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Por: Museu da Pessoa,

Sabendo gritar pelos seus direitos

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Sabendo gritar pelos seus direitos

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“Meu pai não conheci; minha mãe veio do Maranhão, nasceu lá, mas veio pra cá com seis anos de idade. Minha mãe teve o primeiro filho com 14 anos, a minha irmã mais velha, Samanta. Logo depois ela me teve, mas ela abandonou a gente; foi embora. Fiquei vivendo com a minha avó e com minha outra tia que me criou até os nove anos. Aí foi quando a minha mãe reapareceu, pegou um quartinho pra morar e me levou pra morar com ela. Minha irmã teve filho com 13 anos, aí foi embora, sumiu também. Aí fiquei cuidando do filho dela. Eu era uma criança; mas eu cuidei de mim, do meu irmão. Mais tarde minha irmã reapareceu; aí ficou com a gente lá, ajudou o quanto podia. Depois ela casou, foi morar sozinha e eu com a minha mãe. Nessa época, uma vez que minha mãe chegou, eu não tinha feito nada em casa pra ajudar e ela me deu uma surra. Aí cheguei na Escola toda marcada. Nesse dia era aula de Educação Física; aí tinha que botar um shortinho de lycra, uma blusinha e a blusa da Escola por cima. E eu não queria me trocar porque eu tava toda marcada. A professora viu, perguntou o que havia acontecido: 'Minha mãe me bateu'. Ela disse que ia ligar pro conselho tutelar. Cheguei em casa e disse pra minha mãe que ela ia perder a minha guarda. Ela ficou brava “Como que você foi fazer fofoca lá?” Eu falei: “Eu te ajudo pra caramba com criança e tudo, e você precisa de mim. Eu dependo da senhora, mas você precisa de mim também. E você ainda me bate?” Ela começou a chorar, foi na Escola, conversou com a professora, nunca mais encostou a mão. Foi ela que me falou desse projeto que ia começar, com mulheres. Eram vinte e cinco, no começo, mas foi baixando. Acabou com sete. Era pra montar um empreendimento e davam capacitação. A reunião só era à noite, então às vezes as mulheres tinham sua família, seus filhos, era muito difícil ir. Dessas reuniões, decidimos abrir o Favela Point, que era um três em um: bar,...

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Projeto: Mulheres Empreendedoras Chevron

Depoimento de Lidiane de Sena Mendes

Entrevistada por Rosana Miziara

Local: Rio de Janeiro - RJ

Data: 22 de maio de 2012

Realização: Museu da Pessoa

Código da entrevista: MEC_HV034

Transcrito por Marcia Fernandes / MW Transcrições (Mariana Wolff)

Revisado por Grazielle Pellicel

P - Rosana Miziara

R - Lidiane de Sena Mendes

P/1 – Lidiane, você pode começar falando o seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Meu nome é Lidiane de Sena Mendes, moro na Ladeira do Barroso, no Rio de Janeiro (RJ). Tenho 20 anos; nasci no dia 11 de fevereiro de 1992.

P/1 – Aonde você nasceu? Não, mas Estado, que Cidade?

R – No Rio de Janeiro.

P/1 – Em que cidade, Rio de Janeiro?

R – Rio de Janeiro.

P/1 – Seus pais são do Rio de Janeiro?

R – Sim. Meu pai, não conheci. Minha mãe veio do Maranhão, nasceu lá, mas veio pra cá com seis anos de idade. Aí começou aqui; minha avó não tinha como criar ela lá, mandou ela pra uns parentes, pra ela ficar aqui. No caso, os parentes moravam na Central. Aí ficou até, minha mãe teve o primeiro filho com 14 anos, a minha irmã mais velha, Samanta. Logo depois, ela me teve. Mas ela abandonou a gente, foi embora. Abandonou e eu fiquei vivendo. Minha avó veio, trouxe o resto dos filhos; aí fiquei vivendo com a minha avó e com minha outra tia que me criou até os nove anos. Quando eu fiz nove anos de idade...

P/1 – Aonde que vocês moravam?

R – Aí já morava aqui na Providência, neste mesmo endereço, mas só que era na Ladeira do Farinha; agora que eu moro na Ladeira do Barroso.

P/1 – Aí, até os nove anos de idade, você viveu com essa avó e com essa tia?

R – É, com a minha avó e com a minha tia. Aí foi quando a minha mãe reapareceu, pegou um quartinho pra morar e me levou pra morar com ela.

P/1 – Lá em Providência mesmo?

R – Aqui na Providência mesmo. Aí ela casou novamente, teve mais uma filha, que é a caçula, Milena. Hoje...

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