aí surgiu a oportunidade, eu trabalhei o ano de 1994 com muita garra, com muita disposição, porque eu vi que tinha toda a oportunidade de ganhar esse título, né, e aí se consagrar como gerente de vendas. E conquistei o (World _____ Leader?) no ano de 1994 e a viagem foi para Madrid. E foi uma viagem maravilhosa, como todo o reconhecimento, onde você tem o número um da empresa esperando lá você, reconhecendo você, uma noite de gala, black tie, num casino de Madrid maravilhoso. Inesquecível o jantar, muito bonito, com toda a liderança da empresa reconhecendo um trabalho, não só da equipe do Brasil, mas de uma equipe mundial. Isso é, de todos os países, você tem colegas que são reconhecidos, e aí foi fantástico, inesquecível essa oportunidade.
P/1 – E como é esse trabalho de gerente de vendas? Quais eram as obrigações, como era trabalhar diretamente com as revendedoras?
R – Bom, o trabalho de campo de um gerente de vendas é, principalmente, levar otimismo, motivação, engajamento, paixão pelo o que faz, ter uma equipe bem afiada para poder abraçar os desafios. Vender nunca foi uma atividade muito fácil, comprar é uma atividade mais gostosa, mais prazerosa, mas o vender é onde está o desafio gostoso de você poder levar uma boa proposta de produtos e portfólio pro campo e trabalhar com gerentes de setor. O gerente de vendas, a atividade do gerente de vendas é bastante ampla, é uma atividade gostosa, onde você tem uma equipe de gerentes de setor responsáveis por diferentes áreas de uma determinada geografia e você faz as reuniões e os encontros, reuniões de trimestres que são chamadas junto com as gerentes de setor. Tem a oportunidade de dar uma direção de trabalho, tem a oportunidade de lançar desafios, de vencer obstáculos, de ultrapassar suas metas, de conquistar uma oportunidade melhor de negócio e, evidentemente, de ganhar dinheiro. Acho que a maior proposta que uma Avon tem para atrair revendedoras, e são revendedoras autônomas, é um bom portfólio de produtos e uma boa oportunidade de ganhos. E essa oportunidade de ganhos é mostrar pra ela que quanto mais ela desenvolve vendas, mais ela faz o trabalho mais engajado, ela está em prospectar clientes e tudo mais, ela vai conquistar mais vendas e vai sobressair no seu negócio e ganhar dinheiro. E tem uma história muito interessante que estou me recordando aqui, fui visitar uma senhora de cerca de noventa anos de idade. Fui visitar, então essa é uma história muito interessante, uma gerente de setor muito experiente, uma pessoa fantástica, me deu uma oportunidade de conhecimento de campo maravilhosa e ela me levou num município chamado Estrela, que fica perto da cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul. E uma senhora de noventa anos de idade, próximo disso, se não tem noventa anos, tinha próximo disso, e ela era chamada de revendedora estrela, isso é, uma revendedora que vende muito. E essa revendedora me falou assim, sentado na mesa dela, sentado na cozinha, vendo o catálogo de produtos, falando e tudo mais, ela falou assim: “Poxa vida, trabalhar com a Avon sempre foi muito, trabalho já há muito anos com a Avon. Cresci, meus filhos, desenvolvi meus filhos, dei estudo pra eles, dei oportunidades maravilhosas para que eles pudessem ser pessoas como hoje são, bem desenvolvidas, formadas e foi tudo através da Avon. E, hoje, vivo sozinha aqui, já com bastante idade. Vivo sozinha e esse viver sozinha, eu não vivo sozinha, em minha casa estou eu e Deus. Mas eu diria o seguinte: o número de pessoas que eu tenho, que são meus clientes, mais que meus clientes, são os meus amigos, me dá assim uma energia de vida maravilhosa e todos os dias eu saio a busca dessas visitas com esses clientes, dos meus amigos, e ofereço, sem dúvida alguma, o folheto de ofertas, mostro os produtos que tem. Se eles não quiserem comprar, não tem problema nenhum, não estou preocupada em simplesmente exercer a venda, de concluir a venda, mas estou preocupada em tentar oferecer pra eles e não deixar eles comprarem de outra pessoa. Então, quando eu preencho o meu espaço fazendo a visitação, tomando um cafezinho, puxando uma conversa, tendo a oportunidade de estar com os meus clientes, eles sempre vão pensar em mim. E esse é o grande destaque na área de vendas, é não dar espaço para que o seu consumidor vá buscar outras marcas ou outras revendedoras, e aí eu estou sempre fazendo bem minhas vendas, sendo muito próxima dos meus clientes, tendo a oportunidade de me relacionar e de me dar vida, isso é que me dá vida.” Então essas são algumas experiências na área de vendas. Manter uma equipe de gerentes de setor motivada é o papel do gerente de vendas e isso é coisa gostosa de fazer, prazerosa de fazer no campo, onde você vê uma gerente de setor com dificuldades, achando que o mercado dela está fechado pro negócio e você mostra as alternativas, você bate numa casa, você faz uma prospecção, você vê que é possível, você lança uma estratégia desafiante, você faz alguma coisa assim, você estimula as pessoas a pensar, sair fora da caixa, pensar de forma diferente, isso que é o gostoso de trabalhar na área de vendas, isso faz a gente crescer, faz a gente se entusiasmar e, poxa vida, trabalhar ao lado de uma gerente de setor tem tudo a ver, é algo encantador.
P/1 – E quais são os vários desafios? Quais são as suas atividades hoje em dia, que você comentou que trabalhava com Internet e tudo mais?
R – Bom, tem uma carreira muito interessante na área de vendas, né? Vindo da área de vendas e entrando na área de vendas em 1990, de 1990 até o ano de 1998, eu trabalhei no campo. Então tive oportunidades em quatro divisões de vendas para trabalhar: divisão Farroupilha, divisão Ouro Preto, depois fui pra divisão Tiradentes, também no estado de Minas, que foi uma segunda divisão que nós tivemos a oportunidade de abrir na área de Minas e, depois, vim pra São Paulo, trabalhar na divisão Anchieta. Terminando, chegou em 1998, lembro que um outro colega, que era meu chefe, me ligou e falou assim: “Edu, estou precisando de você pra trabalhar internamente, estou precisando de um gerente administrativo aqui. Temos inúmeros projetos para serem tocados dentro da empresa, e estou precisando de alguém que tenha essa bagagem interna, uma ideia, um trabalho bem estruturado interno e que tenha sido um campeão na área de vendas, na área de campo, que conheça muito bem as necessidades de campo e que a gente tenha a oportunidade de fazer dessa empresa uma empresa ainda muito melhor, uma empresa que está em constante crescimento e tudo mais.” Eu falei: “Poxa vida, sair do campo, Edu... Pô, é um negócio assim, eu gosto tanto do campo, mas vamos lá! Vamos ver a oportunidade e vamos em frente. Quando é que você precisa de mim?” “Ah, eu preciso de você só daqui uns quinze dias.” “Mas já? Não dá nem tempo de terminar o trimestre e tudo mais?” “Não, não, precisamos fazer essa mudança de imediato, nós precisamos dar velocidade aqui e tem aquele projeto de entrar com a nova folha de pedido que preciso que você desenvolva. Nós precisamos desenvolver o trabalho de líderes, de campo também, e nós precisamos de pessoas que conheçam bem as necessidades do campo.” Então aí foi um convite muito legal, muito prazeroso, novos desafios. E aí começaram a surgir dentro da Avon inúmeros projetos, a gente tem mais projetos do que a gente tem capacidade de execução. E esses projetos foram acontecendo e fomos colocando em prática alguns deles. E conseguimos implantar um que era mudar a folha de pedido, fazer com sistema eletrônico, um sistema muito mais avançado, computadorizado, leitura óptica, valeu muito a pena participar desse projeto. Logo em seguida, veio um outro projeto, e daí sim, tinha uma identidade comigo muito grande, que era o projeto de liderança na área de vendas, isso é, trabalhar com o sistema de revendedoras, num mononível, como se fala na venda direta, um nível só, e nós estávamos aumentando muito o número de revendedoras naqueles anos e tudo mais, não dava suporte necessário para empresa continuar crescendo por mais dez, vinte, trinta anos, então a gente precisava encontrar alguma forma diferente de fazer com o modelo de liderança de vendas. E aí nós tivemos uma oportunidade muito interessante...
(Interrupção)
R – Bom, então teve essa oportunidade de trabalhar no desenvolvimento de um programa que se chamava projeto de líderes, que foi lançado em 1992, 1993, no campo, e ele já tinha uma vida de sete, oito anos e esse programa de líderes já estava fadado a falir, então nós precisávamos encontrar algum outro atrativo para despertar as revendedoras. Nós precisávamos encontrar uma forma de deixar a revendedora continuar sonhando, que ela pudesse, não só através das vendas diretas que ela faz junto com seus clientes, mas uma forma de ela poder liderar uma equipe de revendedoras para poder ter mais ganhos, uma oportunidade de ganho mais interessante. Então nós começamos a pensar o que fazer, eu tinha saído do campo, tinha voltado para o escritório, tinha tido essa oportunidade, e aí eu comecei a colocar no papel o que é que nós poderíamos fazer como liderança de vendas e pensar pro futuro, o que seria a Avon daqui dez anos, vinte anos, trinta anos, que é essa empresa que nós queremos que tenha longevidade. Então nós pensamos no programa Executiva de Vendas e esse programa começou assim, numa folha em branco, eu não tinha... Comecei a colocar no papel o que poderia acontecer. Comecei ver sistemas de multinível, ouvia o global da nossa empresa americana a falar de sistema de multinível que existia no Canadá, nos Estados Unidos, uma onda já chegando por aí sobre programa de liderança e nós tivemos aí a oportunidade de lançar o programa Executiva de Vendas. É um programa muito, muito, muito interessante, que seduz a revendedora, a verdadeira revendedora empreendedora, a não se limitar nos seus ganhos, que ela pode buscar outras pessoas, trazer gente pra revender, e ela é comissionada pelas vendas, não só dela, porque ela tem o seu lucro, mas também ela pode ser comissionada pelas vendas de outras pessoas que ela coloca na equipe. Então nós começamos a pensar nesse sistema de mononível, multinível, mas a Avon não tinha essa habilidade ainda de ser multinível, então nós começamos a pensar o que seria um sistema híbrido, de sistema de mononível para um sistema de multinível. Veio aí a oportunidade de criação desse Executiva de Vendas, e esse programa tinha três níveis: o nível de executiva básica, que é quando ela começava e começava com uma equipe muito pequena que a Avon oferecia pra ela, porque nós precisávamos não só dar oportunidade pro campo, mas nós tínhamos também um outro desafio interessante, que era como nós vamos estruturar o trabalho da gerente de setor, sabendo que uma gerente de setor tinha cerca de setecentas, oitocentas mulheres trabalhando pra ela. Ela não tinha domínio dessas revendedoras, então nós precisávamos pegar e dividir essas revendedoras em equipes, em grupos. E esses grupos, nós pegamos e identificamos em cada região geográfica, onde nós tínhamos a revendedora que era empreendedora, e que tinha o desejo de não só fazer a atividade de revenda, mas de liderar pessoas. E daí começou a surgir, começamos a desenhar, a escrever, e vimos que tínhamos a oportunidade de três níveis: nível de executiva básica, o nível de executiva especial e o nível de executiva master. Esses níveis geravam oportunidades de ganhos diferenciados para cada uma delas, onde ela, à medida em que ia colocando mais revendedoras na equipe pra revender Avon e que o pedido dessas revendedoras fossem maiores, isso é, mais gordo, mais produtivos, ela ia ganhando mais. E aí surgiu uma oportunidade, começamos a colocar isso aí, fizemos todo um planejamento de lançamento desse programa, e no ano de 2000 nós começamos com um teste piloto do programa Executiva de Vendas em três estados. Começamos em Manaus, começamos no Centro Oeste, no Mato Grosso e começamos em Santa Catarina, em Florianópolis. Nós começamos aí. Por que esses três estados tão díspares? Porque uma vez que você implementa em alguns estados alguns pilotos, você tem todo um direcional se o projeto é viável nacionalmente, porque nós temos culturas diferentes, distâncias totalmente longas nesse país e essas oportunidades estariam crescendo à medida em que você fosse implantando o programa executiva de vendas. E aí foi um sonho, porque eu tinha uma ideia de um programa de liderança de campo, vi que a organização estava nos alimentando, aí já começaram a aparecer algumas oportunidades na região latino-americana, daí começaram a surgir algumas experiências do modelo global e daí nós começamos a testar esse programa Executiva de Vendas e foi fantástico. Três belos colegas que ainda estão trabalhando com a gente na companhia tiveram a oportunidade de testar esse piloto do Executiva de Vendas e nos sobressaímos bastante. Vimos que, em um ano de teste, nós poderíamos já ampliar o nosso programa Executiva de Vendas. E daí começamos a fazer um hollow out. Em três, quatro anos nós conseguimos abraçar quase que o Brasil inteiro com o novo programa. A empresa cresceu barbaridade, cresceu muito, teve uma oportunidade de crescimento fantástico e crescimentos de dois dígitos de número de revendedoras, muito expressivo. Começamos a sobressair e foi encantador poder participar desse projeto aí e ver que hoje ele tem sustentabilidade, ele tem uma atividade muito prazerosa no campo, é gostoso ver pessoas muito desenvolvidas trabalhando com... E era um sonho fazer uma pessoa que começa na atividade de revendedora poder ser uma executiva, que é uma pessoa autônoma ainda, amanhã ou depois ela se tornar uma gerente de setor e, depois, amanhã, se tornar um gerente de vendas, um executivo da companhia vindo do campo. É um programa de carreira, então foi realmente uma grande realização poder participar desse projeto Executiva de Vendas.
P/1 – E hoje em dia, qual é a sua função?
R – Hoje eu estou com a função de diretor de contact center, minha principal responsabilidade está em atender a força de vendas, atender através do call center, que é conhecido por todos aí, onde a força de vendas precisa muito de informações da companhia, precisa de apoio para poder exercer a atividade lá fora e nós damos todo o suporte. Então eu sou responsável pelo call center da companhia da força de vendas, do call center do SAC, como é conhecido para o consumidor, onde todo o atendimento... Então, o consumidor liga e fala assim: “Olha, estou querendo utilizar um produto da Avon chamado Renew, qual o Renew que eu devo utilizar? Qual é o produto mais adequado pra minha pele?” Então o nosso contact center oferece exatamente esse diálogo com o consumidor, oferecendo pra ele o melhor produto, a melhor alternativa de acordo com a pele, idade e necessidades que o consumidor tem. Além disso, nós temos também a área de suporte ao campo, que é a área que dá suporte a gerente de setor em toda a execução do trabalho dela, está sob a nossa responsabilidade também. A frota, que é outro, nós temos uma frota de oitocentos carros rodando aí, eles não podem parar, porque é a ferramenta da gerente de setor do trabalho do dia-a-dia, então nós provemos ela de manutenção, damos todo o suporte pra ela fazer com que a ferramenta básica do trabalho dela, que é o carro, esteja sempre em boas condições de trabalho. E temos também a responsabilidade da Internet, a Avon vem crescendo bastante aí no assunto Internet, a gente vem dando inúmeras facilidades para nossa força de venda, para nossas revendedoras, pros nossos consumidores, de utilizar de uma forma, de um canal já extremamente bem visto aí, porque todo mundo, somos amarrados hoje no canal virtual, né? E eu tenho a responsabilidade da gestão da Internet, isso é, disponibilizar todas as informações que a companhia tem através da Internet, tenho que atualizar o site de forma cotidiana, de poder criar banners, lançamentos, interatividade com todos aqueles que buscam o nosso site. Então são desafios bem interessantes, temos muitos projetos aí pela frente. Inclusive, na Internet, ainda vamos continuar crescendo na bastante, temos hoje mais de trinta por cento, ou melhor, temos hoje cerca de trinta por cento dos nossos pedidos já sendo recebidos pela Internet, isso é uma quantidade muito grande de pedidos que chegam na companhia e com um custo muito baixo, de uma forma muito rápida, de uma forma onde não existe manuseio físico e humano de nenhum material para colocação de pedidos, é todo ele feito pela Internet. Então a nossa área tem a responsabilidade de fazer todo um funcionamento desse meio eletrônico, virtual e internauta funcionar bem, então essa é a nossa atividade.
P/2 – Você falou do call center, que tem a área que atende o público e a área que atende a revendedora?
R – Tem.
P/2 – E o público liga muito?
R – É, nós temos muitas ligações, eu diria que nosso volume de ligação diária ultrapassa dez mil ligações por dia, então, entre a força de vendas e o consumidor, cerca de quarenta por cento são consumidores que ligam buscando informações, reclamando do produto ou do atendimento, ou do serviço, dão também elogios, querem participar com sugestões, ideias e tudo mais, isso é uma busca muito grande. Então tem uma interatividade com o consumidor, nós atendemos cerca de quinze, vinte milhões de consumidores por mês e esses consumidores querem ter um relacionamento com a empresa muito forte.
P/2 – Isso é bom, né?
R – Muito bom! É fantástico, é uma oportunidade de colocar a empresa com o consumidor de uma forma muito interessante. Temos um desafio interessante ainda esse ano de 2008 que é colocar no ar um sistema de atendimento direto com a revendedora. Esse sistema de atendimento direto com a revendedora é um desafio que nós estamos tendo de unificar uma série de sistemas para poder dar todo o suporte pra nossa revendedora. Depois de cinquenta anos, a Avon Brasil está decidida a poder prestar um serviço melhor a nossa revendedora, tirando atividades que não agregam valor da gerente de setor, porque até hoje a atividade da gerente de setor, não só de vendas, mas todo um trabalho administrativo que as gerentes de setor fazem, passará a ser executado pelo call center, isso é, a gerente de setor vai direcionar a revendedora que, ela, revendedora, faça contato direto com a companhia. Seja lá pra uma união de débito, cancelamento, seja lá pra saber a nota fiscal dela, a estrutura de conta, uma alteração de cadastro, todas essas informações ou toda essa interatividade com a companhia passará a ser feita pelo call center também. Nós devemos ampliar muito o nosso atendimento, hoje nós temos um atendimento de cerca de quatro milhões de chamadas por ano, nós deveremos passar isso pra, provavelmente, quinze milhões de chamadas por ano nos próximos dois, três anos. É um trabalho bastante desafiante.
P/2 – Outra coisa que a gente ficou sabendo também: outra facilidade para revendedora, pela Internet, é o folheto virtual. Como funciona?
R – Bom, o folheto virtual é outra iniciativa que apareceu vinda do campo mesmo, né? Eu tenho o hábito de mês sim, mês não, voltar a trabalhar com uma gerente de setor no campo para entender quais são as verdadeiras necessidades. E a gente já vinha pensando, a equipe já tinha trazido a oportunidade de fazer alguma coisa diferente, trazer um catálogo eletrônico, alguma coisa assim. E num dia que nós fomos para campo, eu fui pra campo e outros colegas foram para campo também, começamos a trocar algumas ideias sobre o que fazer e, voluntariamente, veio através de duas revendedoras, no mesmo dia. Veio e falou assim: “Pô, por que a Avon não tem um catálogo na Internet?” Porque é difícil nos meios urbanos, hoje, você bater numa porta, você visitar uma pessoa, ela não está, ela está trabalhando, os condomínios são fechados, segurança máxima e é muito difícil a gente, então, trocar o catálogo assim ou fazer com que o catálogo viva cada dia numa casa, porque é isso que aparece a venda. E aí surgiu a ideia de fazer um catálogo eletrônico. “Vamos fazer um catálogo eletrônico.” Viemos pra dentro do escritório, começamos a ter algumas ideias aí, a equipe começou a se desenvolver. “Poxa vida, o que nós podemos fazer? Como nós podemos fazer?” E aí, foi um projeto super rápido, super bom, achamos um bom parceiro aí pra poder colocar esse catálogo digital e hoje nós estamos assim, em pleno crescimento com o folheto virtual. Como é que funciona esse folheto virtual? Você, como revendedora, tem a possibilidade de mandar eletronicamente o folheto virtual, que é uma réplica do catálogo impresso, manda pra um consumidor, um candidato a consumidor, ou um consumidor já conhecido e que você tenha o e-mail dele, você manda eletronicamente esse e-mail pra ele. Nesse e-mail tem um link de onde você pode localizar o catálogo eletrônico. O endereço é o www.folhetoavon.com.br. E a revendedora ou o consumidor podem folhear todo o catálogo eletrônico de forma a um clique, você vai dando os cliques, ele vai mudando as páginas, você quer encontrar um produto desejado como o Renew, como uma fragrância, como um batom, você vai na busca e ele te mostra quais são as páginas onde se localizam aqueles produtos e você escolhe. Então o consumidor pode escolher o produto de uma forma muito prática, muito simples de escolher os produtos e devolve pra revendedora um e-mail dizendo o seguinte: “Eu quero o produto um, dois, três, quatro…” E assim sucessivamente mostra. A revendedora simplesmente, através do folheto eletrônico, sem custo nenhum, já aumentou as suas vendas, isso é, através de um relacionamento virtual, ela já teve as suas vendas acrescidas. E ela pega esse folheto, esses pedidos, essas unidades que vieram indicadas pelo consumidor, coloca no pedido dela, que é muitas vezes também o pedido eletrônico, manda pra companhia, a companhia fatura e daí ela vai entregar pro consumidor, que assim teve... Essa entrega muitas vezes acontece fisicamente, isso é, o relacionamento volta a acontecer, não de uma forma virtual, mas forma pessoal, onde ela entrega o produto e recebe o dinheiro e o outro folheto virtual, já que nesse momento já está rodando, e assim sucessivamente. Então nós conhecemos algumas revendedoras que estão utilizando dessa prática, estão aumentando muito as suas vendas, é uma iniciativa bem sucedida, muito gostosa, sem custo adicional para companhia, com uma escala de crescimento muito interessante. Hoje nós já temos mais de cinco mil pessoas visitando o folheto eletrônico, diariamente. Então é uma ação muito próspera, muito interessante.
P/1 – E o que considera a sua principal realização na Avon?
R – Minha principal realização? Poxa vida, foram grandes realizações na Avon. Profissionalmente, uma realização muito grande de poder, a empresa me deu inúmeras oportunidades de crescimento, oferecendo atividades das mais distintas possíveis, e eu sempre muito preparado, muito disposto. Não vou dizer preparado, porque sempre pro próximo desafio a gente acha que não está preparado, né? Mas sempre com muita vontade de abraçar esse desafio, de valorizar toda a oportunidade que oferece dentro da companhia e isso me dá uma adrenalina, uma vontade muito grande de poder crescer, mas, em primeiro lugar, fazer com que a empresa se sobressaia sobre isso. Eu nunca tive a vaidade de trazer pessoalmente uma atribuição ou uma responsabilidade, eu sempre pude valorizar que a empresa é... Nós trabalhamos um grande número de pessoas, todos com o seu valor. Eu acho que o valor de um determinado time é quando todos eles contribuem, e tirar isso da equipe, eu acho que é algo sensacional. Valorizar muito bem a equipe, porque a equipe é engajada pros propósitos. E minha principal realização é poder me construir como um profissional de carreira. Fiz uma carreira bonita, ou estou fazendo uma carreira bonita na Avon. Tenho tido oportunidades e essas oportunidades tenho abraçado com muita vontade, com muito desejo e me vejo assim como uma pessoa que contribui para a cultura da empresa, com o conhecimento bom da venda direta, com conhecimento bom da empresa, trabalhando em todos os cantos da empresa que já tive. Então eu acho que o meu valor para companhia e o meu valor pessoal é de as duas coisas estarem combinando: a empresa precisar de mim e eu estar sempre disposto a oferecer o melhor pra empresa. Então isso me dá uma realização muito gostosa. E, evidentemente, como todo profissional gosta de ser reconhecido, o reconhecido não significa tendo mais isso ou mais aquilo, mas simplesmente de poder identificar um nicho de mercado, uma oportunidade que a empresa aproveitou em função de um trabalho coletivo, isso é um reconhecimento muito interessante.
P/1 – Como é o seu relacionamento com os colegas de trabalho?
R – Ah, eu tenho um relacionamento bem amigável. Eu converso bastante com a equipe, sou uma pessoa que gosta do contato com gente, sou uma pessoa muito simples, sou uma pessoa que trato as pessoas como eu gosto de ser tratado: com muito respeito. Sou uma pessoa bastante rígida e... Não vou dizer rígido, mas muito focado pra aquilo que tem que ser feito, então tenho um relacionamento muito bom. Eu me considero uma pessoa de bom relacionamento. Trato a minha equipe de uma forma bem transparente. Quando temos desafios para serem cumpridos, quando conquistamos uma jornada bem feita, também compartilho da alegria, da satisfação, então é muito bom, muito gostoso trabalhar numa empresa onde o relacionamento é algo bastante próspero, bem desejado e a Avon é uma empresa diferente. É uma empresa onde, se você tiver habilidade de relacionar, de conversar, sendo uma pessoa humilde, sendo uma pessoa transparente, sendo uma pessoa de bom caráter, sendo uma pessoa que aceita desafios, que queira desenvolver, queira superar as suas barreiras, é uma empresa que gera oportunidades de realizações maravilhosas.
P/1 – Você lembra de algum fato pitoresco, alguma coisa divertida que tenha acontecido durante esses anos lá?
R – Ah, são inúmeras, né? Eu sempre fui um esportista, né, falei que tive oportunidades aí de praticar, gosto muito de jogar tênis e até hoje eu continuo jogando tênis, é um dos prazeres que eu tenho. Eu diria que uma das poucas coisas que eu faço bem na vida é jogar tênis. E tive oportunidades na Avon, nós tínhamos torneios de tênis, tínhamos torneios que a Avon se inscrevia através do Senac e que eu fui convidado pra participar desses torneios, né? E tive alguns troféus, tive algumas oportunidades de levar o nome da empresa de uma forma muito legal, muito interessante. E saber que a Avon tem também bons esportistas, gera uma oportunidade de satisfação muito interessante. Então algo pitoresco? Eu ganhei alguns torneios de tênis dentro da Avon e isso, pra quem gosta do esporte, pra quem gosta dessa atividade, é algo muito prazeroso e, realmente, valeu a pena, foi algo que faço com muito prazer e entusiasmo.
P/1 – Você é casado?
R – Eu sou casado com uma pessoa maravilhosa, minha esposa, Denise, que dá um suporte pra família maravilhoso. Muitos anos de trabalho que você fica longe da família, ela sempre acolheu a família muito bem, então a Denise é uma pessoa, pra mim, fantástica, uma pessoa maravilhosa e que trata dos meus filhos de uma forma maravilhosa. Então casado, com dois filhos. A Denise, minha esposa; o Fábio, de dezoito para dezenove anos, uma pessoa encantadora também, um filhão maravilhoso; e o Guilherme. O Guilherme também é uma pessoa fantástica, tem uma energia maravilhosa, é uma pessoa que está com uma adrenalina sempre alta, 220 sempre. E esse contato familiar, também, pra mim, tem um valor fantástico. Família, pra mim, é algo assim importantíssimo. Eu acho que o aconchego, o calor humano, o desejar… Embora os meus filhos já estejam com uma idade mais avançada, dezenove, catorze anos de idade, eles querem estar com a gente, então isso mostra o prazer de estar juntos numa família bem entrosada. Então isso, pra mim, é... Família, religião, trabalho, atividade física, tudo isso se concilia. Então eu acho que, pra uma qualidade de vida, pra você ter prazer na vida, você precisa encontrar alguns pontos fundamentais para o equilíbrio, então eu acho que o equilíbrio de qualidade de vida, ele vem por você tratar bem da saúde, ele vem por você ter uma família maravilhosa que te dá paixão, emoção, um trabalho que te acolhe bem, que você tem prazer de sair de manhã pra trabalhar horas e horas e entregar uma atividade interessante, de poder compartilhar com colegas de trabalho, de bons prazeres, de coisas interessantes, de não esquecer quem nos trouxe aqui no mundo, que Deus… Jesus é a pessoa que a gente nunca pode esquecer, que nutre as nossas famílias, os nossos lares, os nossos pensamentos, os nossos caminhos e eu acho que tudo isso compõe uma qualidade de vida fantástica.
P/1 – Como foi que conheceu a Denise?
R – Conheci a Denise nos anos 1980, numa escola de inglês, estudando inglês, tentando aprender um pouco o idioma. Conheci a Denise lá, ela estudava numa outra classe. Depois, quando nós passamos para um outro estágio, então a gente se encontrava no café, nos intervalos. Conheci a Denise batendo papo de algumas afinidades por algumas coisas que a gente gostava, por exemplo, cinema. Sempre gostei muito de cinema, achei prazeroso, gostava de ler, gosto de ler, ela também. Então começamos a nos conhecer e esse relacionamento foi se estreitando quando nós começamos a estudar na mesma sala, tínhamos o mesmo horário de entrada, o mesmo horário de saída e nos conhecemos, começamos a sair, ir no cinema, isso começou a ter um entrosamento mais interessante, mais forte e começamos a namorar. Namoramos aí alguns anos, quatro anos, e daí decidimos casar, construir o matrimônio. E foi aí em 1986.
P/1 – E o que gosta de fazer nas horas de lazer?
R – Bom, tenho uma paixão muito grande, que é jogar tênis. Uma outra paixão que também menciono é de andar de moto, gosto de passeios de moto, gosto de ser um motociclista com respeito, com toda a segurança necessária para poder e descobrir lugares novos, e tudo mais. Então eu acho que o passear, andar de moto, pra mim, é algo que tem preenchido bem um espaço da minha vida interessante. E mais, né, minha esposa também gosta, então a gente sai, passeia, faz passeios maravilhosos de moto, sai um dia, vai pra um lugar, outro dia vai pra outro. Anualmente a gente se programa pra fazer um passeio mais longo e nós tivemos já a oportunidade de fazer passeios fora do país e de passar dez dias em cima de uma moto, andando de moto, conhecendo lugares maravilhosos, indo pra neve, indo pros Alpes suíços, indo pra Itália. Tivemos algumas oportunidades interessantes. Então esse é o meu hobby: acho que andar de moto, um outro hobby que é o jogar tênis, estar com os filhos, assistir um bom programa de televisão, então são prazeres interessantes aí.
P/1 – Agora a gente vai, então, partir para a finalização mesmo da nossa entrevista. Então você, que trabalhou diretamente com a questão... Pra você, qual é a importância da Avon para venda direta?
R – Avon... Quando se pensa em venda direta, a Avon é a primeira a ser lembrada. Venda direta é o relacionamento de pessoas, é o relacionamento de abrir a oportunidade de negócio para uma pessoa que não se vê competente de fazer vendas. Você coloca um instrumento, que é um folheto de oferta, você coloca a oportunidade de ela negociar, de buscar oportunidades de ganho. E a Avon acaba sendo a empresa mais lembrada como venda direta, então é a pioneira no sistema de venda direta, começamos aí. Quando eu entrei na Avon, nós tínhamos cerca de 160 mil, 170 mil revendedoras. Hoje nós estamos com mais de um milhão e duzentas mil revendedoras, então eu acho que a venda direta tem tudo a ver com a Avon, quer dizer, é a empresa que fez, abriu e dá oportunidades para inúmeros profissionais de vendas a ganharem dinheiro e a crescer no negócio. Então, mais sucintamente, venda direta é... Você acaba perguntando para consumidores, para profissionais, para empresários: o que é venda direta? Ah, venda direta é a Avon. E não dá pra pensar diferente, começamos em 1958, 1959 a fazer toda a operação de venda direta aqui, e as pessoas que estão com quarenta, cinquenta, sessenta anos, só podem lembrar de Avon de venda direta, porque foi a empresa que lançou o sistema aqui no Brasil. E hoje, a venda direta é bem difundida aí por outras empresas, outras empresas competidoras do mercado, boas empresas, empresas também de respeito, que unem mais de um milhão e seiscentas mil pessoas. Venda direta no Brasil ainda é uma oportunidade. O Brasil é o terceiro país no mundo em venda direta, seguido aí de países como Estados Unidos, Japão, empresa que, na realidade, descobriu um novo nicho de mercado aí nos últimos cinquenta, sessenta anos, que trouxe um crescimento pro desenvolvimento do país fantástico. Então, quando a gente pensa que muitos profissionais cresceram através da venda direta, e profissionais que eu diria bem sucedidos, se descobriram trabalhando com venda direta nesse longo tempo que tenho de companhia de venda direta, bons profissionais surgiram cultivando esse mecanismo de venda. Então a Avon e venda direta tudo a ver.
P/1 – E uma grande parte dessas revendedoras são mulheres, então a Avon acaba trazendo oportunidade no mercado de trabalho para essas mulheres. O que você acha disso?
R – Bom, a venda direta começou eminentemente feminina e a predominância é feminina também, porque é atividade que dá disponibilidade de ela ser uma mulher, dona-de-casa, esposa, mãe de filhos, não tem horário pré-definido de trabalho e ela pode exercer uma atividade profissional e ter a sua recompensa financeira de uma forma muito saudável. E eu acho que a venda direta, quando você pensa em venda direta, você pensa no mercado feminino de trabalho. Porém esse paradigma está sendo quebrado também, porque a gente tem visto homens bem sucedidos também na venda direta. Então eu acho que ela é, sem dúvida alguma, a empresa que lançou, a Avon foi a empresa que lançou a venda direta. Noventa e dois por cento do nosso exército de revendedoras se compõem de mulheres, mas nós temos aí um espaço sendo preenchido por alguns e poucos homens bem sucedidos também no mercado de trabalho.
P/1 – E os produtos da Avon chegam nos lugares mais distantes do país, né, o que você acha disso?
R – Bom, a malha de distribuição que nós temos no Brasil dos nossos produtos é maravilhosa, né? E onde as nossas gerentes de setor, onde as nossas executivas chegam para comercializar, para oferecer, para ter um relacionamento com algumas pessoas, com alguns candidatos a clientes e com alguns clientes efetivos, eles acontecem de forma mais inesperada. Eu tive oportunidade de visitar lugares muito longe aqui de São Paulo, lugares que eu jamais ia imaginar que nós tínhamos lá um folheto de ofertas numa casa, né? E lembro que fui fazer um trabalho de campo com uma gerente de setor, em uma região do Norte de Minas, e nós entramos em várias fazendas, porque é um lugar bem rural. Entramos em uma fazenda, em outra fazenda, e outra fazenda, eu perguntava para a gerente de setor: “Aqui nós temos consumidores?” Ela falava assim: “Poxa vida, você não sabe o que tem de consumidores por trás dessas fazendas, onde nós conseguimos chegar com os nossos produtos.” Então a Avon não tem limite de distância, não tem limite de espaço, nós estamos sempre oferecendo mais e mais oportunidades aí pras pessoas e entregando bons produtos.
P/1 – E qual a sua visão a respeito das ações sociais da Avon?
R – Bom, a Avon tem inúmeras ações sociais. As ações que estão mais em evidência, a ação que foi recém-lançada ou continua, é a ação do Vale do Jequitinhonha, no estado de Minas, é uma ação que trouxe uma prosperidade pro local de uma forma social maravilhosa. Trouxe o desejo das pessoas mostrarem o seu trabalho, seja lá o trabalho manual, seja lá o trabalho coletivo, seja lá o trabalho... Então a Avon tem inúmeras atividades sociais. A Avon tem também em evidência um trabalho maravilhoso, que é o trabalho que tem tudo a ver com a empresa feminina, é uma empresa voltada a mulher, que é a detecção ao câncer de mama. Então ela não vai eliminar o câncer de mama, mas se ela puder levar o conhecimento à sociedade, de forma em que possa estimular o auto exame e a auto avaliação para a detecção do câncer de mama, é possível sim tratamento e é possível a pessoa ter uma vida saudável através de uma ação social como essa. Então é uma ação que tem tudo a ver com a cara e com a imagem da nossa empresa.
P/1 – Quais foram os seus maiores aprendizados de vida na Avon?
R – Olha, ter sempre muita vontade de vencer, de trabalhar, de ser uma pessoa determinada, ser uma pessoa que tudo posso naquele que me realiza, então eu tenho como uma lição de vida que a perseverança deve ser algo que as pessoas devem buscar. Então a experiência me mostra que com dedicação, com bom raciocínio, com habilidade, você consegue crescer, progredir e ser uma pessoa feliz. Eu acho que a oportunidade que você tem de prosperar é através da persistência, aquilo que você acredita. Se você acredita em algo que realmente possa acontecer, você é capaz sim, então eu acho que a determinação é algo fundamental, você ter muita dedicação.
P/1 – O que você acha da Avon estar resgatando a sua memória através desse projeto?
R – Bom, a Avon é uma empresa muito nova e que nós precisamos deixar uma marca pros nossos futuros funcionários Avon. Nós temos que deixar uma história de uma empresa que há cinquenta anos vem deixando a sua marca no mercado, vem trazendo uma perspectiva social e econômica muito importante, então eu acho que fazer uma história, montar essa história da nossa Avon, da empresa que eu, você e todos nós construímos é fundamental para que a gente deixe um legado. Nós temos um legado muito importante a deixar aí. Como essa empresa está sendo construída? Qual é o futuro dessa empresa? Mas a gente só constrói o futuro identificando o que aconteceu no passado. As boas experiências do passado desenham, muitas vezes, o nosso futuro e eu acho que a cultura dessa empresa, que é uma cultura fantástica de relacionamento, de muito respeito, de muito... Os valores dessa empresa fazem com que a empresa tenha muita prosperidade, e, para isso, a cultura da empresa é algo que precisa deixar como uma história bonita a ser contada para muitos.
P/1 – E o que acha de ter participado através da sua entrevista?
R – Ah, me sinto muito feliz, muito reconhecido por poder deixar esse legado. Trinta anos dentro de uma empresa, participando da construção dessa maravilhosa empresa, eu acho que cabe a gente deixar alguma experiência. Evidentemente essa experiência sendo contada, sendo vivida não só por contos, mas por atos que você fez, que você conduziu essa empresa ao crescimento, a história dela, eu acho que é algo muito prazeroso, então me considero uma pessoa muito bem reconhecida, muito satisfeita por poder participar e deixar uma marca interessante, de lição de vida, dentro de uma empresa onde vivi trinta anos.
P/1 – Mais alguma coisa que gostaria de contar pra gente?
R – Alguma coisa que eu gostaria de contar? Bom, se eu fosse contar tudo que gostaria, nós não terminaríamos nunca essa (risos) história, mas eu gostaria de deixar uma marca de que a Avon é uma empresa de uma constituição familiar, amistosa, amiga, muito interessante. Eu acho que nós tivemos eventos na Avon que marcaram a vida de alguns funcionários, como festa junina, como festas de final de ano dentro da própria empresa, onde a gente pode celebrar as conquistas. Eu acho que mais do que… Não só fazer aquilo que você muito bem faz, o seu trabalho, mas é celebrar. E celebrar não é celebrar sozinho, é celebrar com uma equipe, é celebrar com a família, é celebrar. Então eu acho que são marcas que a gente tem que... Se tem alguma mensagem que eu gostaria de deixar pra empresa ou alguma coisa assim, é que nunca deixemos de fazer eventos com funcionários, com a participação, com gente de todos os cantos da empresa pra gente poder se conhecer mais, ter esse relacionamento gostoso, e fazer com que a empresa tenha um calor humano muito diferenciado no mercado.
P/1 – Então, em nome da Avon e do Museu da Pessoa, nós agradecemos a sua participação.
R – Obrigado.
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