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Personagem: Sueli Carneiro
Por: Museu da Pessoa, 30 de outubro de 2020

Uma vida de luta, a luta de uma vida

Esta história contém:

Uma vida de luta, a luta de uma vida

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Em 24 de junho de 1950 em uma noite fria, mas muito fria , eu nasci com uma grande fogueira de São João acesa no Hospital Matarazzo. Como nasci no próprio dia de São João e meu pai sempre gostou de festejar, ele passou a ter um álibi pra fazer fogueira, soltar fogos, inclusive uns perigosos, era paixão. Além do São João, Aparecida apareceu no meu nome , eu nasci com um vigor, saudável, mas comecei a definhar e ninguém sabia o que era, minha mãe nunca teve o prazer de me ver de pé no berço, porque de tão debilitada, minhas pernas não sustentavam. O quadro se agravou até o ponto de ela me levar ao médico e o médico disse que facilitaria o atestado de óbito, mas ela não se deixou levar, saiu desesperada e viu do outro lado da rua um farmacêutico espírita. Daí eu passo por tudo, pilulazinhas, homeopatia, banho de luz, banho de ervas, e eu que de uma criança que parecia que não ia viver, quanto mais andar, acabei sendo uma velocista. Uma criança velocista. E por conta desse milagre, minha mãe havia feito a promessa de que, se eu me salvasse teriam o primeiro nome como Aparecida. E com promessa a ela, meu nome assim ficou: Aparecida Sueli Carneiro Jacoel.

Eu tive que ser feminista. Olha só, meu pai era bilheteiro de trem e minha mãe trabalhava em uma oficina de uns judeus no Bom Retiro, mas meu pai dizia "Mulher minha não trabalha" e pra você entender o espírito da época, o patrão tentou negociar com o meu pai pra minha mãe continuar trabalhando, mas nada disso convenceu o meu pai, era uma questão de honra. Minha mãe, sem trabalhar, sofreu um bocado, teve sete filhos que ela dizia ser a grande riqueza da vida dela . Mas ela perdeu toda a possibilidade de expressar e de realizar toda a potencialidade que ela tinha, que não era pouca, tanto que ela estimulou todas as filhas a nunca, jamais, serem dependentes de homem nenhum, entendeu? E ela dizia pra todas nós: “Nunca dependam de um homem pra comprar suas calcinhas.

Só tem...

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