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Por: Museu da Pessoa,

Temos que ser unidas

Esta história contém:

Temos que ser unidas

“Lá de pequena a gente ia tudo pra igreja. Papai às vezes fazia também a leitura bíblica de manhã. Reunia os filhos em volta da mesa, pegava a bíblia e lia a lição diária dos versículos. Depois ensinava cada um a orar, cada dia um fazia a oração. Todo dia tinha esse curso doméstico lá onde a gente morava, na roça. Mamãe fez um sítio do lugar onde a gente morava pra plantio de frutas. A gente trabalhava na roça, sempre na roça. Na verdade, eu não tive infância. Durante a semana eu trabalhava com papai e mamãe plantando mandioca, arroz, feijão, café...e chegava no sábado, íamos socar o arroz, moer a cana, tudo o que a gente fazia lá. Até o meio-dia a gente trabalhava em casa, depois ia pra escola. Eu fui pra escola. Então a gente estudava e trabalhava, e carregava água lá do alto de um morro, da nascente, pros pais poderem fazer a merenda pra levar. Terminava de estudar eram quatro e meia pras cinco da tarde. Meus pais eram exigente, mas tinha uma professora que me marcou, pela exigência dela. Tinha que fazer o dever e, se não fizesse, botava de castigo em cima do caroço de milho. Eu não saía com amigos. A maior parte do tempo era em casa, fazendo serviço. Depois que eu fui trabalhar fora, de doméstica. E nessa época eu arranjei meu marido e casei. Não deixei de trabalhar, só por um tempo de gravidez. Meu esposo é pescador. Na época ele era pedreiro. Meus filhos, eu falo pra ele que meus filhos são filhos de pedreiro. Na época ele era pedreiro, aí quando a minha menina caçula estava com oito meses de nascida ele começou a pescar. Ela agora tem trinta anos. E ele ainda pesca ainda, está até para o mar agora.Às vezes tenho medo, quando chega o temporal, aquele tempo de vento, muita chuva. Fico preocupada. Mas ele volta, sempre, com atum, dourado, pargo... E passado um tempo, eu já não estou mais conseguindo trabalhar no pesado. A idade. Foi uma amiga que mora lá perto de casa que me chamou pra um projeto...

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Dados de acervo

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Projeto Mulheres Empreendedoras Chevron

Depoimento de Juseni da Silva Santana

Entrevistada por Stela Tredici

Itaipava (Itapemirim), 04 de maio de 2012

Realização: Museu da Pessoa

Código: MEC_HV019

Revisado por Fernando Martins Peres

P/1 – Então eu gostaria que a senhora começasse falando seu nome, onde a senhora nasceu e a data do seu nascimento.

R – Meu nome é Juseni da Silva Santana, eu nasci aqui em Itaipava, tenho a idade de 58 anos, nasci dia “31 do 10 de 53”.

P/1 – E a senhora passou a infância aqui mesmo?

R – A minha infância foi lá no sítio que é onde a mamãe mora. Dez minutos mais ou menos daqui lá. Hoje mamãe continua lá. Eu nasci aqui em Itaipava, mas depois a gente foi pra lá novamente. Aí mamãe mora lá.

P/1 – Então a senhora cresceu nesse sítio?

R – Cresci lá no sítio.

P/1 – E como era esse sítio?

R – Lá não era “geralmente” um sítio, agora que mamãe fez um sítio, fez um plantio de frutas, mas a gente trabalhava sempre na roça, a gente sempre trabalhava na roça, na verdade eu não tive infância, nós trabalhávamos muito na roça. Durante a semana eu trabalhava com papai, mamãe lá na roça plantando mandioca, arroz, feijão, café, colhia café, e depois chegava o sábado a gente tinha que, no sábado a gente tinha que socar arroz, moer cana pra fazer o café, tudo isso a gente fazia lá, A gente não tinha infância só domingo que a gente vinha pra igreja, pra escola dominical e a gente ficava na casa de umas colegas aqui, aí a gente passava o domingo aí. Só nós, as crianças, o papai e a mamãe voltavam pra lá para o sítio. Entendeu?

P/1 – Então quer dizer, seus pais então o que eles faziam?

R – Papai trabalhava na roça mesmo, plantando café, arroz, feijão, essas coisas. A mamãe junto com ele.

P/1 – E como eles se conheceram, a senhora sabe?

R – Eles se conheceram lá em Tataiba. Mamãe conheceu o papai lá em Tataiba, mamãe morava lá os pais dela moravam em...

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