E/1 - Cássio, a gente sempre começa pelo nome completo, local e data de nascimento. R – Meu nome é Cássio José Schreiner, eu nasci em Canoinhas, Santa Catarina, em 19/03/1971. E/1 – Ta. Nome dos seus pais? R – Geraldo Schreiner e Terezinha Bueno Schreiner. E/1 – Eles nasceram lá também? R – Meu pai em São Bento do Sul, minha mãe em São Sebastião dos Ferreiras. E/1 – Santa Catarina? R – Santa Catarina ambos! E/1 – Atividade dos seus pais? R – Meu pai é bancário aposentado atualmente e minha mãe do lar. E/1 – Certo. Agora vamos falar um pouco da sua infância. Você nasceu em Canoinhas, você morou lá muito tempo? Conta um pouco... R – Pouquíssimos meses. Eu... Quando eu tinha três meses de idade meu pai recebeu uma oferta de transferência de cidade e nós fomos morar em Medianeira no interior do Paraná, na região Sudoeste, entre Cascavel e Foz do Iguaçu, cidade muito próxima à Foz do Iguaçu. E/1 – Certo. E o que você se lembra dessa... Que idade você tinha quando mudou para lá? R – Três meses de idade, ou seja, eu era um bebê. Eu passei toda a minha infância, todos os cursos, pré-escola, primário, ginásio, secundário e comecei minha faculdade na região, né? A faculdade eu comecei em Foz do Iguaçu e enfim, eu passei toda a minha infância, todos os momentos de infância nessa cidade. Uma vida bastante pacata, rotineira, porém, com uma qualidade de vida excepcional. E/1 – E como era o Cássio lá em Medianeira, pequenininho, era muito... Como é que era, as brincadeiras que você gostava, o que você gostava? R – Eu sempre fui uma pessoa bastante centrada em estudar, sempre me dediquei. Ainda me considero criança, mas já buscava discutir com os meus pais o início de uma vida profissional, comecei cedo profissionalmente, contra a vontade dos pais, na verdade quando eu tinha 13 ou 14 anos eu comecei a trabalhar como auxiliar de escritório...
Continuar leituraE/1 - Cássio, a gente sempre começa pelo nome completo, local e data de nascimento. R – Meu nome é Cássio José Schreiner, eu nasci em Canoinhas, Santa Catarina, em 19/03/1971. E/1 – Ta. Nome dos seus pais? R – Geraldo Schreiner e Terezinha Bueno Schreiner. E/1 – Eles nasceram lá também? R – Meu pai em São Bento do Sul, minha mãe em São Sebastião dos Ferreiras. E/1 – Santa Catarina? R – Santa Catarina ambos! E/1 – Atividade dos seus pais? R – Meu pai é bancário aposentado atualmente e minha mãe do lar. E/1 – Certo. Agora vamos falar um pouco da sua infância. Você nasceu em Canoinhas, você morou lá muito tempo? Conta um pouco... R – Pouquíssimos meses. Eu... Quando eu tinha três meses de idade meu pai recebeu uma oferta de transferência de cidade e nós fomos morar em Medianeira no interior do Paraná, na região Sudoeste, entre Cascavel e Foz do Iguaçu, cidade muito próxima à Foz do Iguaçu. E/1 – Certo. E o que você se lembra dessa... Que idade você tinha quando mudou para lá? R – Três meses de idade, ou seja, eu era um bebê. Eu passei toda a minha infância, todos os cursos, pré-escola, primário, ginásio, secundário e comecei minha faculdade na região, né? A faculdade eu comecei em Foz do Iguaçu e enfim, eu passei toda a minha infância, todos os momentos de infância nessa cidade. Uma vida bastante pacata, rotineira, porém, com uma qualidade de vida excepcional. E/1 – E como era o Cássio lá em Medianeira, pequenininho, era muito... Como é que era, as brincadeiras que você gostava, o que você gostava? R – Eu sempre fui uma pessoa bastante centrada em estudar, sempre me dediquei. Ainda me considero criança, mas já buscava discutir com os meus pais o início de uma vida profissional, comecei cedo profissionalmente, contra a vontade dos pais, na verdade quando eu tinha 13 ou 14 anos eu comecei a trabalhar como auxiliar de escritório em um clube social da cidade, né? Então eu fazia todo os serviços na sede social do clube e isso era contra a vontade dos meus pais, eu comecei a estudar, cursei o segunda grau à noite, eles não gostavam muito, enfim. Mas, acabaram aceitando e eu sempre tive esse desafio de estudar, buscar uma colocação profissional e me desenvolver profissionalmente, né? Buscando crescer na vida, esse sempre foi o que eu busquei, né? E/1 – Você tem irmãos? R – Tenho três irmãos. Tenho uma irmã que é mais velha e dois irmãos mais novos. E/1 – Ta. E como era na sua casa? Esses quatro? R – Briga o tempo todo (risos). Não, uma família grande, apesar da diferença de idade, não era tão grande entre nós, né? Minha irmã tem três anos a mais do que eu, meu irmão falta um dia para um ano que ele é mais novo e o outro é o caçula já com sete anos de diferença. As brigas maiores vinham do meu irmão mais novo, que não tem um ano de diferença, as amizades não eram as mesmas, em casa haviam divergências de entendimentos, de posicionamentos e mesmo nas brincadeiras acabava sempre rolando brigas, enfim, os pais tinham que entrar no meio para socorrer. E/1 – E as brincadeiras, do que vocês brincavam? Como eram? R – Olha, como eu mencionei, uma vida interiorana, a gente viveu muito visitando fazendas, amigos, indo para o interior, pescar, caçar, ou seja, convivendo, visitando parentes no interior, nós tínhamos vários parentes e amigos morando próximo a cidade, então agente viveu muito aquilo ali. Pé na terra, sujos, tirando fruta no pé e comendo, buscando se divertir com a própria natureza, não com brinquedos sofisticados, sempre com brinquedos que às vezes a gente mesmo fazia, caso de carrinhos de rolimã, enfim, era uma vida bem de natureza e saudável eu diria. E/1 – Caça e pesca, ia a família toda? R – Toda a família! E/1 – A irmã, a mãe, ia todo mundo? R – Mãe e irmã, normalmente nós íamos à casa de alguém e elas ficavam na casa e nós íamos efetivamente pescar e caçar. E/1 – Certo. E você se lembra de alguma dessas ocasiões, especificamente, assim, com a família toda? R – Olha, tivemos vários momentos como esses, acho que assim, que eu posso lembrar rapidamente, tão logo as comportas de Itaipu foram fechadas, a cidade onde nós morávamos, Medianeira, teve grandes áreas de fazendas e chácaras, que foram alagadas, com isso criou-se uma oportunidade enorme de pesca e nós tínhamos amigos que tinham áreas alagadas. E nós passamos um período, cinco, quatro ou cinco dias pescando. Obviamente que próximo a casa da fazenda, mas as mulheres ficaram na casa e os homens ficaram acampados na beira do lago e foi uma pescaria que nós trouxemos para casa um volume enorme de peixes, não tínhamos nem lugar para guardar, enfim, tivemos que distribuir pela vizinhança, enfim. Mas foi uma época muito sadia, um momento muito gostoso em família. E/1 – Não é história de pescador isso não, né? R – Não é história. E/1 – Ta certo. E me fala uma coisa, as escola. O que você se lembra? Você parece, foi um bom aluno, era quieto. Me conta um pouco da escola. R – Eu sempre fui considerado um bom aluno, eu sempre fui um pouco tímido, um pouco quieto, mas sempre centrado em estudo, gostava de números, finanças, que já é a área que estou atuando hoje e o que eu não gostava muito eram matérias como ciências, história, geografia, essas matérias não eram o meu forte meu forte, biologia... Agora, tudo que era raciocínio lógico, como matemática, economia, essas eram as matérias que eu mais gostava e que eu mais me dedicava efetivamente. As demais era, eu diria, é como se fosse para cumprir a tabela, passar de ano e não ser reprovado. E/1 – Ta. E essas sua mudanças de cidade, você ficou em Medianeira até? R – Eu fiquei até quando eu completei 20 ou 21 anos de idade, 71 a 91, 20 anos praticamente. Com 18 anos eu comecei a minha faculdade em Foz do Iguaçu... E/1 – É próximo? R – Foz do Iguaçu era 40 minutos, eu na verdade morava em Medianeira, trabalhava no interior de Medianeira no Banco do Brasil na época e eu trabalhava em um distrito que dava mais ou menos 20 minutos. Mas dava tempo de eu voltar até Medianeira, pegar um ônibus e ir até a faculdade, isso com tempo máximo, entre todo esse trajeto, de uma hora e quinze, uma hora e meia no máximo. Então eu ia até Foz do Iguaçu e voltava todo dia à noite, né? Para estudar. E/1 – E retomando um pouquinho, então você fez desde o início da sua, vamos dizer, carreira, você sempre quis fazer alguma coisa ligada a números, matemática, você falou que sempre se interessou por isso. R – Sempre me interessei. Meu objetivo na época era uma faculdade de matemática efetivamente, mas na região nós não dispúnhamos disso. Em Cascavel eu tive oportunidade de fazer faculdade de economia, que também era de interesse, mas acabei optando pela faculdade de ciências contábeis que tínhamos em Foz do Iguaçu è disposição. E o por quê de ciências contábeis, eu entendia que fazer administração ou economia, você seria um administrador, porém não teria nenhum conhecimento profundo, técnico, específico de alguma coisa, já com ciências contábeis eu também poderia ser um administrador, um economista, mas levaria algo mais que é algo bastante profundo em termos técnicos da contabilidade. E aí foi a minha decisão de começar o curso de ciências contábeis, adorei, gostei tanto que sempre quis dar continuidade e depois amadurecer isso profissionalmente. E/1 – Certo. Então vamos retomar um pouquinho a carreira profissional. Você disse que começou a trabalhar com 13 anos? R – Exato! E/1 – Então me conta um pouco. Até os seus pais não gostaram muito. R – É, não. Foram um pouco contra principalmente no momento em que eu decidi fazer o segundo grau à noite. Porém acabaram aceitando porque viram que não tinha jeito, eu queria aquilo, era algo de meu interesse e por outro lado ele percebiam a dedicação profissional também, então eu acho que eles aos poucos foram se convencendo de que, do meu interesse e que para mim era uma necessidade. Então eu comecei efetivamente no primeiro ano no clube da cidade, como auxiliar e fazia serviços gerais, tipo cobrança, entrega de carnês de mensalidade para os associados, atendimento ao público, elaboração de carteirinhas, enfim, tudo relacionado a isso. Mas eles se convenceram, né? Posteriormente, aí quando eu ingressei na faculdade, aí sim eu mudei de emprego, eu achei que eu precisava algo mais e acabei tendo a oportunidade de ingressar no Banco do Brasil, né? Então foi onde eu passei dois anos, até o momento em que eu saí da cidade, aí eu decidi mudar de rumo profissional, né? E/1 – Em que ano isso, Banco do Brasil? R – Em 91. Eu desculpa, eu comecei em 89, em 1989 e fiquei até 1991 no Banco do Brasil, dois anos e quando eu saí, escutei das diversas pessoas com quem eu trabalhava... Iriam sentir a falta, porque a dedicação que eu tive nesses dois anos sempre foi objeto de comentários e de reconhecimento interno. Sentiram, porém, entendiam que era um desafio para mim mudar de rumo na vida profissional. E/1 – No Banco do Brasil você fazia o que? R – Como auxiliar administrativo, mas eu tinha diversas funções. Quando estava trabalhando na área de atendimento ao público, você tinha desde elaboração de cadastro, abertura de contas, poupança, depósitos em outros fundos, desconto de títulos, enfim, você fazia de tudo. Teve algum momento que eu trabalhei mais internamente e aí foi na área de financiamento agrícola e aí efetivamente eram cálculos matemáticos de liquidação de dívida e aí era totalmente vinculado ao meu interesse, algo bastante... Com uma conexão muito grande à área financeira, né? E/1 – Enfim você estava na sua área mesmo. R – Exatamente, eu acho que daí a percepção de todos que trabalhavam comigo, no sentido de que seria uma perda quando eu decidi sair. E/1 – Quando você fez a faculdade e tal, você tinha alguma expectativa futura para a sua carreira? O que você gostaria de fazer, tinha uma... R – Olha, não tinha uma visão muito clara ainda não, eu sabia que eu gostava daquilo, queria me dedicar profissionalmente a algo ligado a aquela área e isso foi amadurecendo aos poucos e quando eu mudei de Medianeira para Curitiba, quando eu deixei o Banco do Brasil e aí em contato com pessoas da faculdade já em Curitiba, onde eu concluí o curso efetivamente, me falaram sobre auditoria, empresas de auditoria de grande porte, internacionais e aí eu fui despertando o interesse mais específico para essa área contábil, vinculada a demonstrações financeiras, informativos financeiros, processos dentro das companhias. E aí eu fui amadurecendo um pouco mais, mas no início, efetivamente eu não tinha uma visão clara do que eu gostaria para o meu futuro. E/1 – E aí, saindo do Banco do Brasil para alguma coisa melhor, né? R – A saída do Banco do Brasil foi o momento da mudança. Meu pai recebeu uma oportunidade de voltar para uma cidade próxima a Canoinhas, da onde ele tinha saído e ele já estava em um momento próximo a sua aposentadoria e decidiu voltar, aceitou esse desafio nessa cidade. É uma cidade bastante pequena, ele, não existia faculdade e foi quando eu optei, vou sair do Banco do Brasil, mas vou transferir minha faculdade para Curitiba. E eu transferir minha faculdade para Curitiba, onde eu concluí. E/1 – Ta. De Medianeras então você fez a faculdade... R – Eu fui para Curitiba. Mas foi em um momento em que meu pai mudou de cidade, né? E Curitiba por quê? Porque é uma cidade que fica à uma hora e meia de São Mateus do Sul, que é para onde meu pai foi. E/1 – Ta. E como foi sua chegada em Curitiba? O que você lembra? R – Olha, eu acho que o começo, adaptação foi bastante difícil por ter levado uma vida sempre em cidades pequenas, porém eu tinha o apoio de pessoas, amigos que tinham ido estudar antes em Curitiba. Então eu tive esse apoio, morei junto com dois irmãos que eram amigos de infância e eu acho que isso foi um facilitador. Por um outro lado foi um pouco difícil pelo ponto de vista profissional, eu tinha uma expectativa de que estando na faculdade e tendo experiência profissionais anteriores eu conseguiria uma colocação rapidamente, porém isso demorou, se estendeu... Não foi por muito tempo, mas algo como quatro ou cinco meses e eu estava acostumado ater uma vida profissional, deixei de ter isso e isso para mim foi um pouco difícil de conviver. Mas esse foi um período de março a junho, em junho eu já tinha a posição de que eu estaria sendo contratado na Price Water House Coopers, Price Water House ainda e aí então já começou a voltar um ritmo normal e aí isso facilitou a minha adaptação a uma cidade grande. E/1 – Como surgiu a Price Water House nesse momento? R – Olha, foi uma divulgação feita na faculdade, onde eles buscavam, normalmente em meados de cada ano, profissionais para começar atuando como treine e desenvolver toda a carreira dentro da Price, né? E o interesse por isso, por ser uma empresa especializada em auditoria, demonstrações financeiras, contábeis, trabalhar com empresas de grande porte. E isso me motivou, o processo de seleção em si começou em abril, maio de 91, se estendeu até final de junho e foram diversas fases com um volume enorme de candidatos dos quais no final acabaram sendo selecionados apenas dez e eu estava entre eles, graças a Deus. E/1 – Certo. E quanto tempo você ficou lá? R – Na Price eu fiquei até vir para o Grupo Votorantin, na verdade. Tive todo o desenvolvimento da minha carreira, desde treine, até senior menager, que é a posição da qual eu saí e vim para assumir a posição que eu estou atualmente no Grupo Votorantin. E/1 – Então vamos lá, chegamos ao Grupo Votorantin. Me conta um pouco a sua entrada na Votorantim, qual era a sua visão antes de entrar? Me fala um pouco dessa transição, desse desafio aí. E/2 – Nisso você muda para São Paulo? R – Isso, na verdade foi um pouco antes, eu ainda quando estava na Price, só recapitulando um pouquinho, eu comecei em 91, eu, desde o início da minha carreira na Price eu tive um desenvolvimento muito rápido e com fedbacks extremamente positivos e tracei um plano de carreira dentro da Price, dentre eles era a minha mudança para São Paulo, porque a Price em Curitiba, né? O escritório muito pequeno com entre 30 e 40 profissionais. Já em São Paulo nós tínhamos naquela época algo como 1500 profissionais. Então para fazer carreira efetivamente eu decidi desde o início que eu viria para São Paulo e acabei vindo ainda como auditor sênior para São Paulo em 1996. E foi quando eu casei. Casei para poder trazer a esposa e aí eu fiz na Price toda a minha carreira gerencial: supervisor de auditoria, gerente de auditoria e gerente sênior, né? E até o momento em que eu decidi mudar de rumo profissional, né? E aí eu queria novos desafios e comecei a olhar o mercado e discutindo internamente com a Price uma possibilidade de sair e mudar de desafio, né? De objetivos, enfim. E dentre as procuras e os diversos contatos que eu tive no mercado, Votorantim foi o último deles, na verdade, eu já tinha até praticamente fechado com uma outra empresa, uma posição. Eu diria, similar a que eu tenho hoje no Grupo Votorantim, mas Votorantim entrou por acaso no meu caminho, eu acho que esse acaso foi... Hoje eu fico grato a ele, mas foi quando minha saída da Price foi anunciada para os sócios da Price, o sócio da Price que atendia o Grupo Votorantin tinha há poucos dias tido uma reunião com o Marcelo Martins, que é o nosso atual _____, ele estava assumindo a posição há alguns meses apenas e estava montando o time corporativo em função da criação do centro de serviços compartilhados do Grupo, que levou toda a estrutura financeira da Votorantim cimentos. Então o Marcelo assumiu a função de _____, porém com um time bastante pequeno e ele tinha que construir um time corporativo, principalmente na área de controladoria e tinha comentado com esse sócio da Price essa necessidade. Esse sócio, sabendo da minha saída, me chamou e queria saber se eu teria interesse e aí eu coloquei a minha situação: Na verdade eu já estava saindo para ir para uma outra empresa, estava apenas acertando alguns detalhes, mas eu falei: “Olha, eu gostaria”, até pelo nome Votorantin, pelas informações que a gente sabe, conhece pela mídia. Eu nunca, apesar de Votorantin ser uma cliente da Price, eu nunca tinha participado dos trabalhos, mas no mundo profissional a gente sabia o que era o grupo Votorantin. Eu falei: “Olha, vou olhar” e foi quando me colocaram em contato com o Marcelo Martins e a partir daí eu comecei a seguir as entrevistas e desde o início eu coloquei: “Olha, mas eu estou em um outro processo, então se efetivamente a Votorantim tiver interesse no meu perfil profissional, enfim, na minha pessoa, nós teríamos que correr com esse processo” e esse processo evoluiu muito rapidamente. Eu fiz entrevistas com Marcelo Martins, que estava há poucos meses na função, como o Maurício Luquete, que estava há alguns dias, eu acho que nem meses, na Votorantim cimentos, ele estava há um ano no grupo, porém na Votorantim participações, ainda e com o Fernando Lima. Quando o Fernando Lima, que era o diretor de RH naquele momento, me entrevistou, no final da entrevista ele me entregou uma carta oferta a qual eu acabei aceitando e desisti da outra proposta que eu tinha e pela qual eu tinha decidido sair da Price. Eu acho que a Votorantim entrou no momento certo na minha vida, eu tive um contato no momento certo e acabou vingando na verdade, acabei vindo para o Grupo Votorantim em maio de 2004. E/1 – Ta. E você falou: “É claro que me interessou pelo nome Votorantin”. O que significava isso para você? R – Eu acho que em termos de mídia, a imagem que o grupo sempre transmitiu foi de uma empresa séria, conduzida sempre, ou tendo no comando as pessoas da família e que transmitem para o público uma imagem muito boa e essa percepção o público tem de que é uma corporação onde você tem possibilidades, oportunidades, é uma corporação que se dedica à criação e desenvolvimento de profissionais de produção, de processos produtivos, tem um desafio muito forte, sempre teve, de crescer nos negócios em que atua, eu acho que essa é a imagem que eu tinha e que me levou obviamente a decidir pelo grupo, principalmente pelo momento que ele estava vivendo de profissionalização, momento de desafio estratégico de crescimento, de internacionalização, acho que esses foram os principais fatores que me motivaram a tomar a decisão de vir para o grupo. E/1 – Ta. E me fala um pouquinho o que foi essa mudança de estratégia. Como você viu isso? Mudança estratégica, profissionalização do grupo, você estava chegando, tinham várias pessoas jovens também, com pouco tempo de casa. Como foi a montagem dessa equipe e essa estruturação? Me conta um pouco sobre isso. R – No começo acho que eu tive dois desafios. Primeiro era o desafio da corporação, né? Que estava vivendo um momento de mudança, a estratégia de internacionalização, a estratégia de profissionalização que já vinha ocorrendo dentro do grupo. Mas eu tive também o desafio de passar para o outro lado da mesa, né? Eu estava acostumado com uma vida profissional de auditoria, onde você está do outro lado, você está na visão de revisor, de identificador de processos e não de executor, ou seja, então eu tive esse desafio de mudar para o outro lado da mesa e ter a responsabilidade de fazer os processos acontecerem, fazer as mudanças acontecerem, executar isso, porque era bastante diferente do desafio que eu tinha anteriormente. Então eu tive esses dois desafios. Do ponto de vista profissional, o momento que o grupo estava vivendo, internacionalização, compras de empresas no exterior, o crescimento buscado, seja ele orgânico ou via aquisições, extremamente motivador, difícil, trabalhoso, mas à medida que a gente vai participando e compartilhando essa mudança, para a gente é muito gratificante, que aí a experiência profissional que isso nos dá só pode engrandecer qualquer profissional que tenha participado. E/1 – Acontece também o crescimento desse profissional junto com o crescimento do grupo? R – Com certeza. Obviamente esse crescimento é a geração de oportunidades, conhecimento, agregar para grupo, enfim, tudo isso é o que você tem quando se vive um momento como o que o grupo está vivendo, principalmente na unidade que eu estou, que é a Votorantim cimentos, que está passando por uma internacionalização muito grande, tem desafios extremamente importantes aí pela frente. E/1 – Conta um pouco para agente sobre a internacionalização do grupo. Faz um panoraminha aí para gente entender um pouco. R – Olha, eu posso dizer principalmente da Votorantim cimentos, eu acho que foi a pioneira em termos de internacionalização, ela teve uma aquisição bastante importante no ano de 2001, que foi a Sentris com ________ no Canadá, porém com operações na região dos grandes lagos e tanto n lado canadense como no lado americano. Esse foi o início em um segundo momento em 2003 a criação de uma ________________ com um parceiro local nos Estados Unidos, na região da Flórida, onde construímos em conjunto uma fábrica de cimentos, a Suani(?), que hoje já amadureceu e nós estendemos essa _________________ na Flórida para a operação de concreto com a família dos mesmos parceiros que nós tivemos no início da nossa operação lá, isso em 2003. No ano de 2005, na região dos grandes lagos, agente praticamente consolidou a nossa posição de líderes naquele mercado com a aquisição de duas fábricas da Semex(?), a fábrica de Dixon e a fábrica de Charlevoart(?), no lado americano, onde para nós teve um ganho bastante importante e principalmente a liderança no mercado dos Grandes Lagos. Esse foi o processo de internacionalização, a gente continua buscando e olhando novas potenciais aquisições, assim como o crescimento orgânico que pode ocorrer, principalmente na região da Flórida. E/1 – O que significou essa internacionalização, para o grupo, para a indústria brasileira, para a indústria cimenteira? R – Acho que para o grupo é um pouco da visão de diversificação, do portfólio de diversificação de risco, você ter ativos operando efetivamente fora do país, isso nós deixamos de ter uma concentração do risco no Brasil que era o que o grupo tinha, então você passa a diversificar o risco tendo operações lá fora e no negócio de cimentos isso significa também você não ter um potencial de crescimento no Brasil, face aos órgão reguladores do mercado, nós somos líderes, nos temos mais de 40% de __________ no Brasil e saindo do país a gente pode crescer efetivamente, pode estender e trazer um ganho potencial que o grupo tem. E/1 – Ta. E o que você acredita, nesse período que você está... Você entrou em 2004? Quais foram os grandes avanços da Votorantim cimentos nesse período? R – Eu vejo... Eu acho que dois grandes avanços. Um do ponto de vista da estrutura da Votorantim cimentos. Nós tivemos diversas mudanças na estrutura corporativa, com mudanças de responsabilidades, mudanças de pessoas, mudanças de equipes e óbvio que todas essas mudanças eu vejo com bons olhos, elas foram sempre com uma visão de buscar melhorias e buscar atingir os objetivos que foram definidos conjuntamente com os acionistas. E por outra do as mudanças do próprio crescimento da empresa, ela teve um crescimento bastante importante nos últimos anos, não foi loca, mas sim com a internacionalização. E/1 – E quais os grandes aprendizados nesse período, para você profissionalmente? R – Profissionalmente foi primeiro aprender a viver do outro lado da mesa, eu acho que isso foi extremamente importante e passar a participar das decisões da companhia, que é diferente de quando da função que eu exercia, então hoje você tem que compartilhar com a gestão as decisões, avaliar os riscos, compartilhá-los e tomar as decisões efetivamente, eu acho que esse foi um grande desafio que eu enfrentei e acho que isso é uma conquista, hoje eu consegui me encaixar nesse grupo e ter conhecimento que a gente está tomando as decisões no rumo certo, visa a visa a estratégia definida. E/1 – Vamos falar um pouquinho do se dia a dia, né? Do seu cargo, da sua função na Votorantim cimentos e também de como é você cuidar de tudo isso aos 35 anos, tão jovem, me fala um pouco sobre isso. R – Olha, apesar da juventude, eu tenho praticamente aí, já, desde o meu início, 20 anos de vida profissional, eu acho que no mínimo eu trago essa bagagem e isso é bastante válido quando agente está e uma posição como a minha... Eu me perdi. E/1 – Não tem problema. Como é você cuidar desse, a sua função... R – Na minha função, na Votorantim cimentos nós temos na minha função primeiro: a coordenação das atividades de controladoria dos negócios que estão no Brasil, dentro da nossa unidade de negócio, que é a Votorantim cimentos, por outro lado nós temos a função de coordenar com as unidades no exterior todas essas atividades de controladoria também e esse é um desafio bastante importante. Além disso, no meu dia a dia, nós temos uma coordenação muito importante hoje com o centro de serviços compartilhados que foi criado pelo grupo e a base dele foi toda a estrutura financeira da Votorantim cimentos. Então hoje, dentro do grupo Votorantin, quem utiliza em uma intensidade muito maior esse centro de serviços compartilhados é a Votorantim cimentos, então a nossa estrutura corporativa é bastante enxuta com um papel muito importante de gestão e de suporte à alta gestão da empresa, à diretoria, que agente tem. E também de reporte aos acionistas da Votorantim industrial. E/1 – Cássio, o que é o Centro de Serviços Compartilhados? Explica um pouquinho para agente. R – O Centro de Serviços Compartilhados, ele foi criado em 2002, 2003 e em 2004 foi quando começou a consolidação com as demais unidades do grupo. O Centro, ele contempla todas as atividades de backoffice, ou seja, atividades que são comuns a todas as empresas e cujo os processos podem ser similares e a gente ter um ganho de produtividade com eles. Então ele considerou as áreas contábeis, de tesouraria, contas a receber, contas a pagar, apuração de custos, área de escrita fiscal e a área de reportes gerenciais, enfim, contábeis e financeiros. Esse centro de serviços foi com base na estrutura financeira da Votorantim cimentos, ele está baseado em Curitiba, hoje quem lidera esse Centro de Serviços Compartilhados é Luiz Caruso, que é o gerente geral deste Centro e que se reporta à diretoria de finanças corporativas da Votorantim industrial. Então esse é o escopo. E em 2004, tendo iniciado com a Votorantim cimentos, foi quando as demais empresas começaram a migrar e utilizar esse Centro de Serviços Compartilhados, começando com a Votorantim agro-indústria, ou seja, a Citrovita, ela passou esses processos para esse Centro, depois a Votorantim química, que também passou esses processos para o Centro de Serviços Compartilhados e na seqüência foi a Votorantim metais que também passou. Porém, para essas empresas que não a Votorantim cimentos, o escôo é um pouco diferente da Votorantim cimentos, até porque a Votorantim cimentos é quem começou, então ela está em uma fase mais avançada do que as demais unidades de negócios, mas o grupo pretende contemplar ainda dentro desse Centro a Votorantin celulose e papel e em um futuro a CBA. E/1 – E o nome do seu cargo é gerente? R – Gerente geral de controladoria. E/1 – De controladoria. Existe uma acessória, uma consultoria diretamente feita com a diretoria? Como que é isso? R – Olha, nosso papel principal é suportar a diretoria financeira e as demais diretorias dos negócios em relação as informações financeiras, os resultados, desempenho dos negócios e é como se fosse a prestação de contas de cada mês sobre que cada negócio está desempenhando, assim como reportar essas mesmas informações e garantir a qualidade dessas informações para os acionistas, aí sim à Votorantim industrial e os acionistas. E/1 – E você trabalha com todas as unidades da VC? R – Sim, corporativamente, dentro da diretoria financeira, que é o Marcelo Martins a quem eu me reporto, nós respondemos pelas atividades de controladoria de toda a Votorantim cimentos, incluindo todos os negócios no Brasil, cimento, concreto, agregados e os demais negócios associados ao cimento, assim como as nossas unidades de fora. Nós hoje temos duas grandes operações, na Flórida e na região dos Grandes Lagos, nós consolidamos as informações que são reportadas por essas unidades para o Brasil, para a diretoria da Votorantin cimentos e no momento seguinte obviamente nós temos que reportar consolidado da unidade Votorantim cimentos para a Votorantim industrial, então nós, dentro do nosso escopo, é um negócio da Votorantim cimentos, considerando todos os sub-negócios, as subdivisões e os países onde a gente opera. E/1 – E existe uma integração entre as unidades? Como funciona isso? R – lha, hoje, dentro do Grupo Votorantin, nós temos um sistema de gestão que preserva através de seus diversos pilares, que ó o SGV, onde nós temos oportunidades de formar grupos para desenvolver idéias, desenvolver oportunidades e ter essa interação com todas as unidades do grupo, assim como existe um outro projeto que é do Grupo Votorantim, o projeto integra que também tem um papel de integrar todas as unidades de negócio, né? D grupo. E aí não estamos falando especificamente da Votorantin cimentos e sim Votorantim cimentos com Votorantin papel e celulose, CBA, Votorantim metais, agro-indústria, enfim, todas as unidades de negócios do Grupo Votorantin. E/1 – Ta. E o SGV, fala um pouquinho sobre ele, o que significa a sigla. R – Bom, SGV é o Sistema de Gestão Votorantim, ele está estruturado em vários pilares, como finanças, operações, gestão de desempenho e planejamento estratégico, ou seja, são diversos pilares e dentro desses pilares existem grupos de trabalho, grupos temáticos, são assim denominados e que estudam temas específicos de oportunidades que o grupo ode ter, como buscar a sinergia entre os negócios, buscar a integração entre os negócios, buscar a uniformização de processos entre os negócios, esse é o objetivo desse Sistema de Gestão Votorantim. E/1 – Me fala uma coisa Cássio, como... Que critérios são usados para analisar resultados positivos obtidos por uma unidade ou por outra, como é feito isso? R – Olha, o grupo adotou já a partir de 99, se não me falha a memória, não estava aqui ainda, o GVA. O GVA é um sistema desenvolvido para o grupo com diversos indicadores de performance onde as unidades devem reportar nesse modelo o seu desempenho. Esse sistema demonstra qual é a rentabilidade de cada negócio, comparativamente ao seu orçamento, comparativamente ao resultado de desempenho de anos anteriores, você tem condições de comparar melhores performances com a performance atual, enfim, é um sistema que permite você mostrar a rentabilidade de cada negócio e é dessa forma que as unidades reportam-se hoje aos acionistas. E/1 – Como você concilia as diferenças entre as diferentes unidades? Como é feito isso? R – Olha, esse grupo do SGV tem uma papel bastante importante de tentar uniformizar os processos e as práticas das unidades, eu acho que o grupo já avançou bastante, teve ganhos extremamente relevantes e agente ainda tem muita coisa a buscar. Eu acho que com o projeto “integra” existe um ganho que a gente vai ter muito grande, várias unidades já implementaram, outras como a Votorantim cimentos estão em processo de implementação, então nós devemos ter no início de 2007 a implantação do projeto “integra” e isso na verdade é um sistema integrado de informações que é o SAP, isso deve ocorrer ainda neste ano também para a Votorantin celulose e papel e para a CBA, a Votorantim cimentos concluiu no início de 2007 e a partir daí faltará apenas, se não me falha a memória, a Votorantim química e que com isso grupo terá consolidado a plataforma de informação, de sistemas integrados de informações e isso e um grande passo, um grande avanço para uma uniformização e que visa eliminar as diferenças de procedimentos, de processos e de critérios e esse é um ganho fantástico que vem de um dos pilares do SGV. E/1 – Certo. E Cássio, como é o dia a dia de um gerente geral de controladoria? R – Olha, bastante corrido, mas eu costumo dizer: “Eu não conseguiria viver em um mundo mais rotineiro”. Eu acho que você tem que ter desafios e é isso que nos motiva a estar na função. Mas é efetivamente muito corrida, uma agenda bastante atribulada, normalmente a gente não tem domínio da nossa agenda em função das questões que vão surgindo. Eu costumo dizer que o nosso _______ você inicia com um, no final do dia você em aquele mesmo e mais um complemento para começar dia seguinte. Uma gestão de... Uma administração de pendências e prioridades, e acho que esse é o papel em termos profissionais que nós temos que ter isso em mente para nós podermos administrar a nossa agenda, então a priorização dos assuntos é um fator fundamental, você saber efetivamente aonde você deve estar focado quase são os projetos principais, os desafios mais importantes para que você possa priorizar a suas atividades. E sem contar que você tem que ter uma equipe que te suporte para que você possa... É difícil imaginar que a gente consegue sozinho dar conta de tudo, então você tem que ter uma equipe que e suporte e que esteja capacitada tecnicamente, profissionalmente para te suportar na administração das atividades, né? E/1 – Como funciona a sua área em relação a essa equipe, como é? Você tem uma pessoa em cada grupo, em cada unidade, como é que funciona? Me conta um pouco do seu trabalho da sua área. R – Ela em uma dependência e um vínculo muito grande com o Centro de Serviços Compartilhados. Dentro da gestão de controladoria, respondendo pelos resultados desempenhados dos negócios, eles advém da contabilidade, da área financeira, da área de custos, da área fiscal e tudo isso, a execução desses processos dentro da VC ocorre no Centro de Serviços Compartilhados, então eu tenho um papel muito grande de interface com esse Centro de Serviços. E corporativamente a nossa função é muito mais de revisão, de garantia que as informações estão sendo adequadas e com uma acuracidade que a gente considere OK. Nesse sentido eu tenho uma equipe pequena, nós temos dentro da controladoria corporativa apenas três profissionais que olham gestão de desempenho econômico, resultado econômico, resultado contábil, demonstrações financeiras e eu tenho três pessoas que se dedicam à área de gestão tributária e planejamento tributário, isso dentro da controladoria corporativa. Porém, todas essas pessoas do meu time tem um vínculo muito grande com o Centro de Serviços Compartilhados porque as execuções dessas atividades ocorrem lá, porém a gestão, decisão ocorre corporativamente na minha equipe, com a minha equipe. E/1 – Nesse dois anos de Votorantim, tem algum caso, alguma coisa que você se lembre que você gostaria de contar? Lembra do seu primeiro dia? Como foi? R – Olha, no meu primeiro dia foi interessante porque eu não tinha equipe. Eu comecei sem equipe nenhuma e acho que assim como o nosso atual diretor, o Marcelo, começou, ele também não tinha ninguém de controladoria e eu vim justamente com o desafio de ajudá-lo a montar uma estrutura de controladoria corporativa. No início nós entendamos que o Centro de Serviços Compartilhados suprir essas necessidades praticamente na sua totalidade, mas aos poucos nós fomos percebendo que existiam bolas divididas que nós precisávamos arredondar e com isso nós redimensionamos as necessidades e nós chegamos em um desenho da estrutura atual que a gente tem. Nós não prevemos nessa estrutura atual uma ramificação ou má capilarização para as nossas unidades fabris, nossa dimensão é bastante grande, nós temos operações em praticamente todos os estados do país, nós temos fábricas de cimentos, fábricas ou minas de agregados, fábricas de argamassa, ao todo mais de 30 sites dentro da Votorantim cimentos, isso na operação que nós denominamos de cimento. Adicionando-se a isso, as operações da Engemix, a qual possui hoje mais de 100 sites de concreto, de centrais de concreto para prestação de serviços de concretagem. Além disso, nós temos uma área dentro da diretoria financeira que é uma área de orçamento e gestão de desempenho. Essa área sim, ela tem uma visão muito mais detalhada, olhando o resultado das fábricas, acompanhamento dos centros de custos, do resultado de cada centro de custo, de cada diretoria. Já na controladoria a nossa visa é muito mais o consolidado dos negócios, consolidado da empresa, uma visão mais global, muito mais genérica do todo, né? E a consolidação com as nossas unidades de fora e de algumas participações estratégicas que a gente tem. E/1 – Na sua opinião, qual é a importância da Votorantim para a história da indústria brasileira e para a indústria cimenteira? R – Eu acho que para a indústria cimenteira é pioneira, então tem aí o ator de ter iniciado praticamente o desenvolvimento desse negócio no Brasil, sempre foi líder e eu acho que isso é o reconhecimento que hoje o grupo tem. Então a importância da Votorantim cimentos, no mercado ela é vista como líder, como uma empresa que produz um produto de alta qualidade, que faz com que o consumidor esteja disposto a pagar algo mais para ter o nosso produto e essa imagem foi conquistada, eu acho que tem o grande mérito da família, Ermírio de Moraes, que conduziu o crescimento do negócio no país e transmitiu adequadamente para o público a imagem de uma empresa empreendedora e com o desafio de gerar o desenvolvimento da sua operação, mas olhando também para as comunidades, para o país, para o desenvolvimento do país, eu acho que essa imagem as pessoas de fora te do grupo e reconhece no grupo, hoje é um dos maiores grupos privados do país e eu acho que o grande mérito disso tudo está na própria família, que é quem construiu o alicerce para esse crescimento que a gente hoje ainda tem pela frente e que o que foi feito até então. E/1 – Sobre os valores da Votorantim, solidez, empreendedorismo, responsabilidade, ética, união. Você sente isso presente do seu dia a dia, no da a dia da sua equipe? R – Eu acho que isso é presente primeiro porque nós temos dentro do grupo pessoas que passaram toda a sua vida profissional e eu acho que trazem isso e conseguem transmitir esses valores. Segundo os próprios acionistas, a dedicação deles, o como eles conduziram os negócios desde o seu início... Traduzem para quem está dentro da companhia ou para quem está fora esses valores que estão expressos nessas cinco letrinhas que é o ____. E/1 – Você conhece as ações da Votorantim junto à comunidade? Se recorda de alguma? R – Olha, a Votorantim cimentos ela participa de ações comunitárias em praticamente todas as cidades que ela tem operações, desde participações em escolas, creches, incentivos a cultura, educação ao esporte, ao lazer, tem diversas ações, na Votorantim cimentos nós temos vivido bastante intensamente isso. Eu posso citar alguns exemplos, mas vai desde restauração de uma igreja em uma comunidade onde a gente construiu uma usina hidroelétrica e recordo-me recentemente de Pedra d Cavalo, onde nós tivemos um papel bastante importante junto à comunidade, assim como as escolas criadas para que os profissionais possam colocar os seus filhos, que possam garantir o desenvolvimento, não só dos filhos dos funcionários, como da própria comunidade. E/1 – E Cássio, mudanças? Quais as mudanças, as principais mudanças desses dois anos e que, assim, a sua expectativa para o futuro? R – Como mudanças, eu acho que eu mencionei, o grupo tem, já há alguns anos, definido uma meta de triplicar de tamanho, né? E nós já passamos aí, eu diria que nós já estamos no meio do caminho, eu acho que a gente já avançou muito e todas as unidades de negócio, nos últimos anos nós tivemos grande aquisições em todas as unidades de negócio, nós tivemos na Votorantim cimentos aquisições importantes, nós tivemos na Votorantim metais aquisições extremamente importantes, saindo fora do país, mostrando a cara no exterior, mostrando que uma empresa brasileira pode agregar sim em um mundo competitivo e já desenvolvido como Estados Unidos, Canadá e hoje eu creio que os profissionais que estão nesses países reconhecem os valores e a agregação que o Grupo Votorantin pode contribuir para o desenvolvimento das nossas unidades lá foras. Eu acho que essas mudanças que o grupo vem passando são extremamente desafiadoras e geram oportunidades profissionais muito grandes para quem está aqui dentro. E/1 – E os seus desafios para o futuro, quais são? Profissionais, pessoais, dentro da empresa? E/2 – Você tem filhos? Falou que era casado. R – Eu sou casado, eu tenho dois filhos, eu acho que, primeiro, a gente sempre pensa em um futuro melhor, no bem estar da família, na qualidade de vida para a família. Eu acho que o que eu busco no lado pessoal é isso, mas você precisa do lado profissional para poder garantir essa qualidade de vida pessoal e esse futuro para o seu lado pessoal. E do lado profissional eu acho que dentro do Grupo Votorantin essas mudanças, esses potenciais de crescimento me motivam muito a buscar crescimento internamente no grupo. Pode não ser na Votorantim cimentos, mas pode ser em uma outra unidade de negócio e hoje isso é possível face a essa integração que o grupo vem propiciando entre os diversos negócios, né? Isso e algo extremamente motivador e que eu busco para o meu desenvolvimento profissional e a minha perpetuação dentro do Grupo Votorantin. E/1 – E você conhecia já o projeto memória Votorantim? Esse nosso projeto? R – Olha, vim a conhecer a partir do contato que efetivamente foi feito comigo e a partir de então eu comecei... E não sabia do projeto, efetivamente, mas vim a conhecer e achei extremamente fantástico, uma idéia brilhante e o convite de poder participar dessa entrevista me deixa bastante orgulhoso de ver que eu tenho algo a contribuir, a demonstrar para o grupo ou para as pessoas que vão ter acesso a isso, as mudanças que o grupo vem fazendo. E/1 – Você entrou no portal, chegou a ver o portal? R – Eu entrei no portal, eu vi algumas entrevistas, eu li algumas entrevistas, algumas reportagens, esse foi o contato que eu tive. E/1 – Ta. E você tem alguma sugestão, alguma maneira da gente... O que agente poderia interagir na sua unidade, na sua... R – Eu acho que poderia ser divulgado mais, eu, como eu falei, eu não conhecia, eu acho que talvez a gente deveria ter uma campanha de divulgação, não sei se isso foi feito no passado, estou a pouco tempo no grupo, mas se isso for feito talvez... Reavivar isso, né? Reavivar essa memória. Na Votorantim cimentos isso ocorreu recentemente quando a Votorantim cimentos completou 70 anos de vida, isso voltou um pouco à tona, onde buscou-se as opiniões, entrevistas, comentários das pessoas que passaram pelas diversas décadas, fases que a Votorantim cimentos viveu, mas eu acho que a memória, o projeto memória Votorantim talvez precisasse reavivar ou ser revitalizado na memória de todos os que estão dentro do grupo. E/1 – E se você fosse deixar uma mensagem para a VC, para os 70 anos da VC, o que você falaria? R – Olha, muito sucesso nos desafios que a gente tem pela frente, e fico muito contente de poder compartilhar e participar desses desafios. Eu acho que nós temos um grande futuro pela frente. E/1 – O que você achou de dar o depoimento? R – Excelente. Eu acho que poder contribuir com as ações que o grupo vem fazendo com as ações e os projetos específicos, agente deve despender um certo tempo, a nossa agenda é conturbada, mas e não consigo me recusar de algo que agente pode contribuir para os projetos do grupo. E/1 – Então em nome d memória Votorantim e do Museu da Pessoa, a gente queria agradecer a sua participação. Foi ótimo, muito obrigada. R – Obrigado.
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