Projeto Instituto Camargo Correa
Realização Museu da Pessoa
Entrevista de Nelson José Neri
Entrevistado por Fernanda Prado
Apiaí, 20 de Abril de 2011
Código: ICC_HV026
Revisado por Luana Baldivia Gomes
P/1 – Bom dia, seu José. Queria começar pedindo pra você dizer pra gente seu nome completo, o local e data de nascimento.
R – Nelson José Neri, nascido aqui mesmo em Apiaí, no dia dois de abril de 1947.
P/1 – Como o senhor prefere que eu te chame?
R – Nelson.
P/1 – Qual o nome dos teus pais, senhor Nelson?
R – Meu pai, Alfeu Vitório Nery; minha mãe, Benedita Machado Nery.
P/1 – E qual a atividade deles?
R – Eles já são falecidos, né? Meu pai veio para Apiaí; foi dono de posto de gasolina na década de 1970 e 1980, e a minha mãe na época era doméstica, do lar, não trabalhava fora.
P/1 – E o senhor tem irmãos?
R – Tenho duas irmãs que também trabalham na educação, como eu.
P/1 – Quem é o senhor na escadinha?
R – Sou o mais novo, o caçula. Elas já estão aposentadas também, e toda vida trabalharam na educação.
P/1 – Como era a cidade de Apiaí na sua infância?
R – Apiaí até 1972 tinha apenas uma escola, vamos dizer assim, em nível de quinta a oitava série, que antigamente se denominava “ginásio estadual”. E depois, um curso de magistério que começou aqui em 1968, certo? Que formou diversas pessoas, inclusive eu, que comecei a fazer o magistério fora daqui e voltei pra Apiaí pra concluir aqui. E então, depois de 1972, eles já universalizaram o ensino e foram criadas muitas novas escolas; outras pessoas que vieram em melhores condições de estudar. Antigamente era difícil, na minha época era difícil.
P/1 – E como era a casa do senhor na sua infância? Onde ela ficava? Como era a redondeza?
R – Ficava aqui no centro de Apiaí, onde hoje é a loja Casas Pernambucanas. Meu pai tinha...
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Realização Museu da Pessoa
Entrevista de Nelson José Neri
Entrevistado por Fernanda Prado
Apiaí, 20 de Abril de 2011
Código: ICC_HV026
Revisado por Luana Baldivia Gomes
P/1 – Bom dia, seu José. Queria começar pedindo pra você dizer pra gente seu nome completo, o local e data de nascimento.
R – Nelson José Neri, nascido aqui mesmo em Apiaí, no dia dois de abril de 1947.
P/1 – Como o senhor prefere que eu te chame?
R – Nelson.
P/1 – Qual o nome dos teus pais, senhor Nelson?
R – Meu pai, Alfeu Vitório Nery; minha mãe, Benedita Machado Nery.
P/1 – E qual a atividade deles?
R – Eles já são falecidos, né? Meu pai veio para Apiaí; foi dono de posto de gasolina na década de 1970 e 1980, e a minha mãe na época era doméstica, do lar, não trabalhava fora.
P/1 – E o senhor tem irmãos?
R – Tenho duas irmãs que também trabalham na educação, como eu.
P/1 – Quem é o senhor na escadinha?
R – Sou o mais novo, o caçula. Elas já estão aposentadas também, e toda vida trabalharam na educação.
P/1 – Como era a cidade de Apiaí na sua infância?
R – Apiaí até 1972 tinha apenas uma escola, vamos dizer assim, em nível de quinta a oitava série, que antigamente se denominava “ginásio estadual”. E depois, um curso de magistério que começou aqui em 1968, certo? Que formou diversas pessoas, inclusive eu, que comecei a fazer o magistério fora daqui e voltei pra Apiaí pra concluir aqui. E então, depois de 1972, eles já universalizaram o ensino e foram criadas muitas novas escolas; outras pessoas que vieram em melhores condições de estudar. Antigamente era difícil, na minha época era difícil.
P/1 – E como era a casa do senhor na sua infância? Onde ela ficava? Como era a redondeza?
R – Ficava aqui no centro de Apiaí, onde hoje é a loja Casas Pernambucanas. Meu pai tinha um posto de gasolina próximo, então eu ia pra escola e depois ajudava como frentista do posto.
P/1 – Quais são as suas primeiras lembranças da escola?
R – Da escola eu gostava muito de música. Toda vida eu gostei. Quando começavam as aulas então, no galpão de recreio, né, os professores faziam com que nós cantássemos músicas, e inclusive hinos, nós aprendemos todos os hinos pátrios que hoje praticamente não se aprende na escola.
P/1 – Como que era esta escola? Como você fazia pra ir pra lá? O senhor ia com as suas irmãs?
R – Não. Aqui era pequeno, Apiaí na época era bastante pequena. Então a gente ia mesmo a pé – havia muito pouco carro – e a gente ia praticamente sozinho. Uma cidade pequena. Na época não existia transporte coletivo como tem hoje. Nós temos o transporte de alunos em que todo mundo é transportado para as escolas e das escolas para suas casas. Antigamente não existia isto.
P/1 – E como era o seu cotidiano nesta época de escola?
R – Eu gostava sempre de estudar de manhã, porque parece que o aluno aproveita melhor. Então eu acordava de manhã, estudava, e depois do meio dia eu ajudava meu pai no posto. E a partir dos nove, dez anos de idade eu passei a trabalhar num escritório de contabilidade. Então num período eu estudava e no outro trabalhava no escritório.
P/1 – E como era este trabalho no escritório? Quais eram as suas atividades lá?
R – Eu sempre tive uma caligrafia boa, então eu era responsável pelo preenchimento de livros. Que não é como hoje. Hoje contabilidade é feita toda em computador. Naquela época não existia computador, então tudo era registrado em livros. Manuscritos. A gente tinha que ter uma caligrafia boa. Era exigido, até hoje são utilizados, os livros de 1950 e poucos, 1960, ainda são utilizados.
P/1 – O senhor tinha tempo de brincar?
R – Sempre a gente arrumava um tempinho, né?
P/1 – De que vocês brincavam?
R – De tudo. Do que toda criança brinca. Tinha uma serraria perto de casa, então a gente ia brincar na serra, com os outros lá. Jogava peões, bolinha de gude. Todas as brincadeiras normais de criança a gente participou.
P/1 – Quando o senhor era pequeno, o senhor tinha alguma ideia de o que fazer quando crescesse?
R – Olha, toda vida eu gostei – como eu falei pra você – de música, e gostei de falar. Desde os 15 anos de idade que eu apresento shows aqui em Apiaí, desfiles comemorativos, cívicos e tal. Então eu achei que me daria bem dando aula, gostava de me comunicar com os jovens. Então segui a carreira do magistério. Até porque eu também sou químico industrial e sou contador, mas o que eu abracei mesmo é a educação, que menos paga. Na realidade, porque um químico industrial hoje, ou um contador, tem bem mais condições de sobrevivência do que um educador.
P/1 – O senhor estudou sempre na mesma escola?
R – Não, saí daqui. Fiz aqui em Apiaí até a oitava série depois fui para Sorocaba, lá fiz Química Industrial. Depois retornei à Apiaí e fiz contabilidade, e concomitantemente fiz o magistério. Comecei em Itapeva e terminei aqui em Apiaí. Logo depois, mesmo antes de me formar, um ano antes, que na época existia carência de professores, eu já estava dando aulas. Depois não parei mais. Fiquei trabalhando, depois segui os caminhos normais. Fui pra vice-direção de escola, direção, supervisão e cheguei até a substituir delegado de ensino aqui – que hoje é diretor regional de ensino, na época era delegado de ensino – muitas vezes.
P/1 – Como o senhor decidiu fazer o magistério, depois de ter feito Química Industrial e Contabilidade?
R – Por gostar, né? Gostar de falar bastante, de me comunicar com os alunos. Já havia trabalhado mais de dez anos com contabilidade, que eu sou contador também. Fiz o curso de Química, mas achei que não era a minha vocação. Eu preferi o magistério.
P/1 – Você tinha algum professor teu como modelo?
R – Tive muitos, né? Muitos professores, mesmo do antigo primário, que hoje é o ensino fundamental e primeiro ciclo, de primeira a quarta série. Tive excelentes professores. Mas não posso citar um porque seria um desrespeito aos demais que foram excelentes professores. Naquela época era difícil, porque não existia pré-escola, nada. No primeiro ano eu já estava alfabetizado. Hoje é normal uma criança – com as facilidades que tem com computador, televisão – se alfabetizar por volta dos quatro, cinco anos, mas naquela época não. A criança entrava na escola com sete anos, não podia entrar antes, e ela tinha um ano pra ser alfabetizada. Logo no inicio me alfabetizei porque gostava bastante mesmo.
P/1 – No período do magistério a gente tem os estágios. Como foi a sua primeira experiência em sala de aula mesmo e acompanhar um grupo?
R – Eu comecei em Itapeva, como falei pra você. Comecei numa cidade vizinha. Nós tínhamos uma professora de Didática e uma de Metodologia que eram muito boas. Então a gente teve bons exemplos com elas. Quando precisava, elas mesmas davam aulas pra gente ver como seria e tudo. E a nossa experiência nesta parte foi boa porque, as primeiras vezes que dei aulas práticas, fui bem e me realizei. Porque toda vida gostei. Senti até 1986, quando saí da sala de aula pra assumir, nesta escola aqui mesmo, a vice-direção. Gostava mesmo era de dar aula.
P/1 – O que o senhor sentiu a primeira vez que entrou numa sala de aula pra ser professor?
R – De início uma insegurança, porque a gente, recém-formado, novo, tinha apenas 18 anos, me formei novo. Mas toda vida eu gostei. Toda vida me realizei; me senti bem com alunos. Eu não sei, sou bastante espontâneo, gosto de conversar, de brincar. Eu gosto de tocar. Então eu procurava sempre fazer com que as minhas aulas fossem movimentadas, para que os alunos não tivessem muita preguiça. Porque é difícil o professor chegar numa classe, principalmente no período noturno, as duas últimas aulas, e verificar que vai dar duas aulas de português, falar sobre orações coordenadas ou subordinadas; o aluno está quase dormindo. Se você não movimentar a aula, se você não conversar com o aluno, ser amigo deles e procurar tornar a aula interessante, você não consegue nada do aluno também.
P/1 – E quais eram as suas alternativas pra fazer a aula mais movimentada?
R – Eu gostava de música. Às vezes inventava um texto e cantava junto com eles. Falava sobre diversas coisas. Procurava movimentar a aula, contar piadas, deixava que eles também contassem. Mas tudo relacionado ao que estava trabalhando naquele dia. Acho que toda a vida me dei bem com os alunos; aparentemente eles gostavam das minhas aulas e eu também gostava de trabalhar com eles.
P/1 – E como era ser um professor homem no meio de tantas professoras? Isto gera alguma dificuldade?
R – Acho que não. Até tinha dificuldades assim: todos os alunos que eram mais complicadinhos eles jogavam pra gente. Achavam que homem daria mais conta. Tem sempre aqueles alunos mais problemáticos que não param, inquietos, e eles procuravam passar todos para a classe da gente. E, graças a Deus, foi mais um desafio que a gente venceu. Toda vida me dei bem com os alunos. Tanto é que na hora do recreio eu saía pra jogar bola com eles. A gente se dava muito bem.
P/1 – E o senhor lecionou que turmas?
R – Eu lecionei desde a primeira série até o segundo grau. Última série do segundo grau.
P/1 – Tinha alguma classe que o senhor preferia trabalhar?
R – Não tinha preferência. Gostava de dar aulas. Tanto fazia trabalhar com primeira série, segunda série, alfabetizando, como trabalhar com terceiro colegial. Na época tinha o cientifico, clássico, preparando o aluno pra entrar na faculdade. Eu gostava de dar aulas mesmo. Lecionar.
P/1 – O senhor falou que em 1986 saiu da sala de aula. Como foi este período de mudança?
R – No começo a gente sente, que você já sai do ministério de aulas pra parte administrativa e mais técnica. Mas também me dei bem porque tenho facilidade de entrosamento com o pessoal. Com todo mundo. Tanto é que trabalhei mais de 40 anos no magistério e nunca tive confusão com ninguém. Mesmo quando eu era diretor e vice-diretor de escola procurava conversar e resolver tudo na santa paz de Deus para que não houvesse problema nenhum. E, graças a Deus, acho que tive algum sucesso neste ponto.
P/1 – Então, da vice-diretoria o senhor foi pra diretoria?
R – Fui pra diretoria, depois fui pra supervisão, substituí o delegado de ensino, que é o diretor regional de ensino hoje, e depois me aposentei em 1998, no dia 16 de dezembro.
P/1 – E o senhor continua trabalhando.
R – Eu fui convidado. Me aposentei naquela idade, fui comprar uma casinha na praia e fiquei lá um ano e meio. Mas eu não me sentia bem sem trabalhar, e o Prefeito eleito me convidou na época pra eu voltar pra cá. Isto dia dois de janeiro de 2001. Aí eu voltei; trabalhei quatro anos aqui como Secretário Municipal de Educação. Este Prefeito não quis tentar a reeleição. Fui convidado pelo município vizinho, Iporanga, fiquei quatro anos como secretário da educação lá também. E depois, agora em 2009, o prefeito de Apiaí voltou e me convidou. Faz dez anos que estou prestando serviços pra prefeitura nesta área, como secretário municipal.
P/1 – E quando o senhor chegou a primeira vez na Secretaria de Educação de Apiaí, quais eram os seus desafios?
R – A valorização do professor. Os professores estavam naquela época bastante desvalorizados, não existia um estatuto, um plano de carreira. O plano municipal de educação mesmo que estava na época... Então eu procurei já de cara trabalhar com isto. Na época a gente fez um estatuto do magistério e um plano de carreira, que eu reformulei este ano passado, para procurar valorizar mais a classe. E cursos, bastante cursos para os professores.
P/1 – Qual a importância destes cursos?
R – Acho que é tudo. Para o professor é tudo. Tanto é que até a escola particular daqui, a escola do Estado, às vezes vem pra fazer os cursos com a gente. Eu acho muito importante, principalmente, porque nós tivemos aquele (profa?) que depois – começamos em 2001 – o Estado foi lançar em 2004 com o título “Letra e vida”. Mas nós já tínhamos dado em 2001. Certo? Os PCNs [Parâmetros Curriculares Nacionais], os RCNs [Referencial Curricular Nacional], parâmetros e referenciais, nós já estudamos em 2001 e 2002. O Estado só foi estudar em 2004 e 2005. Então a gente procurou sempre trazer cursos, como a gente está trazendo até hoje. Facilitar o trabalho do professor. Eu acho que um professor bem informado, bem capacitado, tem muito mais condições de dar aulas.
P/1 – E como estava a cidade de Apiaí em 2001? Tinha alguma diferença da época que o senhor lecionava nas salas de aulas?
R – Tinha as diferenças do que hoje a gente sente. Aqui, graças a Deus, não temos a violência dos grandes centros, mas mesmo assim a população estudantil já está mais rebelde do que antigamente. Apesar de que eu não voltei pra sala de aula. Fiquei na parte técnica administrativa, e agora estou como secretário. A gente percebe que mudou um pouco neste sentido. Os pais, parece que não têm aquele grande interesse em fiscalizar um pouquinho, supervisionar um pouquinho o filho para ver se de fato ele está indo à escola, se ele está aproveitando e tal. Acho que deveria haver uma cobrança maior dos pais sobre os alunos.
P/1 – Quais foram as suas atividades desenvolvidas nestes primeiros quatro anos como Secretário da Educação, aqui em Apiaí?
R – Olha, a gente conseguiu muita coisinha. Eu falei, a parte destas capacitações de professores, as vitórias que nós tivemos com o estatuto e plano de carreira. No plano municipal de educação a gente conseguiu também melhorar os resultados, que não vinham bem até então. Até 2000 a gente percebia muita dificuldade dos alunos. Daí a gente implantou inclusive um currículo diferenciado. Então o aluno estuda o currículo no período da manhã, normal, com 25 aulas, e volta depois, três dias no período da tarde, pra fazer mais oito aulas. Então, na realidade, o aluno que estuda quatro anos na escola municipal equivale a cinco anos e dois meses. Então o aluno tem, com certeza, uma melhor formação. Ele não foge do currículo normal. Ele tem o currículo normal e mais oito aulas. Então ele tem duas de informática, duas de inglês, duas de musicalização infantil, fora do currículo normal. Também achei que foi uma grande vitória, que até hoje nós continuamos. E hoje as nossas escolas municipais são referencial na região. Com certeza.
P/1 – E existe alguma dificuldade por ter os tipos de escolas urbanas e rurais? O que pode ser feito na educação pra tentar...
R – A dificuldade que nós temos principalmente é nessa época, só de transporte. Transporte escolar, porque nessa época de chuvas, final e início de ano, tem muita chuva, então as estradas ficam praticamente quase que impraticáveis. E as prefeituras sofrem muito com isto. Os maquinários são poucos, e às vezes não em tão boas condições de uso. Sente dificuldades. De agora em diante, por exemplo, já começa esta época de chuvas a ficar pra trás, então já melhora tudo. Nosso sistema de transporte aqui é bom. Trabalhamos praticamente – seis anos que estou só aqui, em Apiaí – o transporte nunca, graças a Deus, teve nenhum acidente de luto. Merenda escolar também está indo bem, graças a Deus, ninguém tem reclamado, ao contrário. Aparentemente a gente acredita que está fazendo um trabalho razoável.
P/1 – E o senhor sentiu alguma dificuldade na hora de mudar de secretaria? Na hora de sair de Apiaí, quando foi convidado pela Secretaria da...
R – É, a gente vai meio apreensivo. Mas eu me dei bem lá também. Tanto é que eu fiquei os quatro anos lá e saí porque fui convidado pra vir pra cá. Voltar pro meu lugar, mesmo, pra minha cidade. Senão teria ficado lá. O povo de Iporanga, como eu estava falando pra fotógrafa, é um povo receptivo, espetacular até. Então me dei muito bem lá também. Promovi muitas coisas que eu tinha feito aqui. Lá também cheguei e não tinha um estatuto, não tinha plano de carreira, não tinha plano municipal de educação. A gente fez uma porção de coisas pra melhorar a situação deles. Primeira vez que tiveram bônus foi no final de 2005, quando fui pra lá. A gente administrou bem os recursos. Naquela época era o Fundef [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental], hoje é o Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação]. Também eles receberam bônus, e tal. Foi valorizada a classe, porque foi dado um reajuste salarial bom para eles, foi feito um tipo de reajustamento de níveis. Os professores ficaram contentes na época.
P/1 – E pro senhor, como foi agora voltar?
R – Também, né? É difícil a gente falar em volta porque nós pegamos a prefeitura numa situação meio delicada. Bastante dívida, complicada. Transporte escolar, mesmo, os carros que eu deixei todos novos, reformados, com pneus novos, nós pegamos todos sucateados, certo? Nós tivemos que começar do zero. Hoje, graças a Deus, nós já estamos com uma frota boa de novo. Adquiri já novos carros, reformei uns tantos lá; e tem apenas dois pra reformar. Mas a gente retomou, graças a Deus, nestes dois anos deu tempo de fazer isto aí.
P/1 – E agora falando do desenvolvimento da cidade, o senhor que é daqui: como foi a chegada do grupo Camargo Correa pra Apiaí? O que isto causou, impactou na cidade? Como foi a chegada deles?
R – Em 1968, 1969, o grupo veio pra cá, no começo. De início a gente sentiu os problemas na pele, porque Apiaí não estava preparada pra receber muita gente. Então houve problemas de fato na parte de habitação: não tinha casa suficiente para o pessoal. Veio muita gente de fora, e assim como veio muita gente boa vieram alguns ruins. Então teve aqueles problemas normais de quando existe esta enchente. Vieram pessoas de todos os Estados do Brasil. Vieram inclusive estrangeiros, na época da implantação da Camargo aqui. Nos anos de 1968, 1969 e 1970. Depois eles já, por exemplo, passaram a ser apiaienses. Então muitas das pessoas que vieram aquela época ficaram aqui e nunca mais saíram. Mas houve um choque, de início; mas nada que não tenha sido absorvido pelo povo aqui, pela cidade. Depois em 1975, por exemplo, também houve um problema com aluguéis. Os aluguéis aqui foram majorados barbaridade porque tinha muita gente de fora chegando. Na implantação da Camargo, quando começou a funcionar, os aluguéis subiram muito, não se achava casa pra alugar, tinha gente que morava em garagem e até embaixo de escadas, vamos dizer assim, porque não tinha. Mas depois tudo se resolveu.
P/1 – E como o senhor viu esta mudança no dia a dia da cidade?
R – Para bem, porque a cidade evoluiu bastante de lá pra cá. Tem os probleminhas, tem aqueles probleminhas de pouquinho de poluição, acontece. Acontecem problemas sociais, porque muita gente vem e às vezes fica desempregado, e depois não volta. Fica aqui. Tem probleminhas e tal. Mas também nós temos que enaltecer que a cidade aumentou muito. Nós temos muitos benefícios, inclusive a Camargo Correa está nos ajudando através do Instituto Camargo Correa. Então tem os benefícios também.
P/1 – E como aconteceu esta aproximação do Instituto, através do grupo, com a Secretaria de Educação?
R – Isto foi em 2007, quando eu não estava aqui. Estava em outro município. Foi no finalzinho de 2007 que resolvera, mas eu peguei todo o desenrolar porque durante 2008 inteiro só foi feito planejamento. Eles começaram mesmo a lidar com a parte de infraestrutura em setembro de 2008. Então praticamente eu peguei toda essa parte. Quando eu cheguei, eles estavam reformando uma creche aqui no bairro, que até veio a terminar no início do nosso mandato. E a partir de então a gente tomou. A transição foi normal, porque eu não sou político, procurei dar continuidade ao trabalho que vinha sendo feito, certinho. E acredito que nós não tivemos problema nenhum com isso. Nem eu, nem a Camargo Correa. Então a gente está sempre à disposição deles, fazendo o nosso trabalho.
P/1 – E quais foram os projetos em parceria com a Secretaria da Educação que foram desenvolvidos?
R – Aqui o “Infância Ideal”, né, que nós ficamos com a parte de infraestrutura e a capacitação. E, também, neste mesmo “Infância Ideal” tinha o projeto de gestante, né, que era a parte de saúde. Desta infraestrutura nós reformamos duas creches e mobiliamos três. E nesta parte de cursos, o “Avisa Lá” trabalha com os nossos professores e funcionários de creche, e o “Matema”, agora, trabalha com matemática de terceira e quarta séries. A gente está dando sequência. Agora que estamos também no “Escola Ideal”, começando o “Juntos pela escola ideal”, que nós estamos também em parceria com a Camargo, vamos reformar, melhorar. São treze escolas – não, doze escolas. E além destes projetos, “Escola Ideal” com o Museu da Pessoa, que é o jornal escolar. Este “Juntos pela escola ideal”, que eu falei também, nós estamos reformando as escolas. Uma porção de projetos que nós estamos seguindo.
P/1 – O senhor sabe dizer como são escolhidas as escolas pra serem reformadas?
R – Nós começamos pelas escolinhas da zona rural, que vocês chamam de anexo e nós chamamos de escolas vinculadas. As que estão na zona rural são principalmente as que estão mais necessitadas de uma intervenção. As mais longe, ou que a estrutura está mais comprometida e tal, pra depois vir para as escolas aqui do centro. A Camargo Correa entra com uma determinada quantia, a gente também com uma porcentagem daquilo e também com as despesas de transporte, alimentação, de pessoal. Tudo pra que a gente faça este trabalho. Nós já terminamos duas. Já fizemos dois mutirões, as duas ficaram lindas. E já estamos por estes dias concluindo a terceira.
P/1 – Quais eram os primeiros objetivos deste projeto da escola?
R – Não, começou com a Infância Ideal. Era só para crianças de zero a cinco anos. Só praticamente de creche. Agora o “Infância Ideal” continua na parte de cursos, certo, mas passamos pra “Escola Ideal”, que pega as crianças de sete a 14 anos. Já mudou um pouco o objetivo. A visão.
P/1 – Qual a importância desta parceria?
R – Estive conversando hoje, falando até sobre isto. Pra nós foi muito importante porque os municípios nossos são carentes, de toda a região. É a região mais pobre do Estado de São Paulo, vamos dizer, o Vale do Ribeira. Então a participação mesmo do governo federal aqui tem caído muito nos últimos anos. Nos últimos nove anos caiu de 0,069 para 0,029. Eu acredito que caiu em 60% o repasse de recursos do governo federal pra nós. Certo? Então, quer dizer, não sei baseado no que o governo federal diminuiu estes recursos, então os municípios lutam com dificuldade agora.
P/1 – Qual o papel de cada agente da parceria da Camargo, da Secretaria e da comunidade na execução destes projetos?
R – É uma união que faz a força. Faz mesmo. Porque cada um procura ajudar a seu modo. Nestes mutirões, por exemplo, tem o pessoal, eu coloco todo o pessoal da Secretaria à disposição, a Camargo também, a (Caue?) coloca também os funcionários dela; nós vamos, construímos, pintamos, reformamos, colocamos cortina. Fazemos tudo isto aí nesta parte física. E na parte dos cursos também, que o Instituto Camargo Correa nos ajuda com o Instituto Matema e o Instituto Avisa Lá.
P/1 – Falando um pouquinho, primeiro, da Infância Ideal, como eram estas creches antes?
R – Eram bem deficitárias. Inclusive essa primeira, que começaram a construir no final de 2008, nem existia naquele local. Foi comprada uma casa e foi praticamente demolida e feita uma outra creche. Depois, em 2009, nós iniciamos a construção de uma outra, no bairro Pinheiros. Ficou linda até! Muito bem feita e tal. Já com outro tipo de arquitetura. Ficou muito bonita mesmo. Um cartão de visitas para um município pequeno como o nosso. Então a gente teve condições de melhorar a qualidade dos prédios, e através disto também a qualidade do trabalho com os alunos dentro da creche.
P/1 – E agora falando um pouquinho do programa da Escola Ideal. Como ele foi implantado? Por que se escolheu ampliar? Estava sendo trabalhado de zero a cindo, agora é de sete a 14.
R – Pois é, porque aí mudaram. Continua o Infância Ideal, só na parte de ajuda à gestante e de formação nossa. Depois o próprio instituto que optou em trabalhar mais com criança de sete a 14 anos. As cinco primeiras séries do Ensino Fundamental. Aí então vem cursos pela frente também, mas por enquanto estamos mais na infraestrutura. E nestes projetos que vemos aí, ligados também ao Escola Ideal. Que é o próprio Museu da Pessoa, jornal escolar, biblioteca que já veio e assim por diante.
P/1 – E o que precisa ser feito pra transformar uma escola numa Escola Ideal?
R – Tudo aquilo que a gente está fazendo. Principalmente muita boa vontade por parte dos pais, dos educadores, das crianças e de toda a sociedade que nos ajuda. A gente tá percebendo agora que esta união é que faz com que a escola seja ideal. Todo mundo trabalhando, todo mundo em prol do desenvolvimento das crianças. A gente percebe que a gente consegue muita coisa.
P/1 – E o senhor pode descrever como foi o projeto da biblioteca?
R – A biblioteca, se não me engano, não tenho os números comigo, mas parece que ela atendeu dois mil e poucos alunos entre o município de Apiaí, uma escola particular de Apiaí e o município de Itaoca. Deram estes kits de biblioteca, todas as escolas receberam, algumas receberam um acervo de 200 livros e umas menores receberam de 50. Sei que foram atendidos praticamente mais de dois mil alunos entre as escolas municipais, a escola particular e a escola de Itaoca. Muito bom acervo, espetacular. E vem desde livros de história em quadrinhos até clássicos da literatura. Muito bom mesmo.
P/1 – E qual a importância da biblioteca?
R – Acho que é tudo, né, gente. Eu toda vida fui professor de Português, gostei de ler e escrever. Acho que livro é tudo. Livro é tudo. Tem que incentivar mesmo o gosto, o prazer pela leitura nos alunos, e nada melhor que isto. A gente percebeu que no dia que nós estávamos entregando os alunos já estavam correndo atrás e querendo ler os livros. Então eles também têm este interesse.
P/1 – O senhor pode contar pra gente um pouquinho como é o projeto do jornal? Como ele é implantado? Qual é a ordem? Como funciona?
R – Não fui eu, mais a Rosangela quem verificou. Mas veio o professor Damião, argentino, que veio aqui no início para a formação do pessoal, certo? E depois isto ficou mais a cargo das escolas. Então eu não seria a melhor pessoa pra falar pra você. Eu acompanhei, mas eles que trabalharam.
P/1 – Você chegou a ver o produto final?
R – Vi, espetacular. Inclusive nós estávamos aqui verificando o da escola Elisa também, que eles não receberam ainda; não vieram os jornais, mas eles tiraram cópias e distribuíram para as crianças. Achei muito bom.
P/1 – E o que o senhor sentiu ao ver o jornal feito pela escola, com a participação dos alunos?
R – Acho que é a valorização dos próprios alunos. Porque a gente percebe o gosto com que eles pegam o jornal, que eles lêem, inclusive os pais. Estive aqui ontem, na comemoração, e algumas mães estavam vendo o jornal com depoimentos dos filhos, as notícias ali, e ficaram super satisfeitas com o trabalho. Só que eu não posso falar como foi feito porque isso é mais a parte dos professores de terceira e quarta série.
P/1 – O senhor sabe do funcionamento do CDC [Clube da Comunidade], como ele participa do conjunto, no diálogo com a secretaria?
R – Eu entrei pro CDC no começo de 2009, como falei. Tem o Instituto Camargo Correa, o Rotary Club que é proponente, nós, a Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de saúde, os conselhos, né, o CMDCA [Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente] e o Conselho Tutelar, que muito pouco participam às vezes, né? Não são muito participativos nesta parte, agora que estão começando mais a se entrosar com a gente. Mas tudo se resolve juntos lá, certo? É até uma forma de valorizar o trabalho do grupo porque tudo é discutido ali, tudo é resolvido ali dentro. E está funcionando. Se não me engano, somos os únicos municípios que estão com todos os programas do Instituto Camargo Correa. Apiaí que tem o Futuro Ideal, Escola Ideal e Infância Ideal. Me parece que é o único, que os outros do Norte e Nordeste parece que vai começar agora a Escola Ideal, ou o Futuro Ideal, e o nosso já tem a previsão da ampliação do Futuro Ideal pelas herdeiras, pela terceira geração da Camargo, filhas da Rosana, dos acionistas da Camargo Correa.
P/1 – Já foi alcançado bastante coisa aqui no município. O que mais precisa ser alcançado?
R – Olha, acho que agora, a partir de quando a gente terminar a reforma das escolas, que já está previsto, já está tudo certo, seria investir mais em cursos de capacitação. Pra mim, não importa se você tem um prédio bom se você não tem boas pessoas formadas ali dentro pra trabalhar com o aluno. Então acho que a continuidade dessa formação de professores e a formação de pessoal que trabalha com as crianças, acho que é fundamental.
P/1 – Quais as suas expectativas em relação ao futuro?
R – Eu acredito que, se a gente continuar com este projeto... Apesar de que nós precisamos andar com as nossas próprias pernas, não podemos depender só de parcerias. A gente tem que procurar andar. Mas, como eu tinha falado pra você, que o nosso município é carente, baseado nisto aí a gente vai procurar, estamos aprendendo a procurar novas parcerias também pra não onerar uma só. É só o Instituto Camargo Correa! Buscar novas parcerias também porque a gente viu que funciona e é do que nós precisamos. E o que a gente puder fazer mesmo por conta da Secretaria, a gente tá fazendo.
P/1 – Você é casado?
R – Casado, pai de quatro filhos. Tenho dez netos já.
P/1 – E algum deles seguiu a área?
R – Não, infelizmente não. Todos estão na área de Informática, alguma coisa, até Mecânica eles não quiseram. Justamente pelo não reconhecimento da classe. Eu e minhas duas irmãs fomos professores, mas eles viram o que a gente passou também. Quer dizer, falta reconhecimento por parte do Governo do Estado, os salários, poucas condições de trabalho que o Estado nos dava. Então eles preferiram outra profissão.
P/1 – O senhor acha que o fato das tuas duas irmãs mais velhas terem se enveredado por esta área teve alguma influência na hora da escolha do senhor?
R – Não me lembro disso, sabe? Mas na época, o Magistério era praticamente o único curso técnico que nós tínhamos aqui na região. Apesar de que eu saí, fiz Química Industrial em Sorocaba, que era uma cidade sede da região aqui na época. E depois vim, mudei pra cá, fiz Contabilidade também e Magistério. Não porque elas fossem professoras, eu achei que eu gostava mais daquilo mesmo.
P/1 – E qual a importância da educação para o município?
R – Acho que é tudo. Porque através da educação você minimiza os gastos com saúde, com obra, com tudo. Acho que a educação, não é por ser um educador, mas vem em primeiro lugar. Porque, veja bem, se você ensina o básico pra uma família, para as pessoas, para as crianças, as crianças vão cobrar seus pais, vão ter melhor qualidade de vida. Uma porção de coisas assim. Acho que, educando melhor, a gente tá tornando a pessoa mais saudável também.
P/1 – E voltando ao __ e voltando para as questões familiares. O senhor falou que casou. Como o senhor conheceu a sua esposa?
R – Ela é também professora. Também é sofredora. Ela é de um bairro aqui próximo de Apiaí, e a gente se conheceu quando era moço, aqui mesmo na cidade. Conheceu, casou e teve os quatro filhos. Ela também era professora e trabalhou a vida toda. Aposentou no mesmo ano que eu: 1998. Muito boa alfabetizadora. Excelente. Tamos aí com as crianças agora, as crianças! Os quatro filhos e dez netos.
[FINAL DO CD 01]
P/1 – O professor tava contando da sua família. Como foi pro senhor ser pai? Ter o primeiro filho?
R – Acho que todo homem e mulher sonha em constituir família. A continuidade da gente. Porque a gente acompanha os nossos pais, os nossos avós, e a gente logicamente sonha em constituir uma família também. Ter filhos, depois vem os netos. Continuidade. Nisto a gente tá bem representado. Quatro filhos. Tem bastante neto também.
P/1 – Como para o senhor, um educador, foi educar os seus filhos? Isto facilitou?
R – Facilita um pouco porque a gente tem um pouquinho mais de conhecimento da vida. Experiência também. O que a gente recebeu de nossos pais nós procuramos passar. Ela também veio de uma família que naquela época era um pouco mais rígida do que hoje os pais são. Graças a Deus não tivemos graves problemas por isto.
P/1 – E como era acompanhar a vida escolar dos filhos sendo professor? Estando dos dois lados?
R – É complicado. Até quando as crianças eram mais novas a minha esposa acompanhava. Ela gostava muito de alfabetização. Então ela que cuidava desta parte, que olhava. Naquela época eu estava dando aula no segundo grau. Preparando os alunos pra entrar em faculdade. Então a gente já ficava mais, sempre a gente estava verificando os caderninhos; vendo se o aluno estava tendo algum probleminha na escola. Ficava escrevendo e tal. A gente acompanhava.
P/1 – Quais são as atividades de lazer que o senhor tem?
R – Hoje é tocar. A gente na minha idade às vezes sai com os amigos pra tocar, às vezes comer um churrasquinho e tocar. Ou num barzinho, ou numa festa. Esportes praticamente não tenho nem tempo de praticar. Trabalho o dia todo, chego em casa à noite, não tenho tempo. Mas esta é a vida da gente. A gente vai ficando até meio preguiçoso com o tempo.
P/1 – E quais são as coisas mais importantes pra você?
R – Família. Primeiro lugar minha família, e segundo o meu trabalho. Eu quero que, assim como eu toda vida tive orgulho do meu pai, quero que meus filhos também tenham orgulho de mim, um dia, mais tarde.
P/1 – E quais os seus sonhos hoje?
R – Acho que a gente sempre almeja alguma coisa na vida. Eu consegui muita coisa. Sou feliz. Acho que sempre a gente quer alguma coisa a mais, mas acho que profissionalmente eu cheguei, sem política, sem nada, tanto na parte do Estado como no Município, a ser convidado para... Eu fui convidado, na realidade, para mais prefeituras, tive convite da prefeitura aqui de perto, de Capão Bonito, Guapiara, pra trabalhar também. Acho que o reconhecimento pelo trabalho da gente, não existe o que valha mais. Então acho que não tenho o que reclamar da vida e nem pedir mais. Eu acho que eu fiz o que eu vim predestinado pra fazer. Acho que eu consegui fazer. Um pouquinho daquilo eu consegui.
P/1 – O senhor gostaria de deixar registrado mais alguma coisa que eu não tenha perguntado?
R – Você perguntou tudo.
P/1 – E o que o senhor achou de dar esta entrevista?
R – Bom. A gente tira alguma coisa de dentro da gente. Muita coisa que está lá no fundo do baú que saiu. Então, foi bom. Ótimo.
P/1 – Então está bom. Obrigada.
R – Obrigada a vocês.
-- FIM DA ENTREVISTA --
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