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Personagem: Shinji Yonamine
Por: Museu da Pessoa,

A comunidade Okinawana

Esta história contém:

A comunidade Okinawana

Da parte da minha mãe, a família veio para o Brasil em 1917, mas eu não sei o motivo nem o que ele fazia. Da parte do meu pai, o meu avô tinha dois veleiros. Um dia ele foi transportar uma tora de madeira para a reforma do castelo imperial Shurijo, em Okinawa, e trincou o barco. O outro, o furacão que passou por Okinawa jogou o barco entre as pedras e sofreu avarias. Nesse período veio um parente de nome Nakamoto, com os filhos já trabalhando no Brasil e falou: “é melhor vocês virem para o Brasil”. Como o irmão dele, o segundo, havia ido para o Peru, ele resolveu vir para o Brasil, isso em 1934. Vieram para o interior de São Paulo, mas com o desbravamento de matas e tudo mais, dava muita malária, que o japonês fala mareta, mareta. E o meu avô com seis anos de permanência no Brasil veio a falecer. Na ocasião, o meu pai estava com 19 anos já e oito irmãos, sendo que quando eles vieram, eram em cinco. Meu pai e mais dois irmãos e duas tias minhas. Posteriormente nasceram mais três aqui no Brasil. No interior de São Paulo, em Borborema, nesses locais aí. No final se estabeleceram em Araçatuba. Isso porque em 1950 meu pai plantava algodão e nessa ocasião morriam muitos agricultores japoneses por causa do veneno. Como o irmão da minha mãe era médico, aliás ele era um dos primeiros formados em medicina na colônia japonesa, que se formou em 1939, ele comentava que caso caísse com intoxicação por veneno, para salvar a vida tinha que tirar o sangue. E meu pai misturando o veneno; ele aspirou o veneno e veio a perder o sentido. Ele veio carregado. Minha mãe tirou umas três ampolas de sangue e salvou ele, só que ele não conseguia mas sentir o cheiro do veneno, nem comer comida gordurosa. Enfim. Toda a família mudou para Araçatuba. Posteriormente ele vendeu essa propriedade, que hoje é a prefeitura e delegacia da cidade. Tanto é que a rua que é a saída da prefeitura de Araçatuba era a porteira do sito de casa, e atrás da...

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Dados de acervo

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P/1 – Vou pedir para você falar o seu nome completo, data e local de nascimento.

R – Meu nome é Shinji Yonamine. Nasci dia 17 de julho de 1950 na cidade de Aracatuba – São Paulo.

P/1 – Os seus pais são de Araçatuba?

R – Não. Meu pai veio para o Brasil em 1934, com 13 anos.Minha mãe sim, é nascida em Três Lagoas, no Rio Grande do Sul.

P/1 – Seu pai veio da onde?

R – Tanto a minha família paterna quanto materna são de Okinawa, no Japão.

P/1 – Seu pai e seus avós maternos nasceram em Okinawa, é isso?

R – Isso mesmo. Minha mãe é Brasileira.

P/1 – E você sabe o que os seus avós faziam em Okinawa?

R – O meu avô materno acredito que era da cavalaria no Japão. Da parte do meu pai, o meu avo tinha um navio de transporte, um veleiro, que transportava carvão.

P/1 – Os seus avôs paternos foi quem veio para o Brasil, ou apenas o seu pai?

R – Meus avós que vieram.

P/1 – Em que ano?

R – Da parte da minha mãe, vieram em 1917, mas eu não sei o motivo nem o que ele fazia. Da parte do meu pai, o meu avô tinha dois veleiros. Um dia ele foi transportar uma tora de madeira para a reforma do castelo imperial Shurijo, em Okinawa, e trincou o barco. O outro, o furacão que passou por Okinawa jogou o barco entre as pedras e sofreu avarias. Nesse período veio um parente de nome Nakamoto, com os filhos já trabalhando no Brasil e falou: “é melhor vocês virem para o Brasil”. Como o irmão dele, o segundo, havia ido para o Peru, ele resolveu vir para o Brasil, isso em 1934. Vieram para o interior de São Paulo, mas com o desbravamento de matas e tudo mais, dava muita malária, que o japonês fala mareta, mareta. E o meu avô com seis anos de permanência no Brasil veio a falecer. Na ocasião, o meu pai estava com 19 anos já e oito irmãos, sendo que quando eles vieram, eram em cinco. Meu pai e mais dois irmãos e duas tias minhas. Posteriormente nasceram mais três aqui no Brasil

P/1 – Tudo isso em qual cidade?

R – No...

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